Acordou
com o despertador, seis horas. Esfregando os olhos não lembra
se ouviu ou não um galo cantar, ao longe. Já pronto,
saiu. Se esquecesse a fome pelo jejum, com certeza era um bom dia que
iniciava. Sentiu um certo alívio ao caminhar até o
ponto do Ônibus, que estranhamente aguardava. Sim, era um bom
dia. Passado algum tempo, consultou o relógio e começou
a procurar, pela janela, um laboratório. Lembrou das aulas de
ciências no laboratório da escola. Examinar, para
descobrir a causa do mal, às vezes experimentando. Sentiu um
arrepio quando o ônibus parou em frente ao laboratório.
Acordou. Não eram seis horas. O relógio ainda não despertou. Hoje tem certeza de que um galo, ao longe, cantou. Neste infinito mar de concreto, que do prédio mais alto, mesmo assim continua-se vendo um mar de concreto. Um infinito de pedras. Ele sabe, um galo cantou. Ansioso, está pronto. Sentado, olhando a porta, aguardando a hora de sair de casa. Desta vez o ônibus não aguarda, mas suas pernas acompanham a ansiedade e começam a caminhar. Pessoas. Carros. Semáforos. Poluição. Pessoas. Carros...Laboratório. Lembra do pequeno pedaço de seu corpo deixado. Da presença de seu médico, sempre tão humano e profissional. Confiava nele. Uma semana se passou. É só pegar o exame, que está pronto com o resultado final. Viver ou Morrer. Incerteza.
Acordou. Não eram seis horas. O relógio ainda não despertou. Hoje tem certeza de que um galo, ao longe, cantou. Neste infinito mar de concreto, que do prédio mais alto, mesmo assim continua-se vendo um mar de concreto. Um infinito de pedras. Ele sabe, um galo cantou. Ansioso, está pronto. Sentado, olhando a porta, aguardando a hora de sair de casa. Desta vez o ônibus não aguarda, mas suas pernas acompanham a ansiedade e começam a caminhar. Pessoas. Carros. Semáforos. Poluição. Pessoas. Carros...Laboratório. Lembra do pequeno pedaço de seu corpo deixado. Da presença de seu médico, sempre tão humano e profissional. Confiava nele. Uma semana se passou. É só pegar o exame, que está pronto com o resultado final. Viver ou Morrer. Incerteza.
Vever e morrer, esta é a única certeza que a vida nos proporciona ... só o tempo é indeterminado ...
ResponderExcluirLindo
Beijão
O tempo, este senhor da vida e da morte...meu rei, meu querido amigo Bratz, é muito gratificante tuas palavras para este texto quase que totalmente ficcional rs...sempre ouvi aquela máxima, basta estar vivo para...mas a ordem agora é a vida, apenas viver. Sempre bom demais compartilhar contigo meu Bratz.
Excluirps.Carinho respeito e abraço.
Caro amigo Jair, eis um momento reflexivo; muito reflexivo.
ResponderExcluirUm abração. Tenhas um ótimo dia.
Meu caro poeta Dilmar, acredita que este conto surgiu de uma noite bem reflexiva que tive, não sabia o que poderia escrever e postar. Estou naquela idade de fazer certos exames, na verdade exame geral rs...mas meu vocabulário é pouco, parece que tou sempre repetindo as mesmas palavras, mas de qualquer forma não me preocupo muito com isso, tento focar no sentido da coisa que estou ruminando...sempre muito bom tu estares por perto.
Excluirps. Carinho respeito e abraço.
Soneto-acróstico
ResponderExcluirVida e morte
É, morre-se todos os dias um pouquinho
Vida como suprema dádiva da natureza
Indica apenas o seguimento do caminho
Viver, na prática verdade, não é moleza.
Então um “check up” torna-se imperioso
Realizado, mostra-nos algum mal oculto
Ou talvez um diagnóstico sutil, nebuloso
Uma enfermidade que pode tomar vulto.
Mas tudo aquilo que importa realmente
Obsidiar que simples viver leva à morte
Razoável o medo de finar que se sente.
Riscamos a vida pensando que é sorte
E pouco lembramos que somos um ente
Rico ou pobre no ocaso ninguém é forte.
"check-up",era o que quis dizer ao Dilmar e falei exame geral rs...meu caríssimo senhor de todas as palavras, meu poeta Jair, olha só a riqueza de vocábulos neste teu soneto acróstico, é encantador...dizes poéticamente o que a muito custo tento dizer na prosa. Tenho tanto a aprender, mas já estou, com mestres como tu me visitando e deixando sua marca...assim me sinto crescendo, vivendo, porque de qualquer forma, "morre-se todos os dias um pouquinho".
Excluirps. Carinho respeito e abraço.
Mas a vida não é uma incerteza ? As certezas é que me preocupam !
ResponderExcluirAbraço !!
Com certeza, a vida é uma incerteza rs - gostei do trocadilho. Assim como tu, eu também acho que o que está certo é que deve nos preocupar, pois supõe-se que esteja pronto sem possíbilidade de alterações ou improvisos, o que a incerteza nos dá, a possibilidade do improviso - nossa, isso é profundo e filosófico rs meu caro amigo Marcos. Carinho respeito e abraço.
ExcluirUm conto curto, que legal, Jair. E como diz tudo! Você leva a gente do começo ao fim meio apreensivo... Essa espera é massacrante, aliás é a única certeza que temos, que um dia - e que esteja longe - tudo se acaba por aqui. Mas enquanto isso, vamos desfrutando esse presente que se chama vida, ainda que finita. A espera por resultados nos matam um pouco...não fugimos disso.
