quarta-feira, 19 de abril de 2017

ABRIL SE ESVAI...


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Abril se esvai com seus dias lentos, frios e leves. Onde memórias esquecidas brotam no calor do edredom, onde o mal não chega, somente a solidão. Aquecida e não menos dolorosa, mostrando nossa colheita do que foi plantado. Nos meus sonhos plantava trigo e amor. Em minha vida real juntei pedras, escolhi caminhos, deixei amigos e baixei meu olhar do céu. Entre as sombras e esquinas esquivei-me de encontros, somente guiei meus passos que nada dizem, apenas andam em círculos equivocados, becos, becos de vida, onde são interrompidas, de bala perdia ou um punhal que brilha em noite de Lua, antes de atingir o estomago, para cortá-lo, deixar cravado no corpo a lamina cortante da arma branca. Em pouco tempo sairei desta casa astral e de meu inferno zodíacal, talvez tropece em maio, caia em junho e não suportando a solidão gelada do inverno, talvez desista, talvez morra, talvez enfim, venha minha colheita de amor e morte.



A VIDA E A MORTE


 
O que é a vida e a morte

Aquella infernal enimiga

A vida é o sorriso

E a morte da vida a guarida

 

A morte tem os desgostos

A vida tem os felises

A cova tem as tristezas

I a vida tem as raizes

 

A vida e a morte são

O sorriso lisongeiro

E o amor tem o navio

E o navio o marinheiro


by Florbela Espanca

 



Em 11-11-903



4 comentários:

  1. Limerique

    Era uma vez uma inveja branca
    Que até meu alumbramento tranca
    Se existe alter ego
    Ao qual me apego
    Não é outro senão Florbela Espanca.

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    1. Meu bom amigo Jair Cordeiro, senhor de todas as palavras, mais uma vez estás aqui, me trazendo alegria com tua nobre presença. Carinho respeito e abraço.

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  2. Acróstico

    Florbela d’Alma Conceição Espanca
    Láurea lhe devemos pela vasta obra
    O talento pujante que até bota banca
    Representa a criatividade que sobra.

    Belas pois são as ideias que escreve
    Espalhando estrelas por onde passa
    Lamentar tão somente sua vida breve
    Ainda que tudo que criou nos enlaça.

    Espanca legou-nos mundo mais leve
    Sem desesperanças e sem espinhos
    Por aquilo que deixou, a gente deve
    Alçá-la a aurora de nossos caminhos.

    Nunca uma poeta tão criativa já se viu
    Com alumbramento que jamais a traiu
    Apenas deste mundo ele se despediu.

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    1. Esta poeta sempre falou pelo meu coração, a entrega dela me fascina e me dá um pouco de inveja, sou tão limitado, meu coração sofre calado e no máximo, escrevo algumas linhas no meu blog. E não poderia ter uma homenagem maior que um poema que fala dela, e eis o poema aqui. Obrigado meu bom amigo Jair Cordeiro. Carinho respeito e abraço.

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