quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

SAUDADE CÁSSIA ELLER



O Segundo Sol


Quando o segundo sol chegar

Para realinhar as órbitas dos planetas

Derrubando com assombro exemplar

O que os astrônomos diriam se tratar

De um outro cometa



Quando o segundo sol chegar

Para realinhar as órbitas dos planetas

Derrubando com assombro exemplar

O que os astrônomos diriam se tratar

De um outro cometa



Não digo que não me surpreendi

Antes que eu visse, você disse e eu não pude

acreditar

Mas você pode ter certeza

De que o seu telefone irá tocar

Em sua nova casa que abriga agora a trilha

Incluída nessa minha conversão



Eu só queria te contar

Que eu fui la fora e vi dois sóis num dia

E a vida que ardia sem explicação



Quando o segundo sol chegar

Para realinhar as órbitas dos planetas

Derrubando com assombro exemplar

O que os astrônomos diriam se tratar

De um outro cometa



Não digo que não me surpreendi

Antes que eu visse, você disse e eu não pude

acreditar

Mas você pode ter certeza

De que o seu telefone irá tocar

Em sua nova casa que abriga agora a trilha

Incluída nessa minha conversão



Eu só queria te contar

Que eu fui la fora e vi dois sóis num dia

E a vida que ardia sem explicação



Seu telefone irá tocar

Em sua nova casa que abriga agora a trilha

Incluída nessa minha conversão



Eu só queria te contar

Que eu fui lá fora e vi dois sóis num dia

E a vida que ardia sem explicação



Explicação

Não tem explicação

Explicação, não

Não explicação

Explicação,

Não tem, não tem explicação

Explicação

Não tem explicação

Não tem, não tem...


ps.........

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

CAMINHO




A parede construída com pequenos azulejos, que não são azuis, e que forram todo o corredor, que seguindo se perde em curvas, bifurcações, caminhos. Labirinto. Lembro Rayuela que me conta segredos, fala de espelhos, me faz atravessar o tempo ou redescobrir labirintos. Todos dentro de mim. Alguns fora. Mas em todo o caminho, de um lado azulejos que não são azuis, e do outro vidros, por todo longo caminho labiríntico.. Celas de vidro que aprisionam  almas. Boas e más. Eu mesmo  cumpria a minha pena , até iniciar esta caminhada. Esta cilada. Ouço os ecos dos berros de Renata no palco de nossas  tardes juvenis, na quela pequena cidade do interior do espelho, do tempo, da vida. Delírios psicodélicos em teatros inventados, criando papéis, entrando profundamente na palavra.
Agora ouço meus próprios passos neste cxaminho sem fim ou  labirinto. Passadas que saem dos meus pés, cruzam meus ouvidos e grudam-se nas paredes, como a sombra autônoma de Peter Pan, meus passos já não são meus , mas de personagens ou as pessoas aprisionadas dentro de mim, sendo eu meu próprio carcererio, agora caminha quase livres nos corredores, nas paredes deste labirinto.
Caminhando assim assim consigo lembrar do toque mágico da menina Rosa fazer flores adormecer...

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

O MEDO DO FINAL DO ANO





Meus medos sempre existiram, no começo do bicho papão; do escuro; de me perder dos pais; de ficar só, do matagal no final da rua...
Assim cresci, até que explodiu. Meu medo do final do ano.



Mais do que isso eu não posso te dizer, o tempo é pouco e a distância muita. Logo estaremos de fato em lados opostos, como sempre estivemos, embora fingíssemos cordialidade. Usávamos as mesmas máscaras e obedecíamos as mesmas ordens. Apesar, apesar, apesar, minha mágoa se dissipou com as lágrimas que correram para o mar de Dorival Caynni, então eu vi, como é bonito.
Mas não é de beleza que falamos agora, melhor, que eu falo. Não brindamos, tão pouco houveram abraços, felicitações, estas coisas de final de ano, amigo secreto, conhece ?
Sempre conto com o tempo para aplacar meus ódios e dores provocados pelo outro. Valha-me Sarte, que me mandou este inferno. Agora sei, Nietschtz, o que não, me mata, me fortalece.
Podes partir, acho que não tenho mais nada a dizer, a não ser que amanhã fazem 14 anos desde a última vez que te vi, te dei adeus e um abraço...são sempre nostálgicos os finais de ano,sempre que lembro nossa formatura. Ah, e obrigado por não me convidar mais uma vez para a confraternização dos formandos de 1997. Já nos esquecemos todos, e depois, é só o medo do final do ano, que logo será um novo.

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

SÓ NOS RESTA VIVER




SÓ NOS RESTA VIVER
ANGELA RO RO

DÓ EM MIM SABER
QUE A DOR EXISTE
E INSISTE NO TEU CORAÇÃO
DÓI EM MIM SENTIR
QUE A LUZ QUE GUIA
O MEU DIA NÃO TE GUIA NÃO
QUEM DERA PUDESSE
ADOR QUE ENTRISTESSE
FAZER COMPREENDER
OS FRACOS DE ALMA,
SEM PAZ E SEM CALMA
AJUDASSE A VER
QUE A VIDA É BELA
SÓ NOS RESTA VIVER
QUE A VIDA É BELA
SÓ NOS RESTA VIVER


ps. Gosto dessa lan hause, fica mais para os fundos da loja, e tem um caminho de girassóis que começam a florecer. A vida é bela. Mesmo quando um ano, como este tão turbulento, mas tão encantador ao mesmo tempo, me fez acordar de uma ilusão que carregava comigo. Este ano aprendi que não basta estar vivo, precisamos viver, tentar ser feliz, tentar amadurecer, abraçar nossos amados próximos e ter a mente e o coração abertos e tranquilos, tou assim, ainda nada aconteceu, mas tudo pode acontecer quando somos verdadeiros. Meu único lamento é o afastamento de uma amiga que gosto e respeito muito, mas não se pode ter tudo. Não pretendo que este seja meu último post do ano, mas caso não poste nada mais: SEJAMOS FELIZES.

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

SONHOS, FLORES E ESPINHOS



...Não sei se caindo, voando ou flutuando, pois não há chão, não há nada. O vácuo. Meu coração é imenso. Meu coração não existe. Abro os olhos e não há luz; uma ausência de cores e formas, só o nada do espaço sideral. Do mundo que conheço só quando durmo ou quando sonho que durmo.


Entre portas e janelas, entradas e saídas, flores e espinhos, amor e morte...
O céu está azul, porém o que se esconde em teus olhos sangrando, reflete a dor que sentiremos no dia do final do mundo.

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

AS GUERRAS SÃO TÃO TRISTES



MAL NENHUM
LOBÃO

Nunca viram ninguém triste
Por que não me deixam em paz
As guerras são tão tristes
E não têm nada demais
Me deixem bicho acuado
Por um inimigo imaginário
Correndo atrás dos carros
Feito um cachorro otário
Me deixem, ataque equivocado
Por um falso alarme
Quebrando objetos inúteis
Como quem leva uma topada
Me deixem amolar e esmurrar a faca
Cega da paixão
E dar tiros a esmo e ferir sempre o mesmo
Cego coração
Não escondam suas crianças
Nem chamem o síndico
Não me chamem a polícia
Não me chamem o hospício, não
Eu não posso causar mal nenhum
A não ser a mim mesmo
A não ser a mim mesmo

ps.

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

DEUS PROVERÁ


para Eliana e todos os pássaros que frequentam sua casa

Meu nome é Azulão, este é meu nome porque pareço um azulão, minhas penas e penungens são tão pretas...Taí meu nome, aliás, no meu bando, somos todos assim. O pavor dos arrozeiros, pois comer arroz na casca, não tem nada melhor. Mas não é disso que falo agora. Desde pequeno eu não sabia quem era, olhava, olhava e éramos todos iguais. Pássaros azulões.
Mas decidi voar por outros ares, encontrar novos amigos. Voei, voei até encontrar meu primeiro amigo, e ele era verde e bicudo. Ele me ensinou muitas coisas, como saber que existem os pássaros, nós, e, os que comandam e destroem tudo, os seres humanos. Falei que voava a dias e não havia encontrado nenhuma lavoura de arroz, e estava com muita fome. Então numa bela revoada o papagaio gritou na língua dos homens: não te preocupes, vá com Deus, ele proverá. Quem é Deus ? perguntei. Ele já sumindo, ainda gritou: Ele tudo pode...Ele é tudo...Ele proverá. E sumiu na imensidão da casa. Foi então que percebi, estava na cidade, e com muita fome.
Amanhecia o dia e iniciei meu voo a esmo. Estava começando a sentir saudades daquele bando barulhento de azulões, que agora aqui, acho até engraçado. Opa, quase fui atropelado por um sabiá, e logo um sabiá ! Estava numa roleta russa de pássaros de todos os tipos: pardais, canários, periquitos, pombas...era uma gritaria, o que reforçou minha memória das saudades de minha família. Fui atrás e indaguei para onde iriam. E todos respondiam: Deus proverá, Deus proverá. Já seguindo eles lembrei do papagaio e de minha fome, porque se demorar muito não terei mais forças para bater as asas.
Quando dei por mim já estava em outro lugar, parecido com o local onde encontrei o papagaio, era um pátio, melhor, os fundos de um pátio. Todos assentaram-se nos galhos de uma grande figueira, que fica de frenta para uma grande janela de vidro. Já haviam muitos pássaros,e todos repetindo: Deus proverá, Deus proverá...Estava já meio tonto, quando de repente vislumbro uma sombra, ninguém voou, mas o alvoroço era grande.
Era uma senhora alta, de óculos, roupão e um jornal debaixo do braço. Ligou a água para aquecer e veio se aproximando da janela, para delírio de alguns que já esboçavam voos em torno de si, na grande árvore, chegando perto da janela os mais ousados. Percebia um sorriso naquele rosto claro de mulher madura, satisfeita com sua rotina. Quando ela abriu a janela, a festa foi geral, todos gritavam: Deus proverá, Deus proverá...Então ela jogou vários tipos de sementes e outros alimentos, daí a festa foi geral.
Estava imóvel no galho, quando percebi que ela olhava-me fixamente, com aquele olhar que só Deus possui, e ela poderia ser Deus, pois estendeu-me a mão. Sim, era para mim.........estava com muita fome, cansado, fraco, então lancei-me num voo cego. Talvez fosse meu último voo. Acho que desmaiei, acordo em suas mãos, segurava-me com uma e acariciava-me com a outra, e para meu espanto sobre a mesa já com seu café preparado, muito arroz com casca. Eu e Deus tomamos nosso desjejum.

