Não
espero nada de bom das pessoas, senão a maldade, a indiferença e o
asco. A natureza humana é o mal, a inveja. Sou útil, mas calado,
sem ideia, sem opinião, sem risos, quase um escravo. Assim me
querem, somente para servir. Não opino mais quando de tua ira
destilada contra e sobre o povo pobre, as favelas, os negros, os
gays, que dizes ser o mal do Brasil. Sofro a destruição de minha
vida profissional, acabando com minha credibilidade com o serviço,
acabando com minha autoestima e segurança para trabalhar. Meu Deus,
depois de 30 anos de trabalho, consigo vaga na minha terra natal, que
profissionalmente sempre soube ser um dos piores lugares, mas vim
cair no que diziam ser o melhor local, e estou a beira de sair
correndo e chorando e me jogar no primeiro precipício e desaparecer,
não quero nem imaginar os outros lugares. Seria aqui a sucursal do
inferno profissional de minha vida ? Fiz tudo errado estes anos todos
e ninguém me orientou direito, tendo de saber disso aqui ? Ouvindo
vozes de raiva, olhares de sangue, gritos em público que fiz errado
o meu trabalho ? Isso machuca e dói, dói muito. Mas ninguém se
importa com a dor de um pobre diabo, filho de proletários, negro e
que tem um instinto intelectual, ninguém se importa, mas só se
irritam, pois um negro, pobre, não deve ter conhecimento, nem bom
gosto musical, nem conhecer poesia...sou desses e muito mais, e isso
irrita burgueses preconceituosos. Estou tão amargo, tão amargo que
evito abrir a boca, não consigo mais falar coisas boas. Não, não
espero nada das pessoas, aliás, nunca esperei.
quarta-feira, 11 de dezembro de 2019
segunda-feira, 9 de dezembro de 2019
AS DIMENSÕES DO SERVIÇO PÚBLICO E PRIVADO
Hoje
em dia, ter um trabalho, deve-se agradecer a Deus, diante da crise
instalada no país. Os desempregados passam dos 12 milhões, número
bastante alto para nosso país. Com isso cria-se um exército de
reserva assustador, fragilizando o cidadão carente de emprego, Os
que possuem emprego, ficam entra a espada e a cruz, podendo perder o
trabalho a qualquer momento, ou, suportando todo tipo de humilhação.
O que pode ser bem comum, sabendo o tipo de ser humano que está como
patrão. Falo isso das empresas privadas, sendo um pouco diferente as
empresas públicas. Trabalho numa, há muitos anos anos, prestei
concurso, passei e assumi. Ocorre que dentro da empresa pública
existe uma guerra. Os governos alegam que a quebra do Estado é por
culpa do serviço público, alegando eles, que possuem muitas
vantagens, aumentando o salário. Por outro lado, os funcionários
públicos, muitos, agem como se fossem donos dos cargas que passaram
em concursos, fazendo a seu bel prazer os serviços, deixando a
população esperando, nas filas, enquanto conversam, riem...na
verdade são uma minoria, mas que estragam todo o sistema, fazendo
com que o povo apoie as investidas do governo, que assim não é
questionado quanto aos salários dos próprios, dos seus assessores,
dos altos cargos de comando, se fixando assim, nos trabalhadores das
empresas públicas ou seja, quem realmente trabalha. Dito isso, olho
para meu umbigo, minha vida, meu interesse. Já estou a quase 30 anos
neste trabalho, mudei algumas vezes de cidade, mas continuo, é um
trabalho que adoro fazer. Tenho esta responsabilidade, que a grande
maioria dos funcionários públicos tem, de valorizar o trabalho, ser
responsável. Ms infelizmente, existem as guerras internas. Já
presenciem umas enormes, só faltou rolar sangue, tudo por dinheiro,
benefícios, vantagens próprias do sistema. Foi onde vi pessoas que
admirava, e admiro ainda, algumas, se transformarem para pegar uma
vantagem, que poderia ser para outro colega,mas conseguiu face
artimanhas, “puxasaquismos” e até deslealdade para com o colega.
