sexta-feira, 5 de julho de 2019

VOZ

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Ouço tua voz e não consigo escrever nada, nem da dor que maquiada de remédio, suspira e não sangra dentro de mim. Dá última vez ouvi teu canto falando de esperança, de querer, se doar e receber, amar, perdoar e amar de novo...ainda assim, quando fecho os olhos te vejo falar dos astros, e de suas relações com a música. Áries, me disse, gosta de rock pesado, mas melodioso. Pensei no primeiro disco do Radiohead. E que o tempo todo temos uma música embalando nossas vidas, como trilhas sonoras de novela...acho que minha trilha é o silêncio, que grita e ninguém ouve, só eu, só. Gostaria de falar de volta, manter um diálogo, mas como nos sonhos, eu era apenas espectador, ou mera figuração. Enquanto a história se desenrola e seus heróis e vilões ganham vida e ganham guerras de presente do destino, que cruel e mal, nos aguarda em toda esquina, como uma roleta russa, no próximo passo, na próxima esquina, poderemos sucumbir. A música acalma minha alma atormentada nesta existência, sugo todo som musical que me rodeia, assim como aproveito das cores das flores que passam por mim, na floricultura oriental, em alguma esquina, que pode ser a última. Escutarei tua voz pra sempre, gravada em meus ouvidos, no meu inconsciente, minha pele, feito tatuagem sonora ad infinitum... Ouço tua voz, e vagas palavras me surgem dentro de minha cabeça. O silêncio que mantinha, aquecido debaixo das cobertas, do último inverno frio e triste e só. Sempre só...enquanto isso, a voz que fala, dá lugar a voz que canta, então    desisto, me entrego  a própria sorte do amor...Amy canta e eu não sou um garoto bom, talvez um verme, um creep. Depois, estarei na esquina da morte, e ela não me verá, deixando-me vivo, ouvindo minha melodia triste, sem nem um beijo de chegada ou de adeus. Ainda ouço tua voz, embora entrando em sono profundo, e uma esperança da sonhar contigo, me falando ao ouvido, cantando para minha alma.

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