quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

DESCONEXÃO





Longe de tudo, longe de você
Longe de tudo, longe de você...
Inicia assim uma velha cançao da banda extinta banda !IRA, da louca, ainda hoje mais violenta SãoPaulo;
assim estou,juntando os cacos ou simplismente vivendo os melhores dias dos dias de hoje na rica companhia de meus pais, estes sim, sei que me amam de verdade,o resto é o resto. Agradeço  A DEUS pois ainda existem,e temos árvores em casa,algumas bem velhas,dá minha infânciaainda, estou feliz...

quinta-feira, 29 de novembro de 2012

CALCANHAR DE AQUILES








Vênus em Marte
Lua em Leão
Orgulho de ser quem sou,
Sem tiranias,
Sem vaidade de mim.
Apenas emoções e bens d'alma.
Touro e escorpião,
Sem ressentimentos
Águia voando alto
Fênix ressurgindo
Vivendo intensamente sentimentos,
Sem medo de perdas e desconfianças
A vida de transformações
E renascimentos
Cada dia morrendo um pouco
E renascendo de novo.
Energia interminável e visceral.
Mediação de conflitos.
Urano próximo a Mercúrio.
O caminho do meio
Idéias avançadas,
Grupos inconvencionais
Trabalhos e relacionamentos
e plutão
e transformações
e mortes
e renascimentos.
Fases e estagnações
e mudanças
e saúde
e plutão de novo
e ao fim o legado do trabalho.
Saturno em Câncer.
Calcanhar de Aquiles.
Inseguro e inadequado,
Muros na família,
Primeiros anos de vida,
Emoções.
Câncer familiaridade ou não,
Em casa
Ou não.
Tempo, Saturno,
Realização e evolução.
Segurança emocional conquistada.
Cuidar e vender muros
e barreiras emocionais.
Saturno e o signo de Escorpião,
Emocionalmente,
pertencendo a alguém.

by  P.S. KURTZ



ps. "A AMIZADE É U AMOR QUE NUNCA MORRE.".
meu anjo e poeta MÁRIO QUINTANA

quarta-feira, 14 de novembro de 2012

VENTOS E POEMAS





“Não é preciso ser um quarto,

para ser mal assombrado

Não é preciso ser uma casa:

a mente tem corredores que superam

Qualquer lugar concreto. “

Emily Dickinson



Bons ventos ? Não sei. É apenas a vida se mostrando dura, cruel e bela. Gosto de chamar cotidiano...como acordar cada dia, cada esquina ou curva, cada lago ou rua, brotam sinais que nem sempre entendo. Caminhando perdido neste labirinto . Globo da morte dentro de mim. Posso ouvir meus passos descendo a escadaria que leva ao sotão. Desço, e meus passos ecoam em meu cérebro, e como um Ivo Bender, vou tomar chá com ervas do campo com Emily.

A vida, como dizia, faz suas voltas e nos derruba, fechamos os olhos querendo não ver o óbvio e criamos fobias, ódios, rancores desnecessários, desafetos desnecessários, geralmente para quem nem sabe que existimos – Freud explíca, diria Zé Ramalho em uma canção antiga.

Bons ventos ? Ainda não sei, porque posso sentir o sangue que corre pelas ruas da Síria; porque posso ouvir os gritos de dor das famílias órfãos de São Paulo; posso sentir a fome dos meninos esqueléticos dentro da áfrica negra...realmente não sei que ventos são.

- Um vento forte vindo do norte adentrou minha casa pela janela e derramou poemas ao chão... ( desta vez tomarei como sinal, deixarei minha boa intuição fluir e assim me reinventar a cada cada respiração, a cada batimento cardíaco ).









quarta-feira, 17 de outubro de 2012

PALAVRAS PERDIDAS




PALAVRAS PERDIDAS

Penso em te abandonar,
afinal o que tenho para te ofertar,
senão palavras já ditas.

Senão minha dore obsessão de viver,
Mesmo sendo perseguido pela morte
e a agonia de escrever um poema.

Todos os dias acordo com dor de cabeça
e náuseas
e solidão.

Saio do mundo dos sonhos
e caio na realidade cruel,
meu pesadelo.

O tempo é pouco.

Não, não direi nada
ficarei calado, mudo, quieto.

Um coágulo no cérebro prestes a explodir
e derramar sangue dentro de mim
- junto do meu sangue -
então morrer, partir...

ops, acordei suando

As folhas in albis
aguardam,
a tinta que não escorrerá de meus dedos,
longos e finos,
como meu avô.

As palavras estão sufocadas
no fundo
do fundo
de meu inconsciente e,
distantes do vento norte
não encontram nuvens, não encontram sinais.

Penso em te abandonar,
só penso,
pois ainda tenho palavras
perdias dentro de mim.

by Jair Machado Rodrigues








terça-feira, 9 de outubro de 2012

A ÁRVORE DO AMOR



INTERCÂMBIO


NÃO SE COMPRA O AMOR,
O  AMOR NÃO SE COBRA
ELE SÓ REPARTE
COM QUEM O TEM DE SOBRA.


MAS, TEM QUE SER OFERTADO
PARA QUE POSSA SOBRAR!
POIS SÓ DELE RECEBE
AQUELE QUE SABE DAR.


PARA SER ENCONTRADO,
SÓ EXISTE UM UM CAMINHO:
A SENDA DO CORAÇÃO,


O DESAPEGO TOTAL
NO SILÊNCIO DA ALMA
E A INCONDICIONAL COMPAIXÃO.


by Dilsom Gimba


quinta-feira, 4 de outubro de 2012

EU




EU


Eu...queria tanto encontrar
Uma pessoa como eu
A quem eu possa confessar
Alguma coisa sobre mim

Quando acontece um grande amor
Assim como você e eu
O tempo passa por nós dois
Não lembro o que aconteceu


Eu...queria tanto encontrar
Uma pessoa como eu
A quem eu possa confessar
Alguma coisa sobre mim

Mas nem por isso vou ficar
A questionar os erros meus
Você precisa procurar
Achar o que você perdeu

Eu...queria tanto encontrar
Uma pessoa como eu
A quem eu possa confessar
Alguma coisa sobre mim.

by Marcelo e Alexandre Birck, Frank Jorge , Carlo Pianta



sexta-feira, 14 de setembro de 2012

MUITOS SE PERDERAM NO CAMINHO




Quando entrar setembro e a boa nova andar nos campos
Quero ver brotar o perdão onde a gente plantou juntos outra vez
Já sonhamos juntos semeando as canções no vento
Quero ver crescer nossa voz no que falta sonhar
Já choramos muito, muitos se perderam no caminho
Mesmo assim não custa inventar uma nova canção que venha nos trazer
Sol de primavera abre as janelas do meu peito
a lição sabemos de cor
só nos resta aprender...(Sol de primavera)
Beto Guedes

