Encontro-me em licença do trabalho, por motivo de força maior, mas estou na minha cidade e com minha mãe, meu cachorro...tive de pedir esta licença por não estar podendo me manter naquela cidade, rezo para que no próximo mês, se não estiver normalizado, que possa continuar vivo, pronto para voltar ao trabalho...no meu 'último' dia de trabalho escrevi sob forte emoção e desespero este pequeno texto que segue. Pode acreditar, senti-me melhor depois de vomitar isso. Meu blog, meu espaço, minhas leis, meu desejo que amanhã seja um dia melhor, porque hoje tem um Sol lindo e frio, num céu azul, mais azul que o mais lindo azul de Djavan: "eu não sei se vem de Deus, do céu ficar azul, ou virá dos olhos teus..."
Trago
dores reprimidas, lágrimas contidas e gemidos em silêncio. A dor é
muita, mas aprendemos a manter uma normalidade onde não existe
sanidade, mas somos assim, sorrimos, mesmo chorando. Caminhar só ao
luar, esperando que ela te ataque e te mate e te leve para as alturas
escuras do céu noturno. Onde ninguém ouvirá tuas súplicas, teus
gritos e todos, sem exceção, todos dormiram tranquilos e nem
lembrarão de tua breve existência. Deus e os remédios me mantém
lúcido e com os olhos secos para lágrimas. Existe o caminho de
volta, o abraço da mãe, o silêncio da casa, mas estarei mesmo
assim à deriva de minha existência. Agora entendo claramente
quando achava que o mundo estava contra mim, na minha adolescência
punk, agora adulto eu sei, é quando fecham os bancos e não temos
mais crédito, nem possibilidade de prosseguir, de amar, de comprar,
de ser.