Os dias tristes de outrora se apresentam bailando com os ventos, sobre minha casa, para além de minha alma. Os minutos que se seguiram foram de pura expectativa. Nunca pensei em andar do teu lado, seguir junto esta estrada, muito menos no teu lugar...não temos lugares marcados neste mundo,. apenas um aviso: no final todo mundo morre.
Do horizonte verde que vislumbro toda manhã quando acordo, agora as cumulus nimbus preparam-se para descarregar todos os raios, nas árvores inocentes, cravadas no chão. E mesmo que eu corra sob a tempestade, sairei ileso e não menso triste e não menos feliz. Apenas caminharei neste caminho, cujas marcas de passos no chão, apenas dizem que não estou só, como sempre pensei, e que não há lugar marcado neste mundo, e sim, conquistas
Da vez primeira que me assassinaram
Perdi um jeito de sorrir que eu tinha...
Depois de cada vez que me mataram,
Foram levando qualquer coisa minha...
Perdi um jeito de sorrir que eu tinha...
Depois de cada vez que me mataram,
Foram levando qualquer coisa minha...
Da vez primeira que me assassinaram
Perdi um jeito de sorrir que eu tinha...
Depois de cada vez que me mataram,
Foram levando qualquer coisa minha...
Perdi um jeito de sorrir que eu tinha...
Depois de cada vez que me mataram,
Foram levando qualquer coisa minha...
E hoje, dos meus cadáveres, eu sou
O mais desnudo, o que não tem mais nada...
O mais desnudo, o que não tem mais nada...
Arde um toco de vela amarelada...
Como o único bem que me ficou!
Como o único bem que me ficou!
Vinde, corvos, chacais, ladrões de estrada!
Ah! desta mão, avaramente adunca,
Ninguém há de arrancar-me a luz sagrada!
Ah! desta mão, avaramente adunca,
Ninguém há de arrancar-me a luz sagrada!
Aves da noite! Asas do horror! Voejai!
Que a luz, trêmula e triste como um ai,
A luz do morto não se apaga nunca!
Que a luz, trêmula e triste como um ai,
A luz do morto não se apaga nunca!
Arde um toco de vela amarelada...
Como o único bem que me ficou!
Como o único bem que me ficou!
Da vez primeira que me assassinaram
Perdi um jeito de sorrir que eu tinha...
Depois de cada vez que me mataram,
Foram levando qualquer coisa minha...
Perdi um jeito de sorrir que eu tinha...
Depois de cada vez que me mataram,
Foram levando qualquer coisa minha...
Da vez primeira que me assassinaram
Perdi um jeito de sorrir que eu tinha...
Depois de cada vez que me mataram,
Foram levando qualquer coisa minha...
Perdi um jeito de sorrir que eu tinha...
Depois de cada vez que me mataram,
Foram levando qualquer coisa minha...
E hoje, dos meus cadáveres, eu sou
O mais desnudo, o que não tem mais nada...
O mais desnudo, o que não tem mais nada...
Arde um toco de vela amarelada... [Depois de cada vez que me mataram, voltaram]
Como o único bem que me ficou!
Como o único bem que me ficou!
by Mario Quintana
maravilhoso isto:
ResponderExcluir"Apenas caminharei neste caminho, cujas marcas de passos no chão, apenas dizem que não estou só, como sempre pensei, e que não há lugar marcado neste mundo, e sim, conquistas"
Beijão
Meu rei,meu adorado amigo,sinto tanta luz
Excluircom tua presença,tanto carinho que peço a Deus que te dê tudo em dobro, triplo...os caminhos qyue precorri e percorro nunca foram fáceis, nunca ninguém facilitou nada para mim, tudo que tenho, foram conquistas minhas, merecidas, então encontro alguém neste caminho e acredita que vim para tomar seu lugar, só que não, eu sou habilitadopara a função eme foiu determinadopor ordem superior, agora explica pra criatura, que ninguém tem lugar marcado, e na coisa pública muito menos...justo neste momento que estou ainda fragilizado com amortede meu pai, mas vamos lá...é vida que segue. Obrigado sempre por teu carinho comigo. Carinho respeitoi e abraço.