Após longa caminhada sob o Sol, por ruas repletas de ipês amarelos, esquinas, curvas, labirintos e um túnel ao contrário ou dentro de um espelho. Muito tempo se passou desde que decidi partir, mas os ipês continuam lá, florescendo a cada ano, , cada dia, cada vida...Não muito tempo se passou dos tempos turvos, das tempestades, dos olhares de vidro, febris; tempo de agouros, rancores e mágoas em que ficava deitado não querendo acordar, nem sair da cama ou viver. A presença humana causou-me constrangimentos, como se humano eu não fosse...então sentei só e fiquei olhando pela janela, onde crianças passavam correndo e gritando. Havia muita luz no rastro deixado por elas...era a mesma janela em que perdi a última possibilidade de armar novamente, demorei demais encantado, olhando, olhando, ouvindo e zapt, um falcão levou para longe, para sempre, esta última possibilidade...Recebi palavras através dos ventos do sul, e nuvens viraram versos, disse-me Rayuela. Então, meu coração se acalmou e uma paz brotou no fundo do peito, chegando na garganta em forma de gritos, sussurros coloridos e beijos de estrelas azuis, e anjos...estes sim, eram pequenos, confiáveis, eles ficavam ali, como disse Caio, o Abreu, dentro do armário, onde via seus pés pálidos, translúcidos, como se flutuassem...Mas meu anjo também partiu, deixando Julia, uma doce menininha para tomar conta de mim, pegar-me pela mão, e levar-me para o jardim, catando flores, sonhos, pedrinhas coloridas, fadinhas...Voltando da longa viagem para as responsabilidades, percebo que apesar dos agouros, pés de ipês estão floridos amarelos em setembro, semeando a boia nova pelos campos e ruas e cidades. Após longa caminhada sob o Sol, ao longo da rua com ipês amarelos.

segunda-feira, 27 de agosto de 2012

O DIA NASCEU MORTO



O dia nasceu morte, as nuvens tomaram conta do céu, nuvens negras, cheias de eletricidade, o que de certa forma dava um suspiro de vida naquela manhã de breu, naquela manhã morta, naquela vida sem vida. Percebo agora que toda manhã antes de acordar tinha este pesadelo, que o dia não nascia e o fim  se aproximava. Hoje acordei dentro do meu pesadelo...levantei, tomei meu banho frio, fui alimentar a cachorrinha que deu a luz a cinco filhotes na noite anterior e estranhamente não latiam, e ela concentrada em lamber as crias, não percebia que o dia havia amanhecido, mas estava breu. Retornei para dentro de casa, tentei ligar a televisão, mas não havia sinal. Era o fim do mundo, nada melhor que ouvir Amy Winehouse, lamentando sua vida amorosa e destrutiva, ela é o próprio fim.
O dia nasceu morto, como meu desejo de viver, de estar aqui onde estou, porque neste meio tempo, consegui pegar u ônibus que passava sem destino sem parada, e me deixou no trabalho...lá sim percebi direito o que ocorria, os colegas mostravam suas verdadeiras faces, o ódio no olhar, mentiras, trapaças, mas haviam ordens a serem cumpridas, não importa se o mundo acabou, o que se quer é resultado, produção, para vender não sei para quem. Mas a chefia com sua mão de ferro sobre nossas cabeças, mantinha-nos, entre trovoadas e raios vindos  do céu, ao gritos: trabalhem, atendam, cumpram...
O dia nasceu morto...

sexta-feira, 24 de agosto de 2012

OS IPÊS AMARELOS CHEGARAM MAIS CEDO


Atravessou a estrada asfaltada, com arbustos secos em ambos os lados, com um leve vento norte soprando, quente, precisa caminhar alguns metros antes de chegar no armazém de beira de estrada, com um senhor atendendo com rosto de gente boa do interior do interior do país, mas quando desconfiado de quem, se aproxima, ganha   ares de jagunço matador.
Entrou no armazém, suado, caminha até o balcão, cujo caminho se torna um labirinto, face aos sacos de arroz, feijão, cereais variados, vendidos à moda antiga, pesando na hora a quantidade  que o fregues deseja levar. Chega ao balcão, e o senhor, ainda com rosto de gente boa do interior aproxima-se para atende-lo. Comprado o pacote de cigarros e o litro de vodca barata sai para a rua, recoloco os óculos escuros e segue caminhando  um pouco no asfalto, quente, um pouco na terra seca, com arbustos secos, e o Sol escaldante.
Há muito o relógio perdeu o controle, os ponteiros andam anti horário, pulando as horas, mas estranhamente não parou...no horizonte da estrada tudo se confunde, o calor que evapora do asfalto cria formas, seres, situações, lembranças...delírios, miragens.
Foi assim que percebeu a enorme árvore, um imenso ipê amarelo, que se erguia do asfalto, em pleno deserto do mundo, da alma, pois já não sabia mais aonde andava, só sabia que precisava seguir, porque o que ficou pára trás, ficou. Sentou ao pé do grande ipê amarelo e iniciou o processo suicida, abriu a garrafa de vodca e fumou o primeiro cigarro, permaneceu ali enquanto havia bebida, enquanto havia miragem, enquanto houvesse vida, enquanto... 

terça-feira, 21 de agosto de 2012

A ÁRVORE



Sou apaixonado por árvores, e esta foi amor num dia de domingo, como testemunhas um casal de amigos, Ju e Le  (Le é por minha conta rs), como não tenho o hábito de sair aos domingos, só dormir e chorar rsrsrs, foi a melhor coisa que fiz nos últimos 10.000 domingos (claro que não incluo os domingos que passo com meus pais). Quando a vi de perto, parecia árvore de desenho animado, de contos de fada, totalmente linda....Obrigado Ju e Le, temos que repetir o domingo, e este parque fica próximo do apto. da Ju, praticamento o quintal dela rsrsrs...

Teria tantas coisas pra falar, mas saio tão cansado do trabalho que tudo que pensei em escrever se esvai, assim, feito fumaça no cérebro, ou neblina, ou vácuo...

Quero agradecer as visitas do último post, e da alegria do retorno de minha poetinha Rosana Azul...não consigo escrever um comentário no teu blog, sobre aquele encantado poema, mas posso sentir o azul retornando em minha vida, não o azul comum, ou do céu ou do mar, mas um azul que invade meu corpo, meu coração e começa a limpá-lo para que eu possa, quem  sabe amar novamente, e desta vez um amor de verdade, de carne e osso e correspondido, enfim...Obrigado minha poeta por trazer-me esta luz azul de paz, de amor, fraternidade, amizade...

OBRIGADOBRIGADOBRIGADOBRIGADO e que DEUS sempre nos abençoe e nos faça sempre pessoas cada vez melhores...quero agradecer as belas poesias que conheci nos últimos tempos, destes blogues que me chegaram ou que eu fui, temos poetas maravilhosos, e como diz minha amiga Anaís, parece que me conhecem ou adivinham meus sentimentos, ou o que preciso ouvir/ler. OBRIGADO.

