Somos
tão distantes uns dos outros, inventamos caminhos distraídos.
Conexões perdidas entre as raízes das árvores.
Sim, elas se comunicam, agora eu sei, e “só as árvores
são naturais, o resto é fruto da mente do homem”.
Comecei assim minha caminhada, de árvore em árvore. No
início eram brincadeiras, balanços, navios e naves
espaciais. Depois o entrincheiramento, a fuga e o
esconderijo...sobre árvores brinquei minha infância, no
alto, distante de quase todos, existiam os meninos perdidos, que
sempre estavam sobre árvores, e por vezes, os encontrei e
brinquei, mas distantes uns dos outros. Corpos estranhos em lugar
comum a todos. Não adianta uma multidão, se te sentes
só.
Como diz aquela canção de um suicida: “quando a
rotina pesada e as ambições são pequenas, e o
ressentimento voa alto, mas as emoções não
crescem. E estamos mudando nossos caminhos, pegando estradas
diferentes”. Somos tão distantes e estranhos uns aos outros.
Inventamos caminhos de amor e morte e desculpas para não olhar
nos olhos. Negamos respostas que se encontram dentro de nós,
mas não sentimos nem vemos. Seguimos caminhos entre
árvores, que se colocam lado a lado, em pares, unidas pelas
raízes do amor eterno, e resistem ao tempo e as tempestades,
aos raios que teimam em se atrair por elas, matando uma, morre de
amor a outra. Menos oxigênio, pouco a pouco, pois nossas
conexões não são fiéis como as árvores,
e apesar do tempo gasto entre nós, estranhos e
individualistas, nada mudará este estado, esta forma de viver.
Somos tão distantes e estranhos uns dos outros.
"When routine bites hard and ambitions are low
and resentment rides high but emotions won't grow
And we're changing our ways
taking different roads"
by Joy Division
Verdade... somos distantes e estranhos aos outros, talvez por isso tanta guerra explode pelo mundo... triste realidade...
ResponderExcluirBeijos...
Minha querida Frida sou um estranho e distante ser humano que reza pela paz no mundo...a intolerância, a falta de solidariedade nos dá o raio x dos tempos que vivemos, tempos de muitas tristezas e não estamos conseguindo resolver nada, só complicar mais ainda. Por onde ando é difícil um contato mais verdadeiro, fico na superfície para não me machucar, pois não conhecemos mais o que é ser humano...querida amiga fico feliz por tua linda visita por aqui, este texto saiu de uma angústia que brotou em mim no dia de hoje. Tenho medo de perder o controle e me refugiar em mim, não ouvindo o mundo, não vendo as barbáries, as fomes, as dores, mas eu sinto, eu vejo e só consigo escrever para aliviar minha alma, que bom que lestes, estranhamente preciso saber o que meus próximos acham, obrigado por estar distante e bem perto de mim, somos estranhos mas nos conhecemos nas letras...Carinho respeito e abraço.
ExcluirTanta profundidade e nesse texto e temos que achar a conexão, não a podemos perder! Gostei! abraços,chica
ResponderExcluirChica do céu, minha adorável amiga, enquanto nos individualizamos cada vez mais, perdendo conexões, amigos, vida, as árvores nos mostram uma outra possibilidade, reencontrar internamente, num profundo de nós pouco ou quase nada explorado, estamos mais preocupados com a última novidade, o próximo passo, próximas superficialidades. A natureza nos mostra, nos ensina, repetimos os mesmos erros de burros e prepotentes. Mas minha querida amiga, fazemos parte de uma minoria que é do bem, que se questiona e por isso temos mais chances de mantermos as conexões, assim como fazer novas. Saudade dos teus céus, preciso olhar para cima...Carinho respeito e abraço.
