soneto do amor e da morte
quando eu morrer murmura esta canção
que escrevo para ti. quando eu morrer
fica junto de mim, não queiras ver
as aves pardas do anoitecer
a revoar na minha solidão.
quando eu morrer segura a minha mão,
põe os olhos nos meus se puder ser,
se inda neles a luz esmorecer,
e diz do nosso amor como se não
tivesse de acabar, sempre a doer,
sempre a doer de tanta perfeição
que ao deixar de bater-me o coração
fique por nós o teu inda a bater,
quando eu morrer segura a minha mão.
Vasco Graça Moura, in "Antologia dos Sessenta Anos"
que escrevo para ti. quando eu morrer
fica junto de mim, não queiras ver
as aves pardas do anoitecer
a revoar na minha solidão.
quando eu morrer segura a minha mão,
põe os olhos nos meus se puder ser,
se inda neles a luz esmorecer,
e diz do nosso amor como se não
tivesse de acabar, sempre a doer,
sempre a doer de tanta perfeição
que ao deixar de bater-me o coração
fique por nós o teu inda a bater,
quando eu morrer segura a minha mão.
Vasco Graça Moura, in "Antologia dos Sessenta Anos"
Soneto-acróstico
ResponderExcluirDo amor
Doer não dói, fatal morte definitiva
O que dói é deixar essa existência
Apenas o amor a ceifadeira cativa
Mas amor é sensação, não ciência.
O amor não é vida em perspectiva
Representa paz e correspondência
Ele se traduz numa existência viva
Deixa de aparecer na sua ausência.
Ao deixar de bater qualquer coração
Morre de morte morrida o seu amor
Onde houvera luz, faz-se escuridão.
Reina na intimidade agora uma dor
Toda dor desta terra sente-se então
E não haverá consolo seja onde for.
Meu querido amigo e poeta Jair, senhor de todas as opalavras e mais algumas...sabes da imensa fleicidade que tenho ao recebe-lo por aqui, e deizas tua marca registrada, deixando-me de presente sempre um poema...estava deverás triste quando encontrei este poema de um poeta portugues, de imediato identifquei-me, mas logo percebi que ao postar já exorcizei o mal que me afligia. A poesia vai salvar o mundo, ela tem salvo o meu...já disse que tens tanta esperança, luz que te é permitido falar da morte, pois ela é fato em nossa vida, e tens tanta vida em tuas palavras que só me alegram com teu dom, teu poemas, tua asmizade. Carinho respeito e abraço.
ExcluirPura verdade o que leio aqui. O amigo Jair Lopes sabe das coisas.
ExcluirLembro que um dia perguntei ao meu falecido pai o porquê desse medo da morte se a própria igreja ensina que há um paraíso nos esperando, um lugar de muita paz e amor.
- Por quê esse medo, pai?
- Minha filha, não tenho medo da morte, tenho medo de deixar vocês...
Morreu de mãos dadas conosco. Como uma súplica nossa...
Abraços.
Minha querida amiga Tais, encontrando este teu recomentário rs, li novamente o poema e o poeta foi muito feliz na colocação, na moderação dos sentimentos, que são tão desesperadores quando se trata de morte...e realmente, fico espantado e encantado com esta maestria do amigo Jair Lopes...há pouco fez um ano sem meu pai, eu não estava junto quando veio a óbito, mas como ele, ficou um pouco mais conosco, mesmo não sabendo ou não, eu pude ver o quão são ou eram belas as mãos de meu pai, então segurei suas mãos, segurava no tempo que estava junto dele, não sabendo se ele estava ali ou não, mas nunca mais vi mãos tão belas. Acho que não se acostuma, aprende-se a seguir para que lá onde eles estejam, fiquem tranquilos, pois aprendemos viver sem suas presenças físicas, mas estarão para sempre em nossos corações. Belas palavras minha amiga. Carinho respeito e abraço.
ExcluirFantástico soneto que quando bem interpretado, pode dizer e significar muito!
ResponderExcluirAbraço
Rui
Meu caro fotógrafo Rui, sempre honrado com tua presença...este poeta é teu conterrâneo, há pouco descobri ele e já faz parte dos meus rs. Foi uma explosão de um sentimentos que conheço bem e que eu não fico nada bem, comecei a buscar palavras como pílulas antidepressivas e me deparei com este poema, que dizia tudo o que sentia e que precisava tirar de dentro de mim, então aqui está este belo e mortal poema como forma da morte que mais uma vez abortei de mim. Casrinho respeito e abraço.
