A
espera tornou-se sem expectativa, mesmo caminhando por toda a praça,
contando cada árvore, examinando os brinquedos, sentando em
todos os bancos, e sua esperança começa a partir. Todas
as palavras ditas, mal ditas, e mal interpretadas. Fecha os olhos e
só consegue lembrar dos gritos, pratos sendo quebrados. Susto.
Houve-se em bater de porta, de passos pelos corredores e escada
abaixo, já que o elevador deixou de funcionar, e ninguém,
nem o síndico resolve este problema. Mas agora os passos saem
pela porta do prédio, uma dúvida, esquerda ou direita?
Olhou para o céu e viu nuvens passando apressadas, algumas
juntando-se e formando uma nuvem maior...segue pela direita pois o
final da rua termina em uma praça. Seu lugar favorito do
mundo, e do outro também. As relações nos dias
de hoje, disse o avô de um deles, são frágeis
porque falta verdade no sentimento. É tão fácil
abraçar, beijar e transar, mas conviver junto em harmonia e
respeito, poucos conseguem, sem falar nos casais com anos de
casamento, mas são dois estranhos dormindo na mesma cama.
Ficou ali, sentado no último banco, sob a sombra de uma imensa
seringueira, com suas raízes expostas, formando um belo
labirinto de caules, como o labirinto de seu coração, e
talvez do outro também. Distraído de baixo da árvore,
não percebeu que chegava uma chuva de verão. E antes
que pudesse reagir, correr, falar , estava em pé, na sua
frente, com o enorme guarda-chuva que compraram por brincadeira, era
tão grande que parecia lona de circo. Agora, frente a frente,
não conseguia sair dali, foi quando puxado pelo braço,
ouviu: vamos para nossa casa...
quinta-feira, 4 de maio de 2017
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Meu bom amigo Jair Machado, eis uma bela cronica.
ResponderExcluirUm abração. Tenhas um ótimo dia.
Meu querido amigo Dilmar, fico tão feliz com tua presença, pois este é o tipo de post meu que passa in albis. Deixas aqui alguém em paz com o que escreve, obrigado, muito obrigado. Carinho respeito e abraço.
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