terça-feira, 9 de novembro de 2010

CHEIRO DE LIVRO E ÁRVORES


Com passos seguros adentra o mesmo restaurante de anos. Isso se chama tradição, diria seu avô. Na mesa que sempre sentava, ás vezes até reservavam, aquele garçon simpático. Estava vazia, mas sempre o incomodou os outros três lugares que ficavam vazios, como se alguém a qualquer momento pudesse chegar, o que não era verdade. Ninguém, nunca chegaria. Naquele dia a mesa que a muito namorava estava vazia, aquele senhor que sempre ocupava não aparece a dois ou três dias. Sentou-se. O garçon simpático: será está sua nova mesa, sr ? Antes que pudesse dizer qualçquer coisa...Sabe aquele senhor que almoçava aqui, a tanto tempo, quase como o sr., pois é, morreu. Então estava ocupando o lugar de um morto. Quem sabe não estava eu no meu exato lugar. O lugar de um morto. Fora o coração que palpitava, e que podia sentir, o mais estava morto. Um homem quase morto, ocupando o lugar de um morto. Muita salada verde nos últimos tempos, nunca foi muito chegado, mas é ótimo para digestão...

Era para ser um conto,mas como tou digitando direto do meu cérebro, deveria burilar mais para quem sabe um publicação...por isso ficará nesta forma não acabada.É meio real o que narrei, pois almocei sózinho hoje, mas a única coisa em comum com o suposto conto, é minha solidão, esta sim é verdadeira, concreta, às vezes acho que tenho orgulho dela, de ser só, é uma espécie de independência. Eu sobrevivo sem teus olhos, sem tua fala, sem teu texto, serei o próximo a deixar vaga no restaurante, e ninguém sentirá falta de mim.

Atualmente leio um livro chamado AS HORAS, sou influenciável pelo que leio, devo estar mergulhando no mundo sombrio e triste de Virginia Woolf, espero acabar o livro antes de colocar pedras no bolso de meu casaco mais pesado e caminhar rio adentro, e será O GUAÍBA, que é rio ou conjunto de lagoas, lá no Gazometro, o lugar mais lindo do mundo, para mim. Espero sobreviver para ler os livros que adquiri na 26 Feira do Livro de Porto Alegre, apesar do pânico que sinto no meio das gentes, não resisti um passeio pela feira, que é feita numa praça em meio a árvores. Não existe cheiro melhor que o de livros misturado com árvores.É um momento mágico, único...

13 comentários:

  1. todo tu post podría ser un hermoso cuento...el protagonista solitario, que va al restaurante, que compra libros, que lee bajo los árboles, que nos hace participar y sentir su soledad.
    Las horas es un hermoso libro, pero mayor aún es Mrs.Dalloway, de Virginia...siempre recuerdo una frase:"yo misma compraré las flores." La sra.Dalloway también estaba sola, en medio de tanta gente...

    mil besos,Jair*

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  2. http://www.youtube.com/watch?v=LOa9Q4RvSKw

    Abraço!!!!

    Paulo

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  3. que poetico se vuelve el visitar una feria de libros, almorzar en un restaurante, pensando en los libros, pensando en el blog;
    creo que esto nos pasa a todos...
    quisieramos adquirir el tiempo para leerlos y las nociones que nos traen los libros, mientras al momento tenemos solo un paquete de papel encuadernado, màs o menos pesado.
    este post me ha hecho viajar con la fantasìa y la memoria como lo ha hecho a los otros amigos bloggers
    un abrazo, gracias por pasar en mi espacio.
    Blas

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  4. Me gusta el paseo entre libros y árboles, me gusta...Bravo por ese paseo, Jair!
    Quiero decirte que entre las palabras de tu bello post, he encontrado ese "algo más"...

    Un gran abrazo, amigo!

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  5. Rayuela não sabes o quanto vibrei com teu comentário, tão oportuno...é tão bom quando entendem a gente, quando tudo parece sem importância e perdido, quando nada parece importar para mim, ainda mais para os outros...então, decidido a não ver mais este post, mas filhos nunca deixamos de olhar, me deparo com teu rico e doce comentário. Tou me deliciando e delirando com o livro...minha alma tem um q de Virgini Woolf. UM imenso abraço.

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  6. Meu bom companheiro da blogosfera Blas, os momentos comuns da vida, da minha vida, se tornar um post digno de teu comentário...de proporcionar fantasias, sentimentos que são comuns a todos nós humanos...não tenho o direito de sofrer e sofrer, devo sofre e escrever, assim sinto-me melhor, e sabendo que alguém do outro lado do munndo leu, me faz sentir importante, importante enquanto ser humano que tem falhas, humores, saudades...um imenso abraço meu amigo.

