sexta-feira, 18 de dezembro de 2015

TERRA, ÉS O MAIS BONITO DOS PLANETAS

O SAL DA TERRA
Anda, quero te dizer nenhum segredo
Falo desse chão, da nossa casa, vem que tá na hora de arrumar
Tempo, quero viver mais duzentos anos
Quero não ferir meu semelhante, nem por isso quero me ferir
Vamos precisar de todo mundo pra banir do mundo a opressão
Para construir a vida nova vamos precisar de muito amor
A felicidade mora ao lado e quem não é tolo pode ver

A paz na Terra, amor, o pé na terra
A paz na Terra, amor, o sal da...

Terra, és o mais bonito dos planetas
Tão te maltratando por dinheiro, tu que és a nave nossa irmã
Canta, leva tua vida em harmonia
E nos alimenta com teus frutos, tu que és do homem a maçã
Vamos precisar de todo mundo, um mais um é sempre mais que dois
Pra melhor juntar as nossas forças é só repartir melhor o pão
Recriar o paraíso agora para merecer quem vem depois

Deixa nascer o amor
Deixa fluir o amor
Deixa crescer o amor
Deixa viver o amor

O sal da Terra
Terra...
 
by Beto Guedes 


 

quinta-feira, 17 de dezembro de 2015

QUERO VIVER




Fecha mais um ciclo do calendário Gregoriano, e até parece que foi ontem, mas graças a Deus, apesar dos tempos estou eu aqui são e salvo e quase feliz, o que já é um ganho e tanto. Nada pode ser pior do que está, então aproveita-se o tempo fechado, para fazer uma faxina por dentro do corpo, da alma e da casa. Deixar de lado e jogar no lixo toda a angústia provocada e aceita, a dor da negação, a frustração de ser rejeitado...tudo isso e todos os outros males jogar no lixo. Depois de rezar ou orar um tanto, depois de ter muita força de vontade, depois da dosagem maior do remédio, depois de chorar e dormir, só me restou ser feliz. Experimentar o antídoto da dor, da solidão e da falta de assunto (sim, eu preciso falar), então fui ali visitar uns blogs e aprender a ser feliz. Muitos bloguers vieram me alertar, me alimentar com palavras, com poesias, com carinho. Fecha um ciclo gregoriano e sinto-me uma Fenix renascido da rejeição, da carência, do medo, do fim, quando a cidade empurrou-me para um abismo, então me permiti voar e gritar para mim, para o mundo, estou vivo e quero viver.

QUERO

Quero sonhar num colorido sono,
Quero sorrir e acalmar o pranto,
Quero alar de liberdade o canto,
Não ser cativo e de ninguém ser dono.

Quero viver, me preocupar com a vida,
Sorrir à toa em hilariantes tons,
Quero fazer destes momentos bons
Fatos constantes e sem despedida.

Pouco me importa o corre lá fora
Faço do agora minha eternidade
E dos momentos meu princípio e fim.

Não quero ter futuro nem passado
Quero viver somente a intensidade
Deste presente eterno que há em mim.

Dilson Gimba

terça-feira, 15 de dezembro de 2015

SOL


 
Acordei com o celular chamando, esqueci do almoço. Saio correndo após um banho rápido e estou caminhando sob um Sol gigante e forte, não é de estranhar, afinal é quase verão, mas pude sentir seu poder. Se ainda não é verão e está este calor, valha-me Deus. Caminhei por alguns minutos e minha pele já ardia, mesmo possuindo melanina em boa quantidade, senti o suor escorrer pelo rosto e quando fui maldizer pela primeira vez... lembro de Cortázar dentro de um ônibus a caminho do cemitério, com flores nos braços e um calor infernal...lembro uma antiga canção de carnaval que fala em atravessar o deserto do Saára...e quando a palavra feia sairia de minha boca, o calor que me queimava me fez olhar para cima, e vi nuvens lindas, claras e enormes, e um céu azul anil, percebi então que o Sol faz parte da vida, o calor também, assim como o frio, ou aqueles tempos amenos da primavera e até do outono. Então o calor escaldante que tomava conta de meu corpo e queimava, apenas permaneceu ali, pois percebi que suportava aquele calor, não estava morrendo, pelo contrário, me sentia vivo por sentir o clima. Não falei nenhuma palavra má, pois sou filho da Terra, e aqui tem frio, calor, variações de temperatura, e isso é maravilhoso, Deus é maravilhoso. Senti meus passos mais leves, o suor continuava, mas foi uma preocupação a menos, estava calor, realmente estava, a beira do insuportável, mas suportei, eu suporto, suportamos. Acho que devo deixar de reclamar tanto do clima, se está quente, quero frio, se está frio, quero calor. Chega. Sobrevivo a qualquer clima, sobrevivemos. E nos adaptamos, e nos adaptamos...continuei a caminhada até o almoço, a passos lentos, curtindo cada gota de suor, cada raio de Sol, cada sombra...

quinta-feira, 10 de dezembro de 2015

SÓ POR HOJE...



PRESENTE

Decidi pelo voo itinerante
E ter um coração livre e alado
A viver as clausuras do passado
Esperando algo novo logo adiante.

Abandonei, de vez , a impermanência
E as frágeis construções do cotidiano
Abrindo asas para um novo oceano
E buscando a pura luz da consciência.

