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XXVI [DEVE HAVER TANTA COISA DESABADA]
XXVI
Deve haver tanta coisa desabada
Lá dentro... Mas não sei... É bom ficar
Aqui, bebendo um chope no meu bar...
E tu, deixa-me em paz, Alma Penada!
Não quero ouvir essa interior balada...
Saudade... amor... cantigas de ninar...
Sei que lá dentro apenas sopra um ar
De morte... Não, não sei! não sei mais nada!...
Manchas de sangue inda por lá ficaram,
Em cada sala em que me assassinaram...
Pra que lembrar essa medonha história?
Eis-me aqui, recomposto, sem um ai.
Sou o meu próprio Frankenstein — olhai!
O belo monstro ingênuo e sem memória...
Lá dentro... Mas não sei... É bom ficar
Aqui, bebendo um chope no meu bar...
E tu, deixa-me em paz, Alma Penada!
Não quero ouvir essa interior balada...
Saudade... amor... cantigas de ninar...
Sei que lá dentro apenas sopra um ar
De morte... Não, não sei! não sei mais nada!...
Manchas de sangue inda por lá ficaram,
Em cada sala em que me assassinaram...
Pra que lembrar essa medonha história?
Eis-me aqui, recomposto, sem um ai.
Sou o meu próprio Frankenstein — olhai!
O belo monstro ingênuo e sem memória...
by Mário Quintana
Duas imagens que demonstram bem a triste realidade dos nossos dias existente neste planeta, nossa casa, e tão mal tratamos dela...
ResponderExcluirGosto imenso de ler Mário Quintana!
Abraço
Meu caro amigo Rui, esta foi a intensão, gosto demais deste poema, mas não lembrava, até me vir na mente: "sou meu própio Frankstein - olhai". Precisamos de qualquer forma, nos reconstruir todo dia quando amanhece, temos a oportundade de começarmos novamente, todo o dia quando o Sol nasce...e todos os dias deveríamos começar a tratr bemnosso solo, nosso planeta, nossa casa. Carinho respeito e abraço.
ExcluirSoneto-acróstico
ResponderExcluirAo mestre
Alguns poetas excedem, estão mais além
Mário Quintana é um desses, ele é o cara
Álacre quando quer, e muito sério também
Refulge, resplandece como fora gema rara.
Inquieto e perspicaz, assim como ninguém
O que escreve, compõe, sua palavra aclara
Quando quer, sua genialidade sempre vem
Um soneto culto e genial cabe na sua seara.
Instigante seu modo de pensar, sua poesia
Nenhum tema de sua perspicácia escapa
Talvez uma seriedade mesclada de alegria.
Assim, vai Quintana traçando o seu mapa
Nem pensar quando este poeta não existia
Afirmo, na pura arte lírica, Quintana é papa.
Meu caríssimo amigo Jair Lopes, senhor de todas as palavras, Quintana me inspira, te inspira, eu sou praticamente devoto dele rs, meu anjo poeta, sempre em minha vida passarão por poemas e as entrelinhas dos poemas de Quintana, tenho verdadeira adoração pela palavra dita por ele, por sua ironia, sagacidade, perspicácia, inteligencia, e um amor maior que o mundo...sinto emoção em tuas palavras, uma verdadeira reverencia, como Quintana merece:
Excluir"Alguns poetas excedem, estão mais além
Mário Quintana é um desses, ele é o cara
Álacre quando quer, e muito sério também
Refulge, resplandece como fora gema rara."
Carinho respeito e abraço.
Essas imagens são fortíssimas e acabei por me identificar com elas.
ResponderExcluirÉ assim que me sinto, neste momento, por dentro.
Beijocas
Querida Cláudia, minha amiga de além mar, são imagens horríveis, tristes, chocantes, mas não fique assim (como se fosse fácil né?), mas eu insisto, fique bem, porque tudo passa, até a uvapassa. Somos vários Fernandos Pessoas e os temos dentro de nós, por isso podemos não nos sentir bem hoje, mas temos a obrigação de tentar melhorar amanhã. Fica com Deus. Carinho respeito e abraço.
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