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

POR MAIS QUE SE TENTE OLHAR

Não se enganem comigo:
se digo sul pode ser norte,
chego mas fico ausente,
o triste é também o belo,
procuro o que não se perde
nem se pode encontrar.

Buscar respostas nos livros
é esconder-se entre linhas.
Não creio no que se encherga,
mas nisso que se disfarça
por mais que se tente olhar:
assim me tem seduzida.

Eis o jogo que eu persigo,
meu jeito de ser feliz,
o desafio que me embala:
sempre que escrevo "morte"
estou falando de vida.

SEMÂNTICA - LYA LUFT, do livro Para não dizer adeus.






UMA BREVE, QUASE POSSÍVEL HISTÓRIA DE AMOR

Seus olhos, ambos vestidos de óculos, se olharam pela primeira vez. Até pareceu que gostaram do que viram, digo isso porque o tempo parou, tipo aquelas cenas de comédias românticas...
Mas o tempo é real, e os convivas daquele momento chamaram a cena para o normal. Então seus olhares se perderam, entre os agora, amigos comuns. O encontro comemorando o aniversário da criança que os amava, indo do colo de um para o outro, sendo inevitável, durante o evento, que seus olhos se cruzassem, com aquela sensação de que gostavam do que viam...
E o tempo pára de novo durante mais um encontro de olhos encantados um com o outro.
De novo o tempo.
De novo aquela cena de comédia romântica.

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

ÁRVORES E LIVROS




Sentado a sombra das árvores, junto aos livros que se esparramavam nas estandes. A praça era toda alegria. Livros e àrvores. Nem as crianças que em reunião é só correria e gritaria, estavam encantadas com o contador de histórias, que contava uma história encantada... os livros felizes e satisfeitos ao serem tocados, folheados, comprados (alguns sendo lidos ali mesmo). A lista de livros que possuía, desapareceu. Toquei em tantos. Ah, e o aroma de livros e árvores ? é uma iguaria...como um Proust enlouquecido, as memórias e as histórias e os escritores se confundiam e me transportavam, como um Visconde de Sabugoza (obrigado Monteiro Lobato) dentro dos livros, nos galhos das árvores, por entre as pessoas.
Na 57ª Feira do Livro de Porto Alegre, o pânico de estar entre as pessoas desaparece, pois existe um desejo comum: Àrvores e Livros.
E como um ciranda psicodélica ou um redemoinho de livros...fecho os olhos e consigo ver Mario Quintana, com seu sorriso de Anjo sentado no banco ao meu lado, conversando com Moacir Scliar, sob a mesma árvore em que me encontro. O jardim que adornava toda a praça trazia margaridas, livres e não enlatadas para alívio de Caio Fernando Abreu; Borges suspirava , e de dentro da escuridão de seus olhos emanava uma luz em cada livro aberto...

Entre delírios e sonhos, uma verdade: IVO BENDER, o Senhor das Letras, para minha felicidade fo escolhido a Personalidade Literária, nada mais justo para um homem que dedicou toda uma vida ao teatro, a ensinar teatro e a escrever as mais geniais peças, e o livro de contos mais instigante que li este ano. Parabéns prof. IVO BENDER.

ps. OBRIGADO Amigos, que deixaram seu querido comentário no post anterior, aos que aqui estiveram, aos que gostariam da continuação deste blog, aos amigos...

ps.2 Definitivamente preciso escrever, me sinto melhor, reflito, me descubro e me entrego também, mas nada como uns bons tombos para se valorizar como é bom andar em pé, é o que tento fazer. Achei uma lan e logo poderei deixar meus comentários nos blogs que tanto gosto e nos que vou descobrindo e voltar a fazer o comentário do comentário rsrsrsrsrs...viu Rosana Azul!

terça-feira, 1 de novembro de 2011

COBAIA DE DEUS


COBAIAS DE DEUS
CAZUZA - letra

Se você quer saber como eu me sinto
Vá a um laboratório ou um labirinto
Seja atropelado por esse trem da morte

Vá ver as cobaias de Deus
Andando na rua pedindo perdão
Vá a uma igreja qualquer
Pois lá se desfazem em sermão

Me sinto uma cobaia, um rato enorme
Nas mãos de Deus, mulher
De um Deus de saia

Cagando e andando
Vou ver o ET
Ouvir um cantor de blues
Em outra encarnação

Nós, as cobaias de Deus
Nós somos cobaias de Deus
Nós somos as cobaias de Deus

Me tire dessa jaula, irmão, não sou macaco
Desse hospital maquiavélico
Meu pai e minha mãe, eu estou com medo
Porque eles vão deixar a sorte me levar

Você vai me ajudar, traga a garrafa
Estou desmilingüido, cara de boi lavado
Traga uma corda, irmão (irmão, acorda!)

Nós, as cobaias, vivemos muito sós
Por isso, Deus, tem pena, e nos põe na cadeia
E nos faz cantar, dentro de uma cadeia
E nos põe numa clínica, e nos faz voar

Nós, as cobaias de Deus
Nós somos cobaias de Deus
Nós somos as cobaias de Deus

ps. Obrigado Rosana Azul, querida poeta e Blas, querido amigo, pelos comentário no post anterior.

ps. por motivo de força maior, vou me retirar um tempinho para lamber minhas feridas, rever minha vida (digo isso em respeito a estas pessoas maravilhosas que me seguem ou lêem, ou visitam o blog), até breve...

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

O LA LLUVIA O EL SUEÑO




Acordei, eu acho, e chovia muito.....................esperei um pouco embaixo das cobertas, pois estranhamente para a época fazia frio. Lembro vagamente de levantar de madrugada para achar um cobertor mais quentinho, vagamente eu disse, mas deve ter ocorrido, pois estava com uma coberta mais quente. O relógio não despertou ainda, mas o barulho da chuva, este não pára, é como uma marcha, uníssona. A televisão se liga, como o programado e está em preto e branco, ainda sonolento percebo, então o relógio desperta. Hora de cair no banho, mas o barulho da chuva na rua continua, como se sempre estivesse ali, como se sempre fosse assim...abro o armário na busca de uma toalha azul, e todas as toalhas estão da mesma cor, em tons diferente, monocromia, olho em volta e não descubro nenhum pedacinho vermelho ou roxo ou verde, apenas aquela monocromia entre o branco, preto e cinza. Corro e abro a porta, e para meu espanto as coisas me pareceram desbotadas. Seria tanta chuva assim? Se bem que chove a uma semana neste mesma intensidade. Estariam as coisas perdendo a cor. Debaixo do chuveiro meu sabonete não tem cor, apenas o aroma de fruta que mistura-se com a água em meu corpo. Vestido para ir trabalhar, saio com meu guarda chuva na mão, então as árvores não têm mais folhas verdes. A orquídea que cuido com tanto carinho não é mais amarela dourada, mas um amarelo pálido e fraco, mais fraco a cada instante, que quase consigo ver sua cor se esvaindo com a chuva. No portão a chave emperra, bate um vento forte e arranca meu guarda chuva das mãos. Meu vizinho sai no portão ao lado. Nos olhamos para o trivial bom dia, mas seus olhos estão brancos, sua pele, seus cabelos. Entre o medo e o terror retorno correndo para casa, mas tropeço e caio. Já todo molhado, abro os olhos e o relógio desperta, estendo o braço para desligá-lo e esbarro num livro que lia antes de começar a dormir, era um livro de contos de Isaac Azimov.

ps. Saudade Rosana Azul, amanheceu chovendo muito aqui, mas já espiei o sol...

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

ECOS...



Tenho sentido muita falta de falar com meu comentáristas rsrsrsr, ou seja, fazer o meu comentário do comentário me alegrava muito, além de poder repensar a idéia que postei, com o que meus amigos pensam,um trabalho, como já disse várias vezes aqui, quase terapeutico...mas enquanto eu não tiver um computador será impossível, por isso ECOS.


ECOS...

RAYUELA
Adoro o Analdo Antunes desde á banda pop TITÃS, e quando estava na universidade, que possuía uma biblioteca imensa, para meu prazer, descobri os livros dele, geniais, entre o moderno e o concreto, poético, adulto e infantil ao mesmo tempo, apaixonante. Sabes que admiro demais teu blog, teus poemas me trazem sentidos novos aos meus velhos sentidos, mas confesso que tenho medo de minhas palavras às vezes, e após fico me remoendo sem saber se bom ou mal interpretado, mas escrevo o que sinto no coração e o que minha cabeça consegue digerir, com toda a minha verdade.

PAULO SEMPRE
Florbela Espanca traduz muito minha dor de amar de mais e não ser amado, sofrer como os poetas românticos...adorei teu comentário, um comentário profundamente poético, pois ,minha luta com as palavras é para sempre, meu desejo delas é muito, ´e louco, é necessário...mas elas me confundem às vezes, são trocadas na saída boca ou na ponta do lápis, então arrumo confusões.

