segunda-feira, 9 de setembro de 2013

ADEUS PRIMAVERA






DIZENDO ADEUS


Estou sempre dizendo adeus:
Também ao desencontro e do
desencanto.

Estou sempre me despedindo
Do ponto de partida que me lança de si,
Do ponto de chegada que nunca é
aqui.

Estou sempre dando adeus:
Até a Deus,
Para o reencontro em outra esquina
De adeuses.

Estarei sempre de partida,
Até o momento de sermos deuses:
Quando me fizeres dar adeus à solidão
e à sombra.

by Lya Luft


Embora nunca tenha planejado, conscientemente, algo para esta caminhada virtual, meu inconsciente me prega peças...e  a última não consigo me perdoar, então como um menino mal, devo ser castigado. Autoflagelo ? Talvez.  Adoro postar, quando acredito que seja algo legal, interessante ou supostamente criado por mim. Semana passada na pressa de postar um poema que encontrei e me apaixonei, e uma imagem encontrada no google imagens. Postei, e logo um comentário tipo: - já olhou o meu blog, fiz algo mais profundo que esta cópia. Já viu o filme?   já leu o livro ? - e foi isso " oi jair, esse poema é muito bom mesmo! viu o filme? comentei sobre ele no blog. aliás, obrigado pela visita ao raileronline! volte sempre!" - este o verdadeiro comentário.  Pode acreditar eu me odeio por isso, então passarei um mês sem postar no meu blog, 30 dias para refletir, ser açoitado também, me sinto um creep - verme.  Desculpem-me as pessoas muito legais que frequentam e passam por aqui.

sexta-feira, 6 de setembro de 2013

CREEP






Creep




When you were here before,

Couldn't look you in the eye.

You're just like an angel,

Your skin makes me cry.

You float like a feather,

In a beautiful world

I wish I was special,

You're so fucking special.



But I'm a creep, I'm a weirdo.

What the hell am I doing here?

I don't belong here.



I don't care if it hurts,

I wanna have control.

I want a perfect body,

I want a perfect soul.

I want you to notice,

When I'm not around.

You're so fucking special,

I wish I was special.



But I'm a creep, I'm a weirdo.

What the hell am I doing here?

I don't belong here



She's running out again,

She's running,

She run, run, run, run, run.



Whatever makes you happy,

Whatever you want.

You're so fucking special,

I wish I was special,



But I'm a creep, I'm a weirdo.

What the hell am I doing here?

I don't belong here,

I don't belong here

A ARTE DE PERDER







A arte de perder não é nenhum mistério
Tantas coisas contêm em si o acidente
De perdê-las, que perder não é nada sério.

Perca um pouquinho a cada dia. Aceite, austero,
A chave perdida, a hora gasta bestamente.
A arte de perder não é nenhum mistério.

Depois perca mais rápido, com mais critério:
Lugares, nomes, a escala subseqüente
Da viagem não feita. Nada disso é sério.

Perdi o relógio de mamãe. Ah! E nem quero
Lembrar a perda de três casas excelentes.
A arte de perder não é nenhum mistério.

Perdi duas cidades lindas. E um  império
Que era meu, dois rios, e mais um continente.
Tenho saudades deles. Mas não é nada sério.

- Mesmo perder você (a voz, o riso etéreo
que eu amo) não muda nada. Pois é evidente
que a arte de perder não chega a ser mistério
por muito que pareça muito sério."

by Elizabeth Bishop

traduzida por: Paulo Hneriques Britto



quarta-feira, 4 de setembro de 2013

ENFIM, SETEMBRO...








 Precisei urgentemente escrever outro post, trazer um pouco de leveza a este blog tão pesado, como disse um amigo meu, depois de ler meu primeiro ano de blog, 'depois da leitura, só o suicídio', disse ele brincando, eu ri, minha alma não.


Já li e até comentei em alguns blogs o tema 'setembro', que lembra primavera, acasalamento (rs palavra engraçada, eu acho), pássaros cantando mais, pois onde eu moro eles cantam o ano inteiro – para quem gosta é um prato cheio, eu que tenho dificuldade para dormir, é um suplício. Mas assim como tenho um respeito maior pelas mulheres e seu poder de parir, eu respeito os pássaros, com seu poder de voar.

O aroma, setembro tem um aroma diferenciado, mesmo nesta cidade quase industrial, atravessada por uma BR. Senti hoje dentro do urbano, poderia ser um desses perfumes de flor ou fruta, muito na moda, mas vinha da janela aberta. Olhei mas não vi flores, somente aquele aroma embriagador da manhã, quase tive memórias, quase encarnei Proust, mas não haviam flores, somente árvores, verdes, belas, fortes, menos depois, quando já caminhando, passo onde havia uma mata, e hoje uma imensa construção de um condomínio. Sinal dos tempos, não, apenas mais uma construção, apenas mais uma mata destruída, apenas.

É urgente, que eu escreva um post, afinal é setembro, e setembro tem o dia da árvore, e setembro, tradicionalmente neste blog, se publica uma foto de minha árvore favorita de setembro e outros meses, o IPÊ AMARELO.  

terça-feira, 3 de setembro de 2013

DESCONHECIDOS





Ser humano, este desconhecido...


Acho que me equivoco a algum tempo ao achar que o ser humano é mal, face as influências dos telejornais que tanto gosto, e telejornal é sinal de sangue escorrendo da televisão para o chão da sala... o ser humano é um desconhecido dele mesmo. Falo por mim, pois vivo tentando ser melhor enquanto ser humano, mas falho, pelo único fato de não me conhecer, sou um desconhecido de mim mesmo.

Tanto é que quando nascemos, só algum tempo depois tomamos consciência de que existimos, segundo a teoria Junguiana, começamos a existir quando acordamos, ou seja, quando sei o que quero independente de quem me criou e me influenciou, acho que é aquela máxima filosófica: penso, logo existo. Não posso simplesmente negar o breu da infância, pois Freud se reviraria na tumba, onde sofremos overdoses de influência da família, isso inclui mimos, preconceitos, gostos...e segundo este mesmo Freud a infância é o começo da sua psicoterapia, prefiro Jung, pois gosto de saber que existo e lutar contra meus próprios fantasmas, meus próprios preconceitos, minhas dúvidas e encontre meu eu perdido dentro de mim e consequentemente desconhecido, pois quando encontrar o que mais terei eu de conhecer ?

Já passei noites em claro buscando dentro de mim esse desconhecido, mas eu só conseguia uma insônia e sono durante o dia seguinte rs.

Partindo de minha vivência empírica descubro o quão desconhecido é o ser humano, nunca se conhece um ser por inteiro, e a convivência nos prova, me prova, pois nunca consigo me sentir a vontade, quando penso que as palavras trocadas são sinais de entrosamento, recebo uma bomba fria que me desconserta e me joga a margem; pois automaticamente me recolho e sinto muito medo, por mim e por quem provocou tal situação. Percebo o quão desconhecidos somos...



Faz algum tempo que tento escrever este 'ensaio', que surgiu das minhas dúvidas comigo mesmo, deste ser desconhecido de mim mesmo que sou. Está meio confuso até para mim que tou escrevendo rs, mas preciso postar...um texto inacabado é a cara do meu blog, é a minha cara, pois enquanto for desconhecido de mim mesmo, serei sempre um ser humano inacabado, carecendo de mais informação ( o que graças a Deus meus amigos blogueiros tem me ajudado muito, pois são pessoas interessantes, inteligentes e originais que sempre me acrescentam algo mais ).