ExcluirSim, meu amigo Jair, só seres sensíveis como você, têm a sensibilidade para sentir essa falta de calor humano que dia a dia nos torna mais distantes; percebem mesmo na superfície o entrelaçamento de raízes e entendem o diálogo entre as árvores! Ah! velho amigo, a sensação fria desse distanciamento, dói, e dói muito! As pessoas parecem querer fugir para cada vez mais longe, do útero em que ela fora incubada! Por falar nisso, neste próximo domingo, elas, nossas mães serão homenageadas. À minha, só posso dedicar um oração! Abraços!
ResponderExcluir"Do útero em que fora incubada", parece que ao sermos agraciados com o dom da vida, esquecemos de tudo, inclusive de quão frágeis somos nós, composto de 70% de água.
ExcluirVenho percebendo há algum tempo, mas sempre encontramos motivos para nos ilharmos do mundo, dos outros, o mundo tá violento, e unidos somos fortes, mas não sabemos ou não queremos ainda, isto passa pela união, e união é algo que passa cada vez mais distante dos seres humanos. Sempre fui encantado, apaixonado por árvores, sempre soube de suas raízes, que podem ir longe, assim como se mostrar fora da terra (geralmente lindo), mas esta conexão entre elas, e até de união, hoje entendo melhor os pés de fruta macho e os pés de fruta fêmea, de um mesmo fruto. A natureza sempre nos ensinando, nos dando sinais, mas somos burros e egoístas demais para sentir este chamado, muitas vezes de socorro (vide Amazônia)...meu querido Vitorio, sinto por tua mamãe, elevo em oração também, graças ao Bom Deus tenho a minha comigo, e será um dia das mães especial, minha mãe estava cega da catarata, mas conseguimos pagar uma cirurgia particular (se morre por esperar o SUS), e ela está vendo, e nossos laços nunca estiveram tão ligados, por minha parte não cortaria o cordão umbilical rs. Maravilha tua nobre presença querido amigo, este belo comentário, fico muito feliz, Carinho respeito e abraço.
Tem toda a razão, meu querido amigo. A maioria dos seres humanos são distantes, não possuem o mínimo de empatia – é mesmo uma triste realidade! Mas, de repente, quando menos esperamos, pode surgir uma conexão. Não podemos desistir, afinal!
ResponderExcluirBeijos! ;)
Blog: *** Caos ***
Minha querida amiga Helena, a bela, confesso que este texto começou com um sentimento particular de onde estou, a cidade, o trabalho, as pessoas, já estou nesta cidade e trabalho a mais de 3 anos, e depois de comer o pão que o diabo amassou aprendi a ser só por aqui, não criar expectativa, e naõ dar importância a pessoas que não querem saber se tou vivo ou morto (plágio dos Smiths rs), ao mesmo tempo acabei reforçando minhas conexões com amigos de onde parti, e nossas conexões, pessoas de bem. Muito Obrigado pela presença bela Helena. Carinho respeito e abraço.
ExcluirMeu caro amigo Jair Machado, nos brinda com mais uma bela cronica. Reflexão coerente sobre o nosso tempo. Gosto muito de árvores. Passei bons momentos da minha infância em cima de árvores. Era muito bom. Sobre a solidão das pessoas, isto lembra-me Belchior "a solidão pessoas/nas grandes capitais..." Quanta coisa lembra Belchior, né mesmo?
ResponderExcluirUm abração. Caro amigo, transmita o meu abraço a vossa boa mãe, neste dia especial.
Meu bom amigo Dilmar, tuas palavras sempre me engrandecem, fico feliz. Brincamos sobre as árvores, depois de ser adultos e sofremos e choramos e não podemos desistir, perdemos, ganhamos, mas não podemos desistir. É muito bom ter alguém que entende nossas palavras, sentimentos escritos. Referências...o Belchior sempre esteve em meus caminhos desde quando o conheci, além das belas melodias, seus escritos me encantavam. Obrigado amigo Dilmar, estou tão distante e estranho a todos que fico feliz em receber o amigo, não estiou tão só. Carinho respeito e abraço.
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