Não quero resgatar o que passou.
A chama por si já se extinguiu
E as cinzas restaram do que fiz.

Não busco, tampouco, um amanhã
A chama por si se acenderá
Me basta, hoje, ser feliz.
by Dilson Gimba

quarta-feira, 9 de dezembro de 2015

SOU O MEU PRÓPRIO FRANKENSTEIN - OLHAI !



 
XXVI [DEVE HAVER TANTA COISA DESABADA]
XXVI
Deve haver tanta coisa desabada
Lá dentro... Mas não sei... É bom ficar
Aqui, bebendo um chope no meu bar...
E tu, deixa-me em paz, Alma Penada!

Não quero ouvir essa interior balada...
Saudade... amor... cantigas de ninar...
Sei que lá dentro apenas sopra um ar
De morte... Não, não sei! não sei mais nada!...

Manchas de sangue inda por lá ficaram,
Em cada sala em que me assassinaram...
Pra que lembrar essa medonha história?

Eis-me aqui, recomposto, sem um ai.
Sou o meu próprio Frankenstein — olhai!
O belo monstro ingênuo e sem memória...
 
by Mário Quintana
 
 

sexta-feira, 27 de novembro de 2015

DIVINA COMÉDIA HUMANA


                    Já assisti muita novela, do tempo que eram interessantes, tinham motivo, enredo, sentido...lembro de uma, o Rei do Gado, que tratava entre outras coisas de assentamento de terra, e existia um Senador, interpretado pelo maravilhoso ator Carlos Vereza, lembro mais dele como Graciliano Ramos em Memórias do Cárcere, enfim...Esta semana fiquei sem saber o que sentia, medo, revolta, nojo, raiva, porque afinal de contas é um dos cargos mais altos e importantes da política nacional, são senhores de confiança, ou eram, até eu saber que foi decretada a prisão de um Senador da República...então invoco Legião Urbana: que país é esse ?
                    Falar de política sempre é chato, ainda mais sabendo o tipo de político que temos no nosso país, não generalizo, mas poucos se salvam. Então percebo o caos que estamos vivendo, não perco a esperança, tenho medo que ela me perca...




Divina Comédia Humana


Estava mais angustiado que um goleiro na hora do gol
Quando você entrou em mim como um Sol no quintal
Aí um analista amigo meu disse que desse jeito
Não vou ser feliz direito
Porque o amor é uma coisa mais profunda que um encontro casual
Aí um analista amigo meu disse que desse jeito
Não vou viver satisfeito

Porque o amor é uma coisa mais profunda que uma transa sensual
Deixando a profundidade de lado
Haa eu quero é ficar colado à pele dela noite e dia
Fazendo tudo e de novo dizendo sim à paixão, morando na filosofia
Quero gozar no seu céu, pode ser no seu inferno
Viver a divina comédia humana onde nada é eterno
Ora direis, ouvir estrelas, certo perdeste o senso
E eu vos direi no entanto:
Enquanto houver espaço, corpo, tempo e algum modo de dizer não eu canto

 
by Belchior

quinta-feira, 19 de novembro de 2015

QUANDO A GENTE PERDE A ILUSÃO

 
NUNCA


Nunca
Nem que o mundo caia sobre mim
Nem se Deus mandar nem mesmo assim
As pazes contigo eu farei

Nunca
Quando a gente perde a ilusão
Deve sepultar o coração
Como eu sepultei

Saudade
Diga a essa moça, por favor
Como foi sincero o meu amor
Quanto eu a adorei tempos atrás

Saudade
Não esqueça também de dizer
Que é você que me faz adormecer
Pra que eu viva em paz
 
by Lupicínio Rodrigues
 
 
                    Depois de muitos anos sem ver-te, perdido de ti na vastidão do mundo, arrastei meu sofrimento junto, até que o tempo se encarregou de apagar ou aliviar esta dependência que tinha de ti, foi o fim     da nossa relação de amizade real. Passaram-se os anos, evoluímos e chegamos na internet, demorei, relutei, mas me fizeram um facebook, para melhor contatar os amigos e parentes perdidos...então nos encontramos na web, e percebemos que nossa amizade continuava firme e forte. Nunca gostei muito de face mas acabei por começar a curtir as postagens, e a fazer comentários. Como sou Cristão, tenho Fé em Deus, comentei tua postagem em que brincavas com a figura de Deus, disse que era engraçado mas conseguia ter uma outra visão da situação...passado um tempo, verificando no meu face, percebo  que um comentário   feito por mim, havia sido deletado. Foi o comentário que fiz no teu face amigo (amigo ?). 
                    Então percebi que a amizade quando quebra, é como uma taça de cristal, não é possível mais colar os pedacinhos...às vezes a distancia e o tempo fazem aflorar o que temos de mais verdadeiro em nós, e , às vezes esta verdade se choca com a verdade alheia, então percebemos que nadamos em correntes opostas, que só nos distanciamos cada vez mais.
                    Melhor assim.

 

quarta-feira, 18 de novembro de 2015

sexta-feira, 13 de novembro de 2015

JÚPITER

DESENCANTO

 
 
DESENCANTO
 
 
Eu faço versos como quem chora
De desalento... de desencanto...
Fecha o meu livro, se por agora
Não tens motivo nenhum de pranto.