SÓ A POESIA SALVARÁ MINHA VIDA....

ps. é linda esta árvore, né ?. 

segunda-feira, 6 de agosto de 2012

QUASE SEM DEIXAR SAUDADE





DEIXA ESTAR
Antonio Cícero, Marina Lima

Deixe estar vai passar 
Com sorte 
Tudo, tudo vai ser breve 
Essa angústia no seu peito 
E no meio 
Essa falta ardendo em minha pele 

Porque nós dois nos cruzamos 
Um com pressa demais 
E foi tudo intenso e veloz 
Nos amamos, meu bem 
Só que em pistas opostas 
E tão sós 

Mas deixe estar, deixe estar 
Vai sarar 
Com sorte 
Quase sem deixar saudade 
O repente de um mergulho 
Bem no meio 
Da represa da felicidade 

Mas se você resistir 
E teimar e fugir 
Não se assuste se tudo enguiçar 
A engrenagem do amor pode ser traiçoeira 
E vingar 

quinta-feira, 12 de julho de 2012

A MORTE DE UM GIGANTE


Está muito frio este inverno, acordo e não consigo acordar, então só me resta o banho frio...Sigo minha rotina, desço do urbano e sigo umas três quadras antes de chegar no trabalho, pela rua Brasil, pois tem ou tinha uma mata nativa com uma casa lá no meio, em praticamente neste espaço de quadras que caminho para o trabalho. Sempre me fascinou aquela vegetação densa com uma casa lá no meio, e muitas, muitas árvores enormes. Há algum tempo este espaço foi cercado por uma muro, e hoje estava aberto o grande portão, foi então que eu vi:
Era como um gigante  humano estivesse sendo destroçado, tendo seus membros serrados, mas com o sangue coagulado. Amputado, Tirado um a um seus membros, numa espécie de tortura. Uma imensa clareira se abre. o Sol, mosso Rei, finalmente penetrará aquele espaço que mal conseguia clarear, face as fartas folhas das fartas árvores que ali viviam. Sangue. Terra. Acabou a "floresta". possívelmente um condomínio será erguido, pessoas morarão e provavelmente não saberão que ali houve um massacre, assassinato de gigantes árvores, de seres vivos, sem os quais pouca chance teremos de chegar num futuro...

segunda-feira, 2 de julho de 2012

ÁRVORES NO INVERNO


Onde andará meu gosto pela vida ? Esta que nem sempre sorriu para mim. Embora sorrisse muito, e chorasse também, as mazelas do mundo e as minhas ontem anoite, a morte passou sobre minha casa. Acordei e senti seu frio e percebi de olhos fechados seus olhos me olhando.
Estava tudo tão certo, eu estava indo indo tão bem...acordava, agradecia a Deus e seguia a minha vidinha de trabalho, casa, dormir, trabalho...(sempre só).
Sabe este gostinho bom da vida ? não o sinto mais. Meus pais, meu porto seguro. Minhas escolhas, meu fim.


REFLEXÃO CÍCLICA
Dilson Gimba


CHEGOU O OUTONO E EU VOU
JOGAR FORA AS FOLHAS VELHAS,
VOU DESPIR MINHA VAIDADE
E ESQUECER TODO O FRUTO
QUE PRODUZI NO VERÃO.
É HORA DE RECOLHER,
REFLETIR MINHA MISSÃO
O INVERNO VEM AÍ !
MAS QUANDO O FRIO PASSAR
VOU REPARTIR MEU PERFUME:
- VOLTAREI NA PRIMAVERA
COM AS FLORES QUE PROMETI.

ps. Muito obrigado amigo Dilson pelo poema que chegou na hora certa, para me confortar, e me fazer refletir, e como tu disseste tudo é impermanente, e espero que este meu momento seja só um momento, e não o fim.

sexta-feira, 29 de junho de 2012

MEU MELHOR LUGAR NO MUNDO



Acordo todas as manhãs agradecendo a Deus por acordar e sentir alguma dor, afinal estou vivo, e cair embaixo do chuveiro frio, atestado final de que estou vivo. Estamos no inverno aqui no hemisfério sul. Olho minha cama desarrumada e aparentemente  quentinha, mas existe o Sol lá fora e estou curioso para saber a reação de meu corpo neste louco frio gelado, aqui dos pampas. O vento minuano ainda não assobiou.
Como um autêntico fá, seguidor dos extintos The Smiths, saio com meu casacão pesado, as botinas e careca; faço sempre questão de raspar a cabeça no inverno, também para me sentir vivo.
Ultimamente não tinha muita sorte no contato com as pessoas, tenho encontrado ou não encontrado os que pertenciam a minha tribo, tribo que há muito se desfez, tenho saudade (fazíamos teatro amador)...Hoje minha tribo é dos que escrevem, por isso vivo na internet (ou tento), aqui sim, pode-se ser o que quiser, ou...
Tudo andava  normalmente, após viajar alguns minutos de trem urbano, estava no meu melhor lugar do mundo, o Gasômetro, que fica na capital de meu Estado, o RS, Porto Alegre, que é banhada por um rio ou lagoa chamado Guaíba. Sentei-me como de costume embaixo de minha árvore, digo minha, porque a vi pequenina, e sentava ao seu lado e conversava. Hoje já uma imensa árvore, linda, que se balança no doce balanço da brisa que vem do rio ou lagoa. Faço minha prece e fico ali, em silêncio, aguardando a benção de Deus, aguardando minha paz interior, esperando que o amor caia na minha cabeça e não me mate, apenas me acorde.
Lembro que estou ali para esquecer uma maldade que vi nos olhos de alguém que não ama a humanidade, bem, não sou eu, pois apesar  de não acreditar mais no ser humano, tenho um carinho pela humanidade, pois é uma forma de gostar de mim também.
Já perdi a noção do tempo, só sei que tem um Sol sobre minha cabeça e a lembrança cruel daquele olhar. não se precisou  dizer palavras,os olhos expressavam todo o ódio do mundo, do dia, da noite, da vida, de quem estivesse por perto. Não conseguia entender tamanha frustração, sim, só um ser frustrado alimentaria tanto ódio, tanta maldade desncessária, não que a maldade seja necessária, mas se não há motivo, então porque o mal olhado ? diria minha falecida vó.
Apesar do vazio de minha alma, a ausência do amor em meu coração, a solidão que se instalou em minha vida como uma sombra, eu não quero o mal do próximo, pelo contrário, preciso que o outro esteja bem, assim é menos algo para me preocupar e todos ficam bem, mas acho que só eu penso assim, não, aqueles olhos tenho certeza que não...
Mas estava ali no meu lugar favorito do mundo, justamente para me energizar, me purificar de todo o mal olhado, de todo ódio, de toda falte de amor.

sexta-feira, 15 de junho de 2012

MEU DIÁRIO ELETRÔNICO PÚBLICO



Li este termo 'diário eletrônico público" ( ou algo similar) numa resposta a um comentário sobre um conto do blog do Humberto Dib, diga-se de passagem um ótimo criador de histórias curtas...achei o termo muito apropriado a algo que faço, ou seja, o que público em meu blog. Embora sempre use muita metáfora, 'criações e delírios', existe muita coisa de um Jair supostamente verdadeiro, ou avatar ? Mas no final das contas são meus dedos guiados pelo cérebro e o coração, ou o contrário...que são os escritos postados aqui.
Exagerei um pouquinho no remédio hoje pela manhã,  um rivotril a mais, para não pensar, ou só pensar o objetivo, tou no trabalho, então trabalho (agora tou na hora do almoço, guardei 30 mim para postar isso que escrevo).
Não quero mais ter de entender as pessoas, todas, do mundo e as que me cercam, não por amizade ou querer, mas por obrigação, apenas me manterei em silêncio e reponderei suavemente ao ser provocado. De uma coisa eu sei, ou não sei, que Deus deve estar preparando algo muito legal pra mim, porque o pior a cada dia se mostra mais concreto e cruel - dispensemos o drama, e como diria Cleyciane em seu blog, não sei se pagão ou evangélico, DEUS É MAS SATANAS É MENAS.
O final de semana promete muita, muita chuva, e quero estar na casa junto de meus pais, acho que é o único lugar do mundo que me sinto realmente bem, pois tenho certeza do amor deles por mim, do resto já nem sei...