ResponderExcluirGrande abraço, amigo!
Minha querida amiga Tais, tuas palavras me comoveram, é tão claro e bonito a forma como vês meu continho, uma análise didática, escreves o que percebes e o que senti ao escrever, resumiste de uma forma lógica e literária. Muito obrigado, tuas palavras sempre cheias de lucidez e emoção. Ao comentar que : "leva a gente do começo ao fim meio apreensivo..." fiquei feliz, porque eu tentei buscar isso, um pouco pelo menos. Obrigado Tais. Carinho respeito e abraço.
ExcluirAdorei Td por aqui!! Obrigada pelas visitas constantes aos menus espaços.abraços carinhosos
ResponderExcluirEu que te agradeço a visita e comentário tão querido Lia, e agradeço também tua inspiração, que faz com que navegue por teus blogs e me encha de poesia. É um prazer visitar teus espaços.Carinho respeito e abraço.
Excluira ansiedade do recebimento de um exame é mesmo horrível. Eu bem sei :(
ResponderExcluirbeijo
beinghellz.blogspot.com
Menina Hellz,por enquanto isto é só ficçãoem minha vida, mas logo terei a experiência da espera,ainda nãopassei por isso. Sempre muito feliz com tua presença, assim como é sempre bom demais frequentar teu blog. Carinho respeito e abraço.
ExcluirOlá Jair!
ResponderExcluirGostei deste texto. É bom falarmos do que nos preocupa, ou preocupou. - partilhar dá alivio. E se em troca recebermos simpatia, isso nos acalenta...
Muito obrigada pelas bonitas palavras que me deixou referentes ao nosso casamento bem duradouro. É como lhe disse, é o amor o responsável, porque tantos maus bocados passamos,com zangas, más palavras, mas depois tudo é ultrapassado, e esquecido. É, nós não o vimos, mas o amor está em nós, e é uma amarra fantástica.
Como o Jair me deu confiança, vou dizer lhe que clic no meu blog no ano de 2010, e veja o texto Óh Tempo Volta pra Trás...
E também no 2014 mas no mes de janeiro dias 25 e 26, e os textos são:- Igreja Alagada e Bodas de Granito.
Eu penso que irá gostar, dada a sua sensibilidade.
Abraço amigo, boa saúde e boa semana.
Dilita
Obrigado querida Dilita por apreciares meu continho, fico lisonjeado...é ficção, mas num futuro breve, talvez tenha esta experiência de forma real.
ExcluirComo dizes, "nós não o vimos, mas o amor está em nós, e é uma amarra fantástica...".e 49 anos não são 49 meses. É possível, minha amiga manter uma relação diradoira e feliz, apesar de todos os problemas, o que exige maturidade, crescimento, respeito , o que parece cada vez mais impossível nas relações de hoje. És um exemplo, junto a teu amado,querida amiga Dilita. Carinho respeito e abraço.
Olá Jair!
ResponderExcluirGostei deste texto. É bom falarmos do que nos preocupa, ou preocupou. - partilhar dá alivio. E se em troca recebermos simpatia, isso nos acalenta...
Muito obrigada pelas bonitas palavras que me deixou referentes ao nosso casamento bem duradouro. É como lhe disse, é o amor o responsável, porque tantos maus bocados passamos,com zangas, más palavras, mas depois tudo é ultrapassado, e esquecido. É, nós não o vimos, mas o amor está em nós, e é uma amarra fantástica.
Como o Jair me deu confiança, vou dizer lhe que clic no meu blog no ano de 2010, e veja o texto Óh Tempo Volta pra Trás...
E também no 2014 mas no mes de janeiro dias 25 e 26, e os textos são:- Igreja Alagada e Bodas de Granito.
Eu penso que irá gostar, dada a sua sensibilidade.
Abraço amigo, boa saúde e boa semana.
Dilita
Querida Dilita acabei de fazer uma pequena viajem no tempo, em 2010, no teu aniversário de 44 anos de casamento, e foi bem engraçado poder comparar o que se passava naqueles tempos e no que acontece hoje...adorei teu comentário "eia tanta gente" e o taxista a dizer se não querias ninguém, gostei disso,
Excluirdentro de toda a alegria do dia, estes momentos engraçados...e novamente a comemoração a dois, tão romântico, e ao mesmo tempo empatando a viagem (escrevi viajem e viagem, tou confuso rs)...e dalhe chuva nas bodas de granito, adiando outra vez a viagem, mas não a comemoração.
Agora, A Igreja Alagada, se não dissesses que que era verdade, acharia que era um conto dos mais engraçados...hoje em dia nem as 7 da manhã se casa quem por ventura antecipou as bodas, é tão normal, que nem se casam, com sorte vão morar juntos rs. Teu comentário do padre, que pelo menos era bonito para sair na foto, achei hilário, cheguei a rir lendo, e que depois ele abandonou o clero e casou-se.
Minha querida Dilita, estou a navegar em teu blog, eu não tinha ido tão longe, pois já andava navegando...eis que encontro um gato no céu, quer dizer um gato de nuvens, eu amo nuvens, e todas as formas que ela nos dá, mas o gato é visível, adorei...e o post A Nuvem Com Perfil De Gato é perfeito, somos nós, os amigos da internet. Querida Dilita, me proporcionou uma tarde maravilhosa te conhecendo um pouco mais e melhor.Obrigado. Todo meu carinho meu respeito e meu abraço.