Olá amigo
ResponderExcluirNão sei qual o mais tocante e bonito, o texto ou o poema. Amei.
Grande abraço
Meu muito adorado prof. Elian, o poema sempre fez e fará parte de minha vida, várias situações...Mario Quintana é meu anjo e poeta, quanto ao texto só tenho a te agradecer. Obrigado amigo pelo carinho de sempre. Carinho respeito e abraço.
ExcluirQue maravilha poder citar o nosso poetinha amado,Quintana e seus quintanares...o meu pai gostava muito desse, ele o recitava de cor,quisera eu ter uma boa memória,mas só me lembro mesmo de um poema inteiro, e é do Alphonsus de Guimarães,mas isso fica pra outro post...amei,Jair,escreves muito bem!
ResponderExcluirMinha estilosa Madi...sim e seus quintanares...eu também sei de cor, amo este e muitos, aliás Quintana esta entre meus poetas únicos rs. Esta versão achei na net, e é mais dramatica, como eu rs...aquele do pobre alphonsus, acho que simbolista ou parnasiano, não lembro e sem tempo para pesquisar. Obrigado, mas às vezes acho que não escrevo, psicografo as dores de minha alma. Sempre bom ter tu por perto, poderosa Madi. Carinho respeito e abraço.
Excluirps. aceitei o desafio e tou fazendo, logo postarei, percebes que sou meio lerdo rs.
Quanto tempo...
ResponderExcluirBeijão Jair, felicidades meu amigo!
Querida Gheni, quanto tempo...saudade sempre e felicidades também para ti e tua família. Carinho respeito e abraço.
ExcluirAmigo Jair, tempos de luto, são tempos amargos. A gente tenta de todas as formas sobrepôr-se à dor, entretanto parece que ela não quer nos abandonar. Com o tempo ela minimiza, diminui a intensidade, mas estará sempre dentro de nós esperando o momento oportuno para manisfestar-se ainda que na forma de lembrança...
ResponderExcluirUm abraço e força, amigão!
Meu querido amigo e poeta Dilmar, outro dia eu e uma irmão conversávamos, e ela me disse que parecia que a dor e saudade do pai estava aumentando, parecia que ela começava a sentir mais sua falta, e eu lembro, foi ela que me deu a notícia, e ela estava sofrendo, mas fez a parte mais difícil, que foi amparar nossa mãe, até eu poder chegar...então eu percebo que vai demorar até aceitarmos, é um vazio muito grande...mas com palavras como a que deixaste aqui, dá um alento, então prosseguimos. Obrigado amigo. Carinho respeito e abraço.
ExcluirAh,tem desafio pra ti lá no bloguinho, vai ter de encarar!!!!
ResponderExcluirAceitei poderosa Madi, só demoro um pouco, mas vou postar...carinho respeito e abraço.
ExcluirNão sei se você tem por assassinato o mesmo entendimento que eu... mas entendo à minha maneira o que você quer...
ResponderExcluircada decepção é uma morte e cada vez mais a gente se perde...
beijo
Menina Hellz, entre dores de perdas e angústias da vida, as vezes sinto-me assassinado, acho que é este sentido que falas....aliás, foi de uma situação no trabalho que desencadeou o texto, minha decepção com as pessoas, e eu tão vulnerável com a perda do meu pai...tens razão, as decepções poderiam ser mortes, tentativas de nos assassinarem, por isso este poema, que tem um significado para mim muito além disso, da morte puta e simples, mas dessas mortes que nos tentam durante nossa existência, durante nossas lutas pela vida, no meu caso, neste caso, por meu trabalho, mas graças a Deus, tudo está sendo acomodado em seus devidos lugares. Tudo o que quero é paz e harmonia. Obrigado, muito bom tua presença aqui. Carinho respeito e abraço.
ExcluirOlá Jair
ResponderExcluirPelo que leio aqui, apercebo-me de que está convivendo com a tristeza. Eu avalio porque sei o que é o luto no coração. Diz uma amiga minha, que " chorar é com os que já choraram", pois esses nos compreendem...
Aquele buraco que se instá-la no peito, demora a desaparecer, e deixa marcas para sempre.Contudo,o tempo vai passando, e aos poucos o mal se atenua... Tem mesmo de ser assim, tenha esperança.
