terça-feira, 3 de julho de 2018

MARCHA FÚNEBRE


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Como passos lentos que acompanham um funeral, nas alamedas onde crescem livres os ciprestes, flor de cemitério, adentro o cemitério para fugir dessa realidade caótica e triste que nos rodeia. O silêncio dos mortos, eles não fazem mal, dizia meu falecido avô, os vivos sim. Costumam cortar corações e até quebrá-los, como se fossem de vidro. Um amor de vidro que acabou. Jaz sob a lápide fria, um corpo que não existe mais. Agora sobre a lápide, um corpo ainda quente debruçado sobre a fria pedra, lamenta, chora, sofre, mas restou vivo, podendo acordar para a vida todos os dias… Caminhar, mesmo em marcha fúnebre, doem os joelhos, talvez a idade que avança rápido, seja a vida de jogador de handebol na jovem adolescência, ou a alma que entrega-se, começando pelo caminhar, pelo não caminhar. Oh escadas que não somem, só aumentam, como um grande labirinto de escadas, descer, subir, descer, subir, descer ad infinitum… Não foram por todas as vezes que ajoelhado pedi e agradeci a Deus, nem os milhos do castigo. Pobres joelhos que um dia, jovens, ditavam o ritmo rápido da marcha...hoje, marcha fúnebre.



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