Excluirque leitura envolvente, jair. O que gosto é que voce nos faz pensar sempre.
ResponderExcluirbeijo
beinghellz.blogspot.com
Menina Hellz, quanta saudade, mas já vi post novo, logo estarei me deliciando com teus escritos...é um texto envolvente na morte, no amor e na vida e dizia o que precisav a ou gostaria de ouvir, de ter uma morte terna, de não moerrer só...que legal que tenhas esta idéia, eu particularmente penso muito, sendo perigoso às vezes, pois precisamos agir e não só pensar, mas sem pensar é arriscado demais agir, divaguei rs...menina Hellz sempre feliz demais com tua presença. Carinho respeito e abraço.
ExcluirOI JAIR!
ResponderExcluirLINDO DEMAIS.
ABRÇS
-http://zilanicelia.blogspot.com.br/
Olá querida poeta Zilani, obrigado pela visita, eu gosto demais deste poema, a poesia salva e esta me salvou, nossa eterna dúvida de vida e morte, de amor e a falta dele. Obrigado pelas palavras querida poeta Zilani. Carinho respeito e abraço.
ExcluirCaro amigo Jair Machado, eis dois belos poemas, o do Vasco, postado por ti e soneto-acróstico-réplica-comenta´rio do nosso criativo poeta amigo Jair Lopes.
ResponderExcluirUm abraço. Tenhas uma ótima tarde.
Entãso meu bom amigo Dilmar, exatamente, dois belos poemas...quanto ao nosso amigo, meu xará, eu não me cannso de comentá-lo, lembra-lo, de dar vivas...não imaginas o prazer e a felicidade que sinto com os poemas do nosso amigo Jair, este cara é fantástico. Querido poeta Dilmar tua visita também me enche de alegria, com certeza terei uma bela tarde. Carinho respeito e abraço.
ExcluirMuito bonito!
ResponderExcluirBeijocas
Este poema foi com estar no lugar certo na hora certa, mesmo este tempo incerto que vivemos...obrigado querida amiga de além Cláudia. Carinho respeito e abraço.
ExcluirQue poema triste!! E o pior, tão real, tão dolorida essa súplica final... E não entendo como pode ser tão lindo.
ResponderExcluirGrande abraço, amigo! Já tinha lido várias vezes esse poema aqui mesmo. E fui deixando...
Minha querida amiga Tais, eu também não entendo como pode ser tão lindo...este limite da vida e da morte, de um amor que se poder ver lendo o poema. Acho que é uma coisa que nosso amigo do acróstico, Jair fez com maestria, no comentário poético dele, e um poema no blog dele, é que ele tem tanta vida que exala a poesia, que ao falar da morte, não nos dá a picada final, mas a luz para se renovar o viver, meio complicado rs, mas gosto, enfim minha amiga tu tens isso que admiro, essa lucidez, que atinge um nível de sensibilidade, que consegue ver e dizer o que nem sempre se vê com bons olhos, a morte. É um poema bonito. Sempre feliz e agradecido por tua generosa presença. Carinho respeito e abraço.
ExcluirUma súplica que nos dói, mas que foi escrita de forma muito bela. Ninguém quer morrer, deixar seus entes queridos..., e esse pedido ao grande amor só é mágico nos versos. Creio que eu morreria antes, para não passar por essa dor. Abraço.
ResponderExcluirOlá Marilene, é um imenso prazer te-la por aqui...a beleza da morte abstrata, dos versos doces, mas envenenados de morte...tento trazer a poesia para minha realidade parta melhora-lá, acredito mesmo que a poesia vai salvar o mundo, mas não posso deixar de ser realista, afinal, moro no planeta terra e sou um ser humano, e há muito não sei o que é este tipo de amor, mas há pouco mais de um ano perdi meu pai, este amor sim, este dói até agora, parece que pra sempre, e esta é a realidade. Busquei este poema num momento de dor real, e encontrei esta pérola portuguesa, falando neste tema tão recorrente para eu escrever no blog, e muito triste na vida real, no fim da vida real. Obrigado Marilene pela visita e comentário tão próximo de mim. Carinho respeito e abraço.
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