segunda-feira, 23 de novembro de 2009

TODAS ÀS VEZES QUE ME DIGO NÃO


PEÇA


A timidez é legal
Mas a timidez pode te impedir
De fazer todas as coisas
Que você gostaria de fazer na vida


Então, se há alguma coisa que você gostaria de experimentar
Se há alguma coisa que você gostaria de experimentar
Peça para mim - eu não diria "não", como eu poderia?


A reserva é legal
Mas a reserva pode te impedir
De dizer todas as coisas
Que você gostaria de dizer na vida


Então, se há alguma coisa coisa que você gostaria de experimentar
Se há alguma coisa que você gostaria de experimentar
Peça para mim - eu não diria "não", como eu poderia ?


Derperdiçando seus dias quentes de verão dentro de casa
Escrevendo versos tenebrosos
Para uma garota dentuça de Luxemburgo


Peça pra mim, peça pra mim, peça pra mim
Porque se não for o amor
Então será a bomba, a bomba, a bomba, a bomba
Que nos manterá unidos


A natureza é uma linguagem...você não sabe ler ?
A natureza é uma linguagem...você não sabe ler ?


Então peça para mim, peça para mim, peça para mim
Oh.
ASK - THE SMITHS


"...a estrada errada que escolhi, com a minha própria lei.."Legião Urbana. Sempre lembro de uma amiga, a Carmen1, que dizia, que nós éramos tão depressivos que chegávamos a cultuar isso, que era visível nas nossas escolhas, músicas tristes, quadros tristes, todos de uma beleza comovedora, mas tristes... Sei bem do que digo, do que sinto, do que sou e do que gostaria de ser. Tenho o amor de meus pais, alguns amigos. Hoje recebi um abraço inesperado ( não gosto muito desses contatos), mas foi tão sincero que não me senti (muito) constrangido. Acho que a escolha mais triste que fiz foi na música, minha banda favorita é The Smiths, a própria tristeza, mas são canções tão lindas, épicas, e quando traduzi percebi muito de mim nelas ( talvez um dia processe o Morrissey)...Minha preferência por preto e branco, seria outro indício de um ser depressivo. Nos últimos finais de semana de minha vida, digo, uns três a quatro anos, tenho vivido uma não vida, ou seja, aos finais de semana fico enclausurado em casa, literalmente trancado, nem feliz nem triste, apenas só, com minha dores, lembranças, frustrações, essas coisas que velhos abandonados recolhem durante seus finais de vida...sei, não tenho o que oferecer, senão meu parco conhecimento de música pop, um pouco de filosofia, outro tanto de CGJung, uma paciência para ouvir o próximo, uma disponibilidade para amar, poesia, livros...
ps. A árvore é uma araucária, é bela, imponente, e tem uma rua na cidade que eu moro, que tem esse nome e gosto de caminhar nela, acho-a tão bela, até as calçadas tortas me encantam.( e esta foto é bela e triste).

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

NOVAS TRISTEZAS, VELHAS SAUDADES


Novas tristezas, velhas saudades. A nostálgia de um final de semana chuvoso e só, nem tanto, almoçei com amigos, chorei ( é terapia), rezei e tomei rivotril, companheiro de todas as horas, acalma meu coração e a vontade de devorar o mundo. Nestes dias tão estranhos, minha vida tão comum. Estive na Feira do Livro em Porto Alegre, cujo o patrono é um escritor que gosto, o Carlos Urbim, mas terminou. Não comprei nada, mas respirei bastante aquele aroma que só os livros tem, e que me faz tão bem. Tive uma companhia maravilhosa visitando as estandes na Feira, a Ju, adorada amiga, digo, ex-amiga...pra variar foi muito divertido, pena que era dia de semana e tínhamos de trabalhar no outro dia...Espero que não seja nada muito sério com o Dinho Ouro Preto, vocalista do Capital Inicial, os acompanho desde os primeiro"disco", cuja capa, acho das mais belas. Ás vezes a vida, ou a providência divina nos mostra coisas, tipo dizendo, "viu tu és muito melhor que isso". Aconteceu de cruzar com uma antiga conhecida, uma menina que não quis dançar comigo quando éramos adolescentes, deu-me o maior carão (acho que me tramatizou de tal forma, bem...), estranhamente sempre tive uma sintonia muito legal com a mãe dela. Bom, passaram-se anos, soube que ela casou-se, bom pra ela (nem tanto), o cara após estudar com o incentivo dela, formado a abandonou e foi viver com uma colega de aula dele (que sacana)...enfim, contei isso para dizer que quando se gosta de verdade, isso não muda...outro dia a encontrei com sua mãe, já bem mais envelhecida, nos cumprimentamos, cumprimentei a mãe dela, e ela perguntou se a mãe lembrava de mim, ao que ela respondeu, que sim e falou ainda nome da minha mãe e meu pai, meu endereço, ou seja, gosto de chamar isso de amor antigo. A filha não me desejou como marido, mas a mãe teria um ótimo genro. Pra falar a verdade nunca gostei dela, era da mãe que eu gostava, a senhora mais querida que já conheci, e que gosta de mim de verdade. Reclamo que ninguém me ama, mas não é verdade, graças a Deus sou muito amado por pessoas bem legais.(ninguém me pediu em casamento ainda, mas isso é outro post)


