terça-feira, 16 de dezembro de 2014

PASSA O MEU CORAÇÃO DO FRIO AO FOGO




V
Não te quero senão porque te quero,
e de querer-te a não te querer chego,
e de esperar-te quando não te espero,
passa o meu coração do frio ao fogo.
Quero-te só porque a ti te quero,
Odeio-te sem fim e odiando te rogo,
e a medida do meu amor viajante,
é não te ver e amar-te,
como um cego.

Tal vez consumirá a luz de Janeiro,
seu raio cruel meu coração inteiro,
roubando-me a chave do sossego,
nesta história só eu me morro,
e morrerei de amor porque te quero,
porque te quero amor,
a sangue e fogo.
 
by Pablo Neruda 
 
 
 
 
ps. Outro dia, ou um dia desses de agora, em que tudo passa tão rápido, deparei-me com uma palpitação em meu coração...amor, mas eu já não sei o que é amor há tanto tempo, após tanta dor e esquecimento e decepção, levitei após  encontrar, senão meu o amor perfeito, o ideal do que procuro, meio maluco, meio infantil, mas o amor é assim, estranho, enfim...mas o que mais gostei, além do que vi e toquei, foi esta minha disponibilidade para amar, talvez esteja mutando, me permitindo, o que não fiz por muitos anos, me permitir...acho que estou sendo abençoado neste novo lugar, talvez para compensar toda a mágoa que senti logo que iniciei meu trabalho por aqui...mas Deus é mais, e hoje tudoestáem ordem (eu acho rs).

quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

PRECISO DE POESIA


 
Preciso de poesia na minha vida, preciso das palavras doces e das amargas também, para completar o mosaico de emoções e sentimentos que sou tomado todo dia. Preciso da poesia dos ventos, para que levem os maus agouros, as decepções amorosas , o inimigos de plantão (não que os tenha, mas é bom que sejam levados pelos ventos para longe da gente); preciso da poesia do Sol, Rei Sol, do seu reflexo nas nuvens que ficam mais belas, e também da luz do Sol nos meus dias,para que possa caminhar sem medo de cair nos precipícios do dia-a-dia. Preciso de poesia nas ruas, para que as pessoas possam ser livres e bem dispostas, para lidar com a falta de edução, que parece lei. Preciso de poesia nos campos, nas florestas, onde haja vida vegetal e animais livres para que assim, prossigam evoluindo...
Preciso de poesia, eu preciso muito falar do amor, da vida e da morte também, das guerras, das fomes...este mundo precisa de poesia, antes que acabe, antes que o homem o destrua.
Eu preciso da poesia dos teus olhos, para que eles digam que estou vivo e que vou amar novamente.
 
"Saberás que não te amo e que te amo
posto que de dois modos é a vida,
a palavra é uma asa do silêncio,
o fogo tem uma metade de frio."
Plabo Neruda
 
 
"Com as lágrimas do tempo e a cal do meu dia eu fiz o cimento da minha poesia."
Vinicius de Moraes
 
"Tudo o que sabemos do amor, é que o amor é tudo que existe."
Emily Dickinson
 

"Às vezes ouço passar o vento; e só de ouvir o vento passar, vale a pena ter nascido."
Fernando Pessoa
 
"O amor é quando a gente mora um no outro."
Mario Quintana
 

quarta-feira, 26 de novembro de 2014

CAMINHOS TORTOS


Desde quando atravessei aquela rua, comecei a perder a vontade de escrever... poderia ter sido atingido por um raio, um egum ou um obsessor ou tua falta em minha vida. Desde quando parti a procura de uma paz que não sentia mais, vindo a recuperar assim que cheguei nesta cidade. Gosto desse ar bucólico, gosto demais deste céu, me parece mais azul, e as nuvens, as nuvens apresentam formas e tamanhos que jamais presenciei. Seria o paraíso, não fosse esta indisponibilidade para escrever, esta preguiça e a falta de vontade. Meu cérebro continua a criar, inventar, refletir e contar histórias, mas em silêncio, dentro de mim e não chegam a meus dedos, e muito menos num papel. Fico procurando motivos palpáveis, mas nada me vem...
Assim passei dias, até que:
Medidas extremas para situações, ainda não extremas,  mas com grandes possíblidades.
Não ouvirás minha voz, nem as lamurias, nem as canções, nem as juras de amor e nem as palavras de ódio. Não ouvirás.
O caminho contrário.
Caminho com passos de moonwalker, já estou no interior do interior do país...se retroceder mais acabarei no útero de minha mãe (o que não é má idéia).
Casulo.
Me esconder do mundo.
Esta cidade é bem pequena, achei que morreria aqui, mas acho que é um processo irreversível...vou buscar um lugar menor, com menos gente, um isolamento da civilização.
 
