Meus
pequenos suicídios de todo dia, só confirmam quanto tempo tive, 50
anos, e quanto tempo terei, mas só vejo um horizonte de mar, de
rochas, de campos para logo cair num precipício sem fim. Onde todos
os poemas tristes fazem uma cama fofa para receber meu corpo
inerte...esta visão me persegue desde o dia em que nasci, assim como
a morte. Gostaria de acordar para uma vida feliz, mas felicidade
nunca foi meu forte e nunca muito presente em minha vida, mas
sorrio mesmo assim...como diria Renata, uma amiga da juventude: eu
sofro mas dou risada, eu sofro mas dou risada, e todos ríamos,
porque quando se é jovem, nos iludimos bastante, eu pelo menos, fui
um adolescente iludido com o mundo, achando que havia um
lugar para mim, mas não há. Quando começaram meus pequenos
suicídios, num ensaio para o maior, era bebê de colo, minha mâe
conta que me deixou por pouco tempo na cama dela, e quando se virou,
eu já estava no chão, sem prejuízo, disse minha mãe, havia um
tapete bem fofo. Ao longo da vida alternei momentos que esquecia da
morte e outros ela se fazia presente, sempre me espreitando, por onde
tivesse uma brecha. Assim cresci, com a sombra da morte e vários
pequenos suicídios foram cometidos por mim, mas me safei de todos
até agora, o próximo será suicídio virtual, não sei se neste
blog ou no facebook...por hora aprecio o suicídio do Sol todos os
dias no Guaíba...
quarta-feira, 13 de dezembro de 2017
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No dia em postei no blog, foi um dia terrível no trabalho, batei boca, um documento perdido, frustrada minha possibilidade de ir trabalhar na minha cidade e mais meu mal estar, acabei por tomar remédios em excesso, não muito, o suficiente para um pequeno suicídio, apaguei por 24 horas, mas a dor, o peso de minha existência continuam...eu sei que estou só, e mais uma vez me safei (Deus gosta de mim e não me quer, nem Deus me quer...)
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