Sempre abri mão de qualquer vantagem que tivesse que competir com
outro. É da minha natureza, talvez por isso não consegui crescer
dentro do sistema público, como alguns colegas. Mas o pior de tudo,
são as humilhações, depois deste tempo todo prestando serviço, me
deparo com estas situações. De desdenho com meu trabalho, ficar
procurando supostos erros (somos humanos, e erramos...e quem
trabalha, está sujeito ao erro). Funções me foram retiradas e
entregues a um estagiário (nada contra, talvez um pouco), mas eu sou
o funcionário. E o que acho de pior, são reuniões feitas para
falarem do funcionário, que não está presente. Rezo, rezo muito
antes de entrar no trabalho todos os dias, e tomo remédios, como
rivotril...tenho me feito de cego e surdo e tento ficar mudo. Apenas
cumprir com a lealdade e responsabilidade, o cargo público que
ocupo.
sexta-feira, 6 de dezembro de 2019
TODA MINHA MELANCOLIA (POTE DE MÁGOA)
"Já
lhe dei meu corpo, minha alegria
Já estanquei meu sangue quando fervia
Olha a voz que me resta
Olha a veia que salta
Olha a gota que falta pro desfecho da festa ..."
Já estanquei meu sangue quando fervia
Olha a voz que me resta
Olha a veia que salta
Olha a gota que falta pro desfecho da festa ..."
Meu
coração é um pote até aqui de mágoa, já dizia uma velha canção…
o meu é assim, tomado de mágoa. Pensava que estava secando, mas é
mágoa. Pensava que nunca mais saberia ou poderia amar, mas meu
coração é forte, solitário, mas forte, resistindo a toda
tentativa de morte, sempre batendo por minha vida. Melancólico como
nunca antes senti esta melancolia, que beira a doença. Levemente
triste e angustiado,olho para o lado e meu coração palpita ao ver
meu cão correndo em volta de mim, me olhando, querendo um carinho ou
um biscoito, mas de mim, de mim, o seu deus, que tudo prove, que o
amo com toda a força do mundo. Na verdade ele, o Teimoso, meu cão,
foi quem permitiu meu coração não virar pedra, desde o dia que
nossos olhos se cruzaram, e o amor brotou dentro de mim. Mas
inevitável não entristecer no mês de dezembro, no mês do Natal.
Choro vendo as propagandas na televisão, choro pelo mundo, choro por
mim. E não espero mais nada, de ninguém, talvez de Deus, que é
presente em minha vida e que me mantém de pé. Quero ser um doador
de órgãos, se aproveitarem alguma coisa, hoje não doaria mais meu
coração, pois quem dele se aproveitasse, teria um avida de
sofrimento, dor, angústia, melancolia, esta tristeza passageira, que
não parte,não me deixa…
"Por
favor
Deixe em paz meu coração
Que ele é um pote até aqui de mágoa
E qualquer desatenção, faça não
Pode ser a gota d'água..."
Deixe em paz meu coração
Que ele é um pote até aqui de mágoa
E qualquer desatenção, faça não
Pode ser a gota d'água..."
by Chico Buarque de Hlanda
segunda-feira, 2 de dezembro de 2019
ESCONDIDO ATRÁS DE MINHA VIDA
Meu psiquiatra morreu.
Ele que nunca me deixou
morrer, sempre tinha uma palavra, senão amiga, de conforto, e alguns
remédios que me deixavam leve na vida e com vontade viver,
esquecendo a morte e quem eu era de verdade, um verme terráqueo. Ele
morreu e nem me avisou, eu teria ido junto, sempre gostei de sua
companhia. Meu psiquiatra morreu, e eu aqui, vivinho da silva e
covardemente escondido atrás de minha vida, que baila ao sabor do
vento e do tempo. Lembro da última vez que ele me içou do fundo do
poço, já quase sem vida, sem ânimo, apenas me deixava ser levado
pela morte, e ele não deixou, me salvou como um herói, que era.