Tou relendo ONDE ANDARÁ DULCE VEIGA ? do meu para sempre Caio Fernando Abreu, e como sinto falta à medida que leio, dele, da sua obra, que é de cabeceira, das suas metalinguagens, imagens criadas que sempre me fascinaram desde o primeiro livro que li dele, e dos personagens, vejo tanto neles o que tenho em mim, na minha imaginação...uma coisa eu sei, ler Caio Fernando Abre para mim se tornou um ritual, acentuado quando a Lua e o Sol, em suas casas,  ficam escondias atrás das nuvens que vem do norte semeando versos ao ao vento.

ouvirei Amy o resto da tarde, bem baixinho, como minha dor, porque mostrarei meu sorriso  direi bom dia boa tarde boa noite e agradecerei.

AMÉM.

terça-feira, 12 de junho de 2012

NÃO PRECISO DO SEU AMOR




Não Me Mande Flores
DeFalla

Não me mande flores, pare de bater no interfone
Não preciso do seu amor
Pare de me torturar, não ouse me ligar
Não preciso do seu amor

Eu não amo você
Só amo você
Eu não amo você
Eu não amo

Seu olhar implorante, suas caras de amor
Não preciso do seu amor
Sua roupa combinada, jamais vai me conquistar
Não preciso do seu amor

Eu não amo você
Só amo você
Eu não amo você
Eu não amo

terça-feira, 5 de junho de 2012

O MEDO E O TEMPO



Tenho medo dos caminhos que não segui
das escolhas que não fiz
dos desencontros.

by Herculano Neto


Às vezes avida nos leva por caminhos e situações inimagináveis, nos deparamos com pessoas que preferiríamos nunca ter encontrado, mas não vale a pena falar disso... quero falar das pessoas que tem coração e que corre sangue nas veias, sangue do bom da vida. Como diz\ia o poetinha Quintana, uns passarão, eu passarinho. Devemos viver, mesmo que o dia areça não permitir, mas só árece, pois se chegamos a este dia, então, vivamos.
Tenho tido pouco tempo e dinheiro para postar no meu blog, lan sai caro e ando muito cansado também, na verdade esgotado, nem tanto fisicamente, mas meu psicológico tem trabalhado bastante, e graças a Deus, meu médico e a mim mesmo, tou levando numa boa, o que em outros tempos, poderia ne levar ao suicídio rsrsrs...
Tenho visitado os blogs de sempre que adoro, e descoberto outros que fatalmente entrarão para esta lista, que universo imenso a blogosfera, é uma longa viajem, é como se estuvesse num trem e vendo paisagens, corers, formas, palavras, palavras...como as amo e como as necessito, para ouvir, falar, cantar, descobrir, meditar, refletir, intuir, sentir, interpretar, sonhar...Tenho comentado em alguns blogs, outros apreciado muito. E neste mundo virtual/real vou tentando viver esta outra forma de vida que é a mesma que tento fora da net, ou dentro dos meus sonhos...então sigo adelante, com meu trabalho honesto e tentando não deixar de acreditar na raça humana, o que está muito difícil

terça-feira, 22 de maio de 2012

FELIZ 3 ANOS MEU BLOG



O ESPELHO.

"Entonces escribo
Amanece, las nubes
corren suavemente desde el norte"

"...eu tentei fugir não queri me alistar
eu quero lutar mas não com essa farda
E já está ficando tarde e eu estou muito cansado
minha mente  está tão cheia e estou me transformando.
Você pens que sou louco mas estou só delirando
Você pensa que sou tolo mas estou só te olhando..."

A última fonte de desejos eu descobri  logo após àquele almoço...

estilhaços, palhaços alados
beco boneca casaco xadrez
muito  obrigado Renata G.

Só vou te contar no pé do ouvido a história triste de um amor que nunca existiu.

Aborto Elétrico e Vitor Ramil
Renato Russo e Cazuza, CaioFernandoAbreu, Lya Luft, Ivo Bender
Cartola e Dona Ivone Lara

Desejava-te
Não abri a porta
Tua mão no vidro

"...não há falta na ausência
ausência é um estar em mim..." - para os blogs que sigo e deixaram de existir.

Meu Pai. Minha Mãe.

ESPELHO.

FELIZ 3 ANOS MEU BLOG.

segunda-feira, 14 de maio de 2012

NÃO, A VIDA NÃO É ASSIM


Esta é uma Senhora Árvore da Ilha Grande, presente de minha amiga Anaís, existe coisa mais linda que uma árvore (tá bom, pode até existir mas esta beleza gigante é algo que me fascina. Obrigado Anaís do Blog Sózinha na Madrugada).

Sempre foi assim, o pouco que conseguia me era tirado. Até um pirulito, aparecia sempre uma mão para arrancá-lo de minha boca. Sinto um pouco de tristeza, mas aceito resignado a parte que cabe deste latifúndio...mas que parte me cabe?
Ainda bem  que tem o Sol, este sim, ninguém me tira, nem fazendo sombra, mesmo que ele não apareça, eu sei que ele está lá. Pronto a me abraçar, me aquecer o coração e faze-lo alegre e não triste.
Como sempre me vêm aquele menino que eu era. Tímido. Quieto. Mas com os olhos e o pensamento vivo. Lya Luft tem razão, crianças pensam. E como eu pensava. Às vezes me confundia, como faço ainda hoje. Acho que passei do limite e penso demais. Sofro demais. Olho demais, vendo o mundo passar, cada vez mais rápido, na minha frente...mas me restou o Sol, este sim curador de todos os males. A tristeza nem chega perto, apenas me espreita pelas frestas do frio.