Meu verso é sangue. Volúpia ardente...
Tristeza esparsa... remorso vão...
Dói-me nas veias. Amargo e quente,
Cai, gota a gota, do coração.

E nestes versos de angústica rouca,
Assim dos lábios a vida corre,
Deixando um acre sabor na boca.

- Eu faço versos como quem morre.
by Manuel Bandeira

quarta-feira, 11 de novembro de 2015

EU SIGO ADIANTE

 
 
Cocktail Party
 
 
 
Não tenho vergonha de dizer que estou triste,
Não dessa tristeza ignominiosa dos que, em vez de se matarem, fazem poemas:
Estou triste por que vocês são burros e feios
E não morrem nunca...
Minha alma assenta-se no cordão da calçada
E chora,
Olhando as poças barrentas que a chuva deixou.
Eu sigo adiante. Misturo-me a vocês. Acho vocês uns amores.
Na minha cara há um vasto sorriso pintado a vermelhão.
E trocamos brindes,
Acreditamos em tudo o que vem nos jornais.
Somos democratas e escravocratas.
Nossas almas? Sei lá!
Mas como são belos os filmes coloridos! (Ainda mais os de assuntos bíblicos...)
Desce o crepúsculo
E, quando a primeira estrelinha ia refletir-se em todas as poças d'água,
Acenderam-se de súbito os postes de iluminação!
 
 by  Mário Quintana
 
 
 
 
 

terça-feira, 10 de novembro de 2015

ACIDENTE, SANGUE E VIDRO




Uma leve dança de vidro, que se quebra quando cai. Mesmo que flutuasse numa loja de cristais, a falsa brisa não sustentará no ar nenhuma arrogância ou indiferença dos teus olhos que me desconhecem, me ignoram. Os estilhaços do carro capotado, formavam montes de vidros, falsos cristais, falsos diamantes, que dona Elvira não resistiu seu brilho e pensou no túmulo de sua adorada irmã morta, desde sempre morta no ventre de sua mãe. Elvira a gêmea que sobreviveu. Ofélia, o feto morto. Todos correram para ver o acidente...Fui o primeiro a ver um filete de sangue que saia lentamente de dentro do carro capotado, apontei e quanto mais se olhava mais sangue surgia, agora aos borbotões, jorrando nas pessoas que começaram a se afastar horrorizadas. Volto para casa e continuo minha caça as palavras, agora junto mais uma: A - c - i - d - e - n - t - e, e mais outra: S - a - n - g - u -e  sangue. Da janela vejo a pessoas passarem apressadas comentando apavoradas, que não havia corpo dentro do carro...quando um último grupo passou, pude ouvir: dona Elvira ficou lá, catando pedaços de vidro que não haviam sidos manchados pelo sangue, para enfeitar o túmulo de sua irmã. Vidro, pensei e cacei mais uma palavra. V – i – d – r – o, repeti para mim, era realmente uma bela palavra, para aprisionar no papel ou na canção.


“Vidro
O cristal
Um vitrô azul
A louça chinesa
Que nunca quebrou”

by Vitor Ramil

sexta-feira, 6 de novembro de 2015

ANDO DEVAGAR PORQUE JÁ TIVE PRESSA

 
 
TOCANDO EM FRENTE
 
Ando devagar porque já tive pressa
E levo esse sorriso porque já chorei demais
Hoje me sinto mais forte, mais feliz, quem sabe?
Só levo a certeza de que muito pouco eu sei
Nada sei.

Conhecer as manhas e as manhãs,
O sabor das massas e das maçãs,
É preciso amor pra poder pulsar,
É preciso paz pra poder sorrir,
É preciso a chuva para florir

Penso que cumprir a vida seja simplesmente
Compreender a marcha e ir tocando em frente
Como um velho boiadeiro levando a boiada
Eu vou tocando dias pela longa estrada eu vou
Estrada eu sou.


Todo mundo ama um dia todo mundo chora,
Um dia a gente chega, no outro vai embora
Cada um de nós compõe a sua história
Cada ser em si carrega o dom de ser capaz
De ser feliz.

Conhecer as manhas e as manhãs
O sabor das massas e das maçãs
É preciso amor pra poder pulsar,
É preciso paz pra poder sorrir,
É preciso a chuva para florir.

Ando devagar porque já tive pressa
E levo esse sorriso porque já chorei demais
Cada um de nós compõe a sua história,
Cada ser em si carrega o dom de ser capaz
de ser feliz.

Conhecer as manhas e as manhãs,
O sabor das massas e das maçãs,
É preciso amor pra poder pulsar,
É preciso paz pra poder sorrir,
É preciso a chuva para florir.
 
