quinta-feira, 5 de setembro de 2019

CANTAREMOS O MEDO DOS DITADORES


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Congresso Internacional do Medo

 
Provisoriamente não cantaremos o amor,
que se refugiou mais abaixo dos subterrâneos.
Cantaremos o medo, que esteriliza os abraços,
não cantaremos o ódio porque esse não existe,
existe apenas o medo, nosso pai e nosso companheiro,
o medo grande dos sertões, dos mares, dos desertos,
o medo dos soldados, o medo das mães, o medo das igrejas,
cantaremos o medo dos ditadores, o medo dos democratas,
cantaremos o medo da morte e o medo de depois da morte,
depois morreremos de medo
e sobre nossos túmulos nascerão flores amarelas e medrosas.

by Carlos Drummond
 de Andrade
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4 comentários:

  1. Super atual, até parece que foi escrito ontem!
    Estamos vivendo tempos de trevas e isso vai passar.
    Um grande abraço, meu amigo.

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    1. Meu querido amigo Xaverico, muita alegria ao te receber por aqui, obrigado pela visita...amo este poema, já postei outras vezes, gosto dele especialmente em setembro, quando os ipês amarelos florescem, mas o link é esse, estamos adentrando tempos de trevas, tempos tristes de retrocessos históricos e morais, aguardemos com fé, os próximos passos da humanidade. Carinho respeito e abraço. Muito bom te ter por aqui, obrigadão.

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  2. Caro Jair,
    "Sobre os nossos túmulos nascerão flores amarelas e medrosas"... Acho que Drummond de Andrade tem razão nesta metáfora, e todo o poema é encantador. Há razão para vivermos com medo, e ter medo do que estará para vir. Só nos resta confiar, mesmo sem convicção. Abraço e melhor saúde.

    Querido amigo, as minhas desculpas pela ausência, nunca esquecimento, porque como sabe eu valorizo a amizade, e nem a distância se sobrepõe pela negativa. Mas agora estou aqui de novo, e venho com "boas ideias." Beijinhos para a sua Mamã, e um abraço forte ao meu amigo e parente brasileiro Jair.
    Dilita

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    1. Minha querida Dilita, minha adorada parente portuguesa com certeza, ér sempre um imenso prazer te-la pór aqui, eu também ando meio ausente do meu blog, mas nunca abandono ele, eu preciso para desabafar e encontrar os amigos mais queridos. Ipe amarelo é minha árvore preferida, tão linda eu acho, e setembro é o mes dela por aqui, estamos entrando hoje na primavera. Minha mama está bem, graças a Deus e meu cusco Teimoso também.
      Aqui as coisas políticas andam bem estranhas, este novo presidente é um perigo, fala muita asneira, enfim, e fica tudomuito dúbio, ele dizdiz, rediz, uma confusão...sem falar do esmagamento da Educação, Saúde e das políticas públicas...cada país tem o governante que merece...eu não mereço, mas a maioria do país quis, agora, toma. Muito bom te ter por aqui minha amiga de além mar. Carinho respeito e abraço.

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