segunda-feira, 7 de maio de 2012

MONÓLOGOS DA SOLIDÃO - ATO I



Cenário - um pequeno quarto, com uma cadeira de palha velha, uma cama velha, um pequeno bidê velho com uma lata velha de azeite servindo de vaso para uma rosa, esta sim bela e nova e vermelha, uma janela com as venezianas abertas e os vidros fechados, não é possível ver, mas há um cheiro de mofo. Sobre a cama enrolado num cobertor velho, um homem, que apesar de parecer velho, não é. Acorda. Fica alguns minutos olhando o teto na esperança de encontrar algo, que não sabe o que é, mas algo que o estimulasse alevantar, descer até a padaria e tomar um pequeno café com pão, e um pouco de manteiga, mas mal conseguiu levantar, cambaleante, não da ressaca, pois não bebia, mas do porre tomado no pesadelo que o atormentou a noite toda. Espreguiçou-se, então se pode ouvir o primeiro som saindo de sua boca, uma espécie de grunhido, cujos braços acompanhavam como num balé sem sentido, encaminha-se ao pequeno banheiro, fecha a porta e não se pode ver nada, depois de algum tempo ouve-se o barulho da descarga. Sai do banheiro.
 - Se ao menos tivesse um cão, ele poderia sorrir para mim, abanar o rabo, lamber minhas pernas, latir para mim...quem sabe não me sentisse tão s´, tão sem ninguém, tão e.t., tão  brasileiro, se bem que brasileiro nunca está só, ou é casado, ou tem amante, ou namorada, ou tem...(pensou), existem tantas formas  formas de amar, como não consegui uma para mim, como não encontro ninguém que me olhe com algum interesse, além da repulsa de não ser o que gostaria de ver, de falar, de abraçar...(dá de ombros)mas tou acostumado com isto, minha vida toda. (Senta-se na cadeira velha de palha). Toda minha porcaria de vida, desde pequeno, aquele bando de irmãos, eu apesar de ser o caçula, era esquecido por todos, pai, mãe, irmãos, até os bichos...lembra do cachorro que gostaria de ter  ? pois é, , os cuscos da casa, nenhum brincava comigo, no máximo , ladravam enraivecidos, claro, incitados pelos meus irmãos, que pelo visto me odiavam. Minha mãe nunca me deu peito, nem carinho, meu pai nunca me deu colo. Aprendi a caminhar me arrastando pelo chão. Esqueciam de mim na rua quando anoitecia e todos entravam para dentro de casa, e eu confundido com a lama ficava ali, mas não chorava, apenas ficava ali, sob   luar, a única coisa bela que lembro da minha infância, a Lua. (Neste momento cai uma lágrima de seu olho, vlta-se parea a janela e o dia amanhece, só um rastro de luar e uma única estrela que brilha sem parar lá longe no firmamento - as luzes apagam-se).

ps. Obrigado Ivo Bender por esta inspiração teatral e matar um pouca a saudade que sinto do palco.

quarta-feira, 2 de maio de 2012

RADIOGRAFIA DE UM PAÍS CHAMADO BRASIL


 Perfeição

Legião Urbana

Vamos celebrar
A estupidez humana
A estupidez de todas as nações
O meu país e sua corja
De assassinos
Covardes, estupradores
E ladrões...
Vamos celebrar
A estupidez do povo
Nossa polícia e televisão
Vamos celebrar nosso governo
E nosso estado que não é nação...
Celebrar a juventude sem escolas
As crianças mortas
Celebrar nossa desunião...
Vamos celebrar Eros e Thanatos
Persephone e Hades
Vamos celebrar nossa tristeza
Vamos celebrar nossa vaidade...
Vamos comemorar como idiotas
A cada fevereiro e feriado
Todos os mortos nas estradas
Os mortos por falta
De hospitais...
Vamos celebrar nossa justiça
A ganância e a difamação
Vamos celebrar os preconceitos
O voto dos analfabetos
Comemorar a água podre
E todos os impostos
Queimadas, mentiras
E seqüestros...
Nosso castelo
De cartas marcadas
O trabalho escravo
Nosso pequeno universo
Toda a hipocrisia
E toda a afetação
Todo roubo e toda indiferença
Vamos celebrar epidemias
É a festa da torcida campeã...
Vamos celebrar a fome
Não ter a quem ouvir
Não se ter a quem amar
Vamos alimentar o que é maldade
Vamos machucar o coração...
Vamos celebrar nossa bandeira
Nosso passado
De absurdos gloriosos
Tudo que é gratuito e feio
Tudo o que é normal
Vamos cantar juntos
O hino nacional
A lágrima é verdadeira
Vamos celebrar nossa saudade
Comemorar a nossa solidão...
Vamos festejar a inveja
A intolerância
A incompreensão
Vamos festejar a violência
E esquecer a nossa gente
Que trabalhou honestamente
A vida inteira
E agora não tem mais
Direito a nada...
Vamos celebrar a aberração
De toda a nossa falta
De bom senso
Nosso descaso por educação
Vamos celebrar o horror
De tudo isto
Com festa, velório e caixão
Tá tudo morto e enterrado agora
Já que também podemos celebrar
A estupidez de quem cantou
Essa canção...
Venha!
Meu coração está com pressa
Quando a esperança está dispersa
Só a verdade me liberta
Chega de maldade e ilusão
Venha!
O amor tem sempre a porta aberta
E vem chegando a primavera
Nosso futuro recomeça
Venha!
Que o que vem é Perfeição

terça-feira, 24 de abril de 2012

BONS DIAS





Há um tempo atrás, minha amiga Rosane e eu conversávamos pelo telefone, e como sempre, uma conversa
prazerosa. Falávamos de como estávamos exercitando nosso corpo. Entre risadas, chegamos ao denominador comum, ou seja, caminhada.
Além das vantagens de ser gratuíto, poder fazer na rua, qualquer tipo de calçado, sendo confortável serve, enfim, inúmeras são as vantagens. E durante o dia, tem a natureza, os jardins, as praças, as árvores; e, ao anoitecer, o próprio, as estrelas,a escalada da lua para o céu...
Nestas caminhadas, eu daqui, Rosane de lá, não haviam pedras em nossos caminhos, mas um aconchegante, um doce, em revitalizante, um gentil BOM DIA. Sim, Bom Dia, era o melhor de nossas caminhadas, eu daqui, que sempre passava na frente da casa de um senhor, e passamos a nos cumprimentar, primeiro os olhares, depois um aceno, um sorriso, então vieram os melhores Bons Dias que havia recebido nesta cidade, que agora é a minha...Minha amiga Rosane com outra amiga, começaram o exercício do Bom Dia com as pessoas que encontravam...o engraçado e gostoso ao mesmo tempo, foi que não combinamos isso. Foi naquela conversa ao telefone que falamos sobre exercitar o corpo, uma bela sincronicidade. Embora seja sempre bom conversar com esta amiga tão querida...Então que todos nós sempre tenhamos BONS DIAS.

Fato ocorrido em algum dia, com minha querida amiga virtual/real Rosane do blog Asas da Liberdade.



PS. ASSASSINARAM UM BLOGUEIRO

DÉCIO SÁ    - Blog do Décio - QUE DEUS ABENÇOE SUA ALMA E AMPARE  E CONFORTE SUA FAMILIA E SEU BEBÊ QUE ESTÁ PARA NASCER...

sexta-feira, 20 de abril de 2012

ERA A SOLIDÃO INFINITA


Ovelhas Campo


Mas um dia
O Verbo se fez Carne
E habitou entre nós.

