Ouço tua voz e não
consigo escrever nada, nem da dor que maquiada de remédio, suspira e
não sangra dentro de mim. Dá última vez ouvi teu canto falando de
esperança, de querer, se doar e receber, amar, perdoar e amar de
novo...ainda assim, quando fecho os olhos te vejo falar dos astros, e
de suas relações com a música. Áries, me disse, gosta de rock
pesado, mas melodioso. Pensei no primeiro disco do Radiohead. E que o
tempo todo temos uma música embalando nossas vidas, como trilhas
sonoras de novela...acho que minha trilha é o silêncio, que grita e
ninguém ouve, só eu, só. Gostaria de falar de volta, manter um diálogo, mas como nos
sonhos, eu era apenas espectador, ou mera figuração. Enquanto a
história se desenrola e seus heróis e vilões ganham vida e ganham
guerras de presente do destino, que cruel e mal, nos aguarda em toda
esquina, como uma roleta russa, no próximo passo, na próxima
esquina, poderemos sucumbir. A música acalma minha alma atormentada
nesta existência, sugo todo som musical que me rodeia, assim como
aproveito das cores das flores que passam por mim, na floricultura
oriental, em alguma esquina, que pode ser a última. Escutarei tua voz
pra sempre, gravada em meus ouvidos, no meu inconsciente, minha pele,
feito tatuagem sonora ad infinitum... Ouço tua voz, e vagas palavras me surgem dentro de minha cabeça. O silêncio que mantinha, aquecido debaixo das cobertas, do último inverno frio e triste e só. Sempre só...enquanto isso, a voz que fala, dá lugar a voz que canta, então desisto, me entrego a própria sorte do amor...Amy canta e eu não sou um garoto bom, talvez um verme, um creep. Depois, estarei na esquina da morte, e ela não me verá, deixando-me vivo, ouvindo minha melodia triste, sem nem um beijo de chegada ou de adeus. Ainda ouço tua voz, embora entrando em sono profundo, e uma esperança da sonhar contigo, me falando ao ouvido, cantando para minha alma.
sexta-feira, 5 de julho de 2019
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