sexta-feira, 8 de setembro de 2017

UMA PALAVRA CAÍDA

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TIMIDEZ

Basta-me um pequeno gesto,
 feito de longe e de leve,
para que venhas comigo
e eu para sempre te leve…

- mas só esse eu não farei.

Uma palavra caída
das montanhas dos instantes
desmancha todos os mares
e une as terras mais distantes…

- palavra que não direi.

Para que tu me adivinhes,
entre os ventos taciturnos,
apago meus pensamentos,
ponho vestidos noturnos,

- que amargamente inventei.

E, enquanto não me descobres,
os mundos vão navegando
nos ares certos do tempo,
até não se sabe quando…

e um dia me acabarei.

by Cecília Meireles

2 comentários:

  1. Lindo demais, gosto de sua poesia, de ler sobre sua vida, tudo tão simples e verdadeiro!
    Ler Cecília é bom demais, nos achamos em algum pedacinho no que ela diz!
    Grande abraço, amigo! Bela escolha.

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    1. Esta leveza na poesia, este canto de sereia que acalma e nos faz ver, sentir...sou admirador da obra de Cecilia Meireles, com sua pureza, a beleza das palavras que ela usa para montar os poemas. Concordo contigo, ler Cecilia é bom demais... obrigado minha querida amiga Tais por se fazer presente em minha vida em meu melhor canal de expressão, meu blog. Carinho respeito e abraço.

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