Nos dias que tem comida, comemos comida com a mão.
E quando a polícia, a doença, à distância ou alguma discussão.
Nos separam de um irmão,
Sentimos que nunca acaba de caber mais dor no coração.
Mas não choramos à toa,
Não choramos à toa."
by Arnaldo Antunes
A
hipocrisia nossa de cada dia e o beijo traiçoeiro de Judas nos dizem
que o tempo é de dor, esquecimento e falta. Vi o homem de arrasto
mendigando um vintém e não tive coragem de me aproximar, pois o
pouco que me resta, talvez não consiga pagar minha próxima
refeição. Quando olhei em seus olhos de fome e socorro, vi um
mundo que desaba a cada tremor de terra, levando de volta aqueles que
um dia eram vida, agora terra e pó. Todas as crianças do mundo
perdidas nas terras de nunca; nunca o amor, nunca a brincadeira,
nunca aprender a ler, ver e ouvir; apenas crianças, sem pais, sem
destino e uma única sina: vagar pelas terras secas e improdutivas
deste planeta, servindo aos abusadores de almas inocentes. Acordado
no pesadelo, percebo as bombas ou a bomba, única e poderosa e
destruidora…
Chegará o dia em que não teremos mais pão, nem para onde ir; dias de sono, sangue e destruição. Alguns conseguirão isolar-se em câmaras subterrâneas, que logo serão contaminadas pelo veneno que escorre pelos rios, pelas matas, penetrando fundo na terra.
Contaram-me
uma história de uma linda floresta chamada Amazônia, que não
existe mais, ou restam algumas árvores que não conseguiram
derrubar, árvores fortes e poderosas, resistindo a tudo e a todos e
a todas as formas de destruição. Naquele tempo que existia a
Amazônia, tínhamos oxigênio e todos respirávamos, agora pessoas
estão morrendo, asfixiadas na falta de ar, de amor, de compaixão. E
assim veremos o fim de outra raça na superfície do Planeta Terra.
"Cada dia me traz com que esperar
O que dia nenhum poderá dar.
Cada dia me cansa da esperança...
Mas viver é esperar e se cansar"
O que dia nenhum poderá dar.
Cada dia me cansa da esperança...
Mas viver é esperar e se cansar"
by Fernando Pessoa
Interessantes e refletivos excertos.
ResponderExcluirAbraço
Caríssimo amigo Rui Pires, o homem com olhos de lince e que torna o Lamego mais especial ainda, com seus clics...acertaste, é uma reflexão minha, mas necessito postar, pois assim poderei me ler e reler e refletir comigo mesmo. Estou em franca crise dos 50 anos, se é que existe, mas tou a penar com a idade que chegou, o que me leva para a introspecção, egoísmo, o mundo é meu umbigo...agradeço demais tua visita, mas tou acostumando a não receber comentários, existe muita tristeza no que escrevo, dor e desamor, solidão, que é o que estou colhendo, solidão. Carinho respeito e abraço.
Excluir