Mas um dia
O Verbo se fez Carne
E habitou entre nós.
Fez pesar sobre mim
As faltas dos anciãos,
Deu-me cajado,
- Pastora sem terras,
que faço com isto ? -
- Pastora perdida -
nos prados de meu Deus !
E escolhi, escolhi
Ovelha preta, ovelha branca
E fui perdendo
Um a um os rebanhos
Que me mandou.
Bebi na pedra o opróbio,
Quebrei a bilha no chõ,
Perdi hora após hora,
Desnorteavam-me
Chilreio e balido.
Só Deus seguro.
Só Deus estável.
Tudo se moviae mudava.
Era solidão infinita
Que recebia
Minha esquiva solidão.
E fui pra Deus.
Betty Yelda Brognoli Borges Fortes
* Final do poema 'Como Deus Me Contemplava!' do livro 'Novela Pascal' publicado nos anos 70, sendo o livro que li e estou lendo (poesia sempre pede mais de uma lida) , é de minha amiga Eliana, autografado pela autora no final dos anos 70, pois a poeta fora sua professora...
Não somos perfeitos, Deus é...a poeta trava uma luta consigo mesma onde pergunta e responde dialogando com a perfeição, Deus, na busca do alívio às dores da alma, da própria existência. Minha relaç~ao com os livros sempre foi muito viceral, no sentido emocional e por vezes se confunde com minha realidade.
ResponderExcluirEste livro chegou-men as mãos através da amiga Eliana, a dona do livro rsrsrss... e num momento em que o amor, este das poesias, do que sentimos por alguém em especial, o amor terreno e cheio de pecado rsrsrsr, pois me vi livre disso, mas caí um num suposto vazio existencial. O que poderia eu ser, sem amor ? Então este livro me salvou.
Através da poesia , meu bem maior, reascendendo minhas dúvidas com relação ao divino, mas fortalecendo minha fé em Deus, e eu não me sentindo só completamente, renovando minhas esperanças e permitindo que eu vivencie o amor, mesmo não amando alguém em especial, mas amar a mim mesmo, ao próximo (de certa forma tenho colocado em prática, e com resultado positivo), ao amanhecer, ao anoitecer...sem falar nas fabulosas construçoes poéticas que encontrei ao ler. Um livro muito doido, digo, muito, muito interessante.