Já fazem alguns dias, acho que na verdade meses que não o vejo, que não lhe dou um abraço. Chego ao portão próximo do meio dia e vejo as crianças voltando da escola, correndo ao encontro dos braços de seus pais, e eu aqui, parada no portão, quase me arrastando para ter essa lembrança um pouco mais forte, como se fosse possível, pois foi a única coisa que restou. Meu filho não veio correndo para meus braços, ele não é mais um menino; nem me telefonou para saber se vivo ou morro. Me alegra o coração a gritaria dessas crianças, pena que nenhuma chegou aqui. Não tenho mais crianças. Ele cresceu e foi embora e nunca volta, nunca volta...
...Toca o telefone, e muito devagar ela se encaminha para atendê-lo, quando ouve a voz sumida há muito tempo, do outro lado:
Oi mãe, tá bem ? - ela não acreditou, era ele, já não fazia idéia do tempo que não o via, desde, desde há muito tempo. Continuou – mãe, nasceu teu neto, mas como foi de cesariana acabamos nos ocupando muito, é trabalho, a vida, a senhora sabe...depois nos mudamos... - do outro lado do telefone, ela ouvia aquela voz quase perdida, nunca esquecida, e agora, ali, ela ouvia sofrega, bebendo cada sílaba das palavras pronunciadas pelo filho distante, a espera do convite, do chamado, então ele diz:
Mãe, eu estava pensando, já faz algum tempo que não nos vemos, eu sinto saudade, então achei um tempo para te encaixar, daí vou te buscar e poderás conhecer teu neto, e depois te levo de volta.
Ela quase não acreditou no que ouviu, que seu filho que não via há muito tempo, aparece, por telefone e diz na sua cara que vai achar uma buraco e encaixá-la, o que não está muito distante do enxotá-la, ser usada e descartada pelo próprio filho, aquele que mamou até os três anos nos meus seios, que não dormia sem a minha presença, que eu dei todo o meu amor incondicionalmente, deixei de sair, viver, dormir, para cuidar com todo o meu carinho e na primeira oportunidade, desaparece, agora que precisava de alguém, um apoio, um sorriso, ele só quer me encaixar e depois desencaixar e jogar lá no fundo do baú, caso algum dia lembre e de vontade de sentir um amor incondicional.
De cortar o coração! Minha mãe, que vive distante de mim, fisicamente, não há como encaixar, pois ela me completa. Pobre do filho que põe sua mãe em segundo plano. Ótimo texto para refletirmos, Jair! Abraço!
ResponderExcluirObrigado meu poeta Anderson, pela visita e comentário tão amável e seincero, e dize algo muito importante, não há encaixe, somos complemetos um do outro, mais eu dela. Vamos refletir e amar o máximo, se ainda os temos. Valeu poeta. Carinho respeito e abraço.
ExcluirBelo texto! Obrigado pelo comentários! Gostei desse seu texto, sensível e, infelizmente, uma realidade.
ResponderExcluirEu que agradeço caro jhones, foi um prazer e um grande achado chegar no teu blog, que adorei. obrigado pela visita...que bom que achou sensível, mas de fato, apesar disso aqui ser uma invenção, é a mais pura realidade. Carinho respeito e abraço.
ExcluirInfelizmente filhos crescem e muitos desaparecem, deixando os pais de lado.
ResponderExcluirOlá meu querido Ro Fers, filhos ingratos, temso muitos, eles esquecem que terão seus filhos epara eles será natural abandonar o pai, aqui se planta, aqui se cplçhe. Obrigafdo pela visita, tiou sempre dando uma olhado no teu blog DESABAFO e comento sempre que posso e entendo rs. Muito obrigado pela presença. Carinho respeito e abraço.
ExcluirÀs vezes, as pessoas deixam o tempo passar e se esquecem os queridos. Digo, isso é um pouco radical, triste e trágico. A mãe deveria ter uma conversa (demorada) com esse filho desnaturado.
ResponderExcluir::::
{Emilie Escreve}
`As vezes deixamos passar o tempo, é um defeito meu, deixo para amanhã, amanhã...mas pais acho diferente que todo o resto. É uma tentativa de um conto que escrevi (não classifico muito, apenas escrevo e posto). Poderíamos dar mais saídas e possibilidades, mas sabemos que a ingratiudão é inerente ao ser humano. Obrigado por vires aqui mais uma vez Emilie - Emily Dickinson minha poeta, também favorita rs.