Agora, ao receber a notícia, algum tempo depois, apenas olho aqui do
alto do prédio, e sinto uma vontade de falar com ele, basta me
jogar...mas ele não ia gostar, e sempre fiz o que ele me disse, por
isso ainda estou vivo…
Meu psiquiatra morreu.
Kid Abelha - Nada Sei (apnéia)
Malhação
Nada
sei dessa vida
Vivo sem saber
Nunca soube, nada saberei
Sigo sem saber
Que lugar me pertence
Que eu possa abandonar
Que lugar me contém
Que possa me parar
Sou errada, sou errante
Sempre na estrada
Vivo sem saber
Nunca soube, nada saberei
Sigo sem saber
Que lugar me pertence
Que eu possa abandonar
Que lugar me contém
Que possa me parar
Sou errada, sou errante
Sempre na estrada
Sempre
distante
Vou errando
Enquanto tempo me deixar
Errando enquanto tempo me deixar
Nada sei desse mar
Nado sem saber
De seus peixes, suas perdas
De seu não respirar
Nesse mar, em segundos
Insistem em naufragar
Esse mar me seduz
Mas é só prá me afogar
Post dedicado ao dr. Carlos Eduardo de Freitas Nascente
Vou errando
Enquanto tempo me deixar
Errando enquanto tempo me deixar
Nada sei desse mar
Nado sem saber
De seus peixes, suas perdas
De seu não respirar
Nesse mar, em segundos
Insistem em naufragar
Esse mar me seduz
Mas é só prá me afogar
Post dedicado ao dr. Carlos Eduardo de Freitas Nascente
quarta-feira, 20 de novembro de 2019
REFLEXO DE REFLEXO DE REFLEXO...
Outra vez na frente do espelho e quero quebrá-lo, não quero atravessar, nem ver meu reflexo. Não gosto do que vejo, da carne gasta e prejudicada pelo tempo, e o que está lá dentro é uma negra tempestade…“A
minha
alma nem me lembro mais Em que esquina se perdeu Ou em que mundo se
enfiou”. Muitas
vezes me iludi com as luzes refletidas no espelho, atravessava e via
as possibilidades de uma existência descente, livre e feliz, mas não
era Alice no espelho, nem tão pouco o coelho e seu relógio, sempre
com pressa. Volto pra cama e afundo minha cabeça no travesseiro, na
esperança dele ter vida própria, ser um assassino e me sufocar, até
acabar meu ar. Seria muita sorte ou azar. Enquanto isso preciso
resolver meu tempo restante neste planeta, nesta vida. Agora sem
esperanças de amar, melhor partir...“Eu
não sei o que meu corpo abriga Nestas noites quentes de verão E
nem me importa que mil raios partam Qualquer sentido vago de razão
Eu ando tão down”. Não quero estes cabelos brancos, quero meus
dentes de volta, este corpo flácido e sem força não me representa,
apenas, na frente do espelho, tenho o desejo de acabar com ele. Nada
se compara ao que sinto dele,
não ao que vejo. Baixa estima ? Tristeza ? Solidão ? Não sei mais
o que esperar. Melhor não esperar nada, principalmente do outro.
Outra vez me olhando no espelho, outra vez na beira do abismo, outra
vez querendo morrer...e assim se repete ad infinitum esta
infelicidade
quinta-feira, 14 de novembro de 2019
A BOLHA
Como
podemos viver no mesmo ecossistema e sermos tão diferentes ?, mesmo
assim sorrimos juntos e respiramos o mesmo ar, e até o dia de hoje
não travamos nenhuma batalha de vida ou morte, apenas de palavras.
Alguém um dia me disse, que palavras podem ferir mais que navalha.
