Na
boca
Sempre tristíssimas essas cantigas de carnaval
Paixão
Ciúme
Dor daquilo que não se pode dizer
Felizmente existe o álcool na vida
E nos três dias de carnaval éter de lança-perfume
Quem me dera ser como o rapaz desvairado!
O ano passado ele parava diante das mulheres bonitas
E gritava pedindo o esguicho de cloretilo:
- Na boca!Na boca!
Umas davam-lhe as costas com repugnância
Outras porém faziam-lhe a vontade.
Ainda existem mulheres bastante puras para fazer vontade aos viciados
Dorinha meu amor....
Se ela fosse bastante pura eu iria agora gritar-lhe como o outro:
- Na boca!Na boca!
Manuel Bandeira
(1886-1968)
Sempre tristíssimas essas cantigas de carnaval
Paixão
Ciúme
Dor daquilo que não se pode dizer
Felizmente existe o álcool na vida
E nos três dias de carnaval éter de lança-perfume
Quem me dera ser como o rapaz desvairado!
O ano passado ele parava diante das mulheres bonitas
E gritava pedindo o esguicho de cloretilo:
- Na boca!Na boca!
Umas davam-lhe as costas com repugnância
Outras porém faziam-lhe a vontade.
Ainda existem mulheres bastante puras para fazer vontade aos viciados
Dorinha meu amor....
Se ela fosse bastante pura eu iria agora gritar-lhe como o outro:
- Na boca!Na boca!
Manuel Bandeira
(1886-1968)
Adorei!
ResponderExcluirAcho nostálgico, e um lindo poema, que fala de um antigo carnaval, como só Manuel Bandeira, o grande poeta, poderia criar. Obrigado meu amigo, tua presença me faz muito bem, me sinto lembrado...carinho respeito e abraço.
Excluir