MERCEDES, MERCEDES
O mais louco de tudo é que sinto-me envolvido com tuas palavras, teus contos, teus comentários tão sinceros e lúcidos. Eu realmente não me sinto daqui...hoje estava muito mal, então pedi para uma amiga, a Ju, almoçar comigo, mas não consegui comer quase nada, mas enfim... Não sabes como fico lisonjeado em ser parecido contigo, mas não sei se suportarei o futuro que me espera, errei e agora pagarei um preço muito alto por isso, talvez pague com a perda de meu emprego, espero que isso não seja motivo para transformar em concreto a relação abastrata que tive com a morte até então. E eu nem estou no meu inferno astral, mas tenho teus contos para aliviar minha angústia.

ANAÍS
Estava sentido falta de tuas palavras, quando caio e choro como um meninho assustado com o mundo, com as pessoas, com as dores, com os nãos da vida, com a hipocrisia dos viventes deste planeta (devo me incluir nisso), não que seja hipócrita, talvez até seja, mas querendo ou não pertença a raça humana (que vergonha). Tudo é muito difícil, mas nada impossível. Tens razão quando dizes que não deixará batalhas por lutar e livros por ler. Quanto aos livros eu também, mas batalhas, guerras (me obrigue a morrer mas não me peça pra matar - Engenheiros do Havaí, pode ?). Não sei insistir, eu desisto, me entrego e imploro que me matem (sei que deveria ser mais positivo, mas não consigo). Mas amei o final do comentário, e assim espero, Deus não dever ser tão mal comigo, ele não é mal com nenhum filho. E sinceramente, quero caminhar e quero encontrar estas árvores e flores em meu caminho de luz, aqui neste planeta...

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

ESSE MUNDO NÃO É MEU



EU NÃO SOU DA SUA RUA
ARNALDO ANTUNES/ BRANCO MELLO

Eu não sou da sua rua,

Eu não sou o seu vizinho,

Eu moro muito longe, sozinho.


Eu não sou da sua rua,

Eu não falo a sua língua,

Minha vida é diferente da sua.


Estou aqui de passagem.

Esse mundo não é meu,

Esse mundo não é seu

ps. Obrigado Mercedes, Mercedes, amei o conto que dedicou para mim, obrigado pelo mimo, carinho, respeito, dedicação, tempo...apesar de continuar amargo e querendo desaparecer da face da terra, não farei isso,preciso ler mais teus contos, eles podem me ajudar a me manter vivo e achando alguma graça desse mundo.

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

ANGÚSTIA



Livro emblemático de Graciliano Ramos, escritor que tenho a mais profunda admiração, que numa época de minha vida o descobri e fui lendo tudo que encontrava dele. Cheguei neste livro e encontrei alguém que inspirou-me sonhos, desejos, que até então não fazia a menor idéia do que poderia ser ou fazer no futuro (naquele tempo acreditava no futuro). O personagem me fascinou, solitário (já me adivinhava naquela época), desgostoso da vida (isso é eu hoje), bem, e tinha um romance medíocre com uma vizinha (não é o meu caso)...mas a narrativa genial deste escritor contagiou minh alma, sendo que ao final do livro, decidi, seria funcionário público (isso deu certo) e teria uma vida muito particular e distante de tudo (isto, tou tentando). É uma obra sufocante, angustiante, como o próprio nome diz. Era intimista e ao mesmo tempo realista, literariamente era um livro marginal, que o autor escreveu preso, assim se deram também Memórias do Cárcere, que virou filme. É um autor de uma farta obra instigante...

ps. Querida Gheni, obrigado pela presença, pelo carinho de sempre...como acompanhei um pouco a história de tua mamãe, entendo teu comentário do post anterior.

ps. Mercedes, Mercedes, não vivo os melhores dias de minha vida, mas continuo vivendo, apesar...sempre gosto muito dos teus comentários, são engraçados, espirituosos, inteligentes, sacados...e sempre me comovem, em especial este, onde me mostras que o mundo não gira no meu umbigo, embora se eu me anulasse a porcaria será a mesma, com teu comentário conseguiste que eu ampliasse minha visaõ daquela fotografia, tudo é muito mais que possamos imaginar. Tuas perguntas só abriram minha mente, sou falho, sei, mas quero aprender, talvez um pouco teimoso, resistente a mudanças, mas não sou louco, não completamente, mas sei ouvir, analisar e se preciso for, e se for para melhor, não exito em mudar de opinião. Isso não quer dizer que não tenho opinião, mas que não sou radical e nem vou obrigar ninguém a mudar a sua, o que precisamos é respeito e tolerância (falo para mim mesmo, tou aprendendo...). Obrigado Mercedes, Mercedes, Senhora de Todos os Contos.

terça-feira, 18 de outubro de 2011

SEI QUE AQUI NÃO É MEU LUGAR


Bela fotografia, né ? Vi ontem na internet e coloquei aqui, espero que ninguém se incomode...
Consigo me ver nela, escrombos, pedras soltas, esboço do que fora antes, vagas lembranças. Mas nem tão triste, apenas triste. Destruído e abandonado, ainda respiro, mas só o suficiente, para ser mantido acorrentado e vivo, para ver a glória dos medíocres, dos escolhidos para sentarem na mesa, dos favoritos do rei. Não nasci com esta sina, pelo contrário "eu não gosto do bom gosto, eu não gosto do bom senso, eu não gosto..."
Esperei muito tempo até chegar aqui, e agora meu caminho se bifurcou, e , as pessoas com quem caminhava, foram os primeiros a pular do navio. Ainda bem, assim, sei quem é quem nesta longa estrada, neste infinito mar. Sei que aqui não é meu lugar, talvez no passado ou no futuro (futuro que não penso mais, que não quero mais). Catatônico, preso ao meu passado de criança pobre e feliz. Já me disseram que é uma criação da mente querer dizer que a infância foi feliz. Talvez até, mas se não tiver isso, então nunca fui feliz...
Gostaria de encontrar meus versos perdidos, amigos mortos, meus avós, meu único cão chamado Gaúcho...mas ninguém ouve, ninguém vem me socorrer desta solidão, deste abandono, porque eu não faço parte desta história, não faço parte da vida de ninguém. Queria tanto recitar um poema bonito, mas não consigo. Queria falar palavras de amor, mas não consigo. Queria gritar para aliviar minha dor, mas não consigo. Vou ficar aqui observando estes pedaços de pedras que sobraram, eles estão tentando reconstruir, eu estou tentando não morrer.

ps.Obrigado por existir Rosana Souza, minha poetinha amada, Senhora dos Azuis.

ps. Anaís, obrigado, é sério quando digo que estou sendo abandonado (claro fiz por onde, e agora não sei o que faço,ou sei ?)

ps. Lah Rosa, taí uma coisa que tou aprendendo mais rápido que imaginava: a perder. Obrigado, sempre, pelo carinho.

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

PARA SEMPRE CAIO FERNANDO ABREU II




UMA VESTE PROVAVELMENTE AZUL
Caio Fernando Abreu

Eu estava ali sem nenhum plano imediato quando vi os dois homenzinhos verdes correndo sobre o tapete. Um deles retirou do bolso um minúsculo lenço e passou-o na testa. Pensei então que o lenço era feito de finíssimos fios e que eles deviam ser hábeis tecelões. Ao mesmo tempo, lembrei também que necessitava de uma longa veste:
uma muito longa veste provavelmente azul. Não foi difícil subjugá-los e obrigá-los a tecerem para mim. Trouxeram suas famílias e levaram milênios nesse trabalho. Catástrofes incríveis: emaranhavam-se nos fios, sufocavam no meio do pano, as agulhas os apunhalavam. Inúmeras gerações se sucederam. Nascendo, tecendo e morrendo. Enquanto isso, minha mão direita pousava ameaçadora sobre suas cabeças.

ps. Dedico este conto para Mili, que procurando no google Caio Fernando Abreu, achou meu blog...

ps. Obrigado Anaís, por não me abandonar e Humberto Dip, minha grata descoberta e, obrigado por achar a palavra perfeita para definir o post anterior, obrigado.

terça-feira, 11 de outubro de 2011

OSMOSE




Estava lendo o conto Manuscrito Encontrado Numa Garrafa, de Edgar Allan Poe, quando baixando o livro dos olhos,percebeu que algo de diferente estava naquele lugar, ajeitou os óculos e olhou firmemente, e lá estava ela, ainda pequena, mas não menos nojenta. Uma lesma. Taí um bichinho que sempre lhe causou mais curiosidade que repulsa...sempre com a sensação de que não haveria o porquê de haver pressa, o mundo seria mais calmo. Mas não tinha como não pensar na meleca que ela deixa ao passar. Largou o livro e foi para a cozinha pegar o saleiro, só assim pararia o que se movia muito, mas muito lentamente. No corredor a caminho da cozinha lembrou Cortázar e os coelhinhos, e se fossem lesmas, pensou...Quando ainda pequeno, em longas gripes que tinha durante o inverno, que praticamente o obrigavam a hibernação...- no inverno não faria muita diferença se elas saissem do meu nariz. Pegou o saleiro e voltou para o sofá puído do quarto, com alguns livros ao redor, por ler, lendo, relendo...
Chegou bem perto, neutralizando o nojo e a náusea, derramou o primeiro farelo de sal e quase pode ouvir os gritos do bicho, tendo seu corpo invadido pelo sal, num balé bizarro de contorcionismo. Seu corpo querendo se livrar do próprio corpo, mas se perdendo cada vez mais nele, e impiedosamente continua a largar sal sobre o animal...não conseguia parar, precisava ver o fim, entre o sadismo e o masoquismo de viver, pensou: - é como se estivesse entrando cada vez mais fundo dentro de mim, e , ao invés de me reconhecer, me perco mais e mais...


ps.Não consigo mais fazer o que mais gostava neste blog, que era o comentário do comentário, por isso, também, não me magoarei não havendo comentários...porque ao contrário do que pensava, comecei a ficar chateado por não haver comentários, mas como diz uma amiga (que não suportou meu último surto e se afastou de mim - com razão, até eu me afastei de mim -), não passa de infantilidade, o que reconheço, aliás eu me conheço e tento me reinventar, mas isso não é fácil...de qualquer forma, necessito escrever, ainda é meu melhor remédio...

