Estava
eu atarefado com minhas coisas de trabalho, em uma manhã de
raro Sol sereno, uma leve brisa, um dia perfeito de um bom Outono.
Tenho quarenta degraus para encarar toda manhã, que faz parte
de minhas funções, uma espécie de arauto do
apocalipse, saio pelo prédio a entregar material de
expediente, cartas, oficios, requerimentos, enfim, um traço da
tecnocracia, uma burocracia louca e destruidora que nós seres
humanos criamos, agora comandados pelo mundo virtual. Que chega
contudo, oferecendo as mais incríveis possibilidades virtuais.
Chega de papel ( as árvores agradecem). Chega de seres
humanos, afinal os computadores estão sendo aperfeiçoados
para nos substituir. Como vivemos praticamente na barbárie,
onde a política suja o pouco que resta de dignidade do povo
brasileiro. Mas não podemos reagir, afinal as leis estão
aí para proteger o cidade e a sociedade, a busca da paz
social. E não é o que vivemos hoje, nosso país,
nossas cidades frequentam os piores ranks na violência, matança
nos presídios, gays são mortos assim, simplesmente. E
da saúde, a saúde não existe mais, estamos todos
doentes. Mas nossos filhos estão viciados nesta nova onda. A
virtualidade. Mas quem disse que é para o nosso bem as
máquinas criadas pelo próprio homem. Não é
de se admirar, se nos matamos com tanta facilidade e por nada.
Respeito ? Palavra banida de nosso dicionário. E no redemoinho
desses pensamentos, percebo uma movimentação no castelo
onde trabalho, os lugares de repente, estavam vazios ou um e outro,
trabalhando maquinalmente. Um curso para aperfeiçoar e
implantar um novo sistema altamente virtual, o futuro chegando a
galope nestes pampas. Foi então que percebi, sou carta fora do
baralho, meu trabalho não carece aperfeiçoamento, já
posso ser descartado, assim como fiz concurso para entrar, mas
como o que faço um robô fará, não existe
mais a necessidade de minha presença. Socialmente senti-me
excluído por não ser chamado, assim como todo mundo que
precisar deste serviço. Ou manobras um robô ou desiste e
fuja para o campo, o mato, longe, longe de tudo aqui. Até que
os robôs deem falta e começam a seguir, numa louca
caçada, aos seres humanos. Enquanto isso, tomo meu chá,
fico em silêncio, esperando o momento em que serei chamado,
para dizerem que não precisam mais de meu serviço.
sexta-feira, 5 de maio de 2017
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Rapaz, os robôs vem aí
ResponderExcluirO que se fará do homem?
Bem, o futuro eu não vi
Ômega e o alfa somem?
Meu amigo querido Jair Lopes, senhor de todas as palavras...minha alegoria saída do mundo real para meus delírios ao escrever, tentar contar algo. Gostei mais do título, confesso, ficou meio confuso, admito, mas o assunto vivemos como nunca, isto da virtualização em todos os setores...nas fabricas de carros, não carecendo mais de muita mão de obra humana, um exemplo. Mas o futuro, a Deus pertence, eu no máximo tento desopilar minhas neuras com fatos corriqueiros da vida. Escrever me liberta dos sentimentos ruins que por obra do destino possa sentir. Obrigado meu bom amigo Jair Lopes por se fazer presente em minha vida real. Carinho respeito e abraço.
ExcluirE assim caminha a humanidade, a passos robotizados...
ResponderExcluirBeijos...
Minha querida Frida, é verdade, a passos robotizados e sem vontade (pegando Lulu Santos). É inevitável a cibernética e a exclusão...OBRIGADO, é sempre um imenso prazer recebe-la neste bloguinho. Carinho respeito e abraço.
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