by Almir Sater

quarta-feira, 4 de novembro de 2015

PERDIDOS





Formavam uma imensa, infinita horda humana caminhando a esmo no hemisfério norte, carregavam saudade, dor, esperança... era a esperança que os alimentava a seguirem, quase sem ter para onde, portas e portões fechados a todo instante, nesta longa travessia, caminhos sem fim. Para trás, além dos passos, cansados, doídos, deixam seus filhos mortos, os sonhos que vão caindo ao chão, como o pão picado deixado por João e Maria, para encontrarem o caminho de volta, mas o pão e o sonho serão consumidos pouco a pouco pelo tempo, e não haverá mais volta, e não haverá mais vida. O cansaço os lança para frente, ombro a ombros, apoiam-se, um farelo de pão, dividem. Tudo que sabem ou querem é a paz que há muito deixou de existir na terra natal. Mas até quando caminhar ? Onde chegar e descansar na sombra de uma árvore colorida, sob o céu que os protege...desligo a televisão e tento relaxar. Não consigo não pensar na travessia, não consigo não pensar em mim, nas pessoas que ficaram, passaram nesta minha caminhada a passos lentos para o futuro. Restam lembranças, saudade, nunca arrependimento, mesmo dos momentos mais complicados das relações humanas que a vida nos impõem...mesmo que teus olhos me neguem, como Judas negou Cristo, não vou quebrar os vitrais da Igreja, eles representam a Santa Ceia, em que traídos e traidores brindam... Brindemos: “Vamos celebrar a estupidez humana A estupidez de todas as nações”. Enquanto não conseguirmos olhar para o ente ao lado de verdade, respeitar o espaço alheio, a vida alheia. Enquanto não libertarmos nossos corações para o amor, nossos braços para um abraço. Enquanto houverem crianças chorando de fome. Enquanto as matas estão sendo queimadas. Enquanto não perdoarmos os pecados feitos antes de nós. Enquanto não cortarmos as divisas que separam o mundo, enquanto não enxergarmos com os olhos da alma....andaremos perdidos pelo mundo, perdidos dentro de nós...e andaremos a esmo pelos dias, pelas noites sem fim.



“Venha, meu coração está com pressa
Quando a esperança está dispersa
Só a verdade me liberta
Chega de maldade e ilusão.”
by Legião Urbana

terça-feira, 27 de outubro de 2015

BANDOLINS

 
 
Bandolins
 
 
Como fosse um par que nessa valsa triste
Se desenvolvesse ao som dos bandolins
E como não e por que não dizer
Que o mundo respirava mais se ela apertava assim
Seu colo e como se não fosse um tempo
Em que já fosse impróprio se dançar assim
Ela teimou e enfrentou o mundo
Se rodopiando ao som dos bandolins

Como fosse um lar, seu corpo a valsa triste iluminava
E a noite caminhava assim
E como um par o vento e a madrugada iluminavam
A fada do meu botequim
Valsando como valsa uma criança
Que entra na roda, a noite tá no fim
Ela valsando só na madrugada
Se julgando amada ao som dos bandolins

by Oswaldo Montenegro

terça-feira, 20 de outubro de 2015

AMOR E MORTE

 

 

soneto do amor e da morte

quando eu morrer murmura esta canção
que escrevo para ti. quando eu morrer
fica junto de mim, não queiras ver
as aves pardas do anoitecer
a revoar na minha solidão.

quando eu morrer segura a minha mão,
põe os olhos nos meus se puder ser,
se inda neles a luz esmorecer,
e diz do nosso amor como se não

tivesse de acabar, sempre a doer,
sempre a doer de tanta perfeição
que ao deixar de bater-me o coração
fique por nós o teu inda a bater,
quando eu morrer segura a minha mão.

Vasco Graça Moura, in "Antologia dos Sessenta Anos"

EXTREMOS


Extremos. No Norte calor de deserto, seca. No Sul, tempestades, chuva e rios transbordando. Um país continental como este podemos destacar nitidamente os extremos. A calamidade é de norte a sul. Podemos ver bons exemplos de solidariedade, humanidade, amor ao próximo e podemos ver o outro extremo da maldade humana.



Com a seca cada vez pior no norte do país, acontecem queimadas, embora seja um hábito da agricultura deste país, um mal hábito; pois as queimadas para a agricultura quase sempre fogem ao controle, queimando tudo que está a seu redor. E o pior. O pior eu vi num telejornal, pois foram negadas para venda lotes de terra da Amazônia, e os interessados nas terras, não satisfeitos com o não, colocaram fogo de propósito. Perdi a respiração, e a indignação me tomou. Como pode o homem ser tão mesquinho, tão ganancioso, tão mal, que não percebe que esta fazendo uma guerra contra si, contra todos nós ?

No sul, tempestades de granizo, muita chuva, ventos e as águas dos rios invadindo as cidades. Todos se mobilizam, é bonito de ver, o ser humano sendo humano e ajudando o próximo, lonas, telhas, roupas e comidas para os muitos desabrigados...então eu percebo no facebook, que o que está sendo doado, está sendo cobrado, com publicidade, políticos se fazem presentes quando a televisão está presente, mas o pior é a ganância das pessoas, com a desorganização para atender os necessitados, muitos que não precisavam, tomavam o lugar de quem estava na rua, sem nada, jovens corriam na frente de idosos, pegavam, levavam e repetiam...muitos que precisavam, que precisam, ficaram sem.

Extremos. Esta é nossa capacidade enquanto ser humano, se aproveitar, uma ganância gigante, que podemos ver nos nossos políticos na capital do país.

Às vezes sinto vergonha de ser humano, às vezes sinto vergonha do ser humano.