Fez pesar sobre mim
As faltas dos anciãos,
Deu-me cajado,
- Pastora sem terras,
que faço com isto ? -
- Pastora perdida -
nos prados de meu Deus !

E escolhi, escolhi
Ovelha preta, ovelha branca
E fui perdendo
Um a um os rebanhos
Que me mandou.

Bebi na pedra o opróbio,
Quebrei a bilha no chõ,
Perdi hora após hora,
Desnorteavam-me
Chilreio e balido.
Só Deus seguro.
Só Deus estável.

Tudo se moviae mudava.
Era solidão infinita
Que recebia
Minha esquiva solidão.
E fui pra Deus.

Betty Yelda Brognoli Borges Fortes
* Final do poema 'Como Deus Me Contemplava!' do livro 'Novela Pascal' publicado nos anos 70, sendo o livro que li e estou lendo (poesia sempre pede mais de uma lida) , é de minha amiga Eliana, autografado pela autora no final dos anos 70, pois a poeta fora sua professora...  


quinta-feira, 12 de abril de 2012

BUFFET DE SORVETE


Meio dia.
Sentado no mezanino, observa através da imensa janela de vidro, por onde se via a calçada. Era uma cidade com árvores na calçada, e uma praça do outro lado da rua, com uma imensa diversidade de plantas e cores... Como quando chegou o outro na porta, também de vidro. Como se chovesse com sol e arco-íris, uma visão de delírio. MIró ? Dali ? Era só o aperitivo, antes do início daquele almoço.
Dois únicos clientes, no mezanino, entre risos e falas. Os dois últimos inocentes, que amavam poesia e comédia, terror e música, cinema e teatro, futebol e televisão.
Era quente, mas não mais verão. Talvez um pouco tarde. Talvez um pouco cedo. Não importava muito.
De repente Quintana. Começaram a recitar baixinho...
"Não tenho vergonha de dizer que estou triste,
Não dessa tristeza ignominiosa dos que, em vez de se matarem, fazem poemas:
Estou triste por que vocês são burros e feios
E não morrem nunca..."
Nunca conseguiram recitá-lo todo, pois no "burros e feios" explodiam em gargalhadas. Era uma espécie de desabafo, aos que passavam na rua, naquele momento, e olhavam desaprovando aqueles rapazes almoçando... também aos colegas do curso tão sério que não admitiam a infantilidade daqueles dois.
Um breve silêncio.
Entreolharam-se e levantaram-se lentamente. Olhavam-se como num duelo de bang bang. Eram somente os dois. Os dedos trêmulos, prestes a puxar o gatilho e... a funcionária do local, olhava incrédula. Aqueles dois, sacaram as colheres e como duas crianças bêbadas, deliciavam-se, servindo-se no buffet de sorvete.

segunda-feira, 2 de abril de 2012

O QUE AINDA ME RESTA ?



Hoje, numa conversa rápida com uma amiga, a Ju, pois somos colegas de trabalho e quase não temos nos visto no prédio...comentei com ela a falta de motivação em que me encontro, uma apatia, um desejo de nada, acabou meu tesão pela vida ? Então ela veio com a possível solução, o que não é uma solução. AMOR. Este foi o termo que ela usou e que concordei, pois desde que me vi não amando mais ninguém, achei que havia me libertado de um amor equivocado e não correspondido por anos, mas era uma espécie de alimento, pois o amor renova, te dá animo, mesmo que não correspondido, inspirava-me.
Hoje não tou apaixonado e estou a beira de desistir de tudo, não do blog, este não consigo mesmo, mas de ser, viver...sinto-me vazio, sem força, sem coragem e cada vez mais isolado, pois troco mais idéias com a net, do que com seres reais que me parecem irreais e assustadores, prontos para me ferir. seja com palavras ou vias de fato. O medo toma conta do espaço que ocupava o amor no meu coração...Tenho pedido à Deus que ilumine meu coração, que eu não seja mais um humano vazio e triste e só...
No mais a vida segue seu caminho, caminho que hoje não consigo mais ver as flores, se é que ainda existem, nem nas árvores, minha maior inspiração, consigo admirar sua beleza.
Hoje após uma conversa rápida com uma amiga, retornei ao labirinto de meu trabalho, que a cada dia que passa leva um pouco da pouca alegria que ainda me resta. 

segunda-feira, 19 de março de 2012

PROMESSAS DE VIDA EM MEU CORAÇÃO



Águas de Março

Tom Jobim

É pau, é pedra, é o fim do caminho
É um resto de toco, é um pouco sozinho
É um caco de vidro, é a vida, é o sol
É a noite, é a morte, é o laço, é o anzol

É pereba do campo, é o nó da madeira
Caingá, candeia, é o Matita Pereira
É madeira de vento, tombo da ribanceira
É o mistério profundo, é o queira ou não queira

É o vento ventando, é o fim da ladeira

É a viga, é o vão, festa da cumueira
É a chuva chovendo, é conversa ribeira
Das águas de março, é o fim da canseira

É o pé, é o chão, é a marcha estradeira
Passarinho na mão, pedra de atiradeira
É uma ave no céu, é uma ave no chão
É um regato, é uma fonte, é um pedaço de pão

É o fundo do poço, é o fim do caminho
No rosto o desgosto, é um pouco sozinho
É um estrepe, é um prego, é uma ponta, é um ponto
É um pingo pingando, é uma conta, é um conto

É um peixe, é um gesto, é uma prata brilhando
É a luz da manhã, é o tijolo chegando
É a lenha, é o dia, é o fim da picada
É a garrafa de cana, o estilhaço na estrada

É o projeto da casa, é o corpo na cama
É o carro enguiçado, é a lama, é a lama
É um passo, é uma ponte, é um sapo, é uma rã
É um resto de mato, na luz da manhã

São as águas de março fechando o verão
É a promessa de vida no teu coração

É uma cobra, é um pau, é João, é José
É um espinho na mão, é um corte no pé

São as águas de março fechando o verão,
É a promessa de vida no teu coração

É pau, é pedra, é o fim do caminho
É um resto de toco, é um pouco sozinho
É um passo, é uma ponte, é um sapo, é uma rã
É um belo horizonte, é uma febre terçã

São as águas de março fechando o verão
É a promessa de vida no teu coração
Pau, pedra, fim, caminho
Resto, toco, pouco, sozinho
Caco, vidro, vida, sol, noite, morte, laço, anzol

