quarta-feira, 26 de novembro de 2014

CAMINHOS TORTOS


Desde quando atravessei aquela rua, comecei a perder a vontade de escrever... poderia ter sido atingido por um raio, um egum ou um obsessor ou tua falta em minha vida. Desde quando parti a procura de uma paz que não sentia mais, vindo a recuperar assim que cheguei nesta cidade. Gosto desse ar bucólico, gosto demais deste céu, me parece mais azul, e as nuvens, as nuvens apresentam formas e tamanhos que jamais presenciei. Seria o paraíso, não fosse esta indisponibilidade para escrever, esta preguiça e a falta de vontade. Meu cérebro continua a criar, inventar, refletir e contar histórias, mas em silêncio, dentro de mim e não chegam a meus dedos, e muito menos num papel. Fico procurando motivos palpáveis, mas nada me vem...
Assim passei dias, até que:
Medidas extremas para situações, ainda não extremas,  mas com grandes possíblidades.
Não ouvirás minha voz, nem as lamurias, nem as canções, nem as juras de amor e nem as palavras de ódio. Não ouvirás.
O caminho contrário.
Caminho com passos de moonwalker, já estou no interior do interior do país...se retroceder mais acabarei no útero de minha mãe (o que não é má idéia).
Casulo.
Me esconder do mundo.
Esta cidade é bem pequena, achei que morreria aqui, mas acho que é um processo irreversível...vou buscar um lugar menor, com menos gente, um isolamento da civilização.
 
ps. Achei que não pediria socorro, que estaria a salvo aqui tão longe de tudo, mas a maldade não tem tempo nem espaço, se propaga como um rastilho de pólvora atrás de mim, empurrando-me para o abismo, sendo os poucos espectadores deste lugar, mais sádicos que as duas maiores torcidas de futebol deste Estado. Não quero me arrepender, mas já choro de pena de mim, de minhas escolhas estúpidas, dos caminhos tortos que sigo, e das pessoas infelizes que insistem em falar comigo, vomitando todo o mal que guardam dentro de si, sobre mim. Como disse meu amigo blogueiro Marcos Campos:   "Por mais que nos matem, a gente perde um jeito e arranja outro, mas sempre volta a sorrir, não é mesmo ?"  É isso aí, meu amigo.

segunda-feira, 24 de novembro de 2014

DESAFIO DA MADI

Recebi este desafio da blogueira Madi, e para não quebrar a corrente lá vai:

              Quais eram suas 4 brincadeiras prediletas?
       .    Brincar com nuvens do céu – ficava deitado no chão, horas e horas ( o tempo para criança não             passa) olhando o céu, e brincando com as nuvens que se transformavam no que eu quisesse e sempre me surpreendiam com coisas que não havia imaginado, era quase mágico, pena que não dividia com ninguém, pois morava com meus avós.
    .Brincadeira de roda e variantes – ainda com meus avós, havia uma família evangélica, mesma religião de minha vó, e começaram a fazer parte das pessoas confiáveis, que ela permitia que eu brincasse, e para minha felicidade, havia um monte de crianças, sendo o caçula da minha idade, então todos nos cuidavam...havia um momento da tarde que todos brincavam juntos,aprendi (já esqueci rs) todas as cantigas de roda e suas coreografias :...”atirei o pau no gato-to...;se a canoa virou vou deixar ela virar, foi por causa do fulano que não soube remar..., passa,passará quem deixou ele passar...”

    Quando voltei a morar com meus pais, já com 6 a 7 anos, nova escola, novos amiguinhos – que demorei um pouco para aceitar,mas desfeito susto, sai jogando futebol pelas ruas, campos, onde houvesse uma bola e outro guri, estava feito jogo – na verdade nunca joguei bem, mas gostava de correr atrás da bola, - continuo gostando de assistir jogos de futebol.