ExcluirCarinho respeito e abraço.
Pode até soar careta ou datado mas - pra mim - família é tudo nessa vida... ainda mais a mama! Sou - no melhor conceito dessa expressão - um grande "filho da mãe"... hehehe! Lindo texto, Jairzito!!! Boa semana e hugzão pra ti, caro amigo!
ResponderExcluirMeu precioso amigo Fred, acredito no que dizes, sou assim também, e um grande "filho da mãe". Obrigado querido amigo. Sempre muito boa tua presença neste blog, muito mesmo. Carinho respeito e abraço.
ExcluirOlá, amigo Jair, esse seu texto dá o que pensar! Triste, sim, e muito real - mais do que pensamos. Fui lendo e lembrando de alguns casos que conheço, que me contam; de mães que sofrem muito com tal ausência.
ResponderExcluir‘Encaixar a mãe... Uma horinha para ela’. Que absurdo. E mães são assim, ainda se emocionam com tais descasos; se emocionam com migalhas.
Sabe, Jair, o sentimento de ingratidão é um dos sentimentos que mais me abala. É um sentimento que deixa transparecer todo o egoísmo de pessoas que não sabem e não conseguem amar. Vivem sugando. Vivem dos outros, mas para elas. Abomino esse tipo de gente, pois trazem na bagagem outros tantos sentimentos negativos. Gostei de seu texto, você tocou com muita sabedoria no sentimento de mãe, mostrou o que é um amor incondicional.
Gosto desse tipo de texto.
Grande abraço, amigo!!
Querida amiga Tais, sempre sou feliz com tua rica presença neste bloguinho, tuas palavras são sempre bons sinais sobre mim, obrigado. Gosto quando dizes: gosto desse tipo de texto. não só o gostar que me deixa feliz como - tipo de texto - gostei deste teu olhar sobre isso, tou numa busca, prometi para mim quando retornei rs, e não poderia ter melhores palavras para me dizer, quem sabe esse é o caminho (divaguei), mas é verdadeiro este meu sentimento.
Excluir"É um sentimento que deixa transparecer todo o egoísmo de pessoas que não sabem e não conseguem amar. Vivem sugando. Vivem dos outros, mas para elas", muto mais a refletir após ler um comentário assim...tentei desenvolver um 'encaixe' sofrido por uma amiga, depois quando acabei dei para ela ler, e ela, gostou, se identificou, mas me disse que era uma história, não a dela, e não era, e era, vou tentando...mas acima de tudo amo minha mãe, meu pai e quero ter as melhores recordações quando, por Deus, eles não mais estiverem comigo. Obrigada sra. Luso, por nobre presença.
Carinho respeito e abraço.
Filhos são feitos pro mundo, não pra guardar pra nós, né? Triste, mas é verdade ):
ResponderExcluirEnfim... muito bom revê-lo! Não permita que opiniões alheias lhe impeçam de fazer o que gosta. Poste sempre! Faça o que der na telha! O que os outros pensam é problema dos outros (:
beijo
Olá Menina Hellz...grande verdade, nascemos para morrer, mas antes podemos tomar o mundo...mas os pais sabem disso, pena que é tão complicado fazer isso tudo com simplicidade, mas nós humanos adoramos criar uma neura, inventar um sentimento, enfim...mas em se tratando dos nossos amados pais, devemos amá-los mesmo e lidar da melhor maneira e manter o maior contato possível, isso só faz bem.
ExcluirHellz, muito obrigado mesmo, pelas palavras sobre minha suposta parada forçada rs, eu sei, não deveria, mas na verdade eu fico com raiva de mim, como vacilar de tal jeito, que vontade de me esbofetear rs...mas teu conselho já está enraizado em mim, postar sempre (que risco rs). Desse breve tempo que nos conectamos Menina Hellz, comprova para mim que existe carinho entre seres que usam esta ferramenta, através de sabe-se Deus que forma, mas passamos a pensar nestes seres, ter sentimento por eles, mesmo sem se ver, é algo meio louco né ? É um sentimento que sinto por ti Menina Hellz, blogueira de prima.
Carinho respeito e abraço.
A índole de um filho é moldada pelos pais com muita dificuldade, e mesmo com tamanho esforço alguns seguem caminhos tortos.
