quarta-feira, 23 de novembro de 2011

POR MAIS QUE SE TENTE OLHAR

Não se enganem comigo:
se digo sul pode ser norte,
chego mas fico ausente,
o triste é também o belo,
procuro o que não se perde
nem se pode encontrar.

Buscar respostas nos livros
é esconder-se entre linhas.
Não creio no que se encherga,
mas nisso que se disfarça
por mais que se tente olhar:
assim me tem seduzida.

Eis o jogo que eu persigo,
meu jeito de ser feliz,
o desafio que me embala:
sempre que escrevo "morte"
estou falando de vida.

SEMÂNTICA - LYA LUFT, do livro Para não dizer adeus.






UMA BREVE, QUASE POSSÍVEL HISTÓRIA DE AMOR

Seus olhos, ambos vestidos de óculos, se olharam pela primeira vez. Até pareceu que gostaram do que viram, digo isso porque o tempo parou, tipo aquelas cenas de comédias românticas...
Mas o tempo é real, e os convivas daquele momento chamaram a cena para o normal. Então seus olhares se perderam, entre os agora, amigos comuns. O encontro comemorando o aniversário da criança que os amava, indo do colo de um para o outro, sendo inevitável, durante o evento, que seus olhos se cruzassem, com aquela sensação de que gostavam do que viam...
E o tempo pára de novo durante mais um encontro de olhos encantados um com o outro.
De novo o tempo.
De novo aquela cena de comédia romântica.

14 comentários:

  1. Jair, Jair, has conseguido describir algo que creo muy difícil: UN INSTANTE. O mejor dicho, "EL" instante, ese momento irrepetible, frágil, imperceptible, pero esencial y mágico.
    ¿Te das cuenta? Has hecho una fotografía, pero no con una cámara, sino con palabras delicadamente seleccionadas! Amigo mío, has parado el tiempo!

    Un inmenso abrazo al fotógrafo mágico!

    PD.- La poesía me ha gustado mucho, sobre todo porque la conclusión es muy clara: vida y muerte van siempre juntas de la mano.

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  2. Mercedes, Mercedes primeiro é uma ousadia minha colocar no mesmo post um poema de minha amada poeta Lya Luft e um pequeno conto meu...mas tua visita ilumina minha vida e teu mui amável comentário me enche de orgulho, pois embora haja um desejo literário no que escrevo, sou muito crítico para achar que 'escrevo', eu ecrevo porque minha alma exige isso de mim...mas tuas palavras são tão encorajadoras, amei essa visão de uma fotografia, pois na verdade era um intante que gostaria de escrever, e como tava leve, ousei deixar no mesmo post do poema da Lya. Gracias, gracias Mercedes, Mercedes...bom, amo Lya, tudo que ela escreve, tou lendo este livro de poesia há muito tempo, mas como elas são duras preciso degustar, remoer, me entender, como outro livro de poesia que tou lendo e logo prentendo escrever algo sobre, alguns poemas, foi publicado há mais de 50 anos, e tou achando genial...Amada amiga Senhora de Todos os Contos, muito agradecida pela visita e o coração acelerado de alegria por ão doce comentário, obrigado amiga.
    ps. o final do poema da Lya foi decisivo para postá-lo, demorei para entender, mas eu também, acho que quando falo de morte, tou tentando chamar a atenção de minha vida, é um grito para eu mesmo me salvar.
    ps2. Um sempre imenso abraço mágico que atravessa oceanos num simples teclado.
    ps3. Mercedes, Mercedes

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  3. Que boa mistura de escritores, Jair, impossível dizer qual é o profissional das letras, acredito que os dois!
    Um grande abraço.
    HD

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  4. Obrigado Humberto pela visita e comentário, mas eu insisto, ousei me colocando junto da grande Lya Luft, de qualquer forma, vindo de um contista de mão cheia, só me estimula e encoraja. Amo poesia, mas a arte de ser contista tem me agradado muito, sei que é um exercício diário, mas acho que canalizarei melhor minhas neuras rsrsrsrs deixando minha imaginação ativa funcionar através de histórias inventadas, fluindo e não me ater ao meu mundinho choroso. Viver é bom,e escrever, melhor ainda. Um imenso abraço querido amigo dos contos que persigo.

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  5. Querido amigo... obrigada pelas sempre belas palabras lá no meu cantinho... gosto muito de receber tuas visitas e comentários... Eu tenho escrito pouco, ando imersa em problemas profissionais além da conta... mas o bom é o pouco que tenho escrito sobre o amor, ou a falta deste, significa que estou bem em relação a isso, uma vez que, normalmente, só escrevo sobre o que me dói, com raras exceções. Meu amor vai bem, devagar mas bem... acho que finalmente maduro e tranquilo. Mudando de assunto, que contraditório esse poema da Lya Luft não acha? Mas me reconheci em muitas das frases, o que não é de se admirar, sendo eu este ser imensamente contraditório que sou, doce e azeda, leve e pesada, sempre capaz de sentimentos extremos e desvairados... rsrsrsrs Gostei muito. Bom te ver de volta com uma energia melhor e muita esperança, ao menos é o que me parece pelo que tem postado. Gosto de ver e saber meus amigos felizes. Te quero muito bem, mesmo de longe. Fique em paz. Beijos, grandes beijos, todos os beijos do universo para você.

