Como
passos lentos que acompanham um funeral, nas alamedas onde crescem
livres os ciprestes, flor de cemitério, adentro o cemitério para
fugir dessa realidade caótica e triste que nos rodeia. O silêncio
dos mortos, eles não fazem mal, dizia meu falecido avô, os vivos
sim. Costumam cortar corações e até quebrá-los, como se fossem de
vidro. Um amor de vidro que acabou. Jaz sob a lápide fria, um corpo
que não existe mais. Agora sobre a lápide, um corpo ainda quente
debruçado sobre a fria pedra, lamenta, chora, sofre, mas restou
vivo, podendo acordar para a vida todos os dias… Caminhar, mesmo
em marcha fúnebre, doem os joelhos, talvez a idade que avança
rápido, seja a vida de jogador de handebol na jovem adolescência,
ou a alma que entrega-se, começando pelo caminhar, pelo não
caminhar. Oh escadas que não somem, só aumentam, como um grande
labirinto de escadas, descer, subir, descer, subir, descer ad
infinitum… Não foram por todas as vezes que ajoelhado pedi e
agradeci a Deus, nem os milhos do castigo. Pobres joelhos que um dia,
jovens, ditavam o ritmo rápido da marcha...hoje, marcha fúnebre.
terça-feira, 3 de julho de 2018
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