Duvidava disso, até te encontrar aqui, onde coabitamos, até sentir
o poder de tua língua viperina, teu olhar de desprezo. Entendo, pois
viemos de mundos opostos, eu vindo dos pobres e humildes e sem
dinheiro no banco, nem parentes importantes. Tu, vens dos privilégios
da dolce vita burguesa, dos que nascem em berços de ouro, que não
sabem o que é uma pá. Mas o destino quis assim, cá estamos nós
juntos, mas não unidos, dividindo, por obrigação, o mesmo espaço,
respirando o mesmo ar. No silêncio, me espanto por não conseguir
equilibrar nenhuma opinião, sempre tão distantes, a opinião de um,
a opinião de do outro. Já cansei, apenas me calo, e tento ouvir a
música que vem das profundezes dos fones de ouvido, para dentro de
mim, e acalmar. A música tem o poder da cura, ela acalma até o mais
exaltado, o mais raivoso, o que está abeira de um ataque de
nervos...Mas o que importa nossos humores aqui dentro desta bolha ? O
mundo lá fora está em chamas ou em baixo dágua. A violência
assola o país e mata o povo na América Latina. Mas o que importa
mesmo ? Nosso umbigo, onde queremos instalar o mundo ? O que importa
se é direita ou esquerda ? o que importa é que o povo passa fome, e
os burgueses...como são lindos, como são lindos os burgueses, diria
Caetano. Como podemos viver no mesmo ecossistema ? O planeta é único
e inseparável, juntos formamos as bactérias que destroem este
planeta, mas vivemos em paz, aqui dentro dessa bolha.
sexta-feira, 8 de novembro de 2019
QUANDO ESTOU SÓ
Quando estou só reconheço
Se por momentos me esqueço
Que existo entre outros que são
Como eu sós, salvo que estão
Alheados desde o começo.
E se sinto quanto estou
Verdadeiramente só,
Sinto-me livre mas triste.
Vou livre para onde vou,
Mas onde vou nada existe.
Creio contudo que a vida
Devidamente entendida
É toda assim, toda assim.
Por isso passo por mim
Como por coisa esquecida.
by Fernando Pessoa
"A solidão é a condição inevitável do homem."
Fernando Pessoa
terça-feira, 5 de novembro de 2019
CORAÇÃO VIRTUAL
"Desejo que você tenha a quem amar
E quando estiver bem cansado
Ainda exista amor
Pra recomeçar"
FREJAT
CORAÇÃO VIRTUAL
Quando me inteirei da
internet, já foi tarde, bem tarde. Por falta de condições de ter
um aparelho celular, não poder pagar uma internet em casa, enfim,
queria ficar ileso deste novos costumes. Impossível. Um amigo me
presenteou com um blog, ele fez pra mim, este blog em que escrevo
agora. Dito isso, posso tentar expor o que quero falar...Comecei
então a escrever, na verdade sempre escrevi, sempre tive caderno de
poesia, arriscava contar histórias e fazia também, meu diário
desabafo, sempre tive o escrever como terapia, embora não soubesse
no começo. Com o tempo, o blog foi se tornando grande, não de
acessos, ou seguidores, mas grande com meus textos e os amigos
virtuais que chegavam. Era uma troca linda, conhecia pessoas e seus
blogs, poemas, textos, contos, fotografias e nos visitávamos. Foi
então que comecei a sentir algo diferente, por pessoas que conhecia
do mundo da blogosfera, virtuais, mas isso não impediu de ter
sentimentos por estas pessoas, algumas. Descobri que é possível
amar dentro da internet, um sentimento verdadeiro, diferente do que
conhecia até então das relações via internet. Sempre achei meio
carnal e não espiritual as relações via internet, o que não deixa
de ser verdade. O lado ruim é que muitas pessoas acabam caindo em
ciladas ao conhecer o tal ser virtual que se desejou...mas tem um
lado bom, quando este ser virtual se torna real como os sentimentos
devem ser, reais. Sabemos, sei de casamentos que surgiram na
internet. Sei também de violências, vindas da internet. Como tudo
na vida, tem o lado bom e o ruim, o que precisamos é saber e ter
sorte também, para escolher o certo, o bom, que nem sempre está nos
olhos da pessoa, enfim. Dito isso, preciso confessar que descobri
sentimentos no mundo gelado e virtual, que pode ser quente e real.