ps. Achei que não pediria socorro, que estaria a salvo aqui tão longe de tudo, mas a maldade não tem tempo nem espaço, se propaga como um rastilho de pólvora atrás de mim, empurrando-me para o abismo, sendo os poucos espectadores deste lugar, mais sádicos que as duas maiores torcidas de futebol deste Estado. Não quero me arrepender, mas já choro de pena de mim, de minhas escolhas estúpidas, dos caminhos tortos que sigo, e das pessoas infelizes que insistem em falar comigo, vomitando todo o mal que guardam dentro de si, sobre mim. Como disse meu amigo blogueiro Marcos Campos:   "Por mais que nos matem, a gente perde um jeito e arranja outro, mas sempre volta a sorrir, não é mesmo ?"  É isso aí, meu amigo.

segunda-feira, 24 de novembro de 2014

DESAFIO DA MADI

Recebi este desafio da blogueira Madi, e para não quebrar a corrente lá vai:

              Quais eram suas 4 brincadeiras prediletas?
       .    Brincar com nuvens do céu – ficava deitado no chão, horas e horas ( o tempo para criança não             passa) olhando o céu, e brincando com as nuvens que se transformavam no que eu quisesse e sempre me surpreendiam com coisas que não havia imaginado, era quase mágico, pena que não dividia com ninguém, pois morava com meus avós.
    .Brincadeira de roda e variantes – ainda com meus avós, havia uma família evangélica, mesma religião de minha vó, e começaram a fazer parte das pessoas confiáveis, que ela permitia que eu brincasse, e para minha felicidade, havia um monte de crianças, sendo o caçula da minha idade, então todos nos cuidavam...havia um momento da tarde que todos brincavam juntos,aprendi (já esqueci rs) todas as cantigas de roda e suas coreografias :...”atirei o pau no gato-to...;se a canoa virou vou deixar ela virar, foi por causa do fulano que não soube remar..., passa,passará quem deixou ele passar...”

    Quando voltei a morar com meus pais, já com 6 a 7 anos, nova escola, novos amiguinhos – que demorei um pouco para aceitar,mas desfeito susto, sai jogando futebol pelas ruas, campos, onde houvesse uma bola e outro guri, estava feito jogo – na verdade nunca joguei bem, mas gostava de correr atrás da bola, - continuo gostando de assistir jogos de futebol.

  1. Fui apaixonado por bolinhas de gude, juntei montes, ganhei montes, perdi montes também.. Gostava do material delas, aquele vidro compacto com variações por dentro, verdadeiros mundos se escondiam ali dentro...acho que transferi esta paixão de criança por bolinhas de gude de vidro, por pedras ou cristais semipreciosos, quartzos e afins.
Quais foram seus 4 filmes prediletos na infância ?
1. O FANTÁSTICO DR. DOLITLLE, filma de 1967, ano em que nasci, mas fui assistir numa sessão da tarde e nunca mais esqueci, o dr. que falava com animais e preferia viver entre os bichos do que com seres humanos (sou meio assim, por isso tou indo cada vez mais para o interior do Brasil rs), e sai numa aventura pelos mares para encontrar o Caramujo Cor de Rosa.
2. O BELO ANTONIO, filme de 1960, que assisti numa madrugada qualquer anos depois, após todos dormirem (minha insônia remonta minha infância),com Marcelo Mastroianni e Claudia Cardinale, ambos lindos (eu era uma criança de bom gosto rs) e mesmo  com meus 9 ou 10 anos já entendi que ele não era gay e sim impotente.
3. QUASE TODOS OS FILMES DOS TRAPALHÕES, sendo que ia assistir na matiné de domingo em um dos dois cinemas que haviam na minha cidade, eu disse haviam.
4. QUASE TODOS OS FILMES DO TEIXEIRINHA, também assisti na matiné dos cinemas da minha cidade, que não existem mais. Preciso dizer, a cidade que moro hoje, foi onde assisti meu primeiro filme num cinema e era Teixeirinha (um musico regional que atuou em alguns filmes), por ser muito pequeno, foram obrigados a me levar junto, não tinham onde me deixar. Foi onde me apaixonei por cinema.