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  7. Mercedes, Mercedes tenho uma certa fobia de gentes, não gosto muito de ajuntamentos, mas adoro livros, adoro árvores, e essa combinação é a Feira do Livro de Porto Alegre, aqueles cheiros, aqueles seres verdes e enormes aconchegando-me, realmente um momento mágico, consegui comprar um Caio FErnando Abreu e uma Lya LUft, com certeza meus escritores favoritos do meu tempo. Obrigado Mercedes,, realmente sempre existe algo más...um imenso abraço.

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  8. Olá, Jair!

    Que alegria quando vc me visita...e que belo texto vc construiu aqui!!
    Concordo plenamente com Rayuela: seu escrito poderia ser um formoso Conto! Parabéns!
    Gosto de teus textos, de tuas histórias...gosto de ti!
    Abraços e laços!

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  9. Minha profª. Graça, visitá-la é sempre um prazer, mas a tua visita aqui sim, me deixa todo feliz. E eu gosto de gostar e ser gostado (meio louco isso). Abraços e laços (adorei isso). Um imenso abraço,minha querida amiga Graça.

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  10. Amigo Hacha:Me encanta los paseos e ir a la Feria del libro que cada año se celebra en Madrid(En el Retiro)Hablar con mis autores preferidos,asistir alguna charla..
    También tenía fobia elestar entre multitud de gente y pienso que aún me queda algo de ello.-
    Un relato magnífico..Gracias por estar y compartir
    Con cariño Victoria

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  11. Victória, muito feliz com tua visita e teu carinhoso comentário, um imenso abraço.

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  12. Sabe meu querido poeta, hoje quando acordei veio-me um pensamento: Estou quase me acostumando a estar sozinha, a continuar só... e agora chego aqui e te leio falando em solidão... Gosto muito das palavras do Osho no que se refere a Solidão e Solitude e eu sempre digo que vivo agora a solitude, ou seja desfrutar a liberdade que a solidão nos traz. "Quando não encontramos apoio entre os outros para as nossas verdades sentidas profundamente, podemos nos sentir isolados e amargurados, ou então celebrar o fato de que o nosso modo de ver as coisas é seguro o bastante, até para sobreviveer à poderosa necessidade humana de aprovação da família, amigos, dos colegas". Temos que assumir a responsabilidade de nossas escolhas... "Afinal de contas, cada um de nós deve desenvolver em si a capacidade de abrir o seu próprio caminho através da escuridão, sem quaisquer companheiros, mapas ou guia".
    Meu poeta querido, precisamos viver a solitude, ou seja, a presença de nós mesmos...
    Aos poucos vamos interiorizando este aprendizado, precisamos ficar bem!
    Fico feliz por tua existência!
    Parabéns pelo texto.
    Um grande e amoroso abraço com beijos mais que azuis! Um grandioso fim de semana! Paz e Luz sempre! Ro

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  13. Oh minha poetinha, passei o final de semana refletindo teu comentário, estava só, com o dvd, livros, discos e duas cachorrinhas de uma visinha que me esperam no portão quando chego do trabalho, incrivel, como me sinto feliz ao vê-las...hoje almoçando só, numa outra parte do restaurante, quando olhei estava só eu, então disse:que bom...mas logo veio outro pensamento: que horrível, estou só...mas na outra parte existiam colegas, que gosto e que almoço, ou almoçava sempre junto, mas tou precisando de meu tempo, meu espaço, aprender a lidar de forma positiva a solidão, que agora sei que existe, de nome solitude - VIVA OSHO - mas sempre dói um pouquinho quando apago a luz para dormir, então quando adormeço, não quero mais acordar, e pela manhã é sempre um parto, mas preciso trabalhar, tenho de pagar minha exist?encia com um mínimo de dignidade, e isso só trabalhando. Agora não me resta muito, talvez Deus me queira só, talvez esteja preparando algo para mim, espero que não seja a conversão em monge ou algo parecido, pois do celibato, sei eu ...mas não posso me queixar de solidão, pois tenho amigos virtuais que se fazem presente, que me confortam, me orientam, sugerem, fazem poemas lindos, e, que também tem coisas em comum comigo, e tu, minha doce poetinha é parte importante de minha vida, com teu carinho, tua atenção, teus beijos azuis, muito obrigado e um imenso, imenso abraço.

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