segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

SAUDADE DE UM PASSADO DISTANTE


Meu avô paterno morreu muito antes de meus pais se conhecerem. Ele se matou enforcado. Meus avós materno, os conheci e os amava muito, e eles me amavam também. Diziam, quando era pequeno que era uma réplica de meu avô , que todos chamavam de Jango, possuía as mesmas vestes, em tamanho menor, era um Janguinho. Minha vó muito religiosa, não podia ser chamada de outro nome , senão Beata. Na verdade eles me criaram até a idade escolar, então fui morar com meus pais. Tenho muita saudade de meus avós materno, e, tenho sentido um vazio muito grande, uma espécie de falta, de meu avô paterno. Acredito ter herdado dele este meu desejo abstrato da morte, meu lado triste ou português sentimental, como diria Cazuza, em uma música sua. Tento buscar lembranças que não tive desse meu avô. Meu pai quando fala nele, fala com certa mágoa, e acho que até entendo...quando ele se matou meu pai era um rapaz jovem, acho que é a fase que mais se precisa de um pai. Já sonhei com ele. Às vezes, como hoje, quando sinto esta sombra triste que me envolve, penso que poderia ser ele... Mas eu tive tanto amor de meus avós materno,e, tenho tenho tanta saudade deles...lembro das noites frias de inverno em que ficava na cama com meu avô, enquanto minha avó nos trazia uma sopa quente, antes de dormir-mos, eu no meio deles, eu era tão protegido, era tão amado, e eu era tão feliz. E hoje, adulto e só, penso que talvez não me reste mais nada, senão a solidão eterna e chorar por tudo que perdi, por tudo que não fui e não serei, nos finais de semana. Tou muito nostálgico hoje. Estou tão triste que poderia sair caminhando ad infinitum...