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

CENOTE

by Anaís

Todo outubro caio num buraco, e no fundo, tem um porão, e, logo abaixo uma escadaria que não leva ao céu...Antes de ultrapassar o porão, olhei para cima...então percebi o quanto descerei mais. Enterrado vivo. Enterrado vivo.
Deixei para trás muita mágoa, frustração, amigos...talvez por causa deles iniciei minha descida pelo buraco, como uma Alice louca atrás de um coelho não menos louco.
Deixo para trás pai, mãe, irmãos...deixei a saúde também, lembro que antes de iniciar minha descida, vi o sol pela última vez, vi seres humanos também (mas eles não se importavam com ninguém, apenas olhavam para seu umbigo - pareciam todos advogados).
Continuo a descer esta escada que não me levará aos céus. Está ficando escuro, muito escuro, como minha alma, como meu futuro...

ps. Ainda não descobri como impedir comentários...

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

É POSSÍVEL SER SÓ NA INTERNET



Sobre a amizade, meu grande problema. Embora tenha sido bom em fazer/cativar amigos (embora demorasse...), não é o meu melhor. (Auto estima, zero). Sempre cpomentei no meu blog, as dificuldades de se fazer amigos ew de como se livrar quando o que rolou não é bom...na vifda ereal não é bom...na vida real às vezes é meio difícil não encontrar, frequentar os mesmos lugares... N é só clicar um botão e o ser virtual desaparece de sua vida (perdi este botão, senão não serias mais seguidor da Noemi).
A internet é a ferramenta mais louca que o homem já criou, conheci um pouco, até que existe vida de verdade do outro lado do monitor ? Enfim...
Sou um ser só, e nada pode mudar isso. E o amor ? Este secou com meu coração, minh alma, minha psique, agora é nada.
Agradeço as pessoas que até então (54 pessoas) seguiram este blog. Uma das coisas mais legais que descobri depois do blog, foi a reallação criada com alguns amigos. A Rosana Souza me fez descobrir o prazer do comentário dos cometnários. E quando entro nesta vibe oprazer me incomoda muito, por isso vou banindo da minha vida o que dá prazer. Sem comentários.
Quando comecei o blog era para ser um mix de diário, ficção e contato com o novo mundo. É possível ser só na internet. Sem comentários.

ps.1 Um poema de um querido amigo

INTUIÇÕES

Têm momentos em que a intuição imprime em mim
Lembranças de um lugar que nunca fui
E, se fui, não consigo mais lembrar
Em que tempo, de que modo e em que lugar.

Mas o tempo me parece inexistir
E a vontade ser um meio de estar
Em lugares que estão além de mim
Perenes, como um todo, sem um fim.

Talvez tenha ocupado os meus dias
Dando ênfase às minhas fantasias
E vivendo contumazes reticências.

Mas no fundo o que supus ser quimeras
São vagas lembranças de outras eras
De prováveis anteriores existências.


Dilson Gimba


PS.2 SE É ADVOGADO NÃO É MEU AMIGO.

ps.3
Como todos sabem, sou meio lesado e não encontrei o botão que trava comentários no blog...mas vou achar.

terça-feira, 4 de outubro de 2011

EL RESTO DE MI ALEGRIA

by Anaís

Árvore mexicana na entrada de um parque que guarda uma espécie de poço natural, os 'cenotes' considerados sagrados pelos Maias. Obrigado Anaís, belas férias mexicanas.



MENTIRAS

Adriana Calcanhoto

Nada ficou no lugar
Eu quero quebrar essas xícaras
Eu vou enganar o diabo
Eu quero acordar sua família
Eu vou escrever no seu muro
E violentar o seu gosto
Eu já arranhei os seus discos

Que é pra ver se você volta
Que é pra ver se você vem
Que é pra ver se você olha pra mim

Nadfa ficou no lugar
Eu quero entrega suas mentiras
Eu vou invadfir sua aula
Queria falar sua língua
Eu vou publicar seus segredos
Eu vou mergulhar sua guia
Eu vou derramar nos seus planos
O resto de minha alegria

Que é pra ver se você volta pra mim...

ps. Dedico esta música para Rayuela, que gosta tanto da Adriana Calcanhoto quanto eu. Esta letra se toronou emblemática para mim, pois há muito estou num processo meio esquizito com os poemas desta menina argentina, que gosto tanto. São poemas que me despertam, me provocam outros sentimentos, profundos, doloridos às vezes, sonhos,e , segredos (como diz a letra: eu vou publicar seus segredos). Tou aprendendo a ver/perceber/intuir o que existe do outro lado de meu reflexo no espelho, e conseguir ver de lá, o eu aqui...

terça-feira, 27 de setembro de 2011

ESBOÇO DE UMA ÚLTIMA CARTA DE AMOR...FRAGMENTOS

Minha árvore de Setembro, amo IPÊS, em especial os amarelos...


Este post foi inspirado nas cartas que aprendi a escrever na net com o prof. Shisui do blog Olho de Lugar Nenhum e de um post que li, intitulado Palavras ao Mar "Sr. Amor" do blog Lah Rosa.

Olá, espero que esta missiva te encontre bem, tão bem quanto me encontro, ou tento, agora que me sinto livre de ti. Meu coração deu sinais de salvação, não sangra mais, levemente dolorido. Mas agora começa a cicatrização, logo estarei melhor ainda........................Cansei de esperar o inesperado. Cansei de sonhar contigo e acordar chorando. Cancei de chorar...estou seco. Estou com raiva de mim. Tanto tempo perdido. Tanto amor desperdiçado. Não tenho mais esperança, ela foi....................Achava graça de todas tuas piadas sem graça, te protegia enquanto todos riam de ti...estive ao teu lado na tua mais profunda depressão.......................Perdi tanto tempo te olhando, admirando, te querendo, te esperando. Andava leve, quase flutuava, me sentia feliz (eu achava, eu achava)...................Os anos verdes foram negros, mas eu não conseguia ver, estava encantado com teus olhos. Tuas falas que ouvia como poesia, eram maldições, pragas e mal agouros. As migalhas que recebia, quando recebia, prar mim eram banquetes. Te esperava feliz, enquanto rias com os outros.......................Outro dia assistindo ao vídeo de nossa formatura, flagrei nosso abraço de comemoração, o brilho nos meus olhos eram lágrimas, um misto de felicidade e tristeza. Felicidade pela formatura e tristeza, porque não teria mais motivo para estar próximo de ti, embora naquele tempo já nem nos falávamos mais...anos e anos de isolamento do mundo e de todos, remoendo minha dor, meu fracasso de não conseguir te conquistar......................

ps. Existe Fragmentos de um Discurso Amoroso de Roland Bathes, que é genial...Pablo Neruda e seus poemas de amor...Vinicius de Moraes que cantou o amor em verso e prosa e música...Cartola que trazia o amor mais apurado da favela para o asfalto...Elis Regina cantava o amor como nuca mais.

ps.2 Desculpem-me o post passado.

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

PESSOAS



Não darei a outra face, como Jesus...Somos a maior criação de Deus ? Eu acho que Deus se dedicou um pouco mais aos animais, pois tenho me deparado com pessoas que me deixam na dúvida. O que são pessoas ? Confesso, nunca fui fácil, mas tou melhorando, buscando um caminho saudável para seguir minha vidinha (medíocre). Embora meu isolamento, fuga dos centros populosos, não sair para rua nos finais de semana, não é possível não cruzar com pessoas, e como disse, embora esteja numa fase muito (muito não), numa fase boa, aparecem as pessoas, aquelas que vieram ao mundo atrapalhar minha existência. No meu trabalho tenho tido muito, mas muito contato com pessoas, e são essas que mais chego perto que tem me decepcionado, o que tem colaborado muito para eu descer poço abaixo, acabam com meu humor, e me trazem aquela sombra que é a solução para todos os meus problemas, a morte (ok, é morte abstrata, mas acaba comigo e me tira a vontade de existir). Lá vai, outro dia atendi um senhor chileno, como gosto muito de espanhol, arrisquei umas palavrinhas, para descontrair e nos entender-mos, mas o senhor falou que eu mal sabia falar o portugues e queria falar a língua dele...já viu né, apesar, mantive a elegância e o chamei de mal educado, pois estava tentando ajudá-lo. Existem as pessoas fake, conheci uma, não simpatizei no começo, mas falou-me de um blog, que escrevia,já se tornou uma pessoa interessante, achei o blog, e gostei do que li, fiz um comentário, e quando retorno outro dia ao blog que me tornaria seguidor, estava fora do ar, ou seja, o próprio google tirou, eram traduções de músicas sem créditos, já viu né. São dois exemplos que gostaria de não dizer, mas foi.
Tou me cansando, minhas palavras não fazem mais sentido, ou pelo menos as pessoas que gosto não acreditam. O título do post passado era mais ou menos isso (junto com minha dor de cotovelo) "as mesmas palavras pra te dizer", talvez não tenha mais o que dizer, pois minha dor é a mesma, e já falei tantas vezes aqui, aliás, é um de meus temas favoritos (e isso é muito chato)...mas tou gostando desta prosa verborragica...continuo a escrever poemas na madrugada, mas vou deixá-los quietos por um bom tempo.