 

NETUNO


segunda-feira, 19 de outubro de 2015

SÚBITO, APAGARAM-SE AS LUZES





               Súbito, apagaram-se as luzes. Um raio. Um estampido. Escuridão. Morrissey sorria, rodopiando e chamando o Armagedon...esta imagem dilui-se no inconsciente, enquanto lutava consigo. Seguir ou parar, e sem piedade as bolas de gelo caíam do céu.
               Fazer uam oração, pedir  à Deus proteção, que cuidasse dos entes amados que moravam longe, mas Deus não é naja Caio F., e podemos escolher, pensou, independente da história de vida, das escolhas feitas, dos amores perdidos.
               Vento e escuridão rasgados por relâmpagos...bolas de gelo, venha Armagedon, ensaiou um cantar rosnado, enrolado nas cobertas, percebendo lá fora o vento e a solidão.
               Desistia do instante, entregava-se a Orfeu sem lembrança, sem infância, sem inocê, sem amor. Enquanto lá fora os gritos sombrios da tempestade, dentro do coração transbordava, e afogados dançavam a marcha fúnebre. Em cinco minutos...adormeceu enquanto o mundo acabava, mas só ouvia uma perdida canção...

Come, Come, Come - nuclear bomb
Everyday is like Sunday
Everyday is silent and grey
Trudging back over pebbles and sand
And a strange dust lands on your hands
(And on your face...)
(On your face ...)
Everyday is like Sunday
"Win Yourself A Cheap Tray"
Share some greased tea with me
Everyday is silent and grey
 
by Morrissey
 
 
 


sexta-feira, 9 de outubro de 2015

CARTA PARA BRISONMATOS




                Já havia pensado nisso antes, mas depois de teu primeiro comentário no meu blog, que eu deletei, voltei a pensar em tirar o comentário, estou experimentando com planetas. Gostaria de te chamar de querido, mas não consigo, tua presença me faz mal. Haters, agora só consigo te imaginar sendo um. Dando uma olhada nos comentários que deixastes por aqui, percebo o quanto és infeliz, mente fechada, muito ódio no teu coração. Teu primeiro comentário deletei, por impulso, depois fui lendo e tentado entender o porque daquelas palavras ditas para mim no meu blog...cheguei a me render, achando que eras um ser do bem, um dos comentários gostei tanto que usei num post. Mas teu ódio gritou mais alto. Como tenho e quero o amor, preciso me afastar de ti. Eu amo os comentários, e amo comentar o comentário, mas sinceramente, depois de ti reacendeu em mim um desejo mórbido de cortar de vez os comentários no meu blog, talvez estejas me fazendo um favor, talvez esteja acabando comigo.
                A vida nunca foi fácil para mim, só para te dar um exemplo, para eu poder cursar Direito, precisei passar duas vezes no vestibular, não tinha dinheiro para a matrícula, melhor, a matrícula era maior que meu salário, na segunda vez um chefe meu disse que pagaria se eu passasse. Eu passei, ele pagou e consegui bolsa para fazer o resto do curso.
                Eu sempre amei televisão, desde que me conheço por gente, onde morava minha família foi a última a poder comprar uma TV, antes olhava na casa de vizinhos.
               Acredito que conquistei um espaço, pequeno, mas meu...de origem humilde, meus pais sempre me educaram, e a educação que tive sempre me abriu portas. Sabe Brisonmatos, desde quando apareceu em minha vida blogueira, eu me sinto mal só em perceber que me visitastes, e normalmente depois de ler teu comentário eu me pergunto: o que eu fiz a esta criatura que insiste em me perseguir com comentários infelizes ?
               Para não ter que me perguntar mais, penso seriamente e acabar com os comentários, graças a ti Brisonmatos, então Brisonmatos, adeus.

quinta-feira, 8 de outubro de 2015

COMO UM FANTASMA

 
Solitário

Como um fantasma que se refugia
Na solidão da natureza morta,
Por trás dos ermos túmulos, um dia,
Eu fui refugiar-me à tua porta!

Fazia frio e o frio que fazia
Não era esse que a carne nos contorta...
Cortava assim como em carniçaria
O aço das facas incisivas corta!

Mas tu não vieste ver minha Desgraça!
E eu saí, como quem tudo repele,
- Velho caixão a carregar destroços -

Levando apenas na tumba carcaça
O pergaminho singular da pele
E o chocalho fatídico dos ossos!
 
 
by Augusto dos Anjos
 

VÊNUS


segunda-feira, 5 de outubro de 2015

JÁ NÃO HÁ TEMPO

 
 
Em el último sueño

mi padre ya
no estaba enojado
sonreía y me abrazó.
yo quise decirle papi
te quiero y no me
salieron las palabras.
él me dijo no importa
yo entiendo.

mi madre estaba sentada,
fuera de cuadro.
tenía un vestido azul
(aquél, tan bonito)
y sonreía.

después me fui a caminar
por aquella calle,
donde las casuarinas.
by Silvia Zappia
 
 
 
