terça-feira, 22 de maio de 2012

FELIZ 3 ANOS MEU BLOG



O ESPELHO.

"Entonces escribo
Amanece, las nubes
corren suavemente desde el norte"

"...eu tentei fugir não queri me alistar
eu quero lutar mas não com essa farda
E já está ficando tarde e eu estou muito cansado
minha mente  está tão cheia e estou me transformando.
Você pens que sou louco mas estou só delirando
Você pensa que sou tolo mas estou só te olhando..."

A última fonte de desejos eu descobri  logo após àquele almoço...

estilhaços, palhaços alados
beco boneca casaco xadrez
muito  obrigado Renata G.

Só vou te contar no pé do ouvido a história triste de um amor que nunca existiu.

Aborto Elétrico e Vitor Ramil
Renato Russo e Cazuza, CaioFernandoAbreu, Lya Luft, Ivo Bender
Cartola e Dona Ivone Lara

Desejava-te
Não abri a porta
Tua mão no vidro

"...não há falta na ausência
ausência é um estar em mim..." - para os blogs que sigo e deixaram de existir.

Meu Pai. Minha Mãe.

ESPELHO.

FELIZ 3 ANOS MEU BLOG.

segunda-feira, 14 de maio de 2012

NÃO, A VIDA NÃO É ASSIM


Esta é uma Senhora Árvore da Ilha Grande, presente de minha amiga Anaís, existe coisa mais linda que uma árvore (tá bom, pode até existir mas esta beleza gigante é algo que me fascina. Obrigado Anaís do Blog Sózinha na Madrugada).

Sempre foi assim, o pouco que conseguia me era tirado. Até um pirulito, aparecia sempre uma mão para arrancá-lo de minha boca. Sinto um pouco de tristeza, mas aceito resignado a parte que cabe deste latifúndio...mas que parte me cabe?
Ainda bem  que tem o Sol, este sim, ninguém me tira, nem fazendo sombra, mesmo que ele não apareça, eu sei que ele está lá. Pronto a me abraçar, me aquecer o coração e faze-lo alegre e não triste.
Como sempre me vêm aquele menino que eu era. Tímido. Quieto. Mas com os olhos e o pensamento vivo. Lya Luft tem razão, crianças pensam. E como eu pensava. Às vezes me confundia, como faço ainda hoje. Acho que passei do limite e penso demais. Sofro demais. Olho demais, vendo o mundo passar, cada vez mais rápido, na minha frente...mas me restou o Sol, este sim curador de todos os males. A tristeza nem chega perto, apenas me espreita pelas frestas do frio.

