curiosidade no caminh de Santiago |
"Caminharei os meus sapatos em Copacabana
Atrás de livro algum pra ler no fim de semana
Exercitar aquela velha ótica sartreana
Vendo o maxixe falso da falsa loira falsa bacana"
by Vitor Ramil
Caminhando meus sapatos pela rua, deparo-me com um mural anunciando os mortos da cidade. Tomei por hábito, todos os dias ler e despedir-me dos que partem. Há muito tempo faço este caminho, há muito tempo viemos morrendo, um pouco a cada dia, às vezes só um. É quando Penso em mim, assim como na vida, estarei só na morte também. E quem vai ler meu obituário ? com uma fotografia provavelmente mais jovem, não existem muitas fotos minhas por aí, minha baixo estima nunca me permitiu self, ou algum exibicionismo. Mas vivo bem assim, na companhia de cães, remédios antidepressivos e livros. Minha alegria artificial. Melhor que chorar sem motivo. Chorar só é bom no escurinho do cinema, ou quando acordamos, pois deveríamos chorar de alegria e agradecimento, depois sorrir, por estar ainda vivo. Do outro lado da rua do mural, existe uma pracinha, com brinquedos. Gosto de sentar aos sábados por alguns instantes, para apreciar a alegria gratuíta das crianças, só um pouco, pois estas, as crianças, são sinceras demais e podem me ver e falar da solidão daquele tio. Eu. Embora só, por vezes não gosto de olhares inquisitores e preconceituosos. Um homem só. Deve ser um infeliz. Pode ser uma ameaça, louco. Daquele jeito nunca terá ninguém.................E não quero, pois ninguém pertence a ninguém. Ninguém é de ninguém homem estrangeiro. Osso. Boneca, Tapete persa. Acabou meu tempo, preciso seguir, ainda estou vivo, só e caminhando meus sapatos por aí.
Olá, meu amigo Jair!
ResponderExcluirAchei triste, mas também de muita grandeza e sensibilidade a sua despedida diariamente aos que partem de um mundo que ninguém se preocupa com ninguém, dado a enorme população do planeta.
Isso que você passa e pensa, todos aqueles que vivem mais solitários também passam. Conheço, e já falei com algumas pessoas sobre isso, esse medo, esse desconforto do futuro acontece.
Solidão + depressão, pode levar-nos a esses pensamentos que li no seu texto, tão bem narrado e que expõe as dores da alma. Dá uma agonia.
Pena você morar longe de sua família, Jair...seria algo muito bom, dariam a você muita força e afeto.
Meu abraço, amigo, procure ficar bem!!
Querida amiga Taus, sempre um prazer e felicidadde ai encontrar-te por aqui. A solidão e a morte são temas recorrentes meus. TRato minha depressão, está sob controle, mas já pé tanto tempo só, que me tornei assim. A família é tudo e estou morando em casa, agora trabalho na minha cidade e não moro mais só, mas sinto falta, embora a companhia de monha mãe me traz conforto e alegria, então escrevo. Andava meio bloqueado, os textos estão sainda meio confusos rss, mas estão aí, e isso me alivia. Escrever ainda é minha melhor droga ou terapia. Que alegria navegar no teu blog, escreves com maestria, leveza e profundidade, uma delícia de ler. Obrigado por existir, por ser ,omja amiga e por me fazer tão feliz com estas visitas. Carinho respeito e abraço.
ExcluirQue notícia ótima! Mudaste então para a casa de tua mãe? Meu amigo, vai nessa, não saia mais de perto da família e de uma cidade que estavas acostumado. Agora acredito que tudo vai melhorar, é questão de tempo!
ExcluirSaio daqui muito contente! Teus sobrinhos, tua mãe, parentes, e o Teimoso?? Está junto?
Grande abraço e um ótimo fim de semana!!
Sim querida amiga, me deixas feliz ao vibrar por mim, obrigado. Minha mãe querida pertinho, e o Teimoso sempre me espera, meu cusco lindo.
ExcluirQuerido amigo Jair, sua prosa sempre focada na realidade, neste texto o fim do ser humano, que é o caminho que todos seguiremos. E nós sabemos que assim é, mas nunca encaramos de ânimo leve a partida de alguém. Mesmo que só o saibamos pelo seu nome num mural, ou no papel dum jornal diário. Eu também sempre procuro o obituário e leio em pormenor,olho as fotos sem pressa, são desconhecidos, mas, são pessoas é quanto basta para um olhar, um pouco de atenção. Gosto da sua escrita, sempre triste, mas bonita. Contente por perceber que sua mamã está a seu lado. Vos desejo vida longa usufruindo da presença mutua que aos dois é por de mais gratificante. Abraço amigo. Dilita
ResponderExcluirQuerida Dilita, sempre achei meio mórbido esta minha mania de ler obituário, que bom que não tou só nisso rss...carinho respeito e abraço.
Excluir