Caminhando pelos corredores perdidos do tempo, tirava a mão do bolso com o poema direto aos olhos e repetia. Como um mantra aquelas palavras que ao mesmo tempo não fixavam na memória, não saia de sua cabeça, aquele começo “mi padre no estaba enojado sonreia y me abrazó” trazia o pai quando era pequeno, o pai ainda forte, os músculos trabalhados no serviço pesado que exercia, não tirava o encanto de super-herói. De volta ao bolso. Os longos corredores eram interrompidos por portas, que precisava abrir, passar e fechar. Quase ninguém encontrava nesta caminhada, salvo raras exceções, algum bom dia silencioso, quase impronunciável, como se o silêncio fosse preciso. Estaria morto como seu pai, porém ainda vivo. Os silêncios, a solidão daqueles corredores, a falta de olhares, lhe traziam paz e esperança. Não estava separado do pai pela morte, mas pela vida que o mantém aqui. “ yo quise decirle papi te quiero y no me salieron las palabras”. Parado à beira da escadaria que o levará para rua, fecha os olhos e sente todos os mortos que lhe fazem falta em vida. Talvez fosse isso dito, uma vez, numa sessão espírita, que deixasse os mortos em paz, e não conseguiu entender, somente quando ouvia um disco no quarto, seu favorito que nunca parava de tocar, era o último do artista morto de uma doença letal. Os passeios pelos cemitérios na adolescência, tudo vinha como uma enxurrada, nunca conseguira desistir de verdade de morrer, mas não conseguiu evitar que todos morressem, como num desfile sombrio e triste, todos, por último o pai que o acena passando pela porta. Desce as escadas correndo, já não há tempo, já não há pressa para viver. No último lance de escadas, antes de tomar a porta da rua, coloca a mão no bolso...”después me fui a caminar por aquella calle...”

 

sexta-feira, 2 de outubro de 2015

PARA SEMPRE CAIO FERNANDO ABREU




SONHO

 
          Teve um sonho , então. O primeiro que conseguia lembrar desde agosto.
          Chegava num bar com mesas na calçada. Ele morava num apartamento em cima daquele bar, no mesmo prédio. Estava aflito, esperava um recado, carta, bilhete ou qualquer presença urgente do outro. Sorrindo na porta do bar, um rapaz o cumprimentou. Não o conhecia, mas cumprimentou de volta, mais apressado que intrigado. Subia escadas correndo, ofegante abria a porta. Nenhum bilhete no chão.
          Na secretária, nenhum recado na fita. Olhou o relógio, tarde demais e não viera. Mas de repente lembrou que aquele rapaz que o cumprimentara sorrindo na porta do bar lá embaixo, que aquele rapaz moreno que ele não reconhecera – aquele rapaz era o outro.
          Não vejo o amor, descobriu acordando: desvio dele e caio de boca na rejeição.



ps. extraído do conto Depois de Agosto, publicado no livro Ovelhas Negras de Caio Fernando Abreu

quarta-feira, 30 de setembro de 2015

quinta-feira, 24 de setembro de 2015

GRACIAS A LA VIDA


Gracias A La Vida

 
Gracias a la vida que me ha dado tanto
Me dio dos luceros que cuando los abro
Perfecto distingo lo negro del blanco
Y en el alto cielo su fondo estrellado
Y en las multitudes el hombre que yo amo

Gracias a la vida que me ha dado tanto
Me ha dado el oído que en todo su ancho
Graba noche y dia, grillos y canarios
Martillos, turbinas, ladridos, chubascos
Y la voz tan tierna de mi bien amado

Gracias a la vida que me ha dado tanto
Me ha dado el sonido y el abecedario
Con él, las palabras que pienso y declaro
Madre, amigo, hermano
Y luz alumbrando la ruta del alma del que estoy amando

Gracias a la vida que me ha dado tanto
Me ha dado la marcha de mis pies cansados
Con ellos anduve ciudades y charcos
Playas y desiertos, montañas y llanos
Y la casa tuya, tu calle y tu patio

Gracias a la vida que me ha dado tanto
Me dio el corazón que agita su marco
Cuando miro el fruto del cerebro humano
Cuando miro el bueno tan lejos del malo
Cuando miro el fondo de tus ojos claros

Gracias a la vida que me ha dado tanto
Me ha dado la risa y me ha dado el llanto
Así yo distingo dicha de quebranto
Los dos materiales que forman mi canto
Y el canto de ustedes que es el mismo canto
Y el canto de todos que es mi propio canto

 by violeta Parra
na voz de Mercedes Sosa

segunda-feira, 21 de setembro de 2015

SEM FUNDO E SEM FIM




O que fazer quando dentro de mim, um grito está sufocado, prestes a explodir, a me explodir. O que fazer quando o mundo vai por um caminho, que tem no final um penhasco sem fundo e sem fim, e seguimos esperançosos e amargos e confusos e esperançosos, com se o fim fosse um recomeço. Ouço vozes que me chamam e dizem que me esperam com amor, mas como vou retroceder, como vou voltar se esta massa me carrega por este caminho, que já sei o fim e não o fundo. Tento meditar e encontrar dentro de mim esta fúria que contem lavas em chamas prestes a me destruir...não lerei meu horóscopo hoje, Vênus em Áries, Escorpião, sempre penso em Escorpião, talvez precise de seu veneno, para matar o grito que me corrói a entranhas, à medida que a lava corre por minhas veias, passando por meus olhos que veem que “todo dia é silencioso e cinza”, enquanto meu coração não estiver em chamas de paixão, enquanto eu não segurar tua mão...seguirei este caminho com o mundo...


'Everyday is like Sunday
Everyday is silent and grey
Hide on the promenade
Etch a postcard :
"How I Dearly Wish I Was Not Here"'
                                                                                                                
by Morrissey
 
 

sexta-feira, 18 de setembro de 2015

A CRISE MIGRATÓRIA


A CRISE MIGRATÓRIA
Por Gustavo Tanaka
Autor de "11 Dias de Despertar"


Nada acontece por acaso.
Todos os acontecimentos são efeitos das engrenagens da vida operando.

