terça-feira, 26 de março de 2019

OS OLHOS DE MINHA ALMA


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Naufrágio no litoral de Mostardas RS

Eu Vou Estar

Eu não vou pro inferno
Eu não iria tão longe por você
Mais vai ser impossível não lembrar
Vou estar em tudo em que você vê

Nos seus livros, nos seus discos
Vou entrar na sua roupa
E onde você menos esperar
Eu vou estar

Eu não vou pro céu também
Eu não sou tão bom assim
E mesmo quando encontrar alguém
Você ainda vai ver, a mim

Nos seus livros, nos seus discos
Vou entrar na sua roupa
E onde você menos esperar

Em baixo da cama
Nos carros passando
No verde da grama
Na chuva chegando
Eu vou voltar

Nos seus livros, nos seus discos
Vou entrar na sua roupa
E onde você menos esperar
Eu vou estar.

by Dinho Ouro Preto/Alvin L.



ps.
Não vejo mais  poesia nos teus olhos, mesmo a Lua ficando para apreciar o dia lindo que nasceu para os lados de Mostardas, aquela vidinha rural e selvagem, de ovelhas e vacas, flamingos e garças. Naõ vejo mais poesia nos teus olhos, que se fecham ao ouvir os gritos do silêncio e não se importam se a Lua brilha ou não, que sua luz vem do Sol, que as marés mudam e nõs também. Não vejo mais poesia nos teus olhos, desde o dia que apagou minha existência de tua vida. Naõ vejo teus olhos, mas sinto a poesia em minha vida, poesia que transpiro pelo poros de meu corpo, de minha alma, os olhos de minha alma; que respeita o brilho das estrelas na noite mais negra, que se rende a uma Lua bailante no céu noturno. Desde quando não vi mais poesia em teus olhos, o mundo ficaria mais triste, mas a poesia que te foge, me transborda de dor, silêncio e felicidade. Felicidade de estar livre de teus olhos opacos e sem vida. O dia hoje é lindo, para os lados de Mostardas...

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segunda-feira, 18 de março de 2019

AZIA




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"Não esconda a tristeza de mim
Todos se afastam quando o mundo está errado
Quando o que temos é um catálogo de erros
Quando precisamos de carinho
Força e cuidado"

by Renato Russo





Queima a garganta, mas não é febre, nem gripe… pensa em dragão, abrir a boca e saírem chamas, labaredas ardentes e queimantes. Coloca a mão na garganta e sente as lavas pulsantes da azia, que queima. Passado o final do final de semana, entre a TV e as paredes, o silêncio que era quebrado com as vozes que passavam lá em baixo. Se sente seguro, ouvindo as vozes da rua e naõ conseguindo entender, passavam...Pasta de dente, ótimo remédio contra azia. Deixa a cama, deixa o banho… Segue pela rua, num dia gris e pouco vento. O dia segue seu curso, seu destino. Os mesmos corredores de sempre, as escadas, os degraus que o alimenta e o destrói. E quando tudo está perdido, aparece o pior dos inimigos bailando pelas escadas que vai passar. Silêncio. Sem troca de cumprimentos, sem troca de olhares. Estavam ali, os dois, na mesma escada, no mesmo degrau. Silêncio. Ainda não aprendeu a perdoar, o que pode dificultar seu sono e a paz de seu coração. Precisou de um amigo para ajudar, e não apareceu ninguém. Nunca aparece ninguém quando se quer, ou aparece que não se quer ver ou conviver. Abriu seu diário e escreveu: tristeza. Nos olhos o desejo por um novo dia, belo e feliz.



ps. Obrigado XAVERICO,  Obrigado Fodak Tifur


ps2.
Minha querida amiga Tais, amiga, sempre feliz e agradecido por tua nobre e iluminada visita e comentário no bloguinho. Os amigos de verdade conhecem a alma do outro, e minha alma se transforma em palavras, o que tu conheces bem, teus olhos vão além das entrelinhas das linhas que escrevo, eu gosto muito disso. Reafirma o que escrevo, faz algum sentido. Rsss. Verdade, precisei me mudar e contatei com alguns supostos ”amigos” para me ajudar, e não apareceu ninguém, assim, como no meu trabalho, retornou uma estagiária, meu único desafeto no trabalho, achei que tinha me livrado, ela tinha ido para um trabalho bem legal, na área do curso superior que ela faz, ganhando bem, eu acho, e fiquei feliz por me livrar dela, pois a criatura retornou e antipática como sempre e uma voz que me dá náuseas...ela é o motivo que impede minha evolução espiritual e como ser humano, mas não vejo possibilidades de nos desculpar, mas enfim, não se tem tudo que quer, no meu caso, não tenho nada do que gostaria. Querida Tais, mudei de lugar, mas minha rotina caseira é a mesma, ou seja, a TV, os livros e os discos são minha companhia. E a solidão pode se dar dessa forma, estou no meio de uma multidão e me sinto só, pior, sinto um pânico, e prefiro o isolamento. Atualmente vivo para o trabalho e escrevo às vezes. Obrigado minha amiga, tua amizade é muito importante para minha vida. Carinho respeito e abraço.

quarta-feira, 13 de março de 2019

SEMPRE PRECISARÁ DE RIDÍCULOS TIRANOS ?