Fiz amigos pra sempre e gosto, gosto muito destas pessoas. Agora ando
meio/muito afastados das pessoas, dos amigos e pessoas do mundo real,
consequências de minha depressão, de meu isolamento, o que
aconteceu com este blog também, pois é uma mão de duas vias, como
me afastei, fatalmente, se afastaram de mim, não comento nos blogs
dos outros, os outros não comentam no meu, o que não me impede de
continuar com meu blog, o escrevo, agora, pra mim. E continuar
visitando os blogs, mas sem comentários...Mas continuo sentindo,
embora afastado de quase todos, meu coração se comunica com
corações virtuais.
"...é preciso amar as pessoas, como se não houvesse amanhã..."
Renato Russo
"...é preciso amar as pessoas, como se não houvesse amanhã..."
Renato Russo
quinta-feira, 31 de outubro de 2019
MUNDO, MUNDO VASTO MUNDO
Poema de Sete Faces
Quando nasci, um anjo tortodesses que vivem na sombradisse: Vai, Carlos! ser gauche na vida.
As casas espiam os homensque correm atrás de mulheres.A tarde talvez fosse azul,não houvesse tantos desejos.
O bonde passa cheio de pernas:pernas brancas pretas amarelas.Para que tanta perna, meu Deus,pergunta meu coração.Porém meus olhosnão perguntam nada.
O homem atrás do bigodeé sério, simples e forte.Quase não conversa.Tem poucos, raros amigoso homem atrás dos óculos e do bigode.
Meu Deus, por que me abandonastese sabias que eu não era Deusse sabias que eu era fraco.
Mundo mundo vasto mundo,se eu me chamasse Raimundoseria uma rima, não seria uma solução.Mundo mundo vasto mundo,mais vasto é meu coração.
Eu não devia te dizermas essa luamas esse conhaquebotam a gente comovido como o diabo.
by Carlos Drummond de Andrade
quinta-feira, 17 de outubro de 2019
ME HACES BIEN
Me Haces Bien
Jorge Drexler
Para contarte, canto
quiero que sepas
cuánto me haces bien
me haces bien
me haces bien
Te quiero de mil modos
te quiero sobre todo
me haces bien (3x)
Basta ver el reflejo de tus ojos en los míos
como se lleva el frío
para entender
que el corazón no miente
que afortunadamente
me haces bien (3x)
sexta-feira, 11 de outubro de 2019
quarta-feira, 9 de outubro de 2019
NÃO SOU UM SUJEITO DE SORTE
“Presentemente
eu posso me considerar um sujeito de sorte
Poque
apesar de muito moço me sinto são e salvo e forte
E
tenho comigo pensado Deus é brasileiro e anda do meu lado
E
assim já não posso sofrer no ano passado
Tenho
sangrado demais, tenho chorado pra cachorro
Ano
passado eu morri mas esse ano eu não morro
Tenho
sangrado demais, tenho chorado pra cachorro
Ano
passado morri mas esse ano…”
“Sujeito
de Sorte – Belchior”
A
cada dia mais deslocado e perdido me sinto, mesmo meu trabalho
ocupando meu tempo, terapia ocupacional que paga um salário. Tomo
rivotril para minha ansiedade me acalmar, do estresse cotidiano, dos
telejornais sangrentos e das palavras que não mereço ouvir, que não
me permitem salvar minha baixa estima de desaparecer num buraco
negro de dor e esquecimento e frio e náusea. Busco cada dia acordar
com Deus ao meu lado, me guiando os passos, mas como controlar o
outro, que é o inferno, como disse Sartre. Não espero mais um
grande amor,nem um pequeno, meu tempo passa rápido, minha vida se
esvai em frustração e fracassos. Não, não preciso meu blog, que
tenhas pena de mim. Já estou acostumado a ser chutado e duvidado,
desacreditado e colocado sempre em segundo, terceiro ou último
plano, quando faço parte de algum plano. Quando não tem mais
ninguém, e se precisa completar um quórum mínimo, para alguma
coisa que todos precisam. Tou acostumado, aliás, os negros neste
país são tratados assim, eu sei, sou negro. Definitivamente não
sou um sujeito de sorte, apenas um ser triste, que tenta sorrir,
enquanto as lágrimas ficam retidas atrás dos olhos. A cada dia mais
longe estou da luz da felicidade, sem esperança, porque a que eu
tinha se foi. (muito obrigado Morrissey do The Smiths :
"When you say it's gonna happen "now"
Well, when exactly do you mean ?