São as águas de março fechando o verão
É a promessa de vida no teu coração

segunda-feira, 12 de março de 2012

MINHA VIDA NA INTERNET



É claro agora. O ponto. O instante. O portal. Um mergulho. Outra dimensão.
Atravessar a porta. O portão. Entrar no mar. Sair do ar. Me tornar um ser humano virtual.
Começo a perceber a diferença, do que me torno vivendo o mundo virtual. Na verdade, não há diferença, pois ninguém mostra o monstro que é...mostramos o que achamos que temos de melhor; meu melhor texto, meu melhor poema, minha melhor foto, enfim...como na vida real mostramos o "belo" de nossa personalidade, aquilo que os outros vêem em nós ou gostaríamos que nos vissem.
Tenho medo de ter caído nesta cilada, armada por nós mesmos. Embora sempre tenha brincado com minhas metáforas,nos meus delírios escritos, minhas mentiras sinceras; que forma meu redemoinho  na busca de uma suposta literatura.
Quero buscar e encontrar minha verdade, mas será a internet o lugar certo (para mim é, não tou viciado, mas se passo muito tempo sem me conectar, é como se  o ar começasse a faltar).
Mas a vaidade, a prepotência que tanto temo, pode fazer com que comece  buscar escritos que agradem, mas como saber, como agradar ? E agradar quem ?
Hoje quero um pouco de sinceridade comigo, quero escrever para mim, como quando comecei, como Anaís faz em seu blog Sózinha na Madrugada (que adoro). Mas e as trocas, as visitas e os comentários...bom, eu gosto disso, aprendi a gostar à medida que meu blog ía se formando, aliás  ele continua se formando, assim como eu.
Precisamos de amigos, então devemos respeitar, e já que o que usamos são as palavras para nos conectar-mos, tentemos ser os mesmos, virtual e real, senão um dia não saberemos mais quem verdadeiramente somos.

ps. Tou feliz demais ao saber notícias de minha poetinha Rosana Azul, ela estava na terrinha, mandou-me um email com uma foto linda do rio Tejo, que não é esta, mas é o Rio Tejo de Portugal.

quinta-feira, 8 de março de 2012

PELO AMOR DE DEUS



Pelo Amor de Deus

Emílio Santiago



Pelo amor de Deus

Clareia a minha a solidão

Acenda a luz do teu perdão

Apaga este adeus do olhar



Faz dos medos meus

Receios sem nenhum valor

Desperta o nosso imenso amor

Não custa nada perdoar



Você virou tatuagem

No meu pensamento e no meu coração

Feito uma estranha miragem

À beira dos olhos e longe das mãos



Perdoa, meu amor

Nobreza maior que o perdão

Não há no reino da paixão







terça-feira, 6 de março de 2012

A CASA DOS MORTOS



Poderia esperar o ônibus em que Cortázar atravessou numa tarde quente, ao longo do Bestiártio, mas éramos apenas eu e minha mãe saindo no portão de nossa casa para visitar A Casa dos Mortos. Minha mãe nunca gostou muito de flores para funerais, dizia-me que os mortos merecem o nosso respeito sincero, da alma, do coração e não usar de algo belo para tentar não ter de assumir nada na frente de ninguém; eu, já achava que deveria ser um ritual muito antigo, minha mãe ria, me pegava pela mão e lá íamos nós fazer a visita anual aos nossos mortos. Naquele tempo meus avós eram vivos, minha tia, tios... Éramos agora, minha mãe e eu na frente do jazigo da família, onde repousam as pessoas que mais amamos na vida. Ela tenta como se tocar o rosto da mãe, minha avó, na fotografia, de minha tia tive certeza que ela sentiu o acariciar de minha mãe na sua face gelada no mármore. Ficamos em silência um longo tempo, eu sentado num túmulo próximo, na sombra de outro. Minha mãe não, como num transe parecia estar em família, não importava o sol, nem se ouvesse frio, ou chuva, não, ela só estava ali completamente deles...percebia que estava bem quendo via uma lágrima, escorrendo em sua face. Eu na sombra, começava a entender o transe, era pura, a mais pura, concreta e doloroda SAUDADE. Quando ficou claro em minha mente, em meu coração, nos abraçamos e choramos, o vazio que nunca será preenchido... mas que mesmo assim, precisávamos ir embora, minha mãe continua comandando o ritual da comida de domingo.

ps. é um título nada original, mas eu pensei na possibilidade de um post quando minhas mãe e eu fomosd o cemitério, e aí está

ps. foi um tempo que senti muita saudade dos vivos, mas senti muito medo e estranhamento...o comportamento das pessoas tem me assustado. tenho medo de assustá-las também, mas aposto mais uma vez na vida, na esperança, na solidão (sim na solidão, pois ela me ajuda a pensar, a dormir, a ter insônia...)rs 

ps. não existe nada melhor na vida, que acordar, sentir um aroma de café, algumas palavras ao longe para não ser acordado, mas ia para a cozinha e sentava a mesa com meu pai, enquanto minha mãe prepava nosso desjejum, amém.

terça-feira, 31 de janeiro de 2012

OVELHA NEGRA



Ouço a extinta Banda !Ira...
O tempo resolveu voltar  ou dar voltas em  minha vida, então revejo, reencontro, relembro, revivo, mais uma ex-colega dos tempos do curso de Direito, e ela é blogueira...enfim, ela continua estudando, fazendo mestrado, e isto é inspirador...não, quero voltar a estudar, não agora, mas não consigo deixar de ver com os olhos críticos que encontrei estudando Direito, a porcaria que vivemos hoje, em todos os sentidos.
Que Estado de Direito é este ?, parodiando Legião Urbana. Que país é este ?.
Em épocas de carnaval, vivemos o concreto da carnavalização, termo que conheci nos escritos de Luis Alberto Warat, quando fiz um trabalho sobre Direito Alternativo, isso há muito tempo. O curso acabou há quinze anos...e  vivemos  uma absurda carnavalização moral, ética, política neste país. Um exemplo de carnavalização, no sentido que emprego, um jogo amistoso da Seleção Brasileira( eu também gosto de futebol, mas...) no meio de semana, então pára-se tudo no país, que fica eufórico, uma espécie de catarse coletiva, esquecendo-se de tudo o mais, inclusive votações feitas na sombra desta "festa do povo" nas instituições governamentais... e por aí vai...naõ escrevo sobre política, mas vivemos uma política, querendo ou não...sei que poderia desenvolver varios posts com o tema, mas fico por aqui. Às vezes é mais forte que eu, parece que vivo num país de mentiras, e isto já vem desde 1.500, o descobrimento do Brasil (mais Legião Urbana)...

ps. O show de despedida da cantora e compositora Rita Lee teve um desfecho um tanto curioso, com policiais reprimmindo um fã clube da cantora que fazia uso de suposto entorpecente, ao que a cantora revidou com palavras os policias, um verdadeiro berro de resistência  do rock, de alguém que atravessou não uma temporada, ou um disco, mas uma vida inteira dedicada a este seguimento de música. Ela estava certa, ela estava errada ? não questiono isso, mas louvo a atitude, o que se perdeu ao longo da história da música, perdeu em qualidade também, mas alguém não se entregou para o sistema, por isto e sua história musical minha solidariedade a Ovelha Negra do Rock and Roll, RITA LEE.