Isso acontece com situações pequenas e casuais que ocorrem na sua vida, como encontrar alguém no metrô e também acontece em grandes eventos que mobilizam milhões de pessoas.


O que está acontecendo com a crise migratória é um alerta para nossa sociedade. Estamos sendo forçados a olhar para as nossas estruturas, para rever a forma como nos organizamos.

Há muito tempo estamos vivendo essa realidade de separação.
Essa realidade que nos coloca como diferentes dos outros.
Que isola seres que são iguais em essência.

Não existe diferença entre dois seres humanos.

Não existe diferença entre duas nacionalidades, assim como não existe diferença entre duas pessoas que vivem no mesmo prédio.

Temos ficado chocados com as imagens que vemos, porque tudo isso está vibrando em nós mesmos.

Estamos começando a desenvolver uma nova consciência. Essa nova consciência nos diz que todos somos parte do todo. Estamos todos conectados e não faz sentido algum impedirmos movimentos de imigração.

Essa noção de pátria e divisão de fronteiras que temos hoje foi consequência de um período diferente, onde o medo e a insegurança eram a única realidade existentes.

Hoje estamos chegando a um novo momento no planeta. Onde temos a oportunidade de mudar as nossas estruturas para nos abrirmos a uma nova forma de enxergar a realidade.

Uma realidade de mais amor, de paz e de confiança.
É dessas estruturas que precisamos.

Não precisamos mais de desconfiança.
Não precisamos mais de leis que nos isolem.
Não precisamos mais tratar o outro como diferente.
Não precisamos mais tratar o outro como ameaça.

A única ameaça vem de nós mesmos.

Enquanto acharmos que o outro pode nos fazer mal, continuaremos vivendo na escuridão. Continuaremos nos isolando e nos escondendo e nos protegendo.

Mas podemos mudar tudo isso.

E podemos começar a ver esses acontecimentos com outros olhos.
À partir de uma perspectiva diferente.

De que todos somos um só.
Como sempre foi e como sempre será.


Por favor, respeite os créditos ao compartilhar
http://stelalecocq.blogspot.com/2015/09/a-crise-migratoria.html
Gustavo Tanaka - facebook
http://11diasdedespertar.com.br/a-crise-migratoria/
Grata Gustavo!

ESTOU AQUI DE PASSAGEM



Eu não sou da sua rua
Eu não sou o seu vizinho
Eu moro muito longe, sozinho.
 
Estou aqui de passagem.
Eu não sou da sua rua,
Eu não falo a sua língua
Minha vida é diferente da sua.
Estou aqui de passagem.
Esse mundo não é meu.
Esse mundo não é seu.
by Marisa Monte

Minha vida é movida por músicas, sempre tenho alguma ruminando dentro de mim, algum sussurro, cantarolo quando caminho, quando espero...quando espero o tempo passar. No último post Amália Rodrigues se materializou, após andar comigo pelas ruas de Rio Pardo, como um fantasma, como uma companheira melancólica. Eu não sou da sua rua, tenho vontade de dizer, gritar para esta cidade, para estas pessoas. A cada dia que passa, mais distante me sinto das pessoas, a cada hora menos vontade tenho de participar da coletividade, mas não tenho como fugir disso no trabalho, embora eles o fazem, mas tudo bem, já elaborei que no trabalho eu só trabalho, afinal recebo um salário para isso. Todo o problema que tive com pessoas quando aqui cheguei foi superado com a ajuda de Deus e do meu médico, e um esforço gigante para me concentrar em mim e esquecer as coisas que me irritavam ao redor. Consegui.
Então Marisa Monte começou a se manifestar através desta música, depois de um dia cheio de chuva e incertezas, duas festas de aniversário que não fui convidado, ainda bem, pois não iria. Então percebi que não sou visto, não sou lembrado...não estou com pena de mim, apenas constato para minha saúde mental e espiritual. Não sou vizinho dessas pessoas, não falamos a mesma língua, e definitivamente não pretendo mais morrer aqui, afinal estamos de passagem neste mundo, que não é meu, nem seu.



Fecho os olhos e me lanço no espaço, no penhasco, no abraço negado, num sorriso forçado e as folhas secas voam lentas anunciando o fim do outono ou do inverno e que logo um Sol gigante nascerá e flores cobrirão o asfalto vazio de minha vida. Abro os olhos e corro pelos campos entre cavalos e quero-queros e um mato verde e árvores frondosas e ar puro e um silêncio de pessoas que não querem saber se vivo ou se morro, se existo ou apenas se estou aqui de passagem. Fecho e abro os olhos, e quero esquecer...”Às vezes, eu acho que não sou tão forte Mas há uma força que me carrega Estou doente pelo meu coração pequeno, feito de aço Estou doente pelas feridas que nunca saram(nunca saram)”


terça-feira, 15 de setembro de 2015

CORAÇÃO QUE NÃO COMANDO

 
 
Estranha Forma de Vida
 
Foi por vontade de Deus
Que eu vivo nesta ansiedade
Que todos os ais são meus
Que é toda minha a saudade
Foi por vontade de Deus
 
