Abril
se esvai com seus dias lentos, frios e leves. Onde memórias
esquecidas brotam no calor do edredom, onde o mal não chega,
somente a solidão. Aquecida e não menos dolorosa,
mostrando nossa colheita do que foi plantado. Nos meus sonhos
plantava trigo e amor. Em minha vida real juntei pedras, escolhi
caminhos, deixei amigos e baixei meu olhar do céu. Entre as
sombras e esquinas esquivei-me de encontros, somente guiei meus
passos que nada dizem, apenas andam em círculos equivocados,
becos, becos de vida, onde são interrompidas, de bala perdia
ou um punhal que brilha em noite de Lua, antes de atingir o estomago,
para cortá-lo, deixar cravado no corpo a lamina cortante da
arma branca. Em pouco tempo sairei desta casa astral e de meu inferno
zodíacal, talvez tropece em maio, caia em junho e não
suportando a solidão gelada do inverno, talvez desista, talvez
morra, talvez enfim, venha minha colheita de amor e morte.
A VIDA E A MORTE
O que é a vida e a morte
Aquella infernal enimiga
A vida é o sorriso
E a morte da vida a guarida
A morte tem os desgostos
A vida tem os felises
A cova tem as tristezas
I a vida tem as raizes
A vida e a morte são
O sorriso lisongeiro
E o amor tem o navio
E o navio o marinheiro
by Florbela Espanca
Em 11-11-903
Limerique
ResponderExcluirEra uma vez uma inveja branca
Que até meu alumbramento tranca
Se existe alter ego
Ao qual me apego
Não é outro senão Florbela Espanca.
Meu bom amigo Jair Cordeiro, senhor de todas as palavras, mais uma vez estás aqui, me trazendo alegria com tua nobre presença. Carinho respeito e abraço.
ExcluirAcróstico
ResponderExcluirFlorbela d’Alma Conceição Espanca
Láurea lhe devemos pela vasta obra
O talento pujante que até bota banca
Representa a criatividade que sobra.
Belas pois são as ideias que escreve
Espalhando estrelas por onde passa
Lamentar tão somente sua vida breve
Ainda que tudo que criou nos enlaça.
Espanca legou-nos mundo mais leve
Sem desesperanças e sem espinhos
Por aquilo que deixou, a gente deve
Alçá-la a aurora de nossos caminhos.
Nunca uma poeta tão criativa já se viu
Com alumbramento que jamais a traiu
Apenas deste mundo ele se despediu.
Esta poeta sempre falou pelo meu coração, a entrega dela me fascina e me dá um pouco de inveja, sou tão limitado, meu coração sofre calado e no máximo, escrevo algumas linhas no meu blog. E não poderia ter uma homenagem maior que um poema que fala dela, e eis o poema aqui. Obrigado meu bom amigo Jair Cordeiro. Carinho respeito e abraço.
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