  1. Fui apaixonado por bolinhas de gude, juntei montes, ganhei montes, perdi montes também.. Gostava do material delas, aquele vidro compacto com variações por dentro, verdadeiros mundos se escondiam ali dentro...acho que transferi esta paixão de criança por bolinhas de gude de vidro, por pedras ou cristais semipreciosos, quartzos e afins.
Quais foram seus 4 filmes prediletos na infância ?
1. O FANTÁSTICO DR. DOLITLLE, filma de 1967, ano em que nasci, mas fui assistir numa sessão da tarde e nunca mais esqueci, o dr. que falava com animais e preferia viver entre os bichos do que com seres humanos (sou meio assim, por isso tou indo cada vez mais para o interior do Brasil rs), e sai numa aventura pelos mares para encontrar o Caramujo Cor de Rosa.
2. O BELO ANTONIO, filme de 1960, que assisti numa madrugada qualquer anos depois, após todos dormirem (minha insônia remonta minha infância),com Marcelo Mastroianni e Claudia Cardinale, ambos lindos (eu era uma criança de bom gosto rs) e mesmo  com meus 9 ou 10 anos já entendi que ele não era gay e sim impotente.
3. QUASE TODOS OS FILMES DOS TRAPALHÕES, sendo que ia assistir na matiné de domingo em um dos dois cinemas que haviam na minha cidade, eu disse haviam.
4. QUASE TODOS OS FILMES DO TEIXEIRINHA, também assisti na matiné dos cinemas da minha cidade, que não existem mais. Preciso dizer, a cidade que moro hoje, foi onde assisti meu primeiro filme num cinema e era Teixeirinha (um musico regional que atuou em alguns filmes), por ser muito pequeno, foram obrigados a me levar junto, não tinham onde me deixar. Foi onde me apaixonei por cinema.



Qual era o medo que você tinha?

Eu achava que era de escuro, pois após apagarem as luzes não conseguia mais dormir, então era aquele choramingo, reclamação do pai e minha mãe levantando para ver o que era, mas era insônia infantil, então para não atrapalhar o sono dos outros, foi liberada a tv para eu assistir na noite.

Qual era seu desejo de consumo?
Só tive um, por um breve período, queria muito um Forte Apache, mas só consegui alguns homenzinhos, uns indiozinhos e um cavalinhos...

Quais eram os  personagens infantis favoritos ?
Aqui deveria fazer uma lista, pois amo desenho até hoje, mas...
Desenhos de super heróis, era apaixonado, havia um em especial que eram desenhos praticamente estáticos,lembro do Hulk, Capitão América, o Princípe Namor (acho que é o avô do Aquaman rs)...
O Urso do Cabelo Duro e Zé Colméia
Zé Buscapé
Pica-Pau, o mais cruel de todos, então esta lista está incompleta....

Comparando as crianças daquela época com as atuais, em seu ponto de vista, qual ponto positivo e negativo

Para mim, basicamente, a inoscencia, as de hoje deixam de ser inocentes bem mais cedo...e um grande problema, que é a falta de educação das crianças fora de casa, na escola, na praças, nos campinhos de futebol, hoje elas são mais violentas, não respeitam os mais velhos de jeito nenhum, mas a culpa não é deles, mas de quem os educa, ou seja, da família. Positivo, as crianças tem muito mais recursos e mais opinião e negativo é que as crianças tem muito mais recursos e mais opinião...


 Bloguinho da Madi
Eis uma feliz descoberta, um texto muito interessante, falando de coisas que pareciam distantes de mim, bastou ler a primeira linha e me identificar, e gostar e logo me apaixonar por esta meninasenhora encantadora, com um pique  maravilhoso, é mãe, mulher, abandonou a advogacia (o que mais me apaixonou nela), pois quando estava cursando, eu e um amigo sempre falávamos, quando alguém vai abandonar este curso maldito rs...ninguém abandonou...anos depois encontro Madi, com seu jeitinho Madi de ser. Muito obrigado querida Madi, por lembrar de mim.

Obrigado também ao Fael, que até deixou a minha disposição para o desafio, muito obrigado,m mas Madi chegou primeiro. 