ps. Leve Desespero é um dos temas de minha vida ( ...e só tenho tv como companhia, sob um leve desespero que leva que me leva daqui ). Tomara que o Dinho fique bom logo.


ps2. Este país às vezes me envergonha, primeiro foi uma moça que foi vaiada, quase agredida numa"universidade" por estar usando com um vestido curto, bom pra ela que virou subcelebridade e talvez até ganhe bastante grana para tirar a roupa (para revistas), depois foi uma nota que li sobre o vocalista da FRESNO, Lucas, ele disse que algumas pessoas comentam com maldade sua estética visual, eu particularmente acho maneiro e que ele naõ deve levar em consideração esses comentários e continuar a fazer o que gosta e sabe, essa banda tem um longo e belo futuro, tou apostando.

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

CHÁ DE BOLDO


Falávamos sobre uma virose estomacal que andou circulando por aqui, quando alguém falo em chá de boldo, e como um Marcel Prost, a imagem do cheiro do chá levou-me a alguns anos atrás, quando então cursava a faculdade de Direito em Santa Cruz, uma bela cidade de origem germanica no interior do Estado. Já comentei noutro posts, a saudade que até então negava desse tempo, mas era tão bom, tão divertido, até as depressões eram legais. Durante os cinco anos acho que K. foi a única pessoa que mais andei, embora não prolonguemos nossas amizade além da facudade, assim como todos. Mas tinha uma colega, Liane, que conheci no decorrer do curso, que me chamava a atenção porque nunca conseguia entender seus comentários, ela falava coisas sérias como se fosse uma piada e piadas como se fossem coisas sérias, quando entendi, adorei ela e por um bom período andávamos juntos. Como trabalhavámos próximos, almoçavamos e após, íamos para um café com mesas na rua em Santa Cruz, onde sentávamos e pedíamos chá, ela sempre pedia os coloridos , de preferência que combinasse com sua roupa, eu sempre de boldo.

"Mémórias, não são só memórias, são fantasmas que me sopram aos ouvidos coisas que eu não quero nem saber..."

Tenho medo de ficar na comtemplação, catatônico no passado e não conseguir pegar o bonde de minha história, de um amor quem sabe... Mas às vezes apenas queria ser um personagem de Graciliano Ramos, um funcionário público perdido em arquivos, que ao final do dia vai para para sua casa só, mas num mundo seu, se é loucura ou não, não sei...mas tou próximo disso. Também me vejo como uma peça de Dodecaedro, conto do livro Triangulo das Águas, de Caio F., onde doze pessoas estão presas em um casarão, cercado por cães loucos, e dentro, agluém prepara chá com ervas do campo...


"HÁ ALGO QUE JAMAIS ESCLARECEU

ONDE FOI EXATAMENTE QUE LARGUEI

NAQUELE DIA MESMO

O LEÃO QUE SEMPRE CAVALGUEI ?

LÁ MESMO ESQUECI

QUE O DESTINO

SEMPRE ME QUIS SÓ

NO DESERTO SEM SAUDADE, SEM REMORSO SÓ

SEM AMARRAS, BARCO EMBRIAGADO AO MAR"

Adriana Calcanhoto - INVERNO