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  6. Querido Jair: bellìsimos ambos textos, el primero que nos habla de miradas , de sentimientos de vida que se esconden, que hay que aprender a leer entre las lineas de cada pàgina. Luego son los momentos los intantes que hacen "màgicas" las miradas.
    un abrazo
    Blas

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  7. Anaís minha querida amiga, eu que sempre adoro tuas visitas, tuas palavras sempre gentis, amáveis e às vezes duras quando é preciso (acho que isso é amizade verdadeira, né ?). Eu sou um apaixonado pela Lya Luft, e este poema é bem minha cara também, meu momento, porque eu estou e não estou rsrsrsrsrs...ela é ótima. Gosto de tuas observações, tou tentando, mas quando outro olhar percebe, então este é o caminho. Tu bem me conheces das crises infindáveis, das lamúrias e tu mais de uma vez disse as palavras que precisava ouvir, para seguir, tentar ser feliz, enfim, viver...
    Andei meio desesperado, com medo, inseguro, com minha vida, meu trabalho, mas nada de se entregar no primeiro tempo, agora tou calmo, (tenho rezado um bocado, me ajuda) aguardando e tentando mostrar o meu melhor, e o que tiver de vir virá, então estarei pronto para enfrentar, seja o que for. Então meus post agora buscam uma leveza que eu também quero para minha vida, se bem que funciono melhor no desespero (para escrever), mas é muito bom escrever usando a imaginação ativa, inventar, brincar de ser escritor, que antes de ser brincadeira é algo tão sério que não consigo me imaginar sem escrever, mesmo que para mim. Beijos do universo recebidos e para ti meu sempre imenso abraço, amiga.

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  8. Querido amigo Blas, que bom te ver por aqui...pô, agora que tou retornando tu estas dando um tempo ? Estive no teu blog, só não comentei ainda, mas já li...Os olhares do mundo, todos temos uma maneira de ver as coisas, de sentir,às vezes coincide, daí é mágico, algo quase que aconteceu no segundo texto, o meu (fraquinho, né ?). Já o poema da grande Lya Luft provoca isso, essa angústia contida dentro de cada um de nós, uns mais outros menos...acho que é isso que eles tem em comum: las miradas. Blas, sabes como gosto do teu blog, de tua vasta cultura e isso me interessa, continuo no meu eterno processo de aprendizado, e teu blog não tem melhor para isso. Meu querido amigo, vamos seguindo, vamos viver, é tudo o que preciso agora, e tou me esforçando muito para não deixar o 'outro' me chatear. O que os outros pensavam eu me importava muito muito, hoje só me importo com as pessoas que gosto, e me angustia muito não poder falar com elas, no mais, está tudo bem. Um sempre imenso abraço, caro amigo.

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  9. se detuvo el tiempo! y de pronto se reanuda! genial tu texto, jair!

    mil besos*

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  10. Gostei muito dessa frase. Me fez ficar pensando e pensando: sempre que escrevo "morte"
    estou falando de vida.

    E quanto ao segundo. Parece clichê, mas quando os olhos se perdem "e se encontram" os segundos do tempo real parecem multiplicar no tempo do encontro de olhares. Adorei! Tenha uma boa semana.

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  11. Querida Rayuela, às vezes se quer que o tempo pare para curtimos mais nossos melhores momentos, mas não é possível...mas daí existe a literatura, a palavra, a criação e claro, direcionamos para nossas vontades, ou não. Sempre mujito feliz com tuas visitas e comentários. Desde quando comecei a atravessar espelhos tenho falado menos, mas sonhado mais. Li mais um texto mágico teu, tou indo lá comentar. Um sempre imenso abraço.

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  12. É um poema que nos faz pensar mesmo, ao menos nós os sensíveis, o texto da Lya é muito forte, é muito humano, acho que isso estranhamos, o humano esta sendo deixado de lado, o lergal hoje é não ser humano, é uma espécie se salvo conduto para sobreviver nesta selva de pedra, enfim...rsrsrsrs adorei clichê, mas é um pouco, ou muito, mas foi eu quem inventou o texto, mas acho que é assim mesmo, mas só quem ama consegue estes momentos mágicos, o meu momento esta na escrita por hora. Lah, muito feliz com tua visita. Um sempre imenso abraço,

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  13. querido jair, vuelvo para agradecerte la traducción de mi poema. quedé emocionada, feliz.
    lo colgaré en la barra lateral de mi blog, donde tengo los regalos más preciados. y te llevaré también a mi facebook, donde te leerán mis amigos.
    con tu permiso, compartiré mi felicidad.

    mil besos*

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  14. Querida Rayuela, eu que fico muito feliz por gostares, aliás, além de ler, recitar em voz alta em espanhol, exercíto traduzindo para mim, mas que bom que gostastes, porque não é só o 'trabalho' da tradução, é mais que isso, tua poesia fez com que minha intuição viesse à tona, meus sentidos todos. Gosto demais de teus poemas, teus escritos, teus personagens, tuas palabras, gosto demais de ti menina Rayuela. O meu medo era que tu não gostasse, mas como gostou, tem minha permição rsrs para compartilhar a felicidade...gosto disso, compartilhar a felicidade. Um sempre imenso abraço, Maga das Palavras.

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