-Como um Quintana que despencou do céu por descuido e passa a zanzar pela terra inventando poemas, semeando poesia (um silêncio)...assim sinto em meu coração ao ouvi-lá cantar Valerie – Bem, ás vezes eu saio/ sozinha e olho através da água/ E eu penso em todas essas coisas, no que você está fazendo/ E na minha cabeça desenho uma imagem/- ou You know I'm no good – Eu me enganei/ Como eu sabia que enganaria/ Eu te disse que eu era problema / Você sabe que não sou boa. E a menina Amy segue meu caminho contrário de sentimentos, despenco do céu e ela afoga-se num poço de vinho...
E como um vento passageiro, estiveste em minha vida, balançou forte as árvores que me sustentavam no chão, perdi meus escritos de papel solto, quando a janela se abriu e aquela música invadiu...doce tempestade, amargo veneno, sono eterno em que perco essa voz aos poucos. Abrindo o silêncio de campos solitários, como minha alma, como minha alma...
Logo chegará o tempo da falta de tempo e de luz, da loucura desenfreada pelo silêncio ou por esta voz...uma música ao longe lentamente tomará forma de vida, deixando o corpo morto em cinzas, em fumaça, em música, em silêncio. A aventura que se permitiu viver no pouco tempo que resta, deste relógio mágico e mecânico do coelho da Alice, apressado, apressado...
Ou Tears dry on their own – Ele vai embora / O sol se põe / Ele leva o dia embora, mas sou adulta / E do seu jeito / Neste tom triste / As minhas lágrimas secam sozinhas... - É muito difícil quando se tem dez anos e o mundo abre as portas da percepção, sendo praticamente uma criança abandonada a própria sorte da vida e da morte, por isso mesmo um espírito libertário, que transcende a própria carne, a própria vida e sendo arte pura, bruta, delicada, sonoramente profunda e finita no infinito .
Convidado para voltar a um funeral que não estive, levarei flores amarelas. Levarei minha dor e saudade também.
ps. Sempre desejei escrever algo de alguém que conheci e marcou muito sua passagem por esta vida e Amy Winehouse estava faltando neste blog, embora em algum post devo ter escrito que a estava ouvido, também comentei da sua morte, estava tomando café com meu pai quando minha irmã me contou, lembro de ter falado com meu pai sobre ela e ele ter ficado me ouvindo e talvez, não entendendo minha tristeza por uma morta, geograficamente tão longe de mim...e de outra sorte, servirá este post para fechar um ciclo de 4 anos deste blog. (niver 20 de maio).
ps.2 A foto é de uma instalação do artista plástico italiano Marco Perego.
ps.3 Obrigado por ler.
Olá meu amigo
ResponderExcluirTambém senti muito e tenho saudades. Sua voz incomparável ficará registrada para sempre em meu coração.
Grande e forte abraço.
Meu mui querido amigo e único comentarista deste blog rs prof. Elian. Como não posso fugir aos meus instintos e gostos mórbidos, como niver de 4 anos me dei este post...Amy representa muita coisa, uma espécie de referência para estes tempos em que vivemos e ela fez mais que uma trilha sonora, eu me encantei com aquela menina e depois aquele cabelo, uma figura, sua música entre o moderno e o tradicional, o lamento dos negros, o lamento de toda uma geração, que se não se cuidar estará completamente perdida logo, logo...mas o que mais me encantava era aquele amor dela, completamente destruidor, eu que deixava de acreditar no amor quando a ouvi pela primeira vez, éramos contrários, mas seu canto, era encantador e eu me rendi. Meu querido amigo é o fim de um processo neste blog e em mim, sentirei saudades de teus comentários, que fazem este blogueiro feliz...relendo este post percebo uma espécie de redemoinho nos meus escritos, uma repetição, talves necessária para mim como exercício na arte de escrever, e muito chata pra quem lê, além de mim rs (e tu meu querido amigo). E como tu dizes meu querido amigo, coisas incomparáveis que ficam gravadas no coração, como a Amy, como teu companheirismo neste tempos tristes de minha vida, aqui no meu blog. Estou profundamente agradecido profundamente meu prof. Meu carinho meu respeito meu abraço.
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