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Podres Poderes
Enquanto os homens exercem seus podres poderes
Motos e fuscas avançam os sinais vermelhos
E perdem os verdes somos uns boçais

Queria querer gritar setecentas mil vezes
Como são lindos, como são lindos os burgueses
E os japoneses mas tudo é muito mais

Será que nunca faremos senão confirmar
A incompetência da américa católica
Que sempre precisará de ridículos tiranos?
Será, será que será, que será, que será
Será que esta minha estúpida retórica
Terá que soar, terá que se ouvir por mais mil anos?

Enquanto os homens exercem seus podres poderes
índios e padres e bichas, negros e mulheres
E adolescentes fazem o carnaval

Queria querer cantar afinado com eles
Silenciar em respeito ao seu transe, num êxtase
Ser indecente mas tudo é muito mau

Ou então cada paisano e cada capataz
Com sua burrice fará jorrar sangue demais
Nos pantanais, nas cidades, caatingas e nos gerais
Será que apenas os hermetismos pascoais
Os toms, os miltons, seus sons e seus dons geniais
Nos salvam, nos salvarão dessas trevas e nada mais?

Enquanto os homens exercem seus podres poderes
Morrer e matar de fome, de raiva e de sede
São tantas vezes gestos naturais

Eu quero aproximar o meu cantar vagabundo
Daqueles que velam pela alegria do mundo
Indo mais fundo tins e bens e tais

by Caetano Veloso

ps. Parece bem atual a música postada, infelizmente atravessamos tempos sombrios politicamente, sem uma definição positiva, nada de esperança, pelo contrário estão acabando com os poucos benefícios que o povo tem direito, aposentadoria. Vivemos tempos de dor e ódio, intolerância e desesperança. A saúde fragilizada, a educação sucateada, com a desvalorização do professor, o sucateamento dos prédios escolares, com uma inflação galopante diminuindo o poder de compra dos brasileiros. Uma guerra de ideologias inúteis, o  povo passa fome e quer justiça, o que lhe é de direito, trabalha-se três meses por ano só para os impostos. A corrupção abriu um buraco negro maior do que o buraco negro do espaço sideral. Milhões, bilhões de dinheiros roubados por pessoas que deveriam gerir os bens do Estado, e simplesmente roubaram e descaradamente dizem que não e vão provar a inocência. Então, ondes está o dinheiro, pois se chegou neste estado é porque o dinheiro sumiu. Sumiu sozinho ? Enfim, acho melhor não me aprofundar, política é muito chato, mas necessário, para podermos
viver bem num Estado de Direito de todos. Caetano é um gênio e sua obra é imortal, e muito atual. conforme a música postada, que é de 1984. E esta cada vez mais     forte o fedor destes podres poderes.


Intérprete – Caetano Veloso
Compositor – Caetano Veloso
Ano de divulgação – 1984
Álbum – Velô


ps.2
Obrigado Janaina Milu

quarta-feira, 6 de março de 2019

FOLIAS DE MOMO


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mi padre ya
no estaba enojado

sonseria y me abrazó.

Yo quise decirle papi

te quiero y no me

salienron las palabr.

El me dijono importa

yo entendo.”



em el último sueño



by Silvia Zappia





FOLIAS DE MOMO





Sempre tristíssimas estas cantigas de carnaval/ paixão/ ciúme/ Dor daquilo que não se pode dizer/, já disse um poeta sobre as festas de momo. Hoje entendo perfeitamente, pois as alegres marchinhas cantas nesta festa popular, quando era popular, quando ainda era criança, quando ainda tinha a companhia de meu pai. Nestes momentos sinto o clima, o estado de espírito de meu pai naqueles dias. Havia um imenso rádio amarelo à válvula, onde ele sintonizava a rádio onde a programação fossem marchinhas de carnaval. Eu, meus irmãos e nossos amiguinhos brincávamos de carnavalazinho, enquanto meu pai se deliciava acompanhando as músicas, ora assobiando, ora cantarolando, ora tocando com sua gaita de boca. Minhas memórias nestes dias, hoje são de saudades, do meu pai, de como me sentia protegido junto dele, de como os dias eram belos e longos e felizes...saudade. A festa de carnaval ocorre como uma avalanche, ou arrastão, ou um tsiunami, varrendo o país, onde as pessoas querem aproveitar cada segundo, como se não houvesse quarta feira de cinzas. Mas há. Há também a violência. Existe sangue no carnaval. Existe melancolia. Existe saudade. Tristes carnavais de hoje, que acabam em quebradeira, vandalismos, violência e sangue. Tudo isso salpicado de confetes e serpentinas. Abrindo os olhos, vejo na televisão a última escola a desfilar, e depois a apuração...Sinto meu pai sorrindo em meu coração. E dentro dessa saudade que sinto, um suspiro de melancolia e alegria, provando mais uma vez que o amor é eterno.
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