quarta-feira, 14 de novembro de 2012

VENTOS E POEMAS





“Não é preciso ser um quarto,

para ser mal assombrado

Não é preciso ser uma casa:

a mente tem corredores que superam

Qualquer lugar concreto. “

Emily Dickinson



Bons ventos ? Não sei. É apenas a vida se mostrando dura, cruel e bela. Gosto de chamar cotidiano...como acordar cada dia, cada esquina ou curva, cada lago ou rua, brotam sinais que nem sempre entendo. Caminhando perdido neste labirinto . Globo da morte dentro de mim. Posso ouvir meus passos descendo a escadaria que leva ao sotão. Desço, e meus passos ecoam em meu cérebro, e como um Ivo Bender, vou tomar chá com ervas do campo com Emily.

A vida, como dizia, faz suas voltas e nos derruba, fechamos os olhos querendo não ver o óbvio e criamos fobias, ódios, rancores desnecessários, desafetos desnecessários, geralmente para quem nem sabe que existimos – Freud explíca, diria Zé Ramalho em uma canção antiga.

Bons ventos ? Ainda não sei, porque posso sentir o sangue que corre pelas ruas da Síria; porque posso ouvir os gritos de dor das famílias órfãos de São Paulo; posso sentir a fome dos meninos esqueléticos dentro da áfrica negra...realmente não sei que ventos são.

- Um vento forte vindo do norte adentrou minha casa pela janela e derramou poemas ao chão... ( desta vez tomarei como sinal, deixarei minha boa intuição fluir e assim me reinventar a cada cada respiração, a cada batimento cardíaco ).









14 comentários:

  1. Realmente qualquer lugar é e pode ser concreto se a pessoa quiser ser feliz, praticar os frutos do espirito (amor, longanimidade, humildade...) gostei muito de seus textos, parabens!!!
    Bj
    Nicinha

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    1. Querida Nicinha, tua presença neste blogue me enche de alegria...é uma busca, de mim mesmo, como melhor me colocar diante das adversidades, dos encontros e desencontros que a vida nos trás. Face meu lado emocional meio exagerado e desequilibrado rsrs arrumo algumas confusões, até inimizades por não conseguir controlar ou contornar situações cotidianas, que envolvem pessoas; mas tou me reinventando com relação a isso,e ao que quero escrever. Teu blog foi um grande achado para mim, adorei num comentário lá de uma amiga tua que falava que o importante era ser lido e não seguido, necessáriamente, e eu, faço muito isso, gosto de ler blogues.
      Para coisas boas parece que sempre é mais difícil, mas é só não desistir, mesmo que leve alguns tombos, alguns nãos...tenho tentado manter a harmonia dentro der mim e para isso tenho aumentado minha ligações com Deus, tenho orado mais, e isso tem feito a diferença para mim. Obrigado amiga Nicinha por palavras tão queridas para mim. Meu carinho meu respeito meu grande abraço.
      ps. amei teu último post, muito lindo, sábias palavras, e descobri que sou rico também.
      ps.

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  2. Oi Jair, como vai? Eu te sigo faz tempo, mas a gente nunca mais se visitou rs e hoje vendo as atualizações dos blogs encontrei o teu e essa imagem com citação da Emily. Vim correndo ler.

    Não conheço muito da Emily, mas gosto do estilo tempestades internas com que ela tece suas palavras e pelo que vi você também carrega algumas, aliás todos temos tempestades internas.

    Fez um bem danado ler-te e com toda injúria que ofende humanidades por aí afora, e desejo pra ti:
    BONS VENTOS!

    abraços da Lu

    tenha um ótimo feriado!

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  3. Querida Lu, pois é, eu também, tenho visitado a querida Prof. Graça, mas pouco tenho comentado, quase nada, pois não tenho muito tempo na net. Como tu tens vários blogues, é sempre uma empreitada te visitar, pois são blogues interessantes e dá vontade de ficar navegando, mas me deliciei com os comentários do livro, aquele das cinzas, muito bom, dei umas risadinhas.
    A Emily em minha vida é algo que me faz muito, muito bem, não sei como nem porque tenho algo a ser resolvido com ela rsrs...Iniciei na leitura dos poemas dela através das traduções do sr. escritor e teatrólogo Ivo Bender, alguém que tive o prazer de conhecer, e descubro na poesia dela um jeito meu de ser, sentir as coisas, e até do isolamento, na busca de temas para poesia que não seja esse amor que tanto falamos e queremos, mas uma poesia que pode ser tocante falando de um vaso na mesa da sala. Isso me encanta e me faz ter esperanças, não sei de que, mas me surge desejo de vida, de seguir, tentar, ser o melhor que puder, quero ser um ser humano melhor, assim talvez possa voltar a acreditar na humanidade, no coração humano.
    Pois é a lugares que o vento é de agouro,né ? Mas como sou aqui do Sul, temos o tal vento minuano que atravessa a coxilha (isso é bem nativo daqui rs), e o prazer quer o vento me t faz o me tocar, é algo muito bom e tenho como algo bom, que pode me trazer algo bom, mesmo memórias ou poemas. Ah, os ventos também trazem tempestades, que lavam a terra, a alma. Obrigado pela visita. Meu carinho meu respeito meu grande.