Agradeço a sua visita no meu birras, e as suas palavras tão agradáveis.
Também as plantas têm o seu modo de viver, estas com as flores notívagas, e outras como o girassol sempre a seguir a grande estrela... A Natureza é fantástica!
Gostei muito desta sua ultima postagem (e das anteriores) não conhecia estes versos de Quintana, conheci agora, obrigada pela partilha.
Um abraço.
Dilita
Querida Dilita, muito feliz com tua presença e palavras (palavras, o que mais gosto), este post, surgiu de minha necessidade de expor,colocar pra fora o que estava me matando por dentro, foi uma ação externa e eu abalado e triste ainda,pela perde de meu pai,poucos meses. Conversando com uma irmã,falamos de nossa dor da perda e que estava a aumentar, talvez por ser recente,mas ao conversarmos, tínhamos a mesma esperança de que a dor iria acalmar, até ficar ali, no seu lugar eterno em nossos corações, mas precisamos seguir vivendo,temos a mãe, ela filhas, nossas vidas...o fato externo é que acabei mudando de cidade, ocupei uma vaga existente do meu cargo, estou mais no interior, mais próximo da minha mãe, e como não sou fácil, nem difícil rs, encontrei alguma resistência,como sou um jovem senhor rs, trabalho há muito tempo nesta função,tento não admitir situações de adolescentes, invejinha, estas coisas bobas e para não enlouquecer com isso,precisei escrever, este blog é meio terápico para mim também. Graças a Deus, conselhos de amigos ex-colegas da outra cidade uma força de vontade enorme de me harmonizar comigo e com o mundo,baixei minha guarda, ouço mais, afinal temos dois ouvidos, e falo menos (isto é ser sábio rs) – no meu caso ficar sem falar exige certo esforço rs. Tudo se encaminha bem, acredito, espero e tou fazendo por onde.
ExcluirDilita, encontrar teu blog foi uma grata surpresa, quando estou a te visitar,não resisto as fotografias de Portugal, que já sabia um país bonito,mas no teu blog estou ficando cada vez mais encantado,por isso podes achar algum comentário perdido em algum post passado teu rs. A natureza realmente é mágica, sábia e muito bela, exala beleza em qualquer manifestação,eu amei o post das flores notívagas. Muito bom ter te encontrado neste nosso mundinho meio louco,mas verdadeiro de minha parte, a internet. Carinho respeito e abraço.
Amigo Jair, dá um desconforto quando a gente vê um amigo sofrer e que o tempo necessário para diminuir a dor tem de se cumprir, não? Eu entendo bem isso, quem passou pelo mesmo, sabe. Mas todos nós passaremos mais vezes e nossos filhos passarão e assim por diante. Gostaríamos de ficar aqui pra sempre. De vez em quando a gente entra numa crise existencial, mas ela passa, também. Some. Temos força para a recuperação. Claro que eu já me questionei sobre certos assuntos e me sinto fraca, frustrada e decepcionada perguntando e querendo entender de tudo: por que tem de ser assim? Isso é um mistério, e que mistério!! E muitas vezes sinto a mesma revolta. A mesma tristeza.
ResponderExcluirOlha... que poema!!
Fique bem, amigo.
Meu carinho.
Minha muito querida amiga Tais, não tens só a precisão de lidar com as palavras, de criar aquelas crônicas que me divirto, que me estimulam ao raciocínio, reflexão...fico feliz e agradecido a Deus por encontrar nesta minha caminhada pessoas tão iluminadas e afinadas com o bem, a sinceridade, a sensibilidade e a emoção...é reconfortante para a alma e o coração saber-se querido por amigos...sabemos e quando acontece não acreditamos, aquele processo que senti tão forte quando meu pai estava em casa, mas já não estava mais, ficava segurando ele, fazendo carinho no rosto, coisas que não se fazia,por exemplos durantes nossos saudosos cafés das férias,minha mãe me acordava a meu pedido, para poder fazer o desjejum com ele, e conversávamos e ríamos, ele contava e recontava aquelas histórias, sinto a presença dele mais forte, a cada dia que passa...eu me minha irmã Cris já falamos sobre isso,enfim. Obrigado Tais,pela presença tão amável de sempre...
