quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016

UM QUASE TRAUMA

         

          Nestes dias quentes de final de verão tenho vindo na Biblioteca Pública Municipal, aqui em Cachoeira do Sul - RS, pois temos acesso a internet de graça (bravo), como ela está situada no antigo prédio da Faculdade Belas Artes, onde passei parte de minha adolescência fazendo teatro, embora não cursasse a faculdade, mas alguns amigos do grupo de teatro sim, e em certa época foi uma professora de minha infância que se tornou diretora. Nos encontramos, ela me reconheceu, mas eu lembrei do trauma que ela me causou na época do colegial, era oiatva série, último ano antes de passar para o segundo grau, hoje ensino Fundamental. . Tinha eu meus 12 ou 13 anos e ela lecionava artes. Então ela pediu aos alunos que criassem um cartaz de tema livre,   com colagens ou outro material, e os melhores seriam expostos na    biblioteca da escola.
          Sempre admirei artes plásticas, aliás todas as formas de arte, mas na prática não era muito feliz. Pensei, pensei, pensei, até que me veio uma ideia e então fiz meu cartaz, lembro que era um Sol imenso 30% da folha de cartolina, um fundo com papel azul representando o céu, fiz uns raios de   sol que saiam dele e se espalhavam pelo cartaz, e para concluir cortei nuvens do que restou do papel azul e colei, ficando o lado branco, a nuvens entre os raios, estava pronto o meu trabalho, para meu alívio. Não esperava ser escolhido, nunca era mesmo, mas para minha surpresa, fui. Pensa que fiquei feliz ?   Quase.
          Estava em outra aula quando a professora pediu que eu fosse atender alguém  que estava na rua me esperando. Fui. Era   a tal professora, que chamarei de, melhor não  chamar rs, pois foi um fato verdadeiro e traumatizante, até eu lembrar e trazer para cá.. Cheguei perto dela e esperei para saber o que ela tinha para me dizer. Ela foi saber se havia sido eu o autor do meu trabalho. Não chorei na hora, apenas confirmei que eu é quem tinha feito aquilo, aliás com muita dificuldade já que nunca fui dado as artes plásticas. Acho que a convenci, pois meu cartaz estava junto dos outros escolhidos na biblioteca. Nunca consegui olhar para ele com alegria, ela desconfiou de mim, duvidou de minha capacidade. Realmente traumatizante, até encontrá-la nos ensaios de teatro alguns anos após o fato, afinal eu, um aluninho, negro, talvez ela pensasse, daquela escola de Bairro, estaria fazendo teatro, que seria apresentado na Faculdade que ela, agora era diretora....bem, esta parte dela malvada, na verdade é minha visão da época, pois sempre gostei dela, das aulas de artes dela, era daquelas professoras que deveria estar na parede dos mais queridos, só que não, rs..
          Antes  de escrever este post, consegui contar para um amigo, que riu, face o tempo passado e eu só dizer agora, muitos e muitos anos depois.  Era com alívio que dizia para ele, depois de assistir um programa de  televisão em   que num quadro o artista escolhe uma foto de infância e reproduz depois de grande, e aconteceu de eu ver justo o programa em que  o artista era Mônica Iozzi (conhece? amo ela). Ela escolheu uma foto vestida de caipira numa festa junina na escola dela, em que o par dela não foi, o menino que sobrou, escolheu a outra coleguinha dela, e ela contando de uma forma hilária, que foi o pior dia da vida dela, e ela só tinha 5 anos, e para piorar tudo, ou seja o golpe final nela, todos os casais tiravam fotos, e a professora, ou tia para a idade dela,       praticamente obrigou ela a tirar a fotografia só...então tem uma foto com uma criança   com a cara assustada e ela ainda diz ao apresentador Luciano Huck, apontando para a foto dela criança de caipira: Você naõ tá vendo a cara de desespero da criança, de bicho acuado, sofrendo...claro que ri muito, acho ela engraçada mesmo. Ela continuou, dizendo que acontecia dessas na vida de todo mundo, ou quase...daí lembrei desse meu quase trauma.
          Quero declarar que Professor, é uma profissão nobre, que apesar de estudar sempre em escola pública, sempre tive ótimos professores, que fizeram a diferença na minha vida, inclusive esta professora que narro o fato.
          Tenho de lembrar também que tenho amigos blogueiros professores, como o meu amado professor   Elian, meu companheiro de uma jornada triste na minha vida, mas esteve por muito tempo ao meu lado, aqui no blog... tem a professora Graça, que me visitou outro dia, pessoa abençoada, o prof. Cantu, outro amigaço...