Qual era o medo que você tinha?

Eu achava que era de escuro, pois após apagarem as luzes não conseguia mais dormir, então era aquele choramingo, reclamação do pai e minha mãe levantando para ver o que era, mas era insônia infantil, então para não atrapalhar o sono dos outros, foi liberada a tv para eu assistir na noite.

Qual era seu desejo de consumo?
Só tive um, por um breve período, queria muito um Forte Apache, mas só consegui alguns homenzinhos, uns indiozinhos e um cavalinhos...

Quais eram os  personagens infantis favoritos ?
Aqui deveria fazer uma lista, pois amo desenho até hoje, mas...
Desenhos de super heróis, era apaixonado, havia um em especial que eram desenhos praticamente estáticos,lembro do Hulk, Capitão América, o Princípe Namor (acho que é o avô do Aquaman rs)...
O Urso do Cabelo Duro e Zé Colméia
Zé Buscapé
Pica-Pau, o mais cruel de todos, então esta lista está incompleta....

Comparando as crianças daquela época com as atuais, em seu ponto de vista, qual ponto positivo e negativo

Para mim, basicamente, a inoscencia, as de hoje deixam de ser inocentes bem mais cedo...e um grande problema, que é a falta de educação das crianças fora de casa, na escola, na praças, nos campinhos de futebol, hoje elas são mais violentas, não respeitam os mais velhos de jeito nenhum, mas a culpa não é deles, mas de quem os educa, ou seja, da família. Positivo, as crianças tem muito mais recursos e mais opinião e negativo é que as crianças tem muito mais recursos e mais opinião...


 Bloguinho da Madi
Eis uma feliz descoberta, um texto muito interessante, falando de coisas que pareciam distantes de mim, bastou ler a primeira linha e me identificar, e gostar e logo me apaixonar por esta meninasenhora encantadora, com um pique  maravilhoso, é mãe, mulher, abandonou a advogacia (o que mais me apaixonou nela), pois quando estava cursando, eu e um amigo sempre falávamos, quando alguém vai abandonar este curso maldito rs...ninguém abandonou...anos depois encontro Madi, com seu jeitinho Madi de ser. Muito obrigado querida Madi, por lembrar de mim.

Obrigado também ao Fael, que até deixou a minha disposição para o desafio, muito obrigado,m mas Madi chegou primeiro. 

Quanto a indicar alguém ou outros, não posso, é uma maneira de me proteger, tenho medo de rejeição, não aceitarem, eu ficaria arrasado, muito triste mesmo, então não indico...sou assim, me magoa fácil, por isso o mundo virtual me oferece certa proteção, que na vida real não tenho. Sejamos amigos neste nosso mundo...

quinta-feira, 20 de novembro de 2014

RUA MARINHEIRO JOÃO CÂNDIDO



 
 
Tenho heróis, muitos, seres fantásticos que ganharam minha admiração, geralmente pelos feitos, onde o que importava, não era sua glória, sua vitória, mas uma conquista para o bem de todos...Na minha adolescência, na busca de identidade, sempre necessitei me encontrar, me entender, me explicar para mim mesmo, na  busca de um aprimoramento enquanto ser humano que sou.
Foi na adolescência que descobri também o preconceito racial, e não conseguia entender, ou comecei a entender a segregação...mas o esporte sempre me salvou e socializou, jogava handebol (fui campeão gaúcho regional em 1982, infantil rs). Mas comecei outra busca, espelhos, referências negras que pudesse me identificar. Zumbi abriu-me as portas e os olhos para algo que passou despercebido, ou, não ensinado na minha alfabetização e ao longo do curso ginasial e até na faculdade. Reaprendi a estudar história, a mesma história contada nos bancos escolares, só que com a visão de quem sofreu a história na pele, na cor da pele.
E nessa busca de heróis negros,conheço a história do marinheiro João Cândido. Herói nacional,lider da última grande rebelião pela liberdade, contra o açoite de chibatas que existia na Marinha Brasileira. Invoco  João Cândido para reforçar este 20 de novembro dia nacional da consciência negra, na minha alma, na minha memória, na minha consciência.
 