Conheço as pessoas mais legais do mundo, muitas delas frquentam este blog, comentando, lendo, olhando, sabendo da exist~encia dele, e , muitas estãoi neste mesmo local...na verdade a maioria das pessoas que conheço ou tenho algum contato, são pessoas boas, do bem. Mas tenho medo de perder o controle, de não me importar com minha mãe, meu trabalho (as coisas importantes na minha vida).

terça-feira, 13 de setembro de 2011

AS MESMAS PALAVRAS PRA TE DIZER




Tenho as mesmas palavras pra te dizer, e é o que todos dizem, por isso não faz sentido nem sentimento nem atropelamento. Os equívocos são inerentes a raça humana. E nunca, nunca devemos sofrer por amor...


O meu bem querer é só meu.
Perdas e pérolas
Jogadas...
Não estou,
Não há tempo para o amor.
Mas não permitamos a dor
De ser-mos estranhos.
Caminhamos sós.
Nem sempre,
Mas distante de tudo.
Onde olharão ?
Aqueles olhares
Perdidos e amargos
Banidos...

E talvez nada sinta, talvez nem chore pelo que nunca chegou a ser. Aborto unilateral. Mais uma esperança que morre na casca do ovo, e ele estava vivo como dizia Clarice, bastava observá-lo. Um dia, quem sabe, quando nada se esperar ou querer, que o desejo me seja indiferente, que haja um eclipse ou um terremoto, ou apenas as nunvens em forma de ovelhas no céu, ou um abacateiro com um velho balanço de cordas, ou apenas uma árvore, ainda viva...

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

SÓZINHO NA MADRUGADA II


Entre o vidro
Teus olhos
Separados dos meus.
Perto.
Distante.
Agora sei dos poemas perdidos:

Joguei-os ao vento
Para te encontrar...
Joguei-os ao mar
Dentro de garrafas.

(salve-me...salve-me...)

Mas não sabes dos barcos,
E dos meus segredos
Dentro de vidros.

Tua vida. Minha vida.

(distantes...distantes...)

by Jair Machado Rodrigues

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

SÓZINHO NA MADRUGADA I


Lamento às vezes que deixei dominar-me.
Sofri calado.
Fechei os olhos.
Dentro de minh'alma existe um vulcão
prestes a explodir.

Fecho os ouvidos e não ouço mais tuas ordens.
Meu corpo
é um santuário violado.
No meu sangue não sei que bactérias existem...

E correm
E secam
E nada sou...

Apenas o silêncio
Nos meus ouvidos fechados.
Apenas o silêncio
Em minha boca fechada.

by Jair Machado Rodrigues (junho/2011)

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

UM BARCO SEM PORTO SEM RUMO SEM VELA...



VAPOR BARATO
Wally Salomão - Jards Macalé

Oh, sim, eu estou tão cansado
Mas não pra dizer
Que eu não acredito mais em você
Com minhas calças vermelhas
Meu casaco de general
Cheio de anéis
Vou descendo por todas as ruas
E vou tomar aquele velho navio
Eu não preciso de muito dinheiro
Graças a deus
E não me importa, honey

Minha honey baby
Baby, honey baby
Oh, minha honey baby
Baby, honey baby
Oh, sim, eu estou tão cansado
Mas não pra dizer
Que eu tô indo embora
Talvez eu volte
Um dia eu volto
Mas eu quero esquecê-la, eu preciso
Oh, minha grande
Ah, minha pequena
Oh, minha grande obsessão
Oh, minha honey baby
Baby, honey baby
Oh, minha honey baby
Honey baby, honey baby, ah

Ando tão à flor da pele
Que qualquer beijo de novela me faz chorar
Ando tão à flor da pele
Que teu olhar flor na janela me faz morrer
Ando tão à flor da pele
Que meu desejo se confunde com a vontade de não ser (baby)
Ando tão à flor da pele
Que a minha pele tem o fogo do juízo final (honey baby)
Um barco sem porto sem rumo sem vela cavalo sem sela
Um bicho solto um cão sem dono um menino um bandido
Às vezes me preservo noutras suicido

Baby, honey baby, baby, baby, baby, baby, baby
Oh, minha honey baby
Honey baby, honey baby
Baby, baby, baby, baby, baby
...

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

DO QUE NADA SE SABE




"Não criei personagens. Tudo o que escrevo é autobiográfico. Porém, não expresso minhas emoções diretamente, mas por meio de fábulas e símbolos. Nunca fiz confissões. Mas cada página que escrevi teve origem em minha emoção".
Jorge Luis Borges


DO QUE NADA SE SABE

A lua ignora que é tranquila e clara
E não pode sequer saber que é lua;
A areia, que é a areia. Não há uma
Coisa que saiba que sua forma é rara.
As peças de marfim são tão alheias
Ao abstracto xadrez como essa mão
Que as rege. Talvez o destino humano,
Breve alegria e longas odisseias,
Seja instrumento de Outro. Ignoramos;
Dar-lhe o nome de Deus não nos conforta.
Em vão também o medo, a angústia, a absorta
E truncada oração que iniciamos.
Que arco terá então lançado a seta
Que eu sou? Que cume pode ser a meta?

Jorge Luis Borges, in "A Rosa Profunda"

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

AFETO



Nada como alguns dias de frio, muito frio e chuva,para estar sob o teto de meus pais, acordar de manhã e sentir o aroma do café fresquinho sendo feito na cozinha, e lá meu pai e minha mãe...via a cena e agradecia com todas as minhas forças, à Deus, por momentos tão afetivos e serenos. Assim fiquei quase um mês, longe de tudo e de todos, menos de meus pais, e claro meus sobrinhos que me visitavam. Eu realmente gosto de crianças, embora sinta um medo delas, elas são tão verdadeiras, e nem sempre estamos dispostos a ouvir a 'verdade' sobre nós (comigo pelo menos). Mas normalmente as crianças gostam de mim, acho que elas percebem que minha idade mental é de 7 anos e não conseguem ver meu outro lado que possui 100 anos. Muitos momentos só, embora quando estou na minha casa, sou só, mas enfim...neste momentos de paz e sossego descobri que sentia falta de muitas pessoas, inclusive de amigos do cyber espaço. Tentava me explicar tal sentimento, mas cheguei a conclusão que era afeto, a falta dele estava diretamente relacionado com a saudade desses amigos. Sei que preciso de amigos, e os tenho, mas tenho uma grande falha, ai invés de agir e procurar, fico só pensando...e amigos são como plantas, precisamos regar, cuidar, dar atenção, para que a planta nos mostre sua flor, mais ou menos isso. Por isso entendo e respeito quando pessoas/amigos não me procuram, pois tou recolhido neste meu casulo invisível, mas que não permite que eu veja mais adiante; aquela serenidade que me prende dentro de casa, me guarda dentro de livros, e embora ame canções, não consigo me propagar como o som e seguir, ou encontrar, trocar palavras...fico quieto em meu canto, deve ser por isso que continuo só. Mas quando retornei, encontrei pessoas muito queridas, e trocamos abraços, eu sentia que era bom, verdadeiro estes encontros, então pensei, isso é o afeto...então não posso me queixar (só um pouquinho, senão não sou eu). Pensei em ecrever sobre afeto e desafeto, mas pra que falar em desafeto ? Se bem que na verdade, não é nenhum tratado sobre afeto, só uma impressaõ que tive, então meu amigo, meu blog, mais uma vez me permitiu falar um pouquinho. Acho que tá faltando isso no mundo, as pessoas estão cada vez mais violentas, sem paciência,com sua caras amarrdas quando andam na rua, seus olhares desconfiados di próximo, como se o próximo fosse o inimigo. Tenho medo que não se tenha mais afeto, carinho, amor por nós mesmos e os nossos, familiares, amigos, terráqueos...
Eu estava na cozinha conversando com meu pai, quando minha irmã entrou e disse que Amy havia morrido, e na pressa para sair de férias esqueci o cd que não canso de escutar, com as músicas dela, então respirei fundo, e lamentei, lamentei muito, pois eu tinha esperanças, ela tinha tanto a dar pra arte, seu último disco era prova disso, mas enfim...eu tinha um pasta de arquivo que colecionava fotos da Amy, pois sempre gostei daquela figura que ela compos e nunca postei uma aqui no blog, mas já falei dela, e hoje talvez fosse o momento. Ela morreu aos 27 como Janis, Hendrix, Kurt...mas eu só querida deixar registrado que eu gostava muito 'dela' uma obra inconfundível, então postarei uma foto de uma queimada, tão triste quanto a morte dessa menina.

sexta-feira, 15 de julho de 2011

AMISTAD



A amistad es un verdadero tesoro que en nuestro corazón debemos resguardar de esas malas intenciones, de ese dudar…
La amistad no entiende de razas, ni de distancias, ni de estatus social, la verdadera amistad se forja cada dia, regándola con la verdad…
Por mucho que nos duela el verdadero amigo nos dira lo que no quisiéramos escuchar, no es para herirnos ,al contrario, es para nuestro buen camino encontrar…
La amistad es duradera siempre que la cuidemos como se merece, sin dar la espalda a ese amigo/a… puede que veamos que los problemas en vez de hacerse pequeños, se engrandecen pero si los compartimos con un amigo/a conseguiremos que estos se esfumen y desaparezcan…
Reír por los logros de un amigo, llorar por el dolor de esa amistad, creer ante todo en esa persona, aunque ella misma deje de creer en si misma.
Encender una lucecita con una sonrisa cuando se pierda en la oscuridad…no soltarle de la mano cuando no consiga su camino hallar estar pendiente de su necesidad de desahogo, estar ahí en silencio y sus problemas e ilusiones con atención compartir y escuchar.
Saber que tienes en la distancia una amiga, aunque no la puedas ver ni tocar, la distancia puede parecer enorme, sí la medimos en kilómetros pero no lo es tanto si la mides con tu alma, mírala con atención, en ella encontraras el consuelo de que no estas sola, qué alguien vela por tu felicidad, alguien por ti se preocupa y te piensa, ésa es la verdadera amistad.