Que estranha forma de vida
Tem este meu coração
Vive de vida perdida
Quem lhe daria o condão
Que estranha forma de vida
 
Coração independente
Coração que não comando
Vives perdido entre a gente
Teimosamente sangrando
Coração independente
 
Eu não te acompanho mais
Pára deixa de bater
Se não sabes onde vais
Porque teimas em correr
Eu não te acompanho mais
 
by Amália Rodrigues
 

segunda-feira, 14 de setembro de 2015

VERDADE ABSOLUTA


Acontecem coisas estranhas e boas ao mesmo tempo, por vezes. Ainda hoje, após um desentendimento por ruído de comunicação com um colega, fiquei sem resposta, sendo respondido por outro, para aliviar um pouco o desconforto da silenciosa resposta. O que dizer ao meu coração, como explicar esta situação sem que ele sofra, e consequentemente alerte o cérebro, que prudente e em legítima defesa prepara a artilharia, e acerta a primeira pessoa que aparece e nem estava no momento do ocorrido. Mas desculpei-me da pessoa e tentei explicar o que já tinha passado, e a forma que tinha encontrado, junto com Deus e meu médico, para estar bem. Ela aceitou minhas desculpas, graças a Deus. Mas em silêncio, pensava na minha solidão, este mal estar provocado numa manhã tão linda, um céu todo azul e sem minhas adoráveis nuvens, até um pouco frio...o que fazer, senão seguir. Na tela do computador percebi uma mensagem que chega...uma querida amiga distante a algum tempo, se comunica comigo me mandando abraço, saudades, carinho...acontecem coisas estranhas e boas ao mesmo tempo.
                 
 
                    
   Nada Sei (Apnéia)
 
Nada sei dessa vida
Vivo sem saber
Nunca soube, nada saberei
Sigo sem saber

Que lugar me pertence
Que eu possa abandonar
Que lugar me contém
Que possa me parar

Sou errada, sou errante
Sempre na estrada
Sempre distante
Vou errando enquanto o tempo me deixar

Nada sei desse mar
Nado sem saber
De seus peixes, suas perdas
De seu não respirar

Nesse mar
Os segundos insistem em naufragar
Esse mar me seduz
Mas é só pra me afogar

Sou errada, sou errante
Sempre na estrada
Sempre distante
Vou errando enquanto o tempo me deixar passar.
Errando enquanto o tempo me deixar.

Sou errada, sou errante
Sempre na estrada
Sempre distante

Sou errada, sou errante
Sempre na estrada
Sempre distante
Vou errando enquanto o tempo me deixar passar.
Errando enquanto o tempo me deixar
 
by Kid Abelha
 
ps. As verdades absolutas, já não são mais absolutas. Plutão não é mais planeta, tomate é cancerígeno, tomate combate o câncer, Homo nadeli, uma nova espécie do gênero humano, outra...acreditar ou não no ser humano ? No coração haverá nova chance de amar, após tantas decepções, tantos caminhos errados...quero orar pelas almas perdias no mundo, pela minha, pelas crianças afogadas no Mar Mediterrâneo, pelas meninas desaparecidas na África Negra, pelos dezenove mortos em mais uma chacina em São Paulo, pelas mulheres mortas, pelos famintos de comida e arte. Não, não me venham com verdades, a única que conheço é o amor de minha mãe e que há sempre um novo dia para celebrar a vida.

sexta-feira, 11 de setembro de 2015

quarta-feira, 2 de setembro de 2015

TEMPO TEMPO TEMPO TEMPO TEMPO TEMPO



"És um senhor tão bonito
Quanto a cara do meu filho
Tempo Tempo Tempo Tempo
Vou te fazer um pedido
Tempo Tempo Tempo Tempo"
by Caetano Veloso
 


          “Acossadas pelo medo e pela inquietação, nunca parando para refletir e raramente para respirar, algumas pessoas parecem tombar subitamente da juventude impensada para a velhice ressentida. Foram apanhadas desprevenidas. Estavam desatentas ao milagre da existência .
            Toda a realidade, que inclui nascimento e velhice, crianças doce e caras murchas, corpos sensuais ou mentes confusas, escorre como um rio que flutuamos, nadamos, resistimos ou deixamos levar – enquanto ele, estranho e belo, permanece em seu fluir, e nos leva até onde talvez apenas comece o novo roteiro de uma peça de teatro.”

             Trecho do livro O Tempo é Um Rio Que Corre da Lya Luft.


                                                                   O TEMPO

A vida é o dever que nós trouxemos para fazer em casa.
Quando se vê, já são seis horas!
Quando de vê, já é sexta-feira!
Quando se vê, já é natal...
Quando se vê, já terminou o ano...
Quando se vê perdemos o amor da nossa vida.
Quando se vê passaram 50 anos!
Agora é tarde demais para ser reprovado...
Se me fosse dado um dia, outra oportunidade, eu nem olhava o relógio.
Seguiria sempre em frente e iria jogando pelo caminho a casca dourada e inútil das horas...
Seguraria o amor que está a minha frente e diria que eu o amo...
E tem mais: não deixe de fazer algo de que gosta devido à falta de tempo.
Não deixe de ter pessoas ao seu lado por puro medo de ser feliz.
A única falta que terá será a desse tempo que, infelizmente, nunca mais voltará.

By Mario Quintana