Quando tudo o que se
esperou era paz e sossego, entra um homem bomba e morremos ou nos
ferimos, mas sofremos mesmo assim com a dor alheia, com a destruição
das casas e igrejas e sonhos. Respirar profundamente, pensando em
Deus e seus anjos, para que amenizem esta intolerância, o ódio que
destrói vidas, trocá-lo pelo amor que salva...Como crianças
perdidas na floresta, fugindo do lobo mal e da casa de doces da
bruxa, vamos correr nos campos abertos e respirar o ar puro da pampa.
No Sri Lanka ou no Rio de Janeiro somos metralhados, somos destruídos
como nada, e nada não somos, somos tudo que quisermos ser de bom...a
liberdade se limitou ao nosso cérebro, se sair um pensamento, já
não somos mais livres, pois sempre haverá alguém cheio de ódio
para nos atirar pedras e falar mal de nós na internet. Quando estou
deitado em casa pensando na minha vida, não tenho tempo para cuidar
a vida do vizinho, mas ele perde seu tempo cuidando da minha vida. E
meu cão late, como se ouvisse o barulho de uma explosão. Tempos
passados e distantes, uma leve memória de felicidade, de
paz...éramos inocentes crianças brincando de ser feliz, correndo
livres na rua, ciranda cirandinha vamos todos cirandar...Oremos à
Deus pedindo paz. Olhemos nossos vizinhos e vamos dizer bom dia. Não
viremos as costas para quem pede comida em nossa porta. Vamos
responder aos bons dias de todos, todos os dias. Devemos perdoar quem
nos metralha? Devemos perdoar que explode igrejas nos festejos da
Páscoa? Eu não sei, mas não desisto de Deus, não desisto de minha
boa vontade. Não desisto de dizer BOM DIA.
quarta-feira, 24 de abril de 2019
terça-feira, 2 de abril de 2019
OS PASSOS JÁ NÃO SÃO OS MESMOS
E
quando se está cansado de tanta malcriação do tempo, podemos
perceber as rugas do rosto tateando com as mãos. Os passos já não
são os mesmos, agora lentos, como se fossem a lugar nenhum,
percebendo-se um leve arrastar de calçado. Disseram-me que
caminhamos a passos largos para a morte, mas nem tão rápido assim.
Taxas são cobradas a cada esquina, onde deixamos nossas almas, nossa
sombra, como Peter Pan, mas não voaremos nunca, para a Terra do
Nunca. Os olhos outonais que derramam tanta melancolia, ainda não
acordaram para última volta no Cabo da Boa Esperança. Não
retornaras a tua infância perdida, as cirandas ficaram lá, neste
túnel do tempo. Irreconhecível hoje. Mesmo entoando velhas canções
de ciranda, o tempo não perdoará, nem se comoverá com teus gritos
infantis lá do fundo do passado, mal passado. E quando não se ama,
e se quer amar? Quem devemos procurar ? E quando o ódio e a mágoa
corroem a alma, o que fazer ? Perguntas, perguntas, perguntas. E a
resposta geralmente está em nossos corações, em nossas atitudes
diante da vida e dos fatos que nos consomem. O tempo nos cansa e nos
separa e nos põem a prova, ditando os segundos que perdemos não
olhando um jardim com flores, da primavera de nossas vidas, hoje
outono, sereno, tranquilo, silencioso e velho, mas com forças ainda
de se mover, lentamente como um molusco na terra, já arrastando os
calçados.
segunda-feira, 1 de abril de 2019
NÃO ESPERO NADA DE TI
Não
espero mais nada de ti
Nunca
esperei na verdade
Nem
sei porque fiz sinal de fumaça
Se
poderia te acertar com um dardo pra dormir
Ou
te matar
Não
espero tuas palavras que ecoam no dial
E
se perdem nas ondas curtas
De
um velho coração dividido entre o amor e a morte.
Amor
e Morte.
Mesmo
que de teus olhos escorra leveza
Sei
de tua tribo antropofágica
Mas
antes disso já devorei teu olhar
Tão
leve e tão livre…
Não
espero que me encontres num sonho
Ou
me atropele com um furgão…
Eu
já estava morto por dentro
E
sem esperança
de
esperar demais meu nome em tua boca
Não,
eu não espero nada de ti.
by Jair Machado Rodrigues
ps.
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