ExcluirMário Quintana,este anjo e poeta (não me conformo até hoje pela recusa da academia brasileira – dei um desconto com o ingresso do saudoso Moacir Scliar), mas o Mário Quintana é mágico na minha vida. Este poema, nesta versão mix que encontrei no tio google, tenta expressar o drama rs- sou muito dramático,a partir de uma situação, que graças a Deus esta encaminhada para seguirmos em paz. Taí a importância deste blog na minha vida,é um mundo do qual à medida que prossigo, tenho mais respeito, descubro e sou descoberto, supero-me, terapia mesmo, e não são terapeutas que me ajudam, são amigos que tem a mesma paixão, a paixão pelas palavras. Fico muito emocionada Tais por poder receber palavras tão carinhosas. Meu carinho meu respeito e meu abraço.
O primeiro parágrafo começa dando uma ideia de que você caminha com alguém ("Nunca pensei em andar do teu lado, seguir junto esta estrada"). Mas a parte seguinte esclarece que não. Apesar do ar triste, eu gostei do seu texto. Deu a ideia de alguém que aprendeu andar só. Agora.... o que dizer desse poema? Um tanto melancólico. Tive medo porque me identifiquei um pouco. (Menos a parte do cadáver. O outra, a da pessoa que ficou só com uma vela).
ResponderExcluir• Respondendo ao teu comentário: tu foste o único que viu o animal para ser alimentado e notou que havia humanidade e vida naquele conto (apesar do homicídio que ele relata). | Ah, sim, notei que tinhas sumido porque o teu blog ficou desatualizado por um tempo U.U. É bom voltar (mesmo que aos poucos).
♡ @ emilie
Querida Emilie, minha favorita rs, obrigado pela presença e comentário...gosto tanto desse teu olhar para as palavras, os sentidos, tua busca para decifrá-las, e como comigo acretas ou me provoca um outro olhar sobre o que eu mesmo escrevi, e isso eu acho fantástico. Captou a lance da caminhada, porque todos caminhamos (em tese),juntos ou não, todos tentamos algo para nossas vidas,de preferência o melhor, mas encontramos percalços que não esperávamos,pessoas que se colocam em nosso caminho e a gente se torna uma espécie de empecilho para ela,só que não, não somos, nem sempre escolhemos com quem caminhar,pode ser obrigado às vezes, então sejamos cordiais,e ninguém tira o lugar de ninguém (em tese rs).E uma situação assim, pra mim causa muita tristeza, e como Jesus and Mary Chang, meus escritos são melhores quando estou triste rs...e o poema é um dos tantos deste poeta que tanto amo, que traduzem minha vida,meus sentimentos,e servem sempre para qualquer situação de minha vida, como sou bem meio dramático rs, faço uma tempestade em copo de água, para minha literatura (barata rs) surte algum efeito.
ExcluirEmilie, eu gosto muito dos teus contos, adorei este, lembrei Azimov, mas era tão Emilie, tão humano, que apesar do ”tempo moderno” que se passa o conto, estava o que busco no que leio, no que gosto,do que me chama a atenção,e minha interpretação é sempre muito livre, às vezes livre demais,divago rs...mas escrevo o que sinto no coração e que meu cérebro capta. Achei muito fofo, carinhoso e humano, no meio daquele turbilhão, a preocupação com o animalzinho, puro amor. Que bom Emilie que houve esta sintonia. Carinho respeito e abraço.
Hey J !
ResponderExcluirAdorei o poema ! Por mais que nos matem, a gente perde um jeito e arranja outro, mas sempre volta a sorrir, não é mesmo ?
Abração !
Olá Marcos, sempre bom te ter por aqui...sempre invoco este poema, do Quintana, poeta que amo eternamente, bem neste sentido que falaste, aconteceu uma espécie de homicído para com a minha pessoa, este post foi minha reação (blog-terapia rs), para eu poder desopilar , mas sempre voltando a sorrir. É isso aí, meu fotógrafo favorito, meu amigo Marcos Campos. Carinho respeito e abraço.
Excluir