segunda-feira, 27 de agosto de 2012

O DIA NASCEU MORTO



O dia nasceu morte, as nuvens tomaram conta do céu, nuvens negras, cheias de eletricidade, o que de certa forma dava um suspiro de vida naquela manhã de breu, naquela manhã morta, naquela vida sem vida. Percebo agora que toda manhã antes de acordar tinha este pesadelo, que o dia não nascia e o fim  se aproximava. Hoje acordei dentro do meu pesadelo...levantei, tomei meu banho frio, fui alimentar a cachorrinha que deu a luz a cinco filhotes na noite anterior e estranhamente não latiam, e ela concentrada em lamber as crias, não percebia que o dia havia amanhecido, mas estava breu. Retornei para dentro de casa, tentei ligar a televisão, mas não havia sinal. Era o fim do mundo, nada melhor que ouvir Amy Winehouse, lamentando sua vida amorosa e destrutiva, ela é o próprio fim.
O dia nasceu morto, como meu desejo de viver, de estar aqui onde estou, porque neste meio tempo, consegui pegar u ônibus que passava sem destino sem parada, e me deixou no trabalho...lá sim percebi direito o que ocorria, os colegas mostravam suas verdadeiras faces, o ódio no olhar, mentiras, trapaças, mas haviam ordens a serem cumpridas, não importa se o mundo acabou, o que se quer é resultado, produção, para vender não sei para quem. Mas a chefia com sua mão de ferro sobre nossas cabeças, mantinha-nos, entre trovoadas e raios vindos  do céu, ao gritos: trabalhem, atendam, cumpram...
O dia nasceu morto...

sexta-feira, 24 de agosto de 2012

OS IPÊS AMARELOS CHEGARAM MAIS CEDO


Atravessou a estrada asfaltada, com arbustos secos em ambos os lados, com um leve vento norte soprando, quente, precisa caminhar alguns metros antes de chegar no armazém de beira de estrada, com um senhor atendendo com rosto de gente boa do interior do interior do país, mas quando desconfiado de quem, se aproxima, ganha   ares de jagunço matador.
Entrou no armazém, suado, caminha até o balcão, cujo caminho se torna um labirinto, face aos sacos de arroz, feijão, cereais variados, vendidos à moda antiga, pesando na hora a quantidade  que o fregues deseja levar. Chega ao balcão, e o senhor, ainda com rosto de gente boa do interior aproxima-se para atende-lo. Comprado o pacote de cigarros e o litro de vodca barata sai para a rua, recoloco os óculos escuros e segue caminhando  um pouco no asfalto, quente, um pouco na terra seca, com arbustos secos, e o Sol escaldante.
Há muito o relógio perdeu o controle, os ponteiros andam anti horário, pulando as horas, mas estranhamente não parou...no horizonte da estrada tudo se confunde, o calor que evapora do asfalto cria formas, seres, situações, lembranças...delírios, miragens.
Foi assim que percebeu a enorme árvore, um imenso ipê amarelo, que se erguia do asfalto, em pleno deserto do mundo, da alma, pois já não sabia mais aonde andava, só sabia que precisava seguir, porque o que ficou pára trás, ficou. Sentou ao pé do grande ipê amarelo e iniciou o processo suicida, abriu a garrafa de vodca e fumou o primeiro cigarro, permaneceu ali enquanto havia bebida, enquanto havia miragem, enquanto houvesse vida, enquanto... 

terça-feira, 21 de agosto de 2012

A ÁRVORE



Sou apaixonado por árvores, e esta foi amor num dia de domingo, como testemunhas um casal de amigos, Ju e Le  (Le é por minha conta rs), como não tenho o hábito de sair aos domingos, só dormir e chorar rsrsrs, foi a melhor coisa que fiz nos últimos 10.000 domingos (claro que não incluo os domingos que passo com meus pais). Quando a vi de perto, parecia árvore de desenho animado, de contos de fada, totalmente linda....Obrigado Ju e Le, temos que repetir o domingo, e este parque fica próximo do apto. da Ju, praticamento o quintal dela rsrsrs...

Teria tantas coisas pra falar, mas saio tão cansado do trabalho que tudo que pensei em escrever se esvai, assim, feito fumaça no cérebro, ou neblina, ou vácuo...

Quero agradecer as visitas do último post, e da alegria do retorno de minha poetinha Rosana Azul...não consigo escrever um comentário no teu blog, sobre aquele encantado poema, mas posso sentir o azul retornando em minha vida, não o azul comum, ou do céu ou do mar, mas um azul que invade meu corpo, meu coração e começa a limpá-lo para que eu possa, quem  sabe amar novamente, e desta vez um amor de verdade, de carne e osso e correspondido, enfim...Obrigado minha poeta por trazer-me esta luz azul de paz, de amor, fraternidade, amizade...

OBRIGADOBRIGADOBRIGADOBRIGADO e que DEUS sempre nos abençoe e nos faça sempre pessoas cada vez melhores...quero agradecer as belas poesias que conheci nos últimos tempos, destes blogues que me chegaram ou que eu fui, temos poetas maravilhosos, e como diz minha amiga Anaís, parece que me conhecem ou adivinham meus sentimentos, ou o que preciso ouvir/ler. OBRIGADO.

SÓ A POESIA SALVARÁ MINHA VIDA....

ps. é linda esta árvore, né ?. 

segunda-feira, 6 de agosto de 2012

QUASE SEM DEIXAR SAUDADE





DEIXA ESTAR
Antonio Cícero, Marina Lima

Deixe estar vai passar 
Com sorte 
Tudo, tudo vai ser breve 
Essa angústia no seu peito 
E no meio 
Essa falta ardendo em minha pele 

Porque nós dois nos cruzamos 
Um com pressa demais 
E foi tudo intenso e veloz 
Nos amamos, meu bem 
Só que em pistas opostas 
E tão sós 

Mas deixe estar, deixe estar 
Vai sarar 
Com sorte 
Quase sem deixar saudade 
O repente de um mergulho 
Bem no meio 
Da represa da felicidade 

Mas se você resistir 
E teimar e fugir 
Não se assuste se tudo enguiçar 
A engrenagem do amor pode ser traiçoeira 
E vingar