ps. Não acredito em coincidência, e sim em sincronicidade...mudei de cidade, tou me readaptando a conviver em sociedade rs e meu endereço fica na rua Marinheiro João Cândido, cidade lindeira da cidade de nascimento de João Cândido.
 
ps. Recebi da blogueira Madi,do bloguinho da Madi uma tarefa, que me comprometi em realizar neste blog, por falta de tempo e leseira habitual ainda nãoo fiz, mas já agradeço esta amiga blogueira pelo carinho me oferecndo esta prenda. Não posso deixar de dizer que no blog do meu amigo Fael, do Baú do Fael, também deixou emaberto, caso eu quizesse aceitar...adorei...embora játenhame comprometido com a podersoa Madi, fiquei deveras lisonjeado com este afago do Fael.

terça-feira, 4 de novembro de 2014

A CADA VEZ QUE ME MATARAM





Os dias tristes de outrora se apresentam bailando com os ventos, sobre minha  casa, para além de minha alma. Os minutos que se seguiram foram de pura expectativa. Nunca pensei em andar do teu lado, seguir junto esta estrada, muito menos no teu lugar...não temos lugares marcados neste mundo,. apenas um aviso: no final todo mundo morre.
Do horizonte verde que vislumbro toda manhã quando acordo, agora as cumulus nimbus preparam-se para descarregar todos os raios, nas árvores inocentes, cravadas no chão. E mesmo que eu corra sob a tempestade, sairei ileso e não menso triste e não menos feliz. Apenas caminharei neste caminho, cujas marcas de passos no chão, apenas dizem que não estou só, como sempre pensei, e que não há lugar marcado neste mundo, e sim, conquistas

Da vez primeira que me assassinaram
Perdi um jeito de sorrir que eu tinha...
Depois de cada vez que me mataram,
Foram levando qualquer coisa minha...
Da vez primeira que me assassinaram
Perdi um jeito de sorrir que eu tinha...
Depois de cada vez que me mataram,
Foram levando qualquer coisa minha...
E hoje, dos meus cadáveres, eu sou
O mais desnudo, o que não tem mais nada...
Arde um toco de vela amarelada...
Como o único bem que me ficou!
Vinde, corvos, chacais, ladrões de estrada!
Ah! desta mão, avaramente adunca,
Ninguém há de arrancar-me a luz sagrada!
Aves da noite! Asas do horror! Voejai!
Que a luz, trêmula e triste como um ai,
A luz do morto não se apaga nunca!
Arde um toco de vela amarelada...
Como o único bem que me ficou!
Da vez primeira que me assassinaram
Perdi um jeito de sorrir que eu tinha...
Depois de cada vez que me mataram,
Foram levando qualquer coisa minha...
Da vez primeira que me assassinaram
Perdi um jeito de sorrir que eu tinha...
Depois de cada vez que me mataram,
Foram levando qualquer coisa minha...
E hoje, dos meus cadáveres, eu sou
O mais desnudo, o que não tem mais nada...
Arde um toco de vela amarelada... [Depois de cada vez que me mataram, voltaram]
Como o único bem que me ficou!
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quinta-feira, 23 de outubro de 2014