Sois unos verdaderos amig@s y os quiero por ello.

VICTORIA do blog NOS NECESITAN
Primeiro quero dizer para Mercedes, Mercedes que o texto é em espanhol rsrsrsrs...Bom, outro dia contatando com a prof. Graça, mais uma nobre amiga deste bloguer (gosto de me chamar assim), reparei que fiz dois anos de blog e conto com mais de 50 seguidores (confesso:nunca imaginei e não esperava mesmo)...esse texto de miha amiga Victória define muito o que eu encontrei neste tempo, neste blog, nesta blogosfera que se junta ao que plantei e colhi até hoje neste mundo em vivo (em carne e osso), referente a amizade...também hoje abri meu email e recebi um texto lindo da Marta Medeiros ( a maravilhosa) de minha amiga Nadia (que tenho tanta saudade de conviver novamente, mas fazemos escolhas seguimos caminhos, mas nosso contato é o coração....).
É um post de agradecimento. Obrigado minha amiga Eliana, que literalmente me devolveu o sorriso (sempre lembrando Dark Angel, que sempre me mandou sosrisos), e que serei para sempre grato, não pelo alivio estético, pmas pela devolução de minha autoestima.
Agradecer minha amiga prof. Graça por um scrap que achei que tinha pego, mas preciso receber por email para publicar, e um Selo Blog de Ouro, que não cosneegui localizar para publicar (sou meio bocaberta)...
Agradecer Edson Carmo por mais um Selo, uma ressalva aqui, este senhor sempre, não sei como, quando estou prestes a desistir de tudo, achando que nada dá certo, que o universo conspira contra mim, que eu...bem, el me dá um mimo, e me faz lembrar que sou filho de Deus e estarei sempre amparado por Ele.


Na verdade gostaria de agradecer a cada um dos 50, eu disse cinquenta seguidores do meu blog (na verdade nunca pensei...)o que me deixa cheio de orgulho e felicidade,e, dizer também que são as pessoas mais inteligentes, mais bacanas, mais tudo de bom que Deus nos der, OBRIGADO.
Também quero agradecer Rosana Souza, pois a internet para mim se divide antes e depois da Rosana, amo esta poeta.
Obrigado Rayuela, por poemas que a cada dia ajudam-me a (des)resconstruir meus outros sentidos...
Bom, também devo agradecer Blas, pelos post tão inteligentes...ao dr. Pedro Luso, por seus post não menos inteligentes...Minha querida Mercedes, Mercedes, que escreve contos como ninguém, sómente como ela...ao prof. Elian, que a cada post, a cada comentário descubro uma pessoa especialmente sensível...vou para por aqui, me perdoem os que não citei, mas os amo muito, e com certeza não estaria aqui se não fossem vocês...
Obrigado ao meu primo Giba, que é meu seguidor, minha sobrinha Victória, que ganhou um computador e está introduzindo minha irmã Liane, que está lendo o que escrevo...
OBRIGADOBRIGADOBRIGADOBRIGADOBRIGADOBRIGADOBRIGADOBRIGADOBRIGADOBRIGADOBRIG

terça-feira, 12 de julho de 2011

DELÍRIOS DO FRIO

Madrugada fria em São Jose dos Ausentes

Amanheceu tão frio dentro de mim, como a manhã mais fria deste inverno. Eu já sabia de sua chegada, só nunca consigo prever o dia, o momento, os motivos que me levam ao seu encontro. Tive as mais belas alegrias nos últimos dis, era de se desconfiar, nada é para sempre, nada. É difícil entender o que dizes, quando gritas comigo ou me acelera, tenho meu tempo, além do mais, já vivo muito tempo neste aquário, sei nadar em qualquer canto. Estou triste (nada de perigo, nada de suicídio), mas estou triste...talvez a noite mal dormida, talvez o vazio de minha cama.
Alguém me disse outro dia, que melhor do que remédio, era um bom cálice de vinho, livros, uma boa conversa (então interrompi). O que é uma boa conversa ? Lhe expliquei que as melhores conversas venho tendo com os amigos que visitam meu blog e deixam algum comentário, é a deixa...posso fazer o comentário do comentário.(Na verdade existe uma pessoa próxima que tenho boas conversas, é minha amiga Eliana). Tem que ser o frio...quando durmo, minh'alma vaga pela geada da madrugada, neste campos do Sul, ou se perde em alguma esquina, ou nem me lembro mais, diria Pitty. Gostaria de achar um verso bem bonito, mas achei uns trechos de Caio (que eu acho lindos, mas...):

'eu sentia uma profunda falta de alguma coisa que não sabia o que era. Sabia só que doía, doía. Sem remédio.'

'ando meio fatigado de procuras inúteis e sedes afetivas insaciáveis'

Eu devia estar feliz, tenho 50 seguidores (amo cada um destes seres),ganhei dois selos e um scrap, mas eu estou feliz, e farei um post melhor, não tão dolorido, para mostrar meus mimos e meu agradecimento.

Por hoje foi só o que consegui...já sinto-me aliviado por poder falar o que acho que tou sentindo, afinal, a vida é feita de um pouco de tudo...

terça-feira, 5 de julho de 2011

AMOR, MEU GRANDE AMOR

folhas do outono

Amor, meu grande amor
Não chegue na hora marcada
Assim como as canções como as paixões
E as palavras
me veja nos seus olhos
Na minha cara lavada
Me venha sem saber
Se sou fogo ou se sou água

Amor, meu grande amor
Me chegue assim bem de repente
Sem nome ou sobrenome
Sem sentir o que não sente

(Refrão)
Que tudo que ofereço
É meu calor, meu endereço
A vida do teu filho
Desde o fim até o começo

Amor, meu grande amor
Só dure o tempo que mereça
E quando me quiser
Que seja de qualquer maneira
Enquanto me tiver
Que eu seja a última e a primeira
E quando eu te encontrar, meu grande amor
Me reconheça

(Refrão)

Amor, meu grande amor
Que eu seja a última e a primeira
E quando eu te encontrar, meu grande amor
Por favor, me reconheça

Angela Ro Ro

segunda-feira, 27 de junho de 2011

NÃO QUERO TER FUTURO NEM PASSADO

folhas de Inverno...


"Na verdade, os grandes poetas morrem da alucinante beleza que carregam dentro de si. Quando as palavras e as rimas, as sonoridades e os ritmos já não mais conseguem dar vazão a tanta beleza, essa mesma beleza os aniquila. Morrem os poetas, portanto, envenenados, intoxicados de beleza. Porque a beleza que fica represada é tão letal quanto uma dose excessiva de cocaína. A beleza que não consegue mais se expressar mata seu portador." pensamento do persogem Humberto, um tradutor de Emily Dickibson no conto ALJOFRE, do Livro de Contos de IVO BENDER.
Demorei tanto tempo até chegar nesta, que para mim, é uma verdade, para entender porque os poetas morrem de amor. Desde quando comecei a ler Literatura, os poetas românticos me fascinaram, e , apesar de saber de sua história, era muito dificíl eu chegar a uma conclusão sobre as mortes precoces, que tanto me fascinaram, que cheguei a desejar minha morte quando fizesse 23 anos. Graças a Deus não aconteceu; ainda aprendo com cada nascer de dia, estou aprendendo a viver o milagre da vida. Mas então o amor, sempre soube um pouco dele, primeiro por meus pais, mais minha mãe; depois meus saudosos e queridos avós maternos, estes sim, conheci um amor infinito e pleno, embora não existam mais nesta passagem, ainda os amo, e os amo muito.
Depois disso, tudo foi enganação...claro existe o amor dos amigos, ou amor de amigo, sim, este conheci,e, graças a Deus também, continuo conhecendo, e me surpriendendo cada vez mais, ou não, pois o amor de amigo vai mais além, do que aquele amor que quero falar. Este amor que faz existir o desejo pelo outro, um egísmo doído, a ponto de se ficar cego para tudo o que o ser amado faz, pois tudo parece perfeito...sim, eu sei, já amei assim um dia, mas acho que acabou...acabou comigo também.
Mas o amor é beleza, mesmo uma flor morta (se bem que acho muita beleza em natureza morta) aos olhos dos apaixonados é bela.
Isso me encantou no conto, no personagem, na história, que prefiro não contar, é bela demais para um pobre mortal tentar rascunhar. Mas o mais importante para mim no momento, é este momento de lucidez, tranquilidade,e seguir e seguir sempre...
Recebi outro soneto de meu amigo Dilsom Gimba, e acho que fecha esta parte do post:

QUERO
Quero sonhar num colorido sono,
Quero sorrir e acalmar o pranto,
Quero alar de liberdade o canto,
Não ser cativo e de ninguém ser dono.

Quero viver, me preocupar com a vida,
Sorrir à toa em hilariantes tons,
Quero fazer destes momentos bons
Fatos constantes e sem despedida.

Pouco me importa o corre lá fora
Faço do agora minha eternidade
E dos momentos meu princípio e fim.

Não quero ter futuro nem passado
Quero viver somente a intensidade
Deste presente eterno que há em mim.

sexta-feira, 17 de junho de 2011

BALADA PARA UN LOCO (DRAMA)

imagens do vulcão


Balada para un loco (Recitado)

Las tardecitas de Buenos Aires tienen ese no sé qué, ¿viste?.
Salís de tu casa, por Arenales .
Lo de siempre: en la calle y en vos…
Cuando de repente, de atrás de un árbol, me aparezco yo.
Mezcla rara de penúltimo linyera y de primer polizonte a Venus:
medio melón en la cabeza, las rayas de la camisa pintadas en la piel,
dos medias suelas clavadas en los pies y una banderita de taxi libre
levantada en cada mano. ¡Te reís!…
Pero sólo vos me ves: porque los maniquíes me guiñan;
los semáforos me dan tres luces celestes,
y las naranjas del frutero de la esquina me tiran azahares.
¡Vení!, que así, medio bailando y medio volando,
me saco el melón para saludarte,
te regalo una banderita y te digo…

(Recitado)

Salgamos a volar, querida mía;
subite a mi ilusión supersport,
y vamos a correr por las cornisas
¡con una golondrina en el motor!
De Vieytes nos aplauden: “¡Viva! ¡Viva!”
los locos que inventaron el Amor:
y un ángel y un soldado y una niña
nos dan un valsecito bailador.