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

O AMIGO: UM SER QUE A VIDA NÃO EXPLICA





Sobre dor e medo, angústia e tristeza...é quase a base do que escrevi até então neste blog, contei muitas alegrias também, inventei histórias e coloquei letras de músicas que sempre me disseram alguma coisa, independente do tempo, pois este passa literalamente sobre nossas cabeças. Mas não é disso que falo hoje, quero falar de amizade, outro tema sempre exposto neste blog. Há muito deixei de confiar nas pessoas, depois de muita decepção, mas não somos seres sós (exceto eu), e precisamos do próximo, justamente onde está o problema...gostaria de escrever um post positivo, não positivista ou Lair Ribeiro, mas algo bom, que alevasse a alma, que fizesse sorrir, sem ser piada.
No dia 23, recebi uma ligação, cuja voz me era conhecida, mas de muito tempo atrás, mas quando ouvi       a risada, logo identifiquei, era um ex-colega da faculdade que virou meu amigo muito amado, mas o tempo, sempre ele, se encarregou de nos afastar. É culpar alguém, neste caso culpo o tempo, o que na verdade era minha antiga maneira de viver, de fechar os olhos e virar as costas, sem esperar um explicação. A paranóia quase arruinou minha vida...com isso me afastei de muitas, mas muitas pessoas amigas, algumas não tive coragem de procurar, como este (bom, não vou dizer o nome dele pois ele ameaçou me processar se tivesse alguma história não boa dele rsrsrsrs...).
Quanta retórica para dizer que não se deve deixar para amanhã, devemos agir agora, senão    não haverá mais tempo, ou talvez seja tarde demais, pois neste tempo afastado desse amigo, ele ficou muito doente, mas graças a Deus está bem, e eu me senti muito mal, ou sei lá o que senti, pois seria muito triste se algo muito ruím acontecesse, não me perdoaria nunca..não existe nada maior, melhor ou belo que a amizade, por isso respeito muito meus seguidores, as pessoa que  aqui comentam, são meus amigos, e como disse a Anaís,  às vezes são mais importantes do aqueles que estão em nosso lado.
Graças a Deus tenho muitos amigos espalhados por aí, o que preciso é procurar, ligar como este amigo fez, então se percebe que o tempo não existiu, e que a amizade é maior que tudo.

Soneto do amigo

Enfim, depois de tanto erro passado
Tantas retaliações, tanto perigo
Eis que ressurge noutro o velho amigo
Nunca perdido, sempre reencontrado.

É bom sentá-lo novamente ao lado
Com olhos que contêm o olhar antigo
Sempre comigo um pouco atribulado
E como sempre singular comigo.

Um bicho igual a mim, simples e humano
Sabendo se mover e comover
E a disfarçar com o meu próprio engano.

O amigo: um ser que a vida não explica
Que só se vai ao ver outro nascer
E o espelho de minha alma multiplica...
Vinicius de Moraes

dedico este post a este amigo, aos amigos que me seguem, aos amigos que comentam, aos amigos que me aturam ao vivo, aos amigos que tanto amo...

ps. a figura acima é uma homenagem a este amigo que se intitulava Presuntinho Fonseca, bom eu poderia ser o cão ao lado, mas é uma cã.

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

TEMPO PERDIDO





TODOS OS DIAS QUANDO ACORDO, NÃO TENHO MAIS O TEMPO QUE PASSOU....
Renato Russo

Quanto tempo me resta, nesta eterna (eterna?) luta contra o tempo ? Eu não sei, só sei que o amor. o meu, restou inútil, restou uns caquinhos, poeiras, mágoas, desilusões, lá no fundo daquela gaveta, cuja chave não lembro onde guardei ... outro dia uma menina, bom eu calculo, se tem idade para ser minha filha, é menina; ela me perguntou se eu estava amando alguém. Ela chocou  quando disse que não amava ninguém...meninas são tão românticas, não que eu não o seja, mas minha esperança acabou, e meu tempo ? é pouco.
Nos primeiros passos dessa jornada que é este ano que acabou de iniciar já contabilizo experiências amargas, nada que não se resolva, nada que me tire do prumo, nada que faça chorar (se bem que na hora sempre dá vontade, mas...), mas continuo a me surpreender quando acordo, não tem ninguém do lado, mas abrir os olhos e se descobrir vivo, não tem preço. Só preciso tomar consciência disso mais rápido, ou seja, acordar mais rápido. Um exemplo de sentimentos intensos neste inicio de ano, foram duas notícias da mesma pessoa, a triste, saiu de minha vida; a boa, retornou disposta a continuar me alimentando com seus contos.
Bloqueado, assim me sinto, uma espécie de dormência existencial, meu cérebro parece catatônico, minhas vontades já não possuem prioridade. Não olho mais para o relógio imenso na esquina do meu trabalho, ele nunca diz a hora que preciso, por ele minha vida é uma confusão de horários perdidos, amores perdidos, tempo perdido. Tempo perdido.
Meus Deus, ainda ontem escrevi neste blog sobre os girassóis na entrada desta lan que frequento, olho agora e estão todos morrendo, já sem a luz de Van Gogh, já sem vida. O tempo é implacável, é nosso verdadeiro dono, carrasco e é também nossa ama, nossa mãe e nos faz perceber que o agora é o mais importante, porque não importa masis o que passou e nem o que virá, pois não sei...mas o hoje, agora quando escrevo este post, isto é importante, diz o quanto estou vivo, o quanto eu existo.

ps. Tempo perdido foi a música que escolhi quando colei grau, sempre achei que cinco anos  naquela faculdade foi um tempo que não voltará jamais, e eu perdi muito tempo até admitir, que foram os cinco anos mais loucos e intensos na minha vida, onde amei pela última vez (taí o trauma - já superado até que enfim).

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

GUITARRA Y CANTO LIBRE

 

 

Semeadura

Vitor Ramil

Nós vamos prosseguir, companheiro
Medo não há
No rumo certo da estrada
Unidos vamos crescer e andar
Nós vamos repartir, companheiro
O campo e o mar
O pão da vida, meu braço, meu peito
Feito pra amar.
Americana Pátria, morena
Quiero tener
Guitarra y canto libre
En tu amanecer
No pampa, meu pala a voar
Esteira de vento e luar
Vento e luar
Nós vamos semear, companheiro
No coração
Manhãs e frutos e sonhos
Pr'um dia acabar com esta escuridão
Nós vamos preparar, companheiro
Sem ilusão
Um novo tempo, em que a paz e a fartura
Brotem das mãos
Americana Pátria, morena
Quiero tener
Guitarra y canto libre
En tu amanecer
No pampa, meu pala a voar
Esteira de vento e luar
Vento e luar
Minha guitarra, companheiro
Fala o idioma das águas, das pedras
Dos cárceres, do medo, do fogo, do sal
Minha guitarra
Tem os demônios da ternura e da tempestade
É como um cavalo
Que rasga o ventre da noite
Beija o relâmpago
E desafia os senhores da vida e da morte
Minha guitarra é minha terra, companheiro
É meu arado semeando na escuridão
Um tempo de claridade
Minha guitarra é meu povo, companheiro
Americana Pátria, morena
Quiero tener
Guitarra y canto libre
En tu amanecer
No pampa, meu pala a voar
Esteira de vento e luar
Vento e luar.