Os dias são longos, as noites mais ainda com a ajuda de barbituricos, então tudo se confunde, não sei se sonho ou estou acordado.. Ninguém fala comigo, a não ser a senhora que atende aquele velho armazém, onde compro mantimentos para o longo fim-de-semana, só. Sinto a brisa primaveril, o canto dos pássaros para acasalamento, na primavera os corações se encontram, menos o meu. Assisto meu próorpio fim da arquibancada, só pode ser sonho, e não é suave, parece a forca ou uma guilhotina, não importa, morrerei... Existe um casminho que sigo todos os dias quando caminho para o trabalho, tem asfalto, mas também tem flores... "flores no asfalto", então tento não ser eu, só um trabalhador que segue feliz seu destino, mas não tenho destino, nem filhos, nem nada... Mas é belo o caminho, quase não encontro ninguém, o que me dá certa felicidade. Ninguém para presenciar meus passos soltários e tristes, até chegar ao trabalho, onde ocupo meu cérebro, pelo menos. Sei que sou egocentrico, e aí ? Este ser sou eu, aceite-me assim, ou deixe-me em paz, só, com meus livros, discos, ilusões... (Amy canta toda sua desilusão para mim, não, eu não sou um garoto bom...)
ps. post publicado em meu antigo blog do Jairsmiths em 17/11/2008