Nos sale a saludar la gente linda…
Y loco –pero tuyo– ¡qué sé yo!:
provoco campanarios con la risa,
y al fin, te miro, y canto a media voz:


(Gritado)

¡Viva! ¡Viva! ¡Viva!
Loca ella y loco yo…
¡Locos! ¡Locos! ¡Locos!
¡Loca ella y loco yo!

Piazzola e Ferrer

quinta-feira, 16 de junho de 2011

AS FLORES DE PLÁSTICO NÃO MORREM

by Rosana Souza, e não são flores de plástico..


Eu vou continuar como os velhos cantores de blues e morrer no palco...
Morrissey


Ontem assisti ao eclipse ( a sombr da Terra sobre a Lua), ou o que sobrou dele para nós, aqui no hemisfério sul...a Lua me encanta, como toda a natureza, mas estes momentos raros, é tão fascinante...acredito em renovação, em possíbilidades, mutações (valha-me ametista). Acordei hoje e o frio que cortava alma, ainda ontem, não fez nem cócega, então pude tomar meu delícioso banho frio (quer dizer, quase gelado), e acordar por fim. Na rua, além da cachorra Preta esperando que eu lhe desse o desjejum, havia um céu azul, imenso, profundo...inevitável não pensar em minha poeta RosanAzul. Devido aos acontecimentos nada bons de ontem pela manhã no trabalho, por via das dúvidas tomei um rivotril e meio, e caminhei rumo ao trabalho. Em silêncio, sem bons-dias, eu sou um estranho nesta cidade, embora já esteja por aqui há mais de 10 anos. Não consigo a intimidade como consegui na outra, Santa Cruz do Sul (sinto falta dos amigos, Carmen, Lula, Soni...). Aqui tenho uma amiga em especial, que está me emprestando seu dentista, para um conserto em minha boca. Acho que tenho falado de menos, sorrido de menos, mas estou com menos vergonha também, com a falta deste dente. No trabalho como atendo pessoas, às vezes tenho de falar, perguntar, e como é um público variado, os pobres como eu é normal a falta de dente, nem um assombro, mas a parte pequeno-burguesa (que é em grande número) me lançam aquele olhar, sabe, aquele olhar de desaprovação, tipo, como um funcionário público fica sem um dente da frente, dos colegas (divagações, sou meio paranóico), dos colegas percebo conversinhas paralelas, olhares, como conheço meu elitorado, sei que falam pelas costas, faz parte...Olha que irônico, existe uma campanha no trabalho que diz que devemos ser gentis, sorrir para as pessoas...se eu fizer isso eles vão achar que tou debochando,né ?(rsrsrsrsrs).Enfim...
Como diria Morrissey, quando vocalista dos The Smiths...Só o céu sabe como estou arrasado agora, ou, não sei porque me importo com pessoas que querem me dar um chute no olho. Meu Deus, passei boa parte de minha 'juventude' ouvindo e acreditando nisso, sofrendo com aquela música. Acho que isso não saiu de mim ainda (talvez nunca saia),as mais belas e tristes canções que já ouvi. Ouço até hoje, e sei que vou entrar em depressão quando sinto uma vontade terrível de escutá-las.
O título do último post deveria estar aqui, neste, é de uma música dos Titãns ou nome de um disco também, mas vou uasr o trechjo de uma música, também deles (uma de minhas favoritas).

terça-feira, 14 de junho de 2011

JESUS NÃO TEM DENTES NOS PAÍS DOS BANGUELAS

imagem do vulcão

post inacabado...

Varre-me a alma sentimentos confusos, meio alegres, meio tristes, tou lendo um livro de 9 contos, do Ivo Bender, estanquei no 7º, dor, desamor, ele provoca esta sensações estranhas em mim, não só o último que li, que é instigante, me encontrei ali, e é assustador. Mas tem o Sonora, que me encantou, é tão romântico, aliás, os sete que li até aqui, muito bem escrito, rico em detalhes, pra quem é do Sul e para quem não conhece, é meio surreal, típica literatura de nossos genios latinos, a literatura fantástica...

Soube da morte de um conhecido bem próximo, meio suspeita, pois até agora não informaram, através da impresa se foi latrocínio ou "queima de arquivo", enfim, não importa, mas morte assim, me deixa pra baixo, pô eu conhecia o cara, vi ele ainda ontem...que Deus o tenha.

...e neste post inacabado, um momento de alegria, um presente de um amigo chamada Dilsom Gimba, um poeta, o soneto é muito belo, eu gostei muito:

PRESENTE

Decidi pelo vôo itinerante
E ter um coração livre e alado
A viver as clausuras do passado
Esperando algo novo logo adiante.


Abandonei, de vez , a impermanência
E as frágeis construções do cotidiano
Abrindo asas para um novo oceano
E buscando a pura luz da consciência.


Não quero resgatar o que passou,
A chama, por si já se extinguiu
E as cinzas restaram, do que fiz.

Não busco, tampouco, um amanhã
A chama por si se acenderá
Me basta, hoje, ser feliz.

quarta-feira, 8 de junho de 2011

É MAIS PRUDENTE SONHAR



"...passando do cômico ao trágico, do subjetivo ao objetivo, capaz de esmiuçar em profundidade não só os tormentos individuais como as mazelas sociais,...o teatro de IVO BENDER derrama-se por vários níveis de leitura..." Caio Fernando Abreu


SONHAMOS - É BOM QUE ESTEJAMOS SONHANDO -
SERÍAMOS FERIDOS, SE DESPERTOS;
MAS, SENDO REPRESENTAÇÃO, MATAM-NOS
E, REPRESENTANDO, GRITAMOS.

ONDE, O MAL ? FORA, MORREM OS HOMENS -
EIS UM TRUÍSMO DE SANGUE;
MAS NÓS ESTAMOS MORRENDO EM CENA
E NUNCA SE ACABA O DRAMA.

COM CAUTELA, NOS ENFRENTAMOS
E OS OLHOS AMBOS ABRIMOS
PARA QUE FANTASMAS NÃO PERCEBA O ENGANO
E A SURPRESA LÍVIDA.

NÃO NOS CONGELE EM PILARES DE GRANITO,
COM O NOME TÃO-SÓ, A IDADE
E, TALVEZ, UMA FRASE EM EGÍPCIO -
É MAIS PRUDENTE SONHAR.

Assim como Ivo Bender, fecho minha Trilogia(não) Perversa como a dele, mas uma trilogia de poemas de Emily Dickinson traduzidas por este Senhor das Letras, título conferido a ele na homenagem que já falei num post atrás, mas que, particularmente, adorei...e agora, acho muito apropriado para este Homem de Teatro. Como dizia, após acabar a leitura deste livro (devo devolver à dona, que tem uma dicatória do próprio, muito carinhosa), reli algumas vezes, e muitas delas em voz alta (como gosto de fazer com os pemas/escritos da Rayuela), chegando a pensar (aqui delírio meu), em um recital, pois a tradução pede isso, pensei...mas na busca por mais Ivo Bender (existe muita coisa no Google), descobri que ele (claro, um gênio) já havia pensado nisso, e até escrito uma peça com o nome Diálogos Espectrais. Pobre de mim, achando...enfim, descobri uma vasta obra teatral, poemas, contos. Com peças traduzidas para o alemão e o inglês. Descobri entre tantas coisas, que ele escreve deixando-se levar livremente pela associação de idéias, quase um método de escrita automática (aqui lembro Jack Kerouc e seu Ond The Road, com os beatnicks, ou Jung com sua imaginação ativa, eu divago...). Estaria eu aqui chovendo no molhado, tentando descrever (ou copiar o que se pode encontrar no google) para falar de sua obra. Quero apenas declarar meu respeito e carinho, por um Senhor que conheci, de cabelos brancos de algodão, uns olhos azuis (aqui lembro RosanAzul, minha poeta) vivos, curiosos, e que se a gente olhar bem dentro, como eu fiz, vê-se um universo tão intenso, tão gigante, que se não saísse de perto, talves me perdesse, em tanto conhecimento, tanta história, e no entanto tratou-me com o carinho que só os humildes de
coração e alma conseguem. Um ser humano apaixonante, que do alto de seus 70 e poucos anos, um vigor quase infantil. Obrigado Ivo por reabrir uma porta tão importante em minha vida, e permitir que redescobrisse um grande amor de minha vida, o Teatro.

Mais E.Dickinson, para fechar (amei este poeminha)

CASULO

A QUEM PERTENCE ESTA CASA TERROSA?
TABERNÁCULO OU TUMBA,
OU DOMO DE UM VERME,
OU VARANDA DE UM GNOMO,
OU CATACUMBA DE ALGUM ELFO ?

sexta-feira, 3 de junho de 2011

LEMBRANÇA AMETISTA


TRAZIA UMA JÓIA ENTRE OS DEDOS
E FUI DEITAR-ME A DORMIR.
A DIA ESTAVA QUENTE E OS VENTOS TAGARELAS;
"ESTÁ SEGURA", PENSEI.

DESPERTO E CENSURO MEUS DEDOS SEM CULPA:
PERDERA-SE A GEMA;
E, AGORA, UMA LEMBRANÇA AMETISTA
É TUDO QUE TENHO.