See I've already waited too long
And all my hope is gone"
sexta-feira, 4 de outubro de 2019
quarta-feira, 2 de outubro de 2019
O OVO
Senti
falta de estar aqui, mas ao mesmo tempo um medo de escrever o que
estou sentindo, o que estou vendo e ninguém está me contando. O ovo
da serpente começou a ser chocado. Nossas esperanças estão sendo
destruídas, mesmo dentro de nossos sonhos. O povo está doente, as
doenças estão se fortalecendo cada vez mais, e os médicos cada vez
menos. Hitler deu seus primeiros passos rumo ao holocausto fazendo .
O que estão fazendo conosco. Ataque a minorias, um ufanismo
nacionalista exagerado, redirecionamento da educação, sem antes
acabar com ela. Enfraquecendo alicerces sólidos, como a Justiça.
Privilegiando colaboradores, como latifundiários, fascistas
disfarçados de evangélicos. Um discurso louco de sermos os melhores
e nos bastarmos, desrespeitando qualquer linha diplomática entre
nações...senti, sinto muita falta de escrever, mas não posso
mentir pra mim mesmo, mas não posso ter isso como absoluto. Apenas
faço constatações, e o que percebo é isso, uma dor, uma
desilusão, muito discurso de ódio. O ovo choca, enquanto isso boa
parcela do povo concorda, sem saber, sem entender, apenas concorda.
Massa de manobra. Quero estar louco e fazendo muita confusão na
minha mente, no que estou vivendo hoje, Oxalá queira que esteja
errado, que não passa de teoria da conspiração, que não estamos
caminhando a passos largos para um holocausto abaixo da linha do
equador. Meu coração sofre calado, anulando minhas mãos e minha
mente para escrever, o que mais gosto de fazer, mas é tanta dor e
absoluta falta de esperança, e vejo a minha frente apenas uma
escuridão que se aproxima, uma névoa negra densa, que vem acabar
com a luz do dia, da vida, da liberdade...os tempos modernos estão
sendo engolidos pelas trevas. As trevas da ignorância, da
intolerância, da dor, do preconceito, da fome, da guerra...por isso
estava bloqueado, meu blog, em te escrever, mesmo a primavera linda
em minha vida nestes dias, mesmo os ipês lindamente enfeitado de
flores, as amarelas, minhas favoritas, mesmo que mantenhamos a
esperança, que é a última a morrer, continuamos adentrando esta
nova treva, negra, fria e castradora. Sinto falta de escrever aqui,
meu blog, quem sabe da próxima meu coração esteja um pouco feliz e
traga palavras de amor e esperança
quinta-feira, 5 de setembro de 2019
CANTAREMOS O MEDO DOS DITADORES
Congresso Internacional do Medo
Provisoriamente não cantaremos o amor,
que se refugiou mais abaixo dos subterrâneos.
Cantaremos o medo, que esteriliza os abraços,
não cantaremos o ódio porque esse não existe,
existe apenas o medo, nosso pai e nosso companheiro,
o medo grande dos sertões, dos mares, dos desertos,
o medo dos soldados, o medo das mães, o medo das igrejas,
cantaremos o medo dos ditadores, o medo dos democratas,
cantaremos o medo da morte e o medo de depois da morte,
depois morreremos de medo
e sobre nossos túmulos nascerão flores amarelas e medrosas.
by Carlos Drummond
de Andrade
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