segunda-feira, 7 de maio de 2012

MONÓLOGOS DA SOLIDÃO - ATO I



Cenário - um pequeno quarto, com uma cadeira de palha velha, uma cama velha, um pequeno bidê velho com uma lata velha de azeite servindo de vaso para uma rosa, esta sim bela e nova e vermelha, uma janela com as venezianas abertas e os vidros fechados, não é possível ver, mas há um cheiro de mofo. Sobre a cama enrolado num cobertor velho, um homem, que apesar de parecer velho, não é. Acorda. Fica alguns minutos olhando o teto na esperança de encontrar algo, que não sabe o que é, mas algo que o estimulasse alevantar, descer até a padaria e tomar um pequeno café com pão, e um pouco de manteiga, mas mal conseguiu levantar, cambaleante, não da ressaca, pois não bebia, mas do porre tomado no pesadelo que o atormentou a noite toda. Espreguiçou-se, então se pode ouvir o primeiro som saindo de sua boca, uma espécie de grunhido, cujos braços acompanhavam como num balé sem sentido, encaminha-se ao pequeno banheiro, fecha a porta e não se pode ver nada, depois de algum tempo ouve-se o barulho da descarga. Sai do banheiro.
 - Se ao menos tivesse um cão, ele poderia sorrir para mim, abanar o rabo, lamber minhas pernas, latir para mim...quem sabe não me sentisse tão s´, tão sem ninguém, tão e.t., tão  brasileiro, se bem que brasileiro nunca está só, ou é casado, ou tem amante, ou namorada, ou tem...(pensou), existem tantas formas  formas de amar, como não consegui uma para mim, como não encontro ninguém que me olhe com algum interesse, além da repulsa de não ser o que gostaria de ver, de falar, de abraçar...(dá de ombros)mas tou acostumado com isto, minha vida toda. (Senta-se na cadeira velha de palha). Toda minha porcaria de vida, desde pequeno, aquele bando de irmãos, eu apesar de ser o caçula, era esquecido por todos, pai, mãe, irmãos, até os bichos...lembra do cachorro que gostaria de ter  ? pois é, , os cuscos da casa, nenhum brincava comigo, no máximo , ladravam enraivecidos, claro, incitados pelos meus irmãos, que pelo visto me odiavam. Minha mãe nunca me deu peito, nem carinho, meu pai nunca me deu colo. Aprendi a caminhar me arrastando pelo chão. Esqueciam de mim na rua quando anoitecia e todos entravam para dentro de casa, e eu confundido com a lama ficava ali, mas não chorava, apenas ficava ali, sob   luar, a única coisa bela que lembro da minha infância, a Lua. (Neste momento cai uma lágrima de seu olho, vlta-se parea a janela e o dia amanhece, só um rastro de luar e uma única estrela que brilha sem parar lá longe no firmamento - as luzes apagam-se).

ps. Obrigado Ivo Bender por esta inspiração teatral e matar um pouca a saudade que sinto do palco.

quarta-feira, 2 de maio de 2012

RADIOGRAFIA DE UM PAÍS CHAMADO BRASIL


 Perfeição

Legião Urbana

Vamos celebrar
A estupidez humana
A estupidez de todas as nações
O meu país e sua corja
De assassinos
Covardes, estupradores
E ladrões...
Vamos celebrar
A estupidez do povo
Nossa polícia e televisão
Vamos celebrar nosso governo
E nosso estado que não é nação...
Celebrar a juventude sem escolas
As crianças mortas
Celebrar nossa desunião...
Vamos celebrar Eros e Thanatos
Persephone e Hades
Vamos celebrar nossa tristeza
Vamos celebrar nossa vaidade...
Vamos comemorar como idiotas
A cada fevereiro e feriado
Todos os mortos nas estradas
Os mortos por falta
De hospitais...
Vamos celebrar nossa justiça
A ganância e a difamação
Vamos celebrar os preconceitos
O voto dos analfabetos
Comemorar a água podre
E todos os impostos
Queimadas, mentiras
E seqüestros...
Nosso castelo
De cartas marcadas
O trabalho escravo
Nosso pequeno universo
Toda a hipocrisia
E toda a afetação
Todo roubo e toda indiferença
Vamos celebrar epidemias
É a festa da torcida campeã...
Vamos celebrar a fome
Não ter a quem ouvir
Não se ter a quem amar
Vamos alimentar o que é maldade
Vamos machucar o coração...
Vamos celebrar nossa bandeira
Nosso passado
De absurdos gloriosos
Tudo que é gratuito e feio
Tudo o que é normal
Vamos cantar juntos
O hino nacional
A lágrima é verdadeira
Vamos celebrar nossa saudade
Comemorar a nossa solidão...
Vamos festejar a inveja
A intolerância
A incompreensão
Vamos festejar a violência
E esquecer a nossa gente
Que trabalhou honestamente
A vida inteira
E agora não tem mais
Direito a nada...
Vamos celebrar a aberração
De toda a nossa falta
De bom senso
Nosso descaso por educação
Vamos celebrar o horror
De tudo isto
Com festa, velório e caixão
Tá tudo morto e enterrado agora
Já que também podemos celebrar
A estupidez de quem cantou
Essa canção...
Venha!
Meu coração está com pressa
Quando a esperança está dispersa
Só a verdade me liberta
Chega de maldade e ilusão
Venha!
O amor tem sempre a porta aberta
E vem chegando a primavera
Nosso futuro recomeça
Venha!
Que o que vem é Perfeição