Tradução de IVO BENDER, O Senhor das Letras, de um poema de Emily Dickinson, do livro Poemas de E. D, traduzido por ele e que tem feito minha alegria de ler poemas, pois como ela, vivo recluso em casa (eu só aos finais de semana e não compondo poemas, mas lendo, ouvindo música, dvd, ou silêncio apenas, quando é possível; pois existem mil barulhos na rua, até da árvore em frente de onde moro; o que dizer então dos 4 filhotes da cachorrinha que me visita e que é minha vizinha); e os ventos tagarelas ?

ps. AMETISTA - é uma pedra semi-preciosa com muitas propriedades, pois é um elemento mineral da natureza. Sempre gostei de pedras, desde pequeno, pois achava que elas não deveriam ficar sós, uma de minhas brincadeiras era encontrar parzinhos de pedras (logo eu, o rei da solidão) assim como abraçar árvores, olhar o céu, as nuvens, enfim...Esta pedra tem a ver com meu signo também, áries. Com profissões que admiro como psicólogos, jardineiros (bem que poderia ter a ver com Assistente Social, acho que hoje é a profissão que mais admiro, mas...). Tem a ver com o amor, a espiritualidade, a paz e o sonho. Transmutação, tem tudo a ver com esta pedra, além de gostar desta palavra (TRANSMUTAÇÃO), que é mudança, transformação (trago aqui para o ser, e não para alquimia, o que seria mais apropriado). É uma pedra da meditação por excelência, ufa...tem mais coisas, mas...aqui devo fazer um agradecimento a minha amiga Eliana Pedroso, que praticamente me iniciou no "estudo" das pedras, e no respeito que devemos ter por todos os elementos que Deus nos brindou neste planeta.

ps.2 Ainda IVO BENDER - Sempre disse aqui que os meus autores favoritos sempre foram Lya Luft e Caio Fernando Abreu, pois é, agora incluo Ivo Bender, não só por conhecê-lo pessoalmente,foi bem rápido, mas o suficiente para despertar em mim, um amor que estava adormecido, mas que sempre existiu, meu amor pelo TEATRO.

sexta-feira, 27 de maio de 2011

QUE OS BONS VENTOS ME ENCONTREM

Gravura encontrada no blog APENAS YSOLDA.


OS DEVERES DO VENTO SÃO POUCOS -
NO OCEANO, IMPELIR OS BARCOS,
FUNDAR O MÊS DE MARÇO,ESCOLTAR AS ÁGUAS
E CONDUZIR A LIBERDADE.

OS PRAZERES DO VENTO SÃO GRANDES -
HABITAR AS VASTIDÕES,
PERMANECER OU VAGUEAR,
ESPIAR OS BOSQUES, OU ENTRETÊ-LOS.

OS PARENTES DO VENTO SÃO OS PÍNCAROS,
O AZOF E O EQUINÓCIO;
COM O ASTERÓIDE E O PÁSSARO,
MANTÉM RELAÇÕES CERIMONIOSAS.

OS LIMITES DO VENTO DEPENDEM
DE SEU EXISTIR OU MORRER;
PARECE-ME SÁBIO DEMAIS PARA DAR-SE AO SONO,
NO ENTANTO, EU NÃO SEI.

ps.Poema de Emily Dickinson, traduzido pelo professor, escritor, tradutor e dramaturgo gaúcho IVO BENDER, O Senhor Das Letras, que está sendo homenageado (em VIDA, o que é maravilhoso), por seus 50 anos dedicados ao Teatro. Existe muito mais a se dizer sobre este Senhor, deixo aqui o meu MUITO OBRIGADO.

ps.2 Estou lendo um livro de poemas de Dickinson, traduzidos por Ivo Bender, e este poema ontem a noite, li e reli várias vezes tentando interpetar, entender, na verdade estava me deliciando...eis que acordo hoje pela manhã, com um leve aperto no peito (angústia?)...continuei minhas leituras deste poema no coletivo, recitei em voz alta a caminho do trabalho, então percebi, que preciso de bons ventos, então que Deus me traga.

ps.3 VIVA IVO BENDER, VIVA...

terça-feira, 24 de maio de 2011

"AH, BRUTA FLOR DO QUERER"

by Rosana Souza

O QUERERES
Caetano Veloso

Onde queres revólver, sou coqueiro;
Onde queres dinheiro, sou paixão!

Onde queres descanso, sou desejo;
E onde sou só desejo, queres não!

E onde não queres nada, nada falta;
E onde voas bem alto, eu sou o chão;

E onde pisas no chão,
Minha alma salta: e ganha liberdade na amplidão...

Onde queres família, sou maluco;
E onde queres romântico, burguês!

Onde queres leblon, sou pernambuco;
E onde queres eunuco, garanhão!

E onde queres o sim e o não, talvez;
Onde vês, eu não vislumbro razão!

Onde queres o lobo, eu sou o irmão;
E onde queres cowboy, eu sou chinês!

Ah, bruta flor do querer...
Ah, bruta flor, bruta flor!

Onde queres o ato, eu sou o espírito;
E onde queres ternura, eu sou tesão!

Onde queres o livre, decassílabo;
E onde buscas o anjo, eu sou mulher!

Onde queres prazer, sou o que dói;
E onde queres tortura, mansidão!

Onde queres o lar, revolução;
E onde queres bandido, eu sou o herói!

Eu queria querer-te amar o amor,
Construírmos dulcíssima prisão;

E encontrar a mais justa adequação:
Tudo métrica e rima e nunca dor!

Mas a vida é real e é de viés,
E vê só que cilada o amor me armou:

Eu te quero e não me queres como sou;
Não te quero e não me queres como és...

Ah, bruta flor do querer...
Ah, bruta flor, bruta flor!

Onde queres comício, flipper vídeo;
E onde queres romance, rock'n roll!

Onde queres a lua, eu sou o sol;
Onde a pura-natura, o inseticídeo!

E onde queres mistério, eu sou a luz;
Onde queres um canto, o mundo inteiro!

Onde queres quaresma, fevereiro;
E onde queres coqueiro, eu sou obus!

O quereres e o estares sempre a fim,
Do que em mim é em ti tão desigual...

Faz-me querer-te bem; Querer-te mal:
Bem a ti, mal ao quereres assim:

Infinitivamente impessoal;
E eu querendo querer-te sem ter fim!

E querendo-te, Aprender o total...
Do querer que há;

E do que não há em mim.

quarta-feira, 11 de maio de 2011

UMA HISTÓRIA DE AMOR E MORTE


Seria mais uma caminhada até o trabalho, não fosse o atropelamento do pequeno cão...após mais um milagre de acordar mais um dia, deparo-me com a morte. O coitadinho agonizando caiu no meio da rua, arrastei-o até o meio fio, mas já estava sem vida. O carro que o atropelou seguiu, de onde estava era possível perceber que o motorista tinha visto, mas seguiu em frente, apressado demais com sua vida, seus interesses...no carro que vinha atrás, pude ver a senhora tapar o rosto, não sei se de pena, ou para não ter que socorre-lo. Mas o fato é que ninguem parou, apressados que estavam com suas vidas, pois não há tempo para se preocupar com o próximo, e se o próximo é um animalzinho indefeso, menos tempo ainda. Pedi a Deus por sua vidinha, mas precisava seguir para o meu trabalho também...na caminhada lembrei de Kira, uma poodle de uma visinha, ou melhor, de suas meninas. Como não tirei férias em um janeiro passado, fiquei cuidando da casa dela e da cachorra. Confesso que este era o único animal que não gostava muito, achava-os arrogantes e metidos,nos colos das madames, ou nas janelas dos carros, ou seja, não simpatizava com esta raça de cão. Na primeira noite, fui para a casa dela e segui suas informações com relação a Kira, só que ela não queria comer, me olhava e acho que percebia que não simpatizava muito, então dei sua ração na boca, grãozinho por grãozinho. Na hora de dormir, veio ela toda faceira para pular na cama, claro que a corri, mostrei a caminha dela algumas peças longe do quarto...logo percebi um barulho na porta, fui ver, e era ela com sua cama de arrasto me olhando de um jeito que quase me cortou o coração, então deixei a porta entreaberta e falei pra ela que poderia dormir ali, mas não no quarto comigo, deixei uma luz acesa, ela dormiu...nos dias seguintes, chegava na casa dela, e Kira já me esperava, e me seguia a onde fosse dentro de casa, comecei a acostumar com aquela companhia, conversava muito com ela. Descobri uma simpatia e um companheirismo que até então não tinha tido oportunidade. Mas ela sempre tentava pular para a cama, o que eu não deixava. Num domingo, muito quente, liguei o ventilador de teto e fiquei olhando tv, peguei no sono, e quando acordo, Kira dorme feliz ao lado de meu rosto, acordei assustado, mas logo achei engraçado, pois Kira foi a única cachorra que dormiu comigo. Ficamos amigos, e me apaixonei por poodles, que bichinho companheiro. Tudo voltou ao normal, eu na minha casa, ela na dela com as meninas, mas quando me via chegar, ela latia e corria para a beira do muro, querendo um carinho e conversa, o que nunca mais neguei. Soube depois que ela estava para ter cachorrinhos, mas infelizmente não resistiu ao parto e morreu. Fique muito triste, e agora escrevendo percebo o quanto faz falta na minha vida, e olha que ela nem era minha, pedi a Deus pela alminha dela também. Como os animais são inocentes, aquele cãozinho atropelado e Kira, estão no céu dos bichinhos...

dedico este post ao blog NOS NECESITAN de minha amiga Victória e também a um seguidor cuja foto de apresentação é um cãozinho (desculpa, neste computador que estou não consigo ver meus seguidores e não lembro o nome, que é algo como Peter alguma coisa)