sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

RUÍDOS DE COMUNICAÇÃO




Surpresas da vida, uma montanha russa, amanhece nublado e neblina, aparece o céu e surpreendentemente o Sol, tudo em poucos instantes, assim como aquela multidão de pensamente em poucos passos dados na rua, enfim...as palavras também, são jogadas num emaranhado de sentidos e valores e inversões que nos confundimos. Como formado pela faculdade de Direito aprendi a conviver com termos/palavras próprias da área, apesar de não advogar. Assistindo pelo telejornal a matéria sobre os condenados do mensalão, deparo-me com uma guerra de palavras jurídicas para abonar criminosos de seus crimes sem ao menos cumprir uma parte da pena, como é comum na área penal, após cumprir uma parte da condenação. Além dos termos jurídicos, que o cidadão comum pouco entenderá, viu-se também uma baixaria, lavação de roupa suja para quem quisesse ouvir e ver, palavras nem um pouco jurídicas, mas de baixo nível, na Corte máxima da Justiça neste país. O que se discutia era er se os roubos nos cofres públicos realizados por parlamentares, até onde se sabe, em conjunto, seria uma formação de quadrilha ou cu co-autoria. São termos, digamos, jurídicos e que se resume, em quadrilha apena é mais severa e co autoria, mais leve. Quando dois ou trêss homens se juntam para roubar uma galinha é quadrilha, pena perpétia, pena de morte...quando parlamentares se unem pazraroubar cofres públicos, ou seja, nosso dinheiro é co-autoria, uma pena mais leve...isto é que foidecidido naquela Casa, e só para vcariar, o corporativismo, uma praga neste país, mais uma vez prevaleceu sobre os interesses de todos, da Nação. Mais uma bela pizza podreem Brasília. Eseguimos com as surpresas, com as palavras que dizemos e que ouvimos,os sentidos que damos a ambas, como nosso coração suporta a suposta verdade dita pelo outro aos nossos ouvidos. Uma amiga costumava dizer, quando havia maus entendidos, que eram ruídos de comunicação, se dizia uma coisa e se entendia  outra...o pior de tudo é responder como se ouviu, de forma erada...tudo bem, se esclarece, mas fica uma  pequena dúvida, lá no fundo, que pode morrer ou brotar uma distância, para não termos mais de ouvir o que entendemos não mercer.

segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

MÁGOAS QUE TRAGO HOJE EM DIA




Não consigo entender a distância provocada por dores na alma, de uma suposta rejeição...mas foi assim, não havia encontrado algo melhor, até te ver parado ao meu lado, como se eu fizesse parte de tua vida, mesmo nunca tendo visto teus olhos cor de nada. Ainda não consigo imaginar minha imagem na tua retina. O que será que consegues ver de mim? Minha bondade? Minha maldade? Minha solidão, que é o melhor que trago em mim, com o que sou mais fiel. Deveria te dizer que não suporto outra voz além da minha, quando estou em casa. Meus fantasmas são silenciosos, minhas flores também.. Mesmo tendo me jogado  todos aqueles livros de autoajuda, não adiantou. Sigo meus próprios instintos, sou minha própria bússola, sou meu próprio destino só. Por isso me diga que errei, que segui por caminhos tortos, mas não diga que não te amei, talvez a única verdade em mim. Até tu existir em minha vida era eu e o nada. "O fato é que sou inesquecível, imprescindível, necessário para ninguém. Um outsider  cuja a existência é quase nada...talvez um erro despercebido da natureza!"* Com meus passos cansados da rotina deste caminhar, rumando sempre para o silêncio de minha casa, meu vazio existencial, meus chás e discos antigos:



Esses moços, pobres moços
Ah! Se soubessem o que eu sei
Não amavam, não passavam
Aquilo que já passei
Por meu olhos, por meus sonhos
Por meu sangue, tudo enfim
É que peço
A esses moços
Que acreditem em mim
Se eles julgam que há um lindo futuro
Só o amor nesta vida conduz
Saibam que deixam o céu por ser escuro
E vão ao inferno à procura de luz
Eu também tive nos meus belos dias
Essa mania e muito me custou
Pois só as mágoas que trago hoje em dia
E estas rugas o amor me deixou...

Esses Moços
by Lupicínio Rodrigues


""*by Carlos Vieira - Blog Devaneios




terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

CAMINHANDO COM OS MORTOS




Era uma tarde quente, muito quente, como há muito não se via, não se sentia, não se morria...Os termômetros passavam fáceis pelos 40 graus. As plantas, estáticas, desbotadas, secas. Plena tarde e a cidade está deserta, como numa era pós apocalíptica, sem sobreviventes, sem amanhãs. Eu e minha mãe caminhávamos com os mortos desde quando amanheceu o dia, pois antes de nascer o primeiro raio de Sol, já estávamos colhendo as últimas flores do jardim, que sobreviviam já quase sem cor, com um resto de vida que se acabava, assim que eram colhidas.
Com o buquê que conseguimos fazer, partimos para o cemitério, eu, minha mãe, as flores e os mortos de nossas lembranças. Poucas quadras nos separavam do cemitério, consegui-amos vê-lo entre a terra e o Sol escaldante, como numa lente desfocada e embaçada, como num tempo perdido entre o espelho e o passado.
Poderíamos ter saído de um conto de Cortázar, personagens insólitos e obstinados que surgem dentro de um ônibus  abafado de calor e poeira, espíritos perdidos, transbordando de saudades...mas não, éramos eu e minha mãe à caminho do cemitério, caminhando ao encontro de nossos mortos...
Minha mãe dizia que nos janeiros tínhamos de vê-los em sua última morada. Visitar o cemitério nos janeiros se tornou um ritual meu e de minha mãe, pois éramos ligados fortemente por nossos mortos. Minha mãe visitava sua única irmã e eu minha única tia, ela seus pais, e eu meus avós. Existiam outros mortos queridos, que faziam a corte em nossas visitas, todos querendo atenção, uma reza, uma vela, uma flor, uma lembrança.
Naquela tarde muito quente de janeiro, minha mãe e eu chegamos ao cemitério para cumprir nossa caminhada com os mortos.



quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

PALAVRAS AO VENTO



                                                     
                                         
 
Ando por aí querendo te encontrar
Em cada esquina paro em cada olhar
Deixo a tristeza e trago a esperança em seu lugar
Que o nosso amor pra sempre viva, minha dádiva
Quero poder jurar que essa paixão jamais será
Palavras, apenas
Palavras pequenas
Palavras, momentos
Palavras palavras
Palavras palavras
Palavras ao vento
Palavras, apenas, apenas
Palavras pequenas
Palavras


Palavras ao Vento – Marisa Monte e Moraes Moreira

na voz de Cássia Eller



Gosto de palavras, especialmente de algumas que podem chegar de surpresa, ou uma palavra velha dita como se fosse a primeira vez, trazendo outro sentido. Gosto de ver as palavras e do que elas são capazes. Palavra é poder, já me disseram. Sempre as ouvi e quando comecei a vê-las foi a maior descoberta que poderia fazer, meu passaporte para as maiores viagens,uma revolução se formou dentro de mim, um vulcão, um tsunami e só comecei a entender quando aprendi a exteriorizar em folhas de papel em branco. E o resultado não só me agradava como acalmava minha alma, que olha através de meus olhos. Nem sempre eram derramadas palavras doces no papel, por vezes vinham sombrias, tristes...mas após instalarem-se no branco do papel, não assustavam mais. Descobri uma forma de cura para meus males do corpo e da alma, exorcizar os demônios que habitam cada um de nós, sempre prontos a nos autodestruir, a nos atormentar e por vezes nos fazer desistir – eu quase sucumbi, mas escolhi viver. Gosto de palavras que dizem do amor. Gosto de palavras que perdoam e celebram a amizade. Nem sempre consigo deixá-las no papel, às vezes me atormentam anos dentro de mim, antes de encontrar uma saída e morrer no branco do papel e salvar minha sanidade.

segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

CARTA DE UMA SENHORA DE 84 ANOS

Recebi este email e não resisto e tenho de postá-lo...na verdade sinto isso e adoraria ter dito, mas foi uma senhora de 84 anos, sra. Ruth Moreira e foi publicado em um grande jornal brasileiro. Na busca de assunto ou sentimentos ou histórias para escrever um post me deparo com o vazio, nenhuma ideia e as que penso, perdem o sentido à medida que tentava desenvolver. Cheguei a pensar (ainda penso), será que meu tempo de bloguer acabou, não terei eu mais o que escrever, e se escrever serei mais sentimento ou razão, serei sincero ou escreverei as mentiras ficcionais que invento ? Tudo está muito confuso neste começo de ano, se bem que aqui no Brasil as coisas começam a acontecer (ou não) após o Carnaval. Ms neste tempo tentando escrever, tenho lido muitos blogs, o que me deixa satisfeito, pois encontro o que gostaria de ouvir ou ver ou refletir nestes blogs. Esta carta é meu grito de indignação...

 
"Estou com vergonha do Brasil.          
         Vergonha do governo, com esse impatriótico,
         antidemocrático e antirrepublicano projeto de poder.

Vergonha do Congresso rampeiro que temos, das Câmaras que dão com uma mão para nos surrupiar com a outra,
políticos vendidos a quem dá mais.

Pensar no bem do País é ser trouxa.


Vergonha do dilapidar de nossas grandes empresas estatais, Petrobrás,
Eletrobrás e outras, patrimônio de todos os brasileiros, que agora estão a
serviço de uma causa só, o poder.
Vergonha de juízes vendidos.
Vergonha de mensalões, mensalinhos, mensaleiros.
Vergonha de termos quase 40 ministros e
outro tanto de partidos a mamar nas tetas da viúva,
enquanto brasileiros
morrem em enchentes, perdendo casa e familiares por desídia de políticos, se não desonestos, então,
incompetentes para o cargo.
Vergonha de ver a
presidente de um país pobre
ir mostrar na Europa uma riqueza que não temos
(onde está a guerrilheira? era tudo fantasia?).


Vergonha da violência que impera
e de ver uma turista estuprada durante
seis horas por delinquentes fichados e à solta fazendo barbaridades,
envergonhando-nos perante o mundo.
Vergonha por pagarmos tantos impostos e
nada recebermos em troca - nem estradas, nem portos, nem saúde, nem segurança, nem escolas que ensinem para valer, nem creches para atender a
população que forçosamente tem de ir à luta.


Vergonha de todos esses desmandos que nos trouxeram de volta a famigerada inflação.

Agora pergunto:
onde estão os homens de bem deste país?

Onde está a Maçonaria? OAB? CNBB?
Militares???LYONS?
Onde estão os que querem lutar por um Brasil melhor?

Porque os congressistas, ao inves de instituirem Pena de Morte para assassinos e estrupadores,
lhes concedem gorda Bolsa Presidiario?

Enquanto isso, grande parte do povo brasileiro, trabalha honestamente, pra ganhar bem menos do que aqueles que mataram e estruparam.

Isso, somente estimula a marginalidade!

Estou com muita vergonha do Brasil!

Por que tantos estão calados?
Tenho 84 anos e escrevo à espera de um despertar que não se concretiza.

Até quando isso vai continuar?
Até quando veremos essas nulidades que aí estão sendo eleitas e reeleitas?
Estou com muita vergonha do Brasil.
eu estou com vergonha DOS BRASILEIROS.