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016

BUCÓLICO

 
       
          Busco aliviar minhas dores e desamores, no ar bucólico do meu passado, no silêncio de vozes humanas, ouvindo apenas os pássaros e o murmuro do vento por entre as  árvores. Acordei e o sonho que tive era sobre um post que escrevia, parecia perfeito, mas não lembro dos detalhes, sobre o que eu escrevia, mas mesmo não lembrando do post, acordei feliz e aliviado, sempre me sinto assim após escrever algo, como se precisasse escrever para aliviar meu estômago, minha cabeça, minha alma e sentir-me livre de pesadelos, angústias, medos...então caminhei por uma trilha entre as árvores gigantes deste  vale em que me encontro, molhei meus pés no riacho  logo abaixo, em que  pequenos peixes coloridos brincavam perto de meus pés. Segui caminho, respirando profundamente este ar tão puro, tão limpo, tão diferente de mim, mas que me preenchia e me purificava.
          As guerras do mundo, florestas sendo devastadas, crianças sendo abusadas, trabalhadores explorados, tanta roubalheira no Planalto Central, e o desgoverno de nosso  país, tento esquecer tudo, tento libertar meu espírito para voos mais altos, para que ilumine minha vida terrena, mas sou apenas um ser humano que precisou isolar-se para não morrer sufocado ou esmagado com o peso do mundo nas costas, valha-me Drummond.
          Escolhi este caminho de vazios e cores, de pequenas lembranças, de saudades e esperanças. Tento sonhar com a solução dos problemas, mas não lembro se sonhei ou não consegui dormir. Mas ainda tenho uns dias longe de tudo, nesta calmaria querida Tais, para por em ordem as idéias, os sentimentos...renovar minha coragem e fortalecer o meu eu que trabalha, o eu que sonha, o eu que quer amar, o eu que só quer ser amigo, o eu que gosta de escrever para se libertar.

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2016

DAVID BOWIE FOREVER

Muro de Berlim


Heroes

 
I, I will be king
And you, you will be queen
Though nothing will drive them away
We can beat them, just for one day
We can be Heroes, just for one day

And you, you can be mean
And I, I'll drink all the time
'Cause we're lovers, and that is a fact
Yes we're lovers, and that is that

Though nothing, will keep us together
We could steal time, just for one day
We can be Heroes, for ever and ever
What d'you say?

I, I wish you could swim
Like the dolphins, like dolphins can swim
Though nothing, nothing will keep us together
We can beat them, for ever and ever
Oh we can be Heroes, just for one day

I, I will be king
And you, you will be queen
Though nothing will drive us away
We can be Heroes, just for one day
We can be us, just for one day

I, I can remember (I remember)
Standing, by the wall (by the wall)
And the guns, shot above our heads (over our heads)
And we kissed, as though nothing could fall
(nothing could fall)
And the shame, was on the other side
Oh we can beat them, for ever and ever
Then we could be Heroes, just for one day

We can be Heroes
We can be Heroes
We can be Heroes
Just for one day
We can be Heroes

We're nothing, and nothing will help us
Maybe we're lying, then you better not stay
But we could be safer, just for one day

Oh-oh-oh-ohh, oh-oh-oh-ohh, just for one day
 
by David Bowie