quinta-feira, 17 de junho de 2010

QUÃO BREVE É AGORA ?


I AM THE SON AND THE HEIR
OF A SHYNESS THAT IS CRIMINALLY VULGAR
I AM THE SON AND HEIR OF NOTHING IN PARTICULAR
YOU SHUT YOUR MOUTH,
HOW CAN YOU SAY
I GO ABOUT THINGS THE WRONG WAY ?
I AM HUMAN AND I NEED TO BE LOVED
JUST LIKE EVERYBODY ELSE DOES
...
THERE'S A CLUB, IF YOU'D LIKE TO GO
YOU COULD MEET SOMEBODY WHO REALLY LOVES YOU
SO YOU GO, AND YOU STAND ON YOUR OWN
AND YOU LEAVE ON YOUR OWN
AND YOU GO HOME, AND YOU CRY AND YOU WANT TO DIE...
...
HOW SOON IS NOW - THE SMITHS

É muito bom mesmo se sentir amado, mesmo por pessoas que parecem estar tão distantes, mas que demonstram que não existe distancia quando se quer bem, assim me senti após meu último post. Introspectivo diria Blas, mas verdadeiro. Não consigo parar de escrever/falar num blog. As vezes um tanto confessional, noutras nem tanto, e noutras pura ficção. Mas sei que meu tormento está dentro de mim, e só eu conseguirei pegá-lo, domá-lo, e eu mandar na situação...mas eu só sei disso, meu tormento é o vento minuano na pampa, que vai, vem e me chicoteia o rosto...meu tormento é mar, que é imenso e parece indomável. Mas sou um ser bom, temente a Deus, rezo todo dia pedindo por mim , os meus e o mundo. Minha alma está triste, como nunca, meu sorriso, tirando o que recebo da Dark Angel, não existe. Mas é bom demais saber que não estou só, apesar de saber de minha solidão. Sei que o tempo passa, eu também, até a uva passa, e este é meu maior medo (esqueci, existe o medo também em minha vida), quando será que estarei em paz, será algum dia, ou terei de encarar mais um rigoroso inverno, e se sobreviver, continuar tentando...tentando o quê ?

segunda-feira, 14 de junho de 2010

AD INFINITUM...


É chegado o momento, partir, ficar, mudar...ser ou não ser ? De vez em quando me deixo em uma encruzilhada, não sei se meus maus anjos, depressão, "encostos" ou pura tristeza mesmo. Não posso mais ficar aqui parado, como se nada estivesse acontecendo. Está. E só teus olhos não veêm. Assim como ninguém vê que choro no escuro e quero morrer. Mas um dia acordarei entre o céu e o inferno, entre Deus e o Diabo, e terei meu Juízo Final e sairei caminhando no limbo ou na grama, de mãos dadas com alguém que me carregará, e eu irei, ad infinitum...

segunda-feira, 7 de junho de 2010

OBRIGADO EDSON CARMO


Recebi esse mimo com muito carinho do meu amigo Edson Carmo e quero compartilhar com todos so meus seguidores

Um meme é considerado como uma unidade de informação que se multiplica de cérebro em cérebro, ou entre locais onde a informação é armazenada (como livros) e outros locais de armazenamento ou cérebros. No que diz respeito à sua funcionalidade, o meme é considerado uma unidade de evolução cultural que pode de alguma forma autopropagar-se. Os memes podem ser idéias ou partes de idéias, línguas, sons, desenhos, capacidades, valores estéticos e morais, ou qualquer outra coisa que possa ser aprendida facilmente e transmitida enquanto unidade autónoma. O estudo dos modelos evolutivos da transferência de informação é conhecido como memética.

Quando usado num contexto coloquial e não especializado, o termo meme pode significar apenas a transmissão de informação de uma mente para outra. Este uso aproxima o termo da analogia da "linguagem como vírus", afastando-o do propósito original de Dawkins, que procurava definir os memes como replicadores de comportamentos.

