sexta-feira, 17 de março de 2017

E O AMOR RESTOU INÚTIL



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"Por isso hoje estou tão triste
Porque querer estar tão longe de poder
E quem eu quero está tão longe
Longe de mim"

by !IRA e Pitty



          Alguém teria de tomar uma atitude, não se poderia viver assim, embora o amor fizesse parte ainda daqueles dois. Era inevitável não partir. Com as malas prontas e o táxi esperando, partiu. Chorava quem partia. Chorava quem ficava. A teimosia e o ciúme corroeram aquela doce relação. Um casal bonito de se ver, quando aos domingos, cedo estavam na pracinha do condomínio tomando chimarrão (bebida típica de um deles). Conversavam, e educados cumprimentavam a todos, dando atenção a quem perguntasse algo. Assim passavam todos os domingos, felizes e sorridentes, até o Sol começar a morrer lá no horizonte...era como se os dois deixassem suas almas morrerem com o Sol, e não acreditavam no poder da Lua. E assim que o Sol sumia, eles juntavam suas coisas esparramadas pelo gramado, e desapareciam condomínio adentro...o táxi partiu rumo ao aeroporto. Dentro do avião, quem partiu, olha pela janela e vê a Terra se afastando. Uma vida passada. Dentro de casa, quem ficou, olha pela janela, observa o céu e vê o rastro de um avião.

          Nem sempre o amor estará acima de tudo, haverão escolhas, ou amor ou saúde. Acredito no amor verdadeiro, o amor das mães, até no amor dos cães, mas como confiar no amor do outro, dito de sua boca, será que saiu do coração ? Ou é mais uma banalidade com fins sexuais ? O ciúme como um cupim vai comendo por dentro, e quando se vê, onde existia uma madeira forte, nada mais resta senão farelo e o fim de mais uma aventura de amor. A teimosia, também foi minando a relação. Eu quero o Sol. Eu quero a Lua. Se podemos ter os dois, porque não ceder um pouco hoje e ver o Sol, ceder mais um pouco e ver a Lua. Uma bela noite de amor que não haverá mais, assim pensa quem ficou, assim pensa quem partiu. “E o amor restou inútil...”


2 comentários:

  1. Olá meu amigo e parente brasileiro!

    Um texto talvez imaginário, porém eu conheço um caso muito parecido.
    Foi há muitos anos no tempo em que namoro era só isso namoro apenas. Ambos estudantes universitários,sonhando com uma vida a dois quando concluíssem os estudos.
    Zangaram-se, e orgulhosos não voltaram atrás. Encontraram-se para restituírem as prendas e choravam os dois. E nenhum deles se atreveu a pôr o orgulho de lado.

    Muito mais tarde, embora sem lágrimas ela condenava a atitude dos dois.

    Gostei do seu texto,como sempre bem escrito.
    Um abraço da Dilita.

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    1. Minha querida parente portuguesa e amiga Dilita, do fundo do meu coração eu lamentei bastante nenhum comentário neste post, nenhum. É muito especial para mim, um misto de vida real, a existência de dois seres e o resto completamente fictício, meu desejo talvez, ao contrário do que se desenrolou na história. Adoraria dar um final feliz, afinal, foi eu que escrevi, mas não pude, a força da separação gritou mais alto, mais real, eu estou só, e poderia ser eu um deles, tanto o que ficou, como o que partiu. Gosto demais de tua história real, também não teve um final de contos de fadas. Escrevo também o que não me aconteceu, mas gostaria, ou que tivesse uma história concreta, mesmo com um final trágico, não de morte mas de (pausa dramática). Tenho medo agora que tenho meio século, de não haver mais tempo para nada, nem ninguém que "caiba nos meus sonhos". Tirei isso de uma música, espécie de meu tema, se bem que toda minha vida tem trilha sonora rs. É do Cazuza que diz:"...pra quem não sabe amar, e fica esperando alguém que caiba nos seus sonhos, como varizes que vão aumentando, como insetos em volta da lâmpada...vamos pedir piedade, Senhor piedade, pra esta gente carente e covarde..."
      Voltando ao meu continho, ou melhor, ao teu comentário um dos mais significantes para mim. Porque tem uma dor, só minha nestas palavras inventadas, neste post que revela uma dor infinita dentro de mim, talvez finita agora que ultrapassei o limite bom da vida. Mas sem pessimismo, amei teu comentário, a história real que me inspirei, sem conhecer. Obrigado minha amiga, minha parente portuguesa, meu ser de luz iluminado por Deus, para clarear ,minhas escuridões ocultas. Amei teu comentário, fiquei feliz demais, este post deixou de tornar-se um enjeitado, como eu às vezes. Todo meu carinho e respeito e meu grande abraço querida amiga.

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