segunda-feira, 25 de maio de 2015

O LAGO SOBRE O MORRO - SONHO E PESADELO

Após saber a história dos cavalos, da carruagem, do lago de águas negras sobre um morro, fui dormir desejando saber como chegar até lá...naquela noite tive um sonho estranho, acordei com trotar suave de cavalos sobre os paralelepípedos, fazendo um tradicional barulho de levar consigo uma carroça, no caso, uma carruagem quase fúnebre. Corri até a janela, pois tinha uma boa visão da rua naquela janela, nada vi senão ouvir um breve latido de cão, ao longe. Voltei a dormir e sonhei que havia morrido e meu funeral acontecia naquela estância, e meu caixão era levado naquela carruagem negra, puxada pelos quatro cavalos negros...acordei assustado, mas vivo. Ouvi o trotar de um cavalo ao longe. Comecei um novo dia com um leve aperto no coração. Seria naquele final de semana que conseguiria ver o lago. O neto de Dom Claudino, um excelente cliente na loja agropecuária que trabalho, onde divido meu tempo entre alimento de animais e meus livros, a leitura me salva da insanidade morando nesta pequena cidade perdida no tempo e na vida, mas bela e calma...o neto de Dom Claudino, convidou-me para ir até lá, pois havia comprado fardos e fardos de uma nova alfafa que acabara de chegar, e me pediu que levasse até lá, mandaria me buscar. Estava ansioso. Naquela noite fui beber com uns conhecidos da loja como de costume, mas não pretendia me demorar, já seria no dia seguinte minha aventura a tanto esperada, desde que soube daquela história, que não havia comentado com o neto de Dom Claudino, por educação e medo que ele não gostasse, e me desconvidasse. Uma cidade pequena, mas antiga. Contam, quando estou no bar, muitas histórias, inclusive que o Imperador Dom João VI, esteve por aqui, e fez questão de andar na carruagem negra, com os cavalos negros de Dom Claudino. É uma cidade pequena e muito antiga, que guarda ainda nas ruelas pequenas, calçamentos feitos para a visita do Imperador do Brasil. A arquitetura é o que mais me encanta, uma mistura de estilos, mas sobressai a lusitana, inclusive uma moda que resiste ao tempo, ladrilhar as casas por fora de azulejos. É a melhor parte do passado deste lago negro, que fica nessa estância, pois as outras histórias são um pouco assustadoras, mas não me intimidam para conhecer o lago negro. ps. fotografia de Rosana Sousa

5 comentários:

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  2. Caro parente amigo

    Admiro a sua forma de escrever. Revela o seu saber, a sua cultura, a sua arte.
    Estou "vivendo" o assunto, como se de um livro se tratásse. E que dizer mais? Só poderei repetir, e afirmar o meu agrado.
    Abraço.
    Dilita

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    1. Dilita minha linda, tu és tu generosa nos elogios comigo que fico sem saber o que fazer, se constrangido ou feliz....primeiro feliz, bem feliz rs...acho que paro por aqui neste conto, talvez se eu conhecer o lago in loco não me inspire a dar um fim nisso, a essa curiosidade, porque é uma curiosidade minha, a única coisa real nestes dois posts é o lago sobre o morro, eu vi, em fotos, achei maluco, genial, curioso, belo e inspirador: na verdade exercício de literatura ou redação rs, mas dedico um tempinho arrumando, não sei se bem ou mal, tento não usar a psicografia rs, base dos meus escritos. Também tento buscar escrever algo mais telúrico, mais raíz, um tanto tradicional de tradição regional daqui do Sul, porque além da música nativista e alguns ícones do gauchismo na música regional, eu não tenho muito contado, desta feita de minha mudança mais para o inteir e principalmente um livro que tenho e está se tornando de cabeceira, são contos do Ivo Bender, grande nome do teatro gaúcho, e eu adoro ele, nestes contos ele trás um texto telúrico das regiões de nosso Estado, eu chamei de Sul-Real, e foi nesta linha que escrevi os textos que tem mais um pedacinho...mas como te disse, talvez se eu conhecer o lugar. Muito obrigado minha amiga, não resisti e postei depois de teu comentário na post anterior. Obrigado minha parente portuguesa, influência também nos escrito. Carinho respeito e abraço.

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  3. A fotografia é relaxante e um belo texto!
    Parabéns.
    Abraço

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    1. Olá Ruimeu amigo de além mar, também acho relaxante, bela e um pouco inigmática (água tem este efeito sobre mim,tenho um pouco de medo, talvez por te me afogado quando criança), e a fotografia tem este poder, de captar o clima, estou falando de ti, do Marcos Campos, fotógrafos que me chamaram a tenção face o olho de lince,olho clínico, onde o comum se torna único...sensação que tenho quando estou no blog, me pergunto, estes lugares existem mesmo ? existem, só que quem fotografou consegue ver mais. Quanto ao meu texto,fico feliz por ter gostado, obrigado. Carinho respeito e abraço.

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