Ainda que tal possa surpreender alguns defensores da memética, conceitos similares ao de meme antecedem em muito a proposta de Dawkins, ocorrendo por exemplo no ensino Sufi, segundo o qual os Muwakkals são considerados como entes autónomos e elementares que constroem o pensamento humano.
A chave de todo ser humano é seu pensamento. Resistente e desafiante aos olhares, tem oculto um estandarte que obedece, que é a idéia ante a qual todos seus fatos são interpretados. O ser humano pode somente ser reformado mostrando-lhe uma idéia nova que supere a antiga e traga comandos próprios. (Ralph Waldo Emerson -

sexta-feira, 4 de junho de 2010

VENTOS E PROMESSAS DE FRIO


Longe de tudo, longe de você...é uma música da extinta banda IRA!, que define um pouco o que sinto por estes dias de nuvens, ventos e promessas de frio. Logo o inverno abrirá suas asas de frio sobre mim, então estarei feliz e só, debaixo das cobertas, rezando para ter coragem ao acordar, para levantar e ligar o chuveiro, só então acordo para a vida...Pessoas continuam morrendo pelo mundo, de fome, de guerra, de dor, de solidão, e, eu preocupado quando o inverno chegar. Já me disseram, o Jaca, um amigo meu, que sou muito egoísta e egocêntrico, o que confesso. Mas o que fazer, quando não se tem a quem falar da dor, da chuva...Sempre lembro Caio Fernando Abreu, seus contos e suas histórias, as mais belas e intrigantes que já li e que me fazem chorar e rir e pensar e querer partir para vida, porque esta é breve, então chega de post, a vida me espera ali fora...

quarta-feira, 2 de junho de 2010

NO MAIS ESTOU INDO EMBORA !


Zé Ramalho
Composição: Zé Ramalho


Eu desço dessa solidão
Espalho coisas sobre
Um Chão de Giz
Há meros devaneios tolos
A me torturar
Fotografias recortadas
Em jornais de folhas
Amiúde!
Eu vou te jogar
Num pano de guardar confetes
Eu vou te jogar
Num pano de guardar confetes...


Disparo balas de canhão
É inútil, pois existe
Um grão-vizir
Há tantas violetas velhas
Sem um colibri
Queria usar quem sabe
Uma camisa de força
Ou de vênus
Mas não vou gozar de nós
Apenas um cigarro
Nem vou lhe beijar
Gastando assim o meu batom...


Agora pego
Um caminhão na lona
Vou a nocaute outra vez
Prá sempre fui acorrentado
No seu calcanhar
Meus vinte anos de "boy"
That's over, baby!
Freud explica...


Não vou me sujar
Fumando apenas um cigarro
Nem vou lhe beijar
Gastando assim o meu batom
Quanto ao pano dos confetes
Já passou meu carnaval
E isso explica porque o sexo
É assunto popular...


No mais estou indo embora!
No mais estou indo embora!
No mais estou indo embora!
No mais!...

terça-feira, 1 de junho de 2010

COM NOSSOS CORPOS DE SONHOS E MARGARIDAS


Homem Comum

Sou um homem comum
de carne e de memória
de osso e esquecimento.
e a vida sopra dentro de mim
pânica
feito a chama de um maçarico
e pode
subitamente
cessar.

Sou como você
feito de coisas lembradas
e esquecidas
rostos e
mãos, o quarda-sol vermelho ao meio-dia
em Pastos-Bons
defuntas alegrias flores passarinhos
facho de tarde luminosa
nomes que já nem sei
bandejas bandeiras bananeiras
tudo
misturado
essa lenha perfumada
que se acende
e me faz caminhar
Sou um homem comum
brasileiro, maior, casado, reservista,
e não vejo na vida, amigo,
nenhum sentido, senão
lutarmos juntos por um mundo melhor.
Poeta fui de rápido destino.
Mas a poesia é rara e não comove
nem move o pau-de-arara.
Quero, por isso, falar com você,
de homem para homem,
apoiar-me em você
oferecer-lhe o meu braço
que o tempo é pouco
e o latifúndio está aí, matando.

Que o tempo é pouco
e aí estão o Chase Bank,
a IT & T, a Bond and Share,
a Wilson, a Hanna, a Anderson Clayton,
e sabe-se lá quantos outros
braços do polvo a nos sugar a vida
e a bolsa
Homem comum, igual
a você,
cruzo a Avenida sob a pressão do imperialismo.
A sombra do latifúndio
mancha a paisagem
turva as águas do mar
e a infância nos volta
à boca, amarga,
suja de lama e de fome.

Mas somos muitos milhões de homens
comuns
e podemos formar uma muralha
com nossos corpos de sonho e margaridas.
(1963 - Ferreira Gullar)