Quanto a indicar alguém ou outros, não posso, é uma maneira de me proteger, tenho medo de rejeição, não aceitarem, eu ficaria arrasado, muito triste mesmo, então não indico...sou assim, me magoa fácil, por isso o mundo virtual me oferece certa proteção, que na vida real não tenho. Sejamos amigos neste nosso mundo...

quinta-feira, 20 de novembro de 2014

RUA MARINHEIRO JOÃO CÂNDIDO



 
 
Tenho heróis, muitos, seres fantásticos que ganharam minha admiração, geralmente pelos feitos, onde o que importava, não era sua glória, sua vitória, mas uma conquista para o bem de todos...Na minha adolescência, na busca de identidade, sempre necessitei me encontrar, me entender, me explicar para mim mesmo, na  busca de um aprimoramento enquanto ser humano que sou.
Foi na adolescência que descobri também o preconceito racial, e não conseguia entender, ou comecei a entender a segregação...mas o esporte sempre me salvou e socializou, jogava handebol (fui campeão gaúcho regional em 1982, infantil rs). Mas comecei outra busca, espelhos, referências negras que pudesse me identificar. Zumbi abriu-me as portas e os olhos para algo que passou despercebido, ou, não ensinado na minha alfabetização e ao longo do curso ginasial e até na faculdade. Reaprendi a estudar história, a mesma história contada nos bancos escolares, só que com a visão de quem sofreu a história na pele, na cor da pele.
E nessa busca de heróis negros,conheço a história do marinheiro João Cândido. Herói nacional,lider da última grande rebelião pela liberdade, contra o açoite de chibatas que existia na Marinha Brasileira. Invoco  João Cândido para reforçar este 20 de novembro dia nacional da consciência negra, na minha alma, na minha memória, na minha consciência.
 
ps. Não acredito em coincidência, e sim em sincronicidade...mudei de cidade, tou me readaptando a conviver em sociedade rs e meu endereço fica na rua Marinheiro João Cândido, cidade lindeira da cidade de nascimento de João Cândido.
 
ps. Recebi da blogueira Madi,do bloguinho da Madi uma tarefa, que me comprometi em realizar neste blog, por falta de tempo e leseira habitual ainda nãoo fiz, mas já agradeço esta amiga blogueira pelo carinho me oferecndo esta prenda. Não posso deixar de dizer que no blog do meu amigo Fael, do Baú do Fael, também deixou emaberto, caso eu quizesse aceitar...adorei...embora játenhame comprometido com a podersoa Madi, fiquei deveras lisonjeado com este afago do Fael.

terça-feira, 4 de novembro de 2014

A CADA VEZ QUE ME MATARAM





Os dias tristes de outrora se apresentam bailando com os ventos, sobre minha  casa, para além de minha alma. Os minutos que se seguiram foram de pura expectativa. Nunca pensei em andar do teu lado, seguir junto esta estrada, muito menos no teu lugar...não temos lugares marcados neste mundo,. apenas um aviso: no final todo mundo morre.
Do horizonte verde que vislumbro toda manhã quando acordo, agora as cumulus nimbus preparam-se para descarregar todos os raios, nas árvores inocentes, cravadas no chão. E mesmo que eu corra sob a tempestade, sairei ileso e não menso triste e não menos feliz. Apenas caminharei neste caminho, cujas marcas de passos no chão, apenas dizem que não estou só, como sempre pensei, e que não há lugar marcado neste mundo, e sim, conquistas

Da vez primeira que me assassinaram
Perdi um jeito de sorrir que eu tinha...
Depois de cada vez que me mataram,
Foram levando qualquer coisa minha...
Da vez primeira que me assassinaram
Perdi um jeito de sorrir que eu tinha...
Depois de cada vez que me mataram,
Foram levando qualquer coisa minha...
E hoje, dos meus cadáveres, eu sou
O mais desnudo, o que não tem mais nada...
Arde um toco de vela amarelada...
Como o único bem que me ficou!
Vinde, corvos, chacais, ladrões de estrada!
Ah! desta mão, avaramente adunca,
Ninguém há de arrancar-me a luz sagrada!
Aves da noite! Asas do horror! Voejai!
Que a luz, trêmula e triste como um ai,
A luz do morto não se apaga nunca!
Arde um toco de vela amarelada...
Como o único bem que me ficou!
Da vez primeira que me assassinaram
Perdi um jeito de sorrir que eu tinha...
Depois de cada vez que me mataram,
Foram levando qualquer coisa minha...
Da vez primeira que me assassinaram
Perdi um jeito de sorrir que eu tinha...
Depois de cada vez que me mataram,
Foram levando qualquer coisa minha...
E hoje, dos meus cadáveres, eu sou
O mais desnudo, o que não tem mais nada...
Arde um toco de vela amarelada... [Depois de cada vez que me mataram, voltaram]
Como o único bem que me ficou!
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