A vida sempre negou minhas vontades e desejos, também negou a felicidade, mas colocou algumas pessoas no meu caminho, para que eu aprendesse a viver em sociedade, que eu parasse de achar que a vida é culpada de minha derrota existencial. O lado cruel de Deus, nos faz aprender com a ador, que nós mesmos nos provocamos, que eu me provoco. Deus é meu pai e parece que não me entende bem, ou eu novamente, do alto do meu egoísmo achando que eu não mereço ou que eu mereço mais do que tenho, mas não tenho nada. Mais do nada. Deus sabe o que faz, eu sei, por isso ficarei em silêncio, jejuando palavras, numa oração silenciosa, pedindo para ser afastado de onde estou, que abra as portas da estrada e me leve para perto de quem me ama, onde haja Sol e campo e árvores e rios e pessoas simples que vivem de agricultura e sorriem e dão bom dia quando avistam outro se humano, que poderia ser eu. Silenciosamente cumprirei meus afazeres, andarei em meio a pessoas que não me olham, mas estarei em silêncio e calmo e em oração. Aprendi com minha avó a clamar ao Deus invisível, que não tem cor, nem dinheiro, nem interesse em me adestrar, apenas abre meu coração e alivia o peso de minha alma e diz que eu espere por um milagre...só acho que meu tempo passa e nada, não me canso de orar, mas não sei se ainda quero um milagre, ou se milagre existe.
Nossas armas estão na rua
É um milagre
Elas não matam ninguém
A fome está em toda parte
Mas a gente come
Levando a vida na arte
Todos choram
Mas só há alegria
Me perguntam
O que é que eu faço?
E eu respondo:
"Milagres, milagres"
As crianças brincam
Com a violência
Nesse cinema sem tela
Que passa na cidade
Que tempo mais vagabundo
Esse agora
Que escolheram pra gente viver
Todos choram
Mas só há alegria
Me perguntam
O que é que eu faço
E eu respondo:
"Milagres, milagres"
by Cazuz/Frejat/Denise
ps. Páscoa é um tempo em que percorrendo os telejornais acompanho matérias, em especial uma ala no nordeste brasileiro que vai pra caatingas se autoflagelar em nome de alguma religião, enfim, gosto do ato, de ver, sei lá se sou sadomasoquista com relação a isto,
mas eu gosto, acho que simbolicamente deve fazer algum efeito ou sentido que necessita minha religiosidade - tentando uma explicação junguiana rs...- mas é a ressurreição de Cristo, para quem segure o Cristianismo, como eu, quer dizer, minha necessidade teológica vai além disso, necessito símbolos, não imagens, embora eu também goste, mas como disse uma amiga, quero o bom de cada religião...mas é um momento forte espiritualmente para mim, um momento único para eu fazer o que venho fazendo, mas com chances de dar certo, que é tentar; tentar ser feliz, tentar ser bom, tentar ser mais humano, tentar amar ao próximo, como a mim mesmo, renascer como uma fênix para uma vida melhor, mais sorriso e menos lágrimas, mais amor, mais vida. Menos silencio em minha vida, em meus ouvidos, mas barulhinho bom com Marisa Monte,palavras doces de carinho, sussurros de amor, mas sem ilusões, apenas fé, que é o que me resta, que me mantém vivo e tentando.