ResponderExcluirSe cada pessoa soubesse a falta que uma mãe faz tenho certeza que correria todos os dias para seus braços, independente de tempo e ocupação e lhe encheria de beijos.
Só quando não a temos que sabemos a falta....
Obrigado pela visita...é sempre um prazer recebe-lo no blog.
abração.
Olá Rafael, não imaginas o prazer que sinto ao recebê-lo aqui, teu blog foi uma de minhas grandes descobertas, não é o primeiro post que lembro do que li lá que me inspirou, a forma que escreves é coloquialmente atraente, consegues expor em palavras o que pensamos, enfim, foi o que encontrei por lá...
ExcluirPois é Rafael, um amiga que dizia, como é que pode, nasceu tão bem, a família é rica e estruturada, e ele rouba, pra que? me indagava ela, e ela mesma me respondia, é sangue ruim (nada a ver com a amiga do Harry Potter rs).
Se pudessemos imaginar a falta que este ser mágico chamado MÃE nos faz .
"Só quando não a temos que sabemos a falta...."
ps. Meu carinho meu respeito minha admiração e meu abraço.
Fala, queridão!!! Tô pensando em tatuar a Hanna Montana tb... que tu achas??! Hahahahahaha! Hugzão e ótima quarta pra ti!
ResponderExcluirPreciosos Fred, essa gente tem 'corage' e completamente sem noção, para nossa alegria rs. O problema da tatuagem da dita é que ficou muito feia, e ela até que eu gosto (gosto de uma boa barraqueira pop).
ExcluirSe tu ficares na semana da criança grande para sempre, até daria para entender (eu acho) uma tattoo da Hanna Montana ? Que mente mais louca essa tua rss. Não só terei uma ótima quarta como o resto da semana. rs. Carinho respeito e abraço.
É meu amigo... os filhos crescem, vão viver a própria vida e, infelizmente, muitos deixam os pais para trás... É difícil, é triste, mas é a realidade. mas é tudo tão complicado nessa história de ser pai e mãe, e criar filhos e tentar reter e deixar ir...não tem fórmula certa para criar filhos, nem para educar, nem para manter, nem para soltar... Hoje eu olho para a Chefinha, com 12 anos de idade e, graças a Deus, tão criança, tão como deve ser uma criança nesta idade, cheia de mimos, de senãos, sempre pedindo colo na hora de dormir e ter responsabilidades, mas ao mesmo tempo já me dispensando quando está imersa na sua "tribo" pré adolescente... penso que daqui a mais um ano ou dois estarei relegada ao lado "chato" da vida dela, o que cobra, exige, esse lado que tenta transformá-la em uma pessoa, cidadã, responsável, etc... já sinto saudades... mas também sinto falta do meu tempo e espaço, já que sou mãe e pai ao mesmo tempo... no fim, acho que só o amor que passamos e construímos, só a relação de afeto, respeito e admiração que criamos ao longo de toda a vida de nossas crianças é o que funciona no final das contas.... eu fico aqui torcendo para não me anular no que preciso fazer por mim mesma, mas ao mesmo tempo, não deixar de construir este vínculo tão fundamental e que dura pra sempre. Beijos meu querido.
ResponderExcluirContinuando rs...
ExcluirMinha querida Anaís, as palavras são necessárias em minha vida, assim é que aprendi a me expressar...este conto, ou seja lá o que foi que escrevi, partiu de um fato real, uma mãe me falou do 'encaixe' que sua filha falou, marcando um encontro...vou tentar fazer isso de vez em quando, uma idéia e desenvolver através de um 'conto'..mas vem junto todas as angústias e incertezas do futuro, do meu futuro: não tenho filhos e provavelmente não os terei, e se tiver, não é garantia de nada...teu comentário deixa bem claro que o amor incondicional é do pai para com o filho e nem sempre o contrário é recíproco. Acredito que estás no caminho certo (sic - mas o que é certo? ) na forma de participar da vida de tua Chefinha, acredito que só com diálogo aberto, sinceridade na relação, respeitar para adquirir respeito, não termos só filho, mas um amigo, um companheiro que se pode dividir nossas dores e angústias, as alegrias, os passeios (to divagando).
Amiga Anaís nunca me canso de conversar contigo, temos muitos pensamentos em comum, acho que seria muito divertido uma conversa nossa, como essas que temos através de nossos blogs. Saudade sempre minha amiga, e que o AMOR vença. Carinho respeito e abraço.