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  4. Olá meu querido... realmente os ventos andam meio estranhos... os seus vêm do norte pela localização geográfica, os meus vêm do sul quando nos referimos a esta violência toda... tão triste de se assistir... não menos triste que a violência que é presenciar ao vivo e pela tv essa doença chamada crack tomando conta, não só de avenidas principais tanto quanto de guetos neste meu Rio de janeiro adorado...entre outras violências mais, tão corriqueiro isto se torna na nossa vida...tão triste é nos acostumarmos com o medo e somente mudarmos o caminho para não esbarrar nas suas causas... E o pior é ler diariamente sobre as tentativas pobres de espírito e de resolutividade gritadas aos quatro ventos por nossos políticos, sempre demagogos e sempre imbecis... Perceba que hoje não estou poetizando, mas falando de coisas concretas, absolutamente concretas. A violência, a dor, as drogas, o medo, a fuga, a politica falha, a impossibilidade... Dores da humanidade, não dores pessoais... no fim das contas, nossos problemas pessoais são tão pequenos frente a isso que dá até vergonha de ficar triste pelas dores individuais de nossas pequenas vidas, que imensas são, somente para nós que as sentimos. Enfim meu querido... a nós, nos resta seguir caminhando e tentando encontrar meios de sobreviver neste imenso hospício chamado Terra... choramingando, caindo, levantando, fazendo a nossa parte e seguindo em frente... Beijos cheios de esperança por dias e pessoas melhores, e de que o bem comum, algum dia, possa ser o objetivo de todos.

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    1. Minha querida amiga Anaís, sintonia total, esta é nossa história rs. Ando muito preocupado com o rumo que as coisas estão tomando, falei em São Paulo face estas mortes de políciais e bandidos e inocentes (sempre os inocente pagando pelo erro dos outros). Meu sofrimento pessoal é nada, perto das dores do mundo, também chego sentir vergonha quando fico nestas minha picunhas emocionais egocentricas (mas não posso fugir disso, pois sou eu também), mas não estou cego para o que ocorre ao meu redor, ou ao redor do mundo. Entendo perfeitamente o que sentes pelo Rio, pois sei o quanto amas tua cidade. Mas no teu comentário tu já nos dá uma dica para a solução ou para quem deveria tomar conta disso, o poder público. Mas sabemos bem, infelizmente, o que ocorre com a adminstração pública neste país, aliás, desde o pseudo descobrimnento deste páis que as administrações tem se equivocado, para não dizer coisas piores, e isto se arrasta históricamente.
      E as epidemias continuam, como esta droga que está criando um imenso exército de zumbis, mas que não comem cérebro, querem nos impedir de sair a rua, querem invadir nossas casas emuitos são crianças perdidas, grávidas, o que acho mais terrível, pois estão nascendo crianças viciadas, já existe uma segunda geração de zumbis.
      Violência é que temos ao ligar a televisão, telejornal então, e como tenho mania de telejornal, é uma verdadeira tortura, pois desperta o medo, já não sei se as bombas que explodem são na Palestina ou na minha casa, é assustador o rumo que o mundo toma. Haja poesia para salvar o mundo, por isso Emily me fascina tanto, ela consegue ser profundamente poética falando coisas simples, que fogem dessa nossa mania de poetizar sobre o outro, este é meu grande achado desta imortal poeta...
      Minha querida Anaís, é muito prazeroa falar contigo, mesmo sobre esta dores que nos afligem, mas o importante, acredito, é não perdermos a noção do que ocorre a nossa volta e mantermos nossos corações puros. Obrigado sempre pelo carinho e visita.
      Meu carinho meu respeito meu sempre imenso abraço.

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  5. Pois é, a vida nos derruba, e geralmente nos tomamos todas pra facilitar a queda! rs. Abraço!

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  6. Meu caro Hugo, que prazer imenso em tê-lo aqui neste bloguinho...gostei da idéia, pois Deus, dizem, protege as crianças e os bêbados rs. E nada melhor que uma queda para aprender-mos a levantar, e seguir adelante.
    Hugo, meu carinho meu respeito meu grabde abraço.

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  7. mi querido jair.
    buenos vientos, sí. mientras podamos recorrer el laberinto, sentir el dolor del mundo, salirnos de nuestro único y egoísta dolor, soplarán buenos vientos.
    y que vuelen los poemas!

    abrazo*

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    1. Minha sempre bem vinda amiga, maga das palavras, Silvia (para sempre Rayuela), sempre muito feliz com tuas visitas e carinhosas palavras...realmente não sei que ventos estão a nos cercar, para que lados podemos ser levados e a influência em nossas vidas, nossos destinos, por isso a importância da poesia, porque apesar dos tempos duros que atravessamos, não devemos perder a fé e o sonho ( aí entram os poemas). Minha querida, meu carinho meu respeito e meu sempre imenso abraço.

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  8. Para alguns, o que trouxe o vento é imperceptível. Para outros, podem respirar o que eles trouxem.

    Excelente post.

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    1. Meu caro Felipe, muito agradecido pela visita, seja sempre bem vindo...pois é, eu sou dos que percebem e recebem as boas novas que o vento trás, como tua presença por aqui. Adorei teu blog, teus textos são muito bons, tem algo que me atrai, como não sei ainda o que é, terei de ler mais. Meu carinho meu respeito meu grande abraço.

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  9. Ah, o vento
    Bom ou não
    Só sei que enquanto ele soprar haverá vida em nossas casas...
    Emily Dickinson é uma bela referência!

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  10. Olá meu poeta, quanto prazer sinto com tuas visitas poéticas...vida em nossas casas e em nossas vidas...Apaixonei-me por Emily após conhecer sua poesia através das traduções de Ivo Bender, tenho muita coisa parecido com Emily, o isolamento de tudo e todos, ver poesia muito além desse nosso amor egoísta, pelo próximo, acho que uma poesia na busca de Deus, ou em algo que não seja o amor carnal, este que nós inventamos e sofremos e queremos (eu quero ainda, apesar). Muito obrigado amigo poeta Anderson que sempre abrilhanta este bloguinho. Meu carinho meu respeito meu grande abraço.

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