AMIZADE VIRTUAL

 
Voltei antes, mas agora é real e se cumpre o prometido...vou voltar na primavera...não tive um inverno frio na pele, mas fez tanto frio na alma; marcou por uma perda muito importante em minha vida (meu pai partiu), e por mais que esteja tranquilo com relação a ótima convivência que tenhamos tido, é uma dor que ainda não se aquietou em meu coração, ainda não se acomodou no seu lugar e descansar tranquila embalada pelo carinho da memória, enquanto tiver ( a Madi me falou de uns alemães rs).
Voltei também, porque não tenho pra onde ir e que possa escrever livremente o que me vem na mente e no coração. Mesmo porque não existe lugar no mundo onde eu possa existir, mesmo não existindo. Onde posso ser meu rei e meu algoz, onde  dito a leis, recebo bem, quem aporta por aqui e não tenho o menor pudor em agradecer a visita, de gostar deste ser, por ter ocupado um tempo de sua vida para ver ou ler ou comentar o que eu faço, isso não tem preço, só tenho a agradecer.
Nestes cinco anos, indo para seis de blogueiro, criei muitos motivos para justificar meu blog, para mim mesmo e para quem perguntasse: diário eletrônico, minha conexão com o futuro( a internet ),quem sabe o que escrevo se torna algo importante, além do que já é para mim, um blog-terapía também é um bom motivo para continuar a escrever. Deixar para a posteridade a visão que tenho do meu tempo (mas descobri que passado algum tempo sem postar, tudo desaparece, se perde no vácuo).
O mais importante foi descobrir uma nova maneira de amar, descobri o amor através da internet, é possível sim, agora entendo certas coisas ou encontros, mas não falo desse amor, falo de algo maior, como a amizade. Digo isso porque gosto de pessoas que não conheço, mas as conheço e gosto, através da palavra, ou da forma que a pessoa mostra o mundo ou seu mundo ou um mundo...é meu grande exercício de convívio, a arte de viver em sociedade, mesmo sendo virtual.
Descobri que amo pessoas que não conheço, que as desejo perto de mim, mas as palavras suprem esta suposta falta. Gosto desse novo jeito  virtual de ser e buscar. Confesso que no teclado é minha zona de conforto, mas fiquei profundamente comovido ao conversar com uma amiga blogueira por telefone, A RosanAzul, e ser convidado para um café pelo meu rei e amigo Bratz, mas apesar de existir, devo ficar no mundo virtual...
Não sei que rumos tomarei a partir de então, com meus escritos, meu poemas, com as músicas que gosto e escrevo aqui...só sei de uma coisa, apesar de ser também cruel como o mundo real, este mundo virtual esta remodelando minha vida, e com a sorte que tenho de encontrar pessoas tão legais, reconstruo minha vida para melhor, a cada dia, a cada post que leio, a cada comentário deixado por uma visita, a cada imagem postada...meus amigos na vida real se misturam   nas lembranças e conversas que  tenho com meus amigos virtuais. E apesar de tudo, de minha solidão, das tristezas, da falta de conquistas na minha vida, apesar de tudo mesmo, acho que nunca vou deixar de escrever no meu blog.
Amizade virtual ? Eu acredito.

segunda-feira, 29 de setembro de 2014

VISITA




Aguardava ansioso na frente do hospital, que possuía um setor responsável para tratar pessoas que perderam a noção de realidade, os chamados loucos. Sempre me questionei sobre a loucura, quem é correto e quem é louco ? o s governos demonstram a cada dia que só possuem loucos, pois pelas atitudes tomadas não pode ser de alguém em são consciência. O horário de visitas é após o horário de visitas para os doentes normais, aqueles doentes com algum mal físico ou concreto. Não que a loucura não seja concreta...Entro em um corredor profundo e pouco iluminado acompanhado de outros visitantes, trocamos olhares constrangidos, pois todos possuem uma espécie de vergonha, ou impotência, uma certa culpa pela loucura do ente querido que está atrás daquela porta. Nosso primeiro encontro desde que ele ficou  preso lá, junto com as vozes que ouvia e os vultos que sempre dizia estarem perto dele. Aguardei na sala junto a todos os parentes e amigos que, ansiosos como eu, queríamos ver nossos entes queridos.  À medida que adentrava o corredor podia ver os olhares  que aguardavam junto a porta de seus quartos. Ao longe avistei o olhar mais triste do mundo se transformar em sorriso quando me viu e correu ao meu encontro, abraçando-me muito forte e dizendo: -...não ouço mais vozes, não vejo mais vultos, eu estou bem, inclusive estou com uma junta médica aqui no quarto que vão te dizer para me levar para casa...- ele me puxou pela mão, ansioso, e quando entramos no quarto, não havia ninguém.

domingo, 28 de setembro de 2014

ENFIM, NO FIM, SETEMBRO




Antes tarde do que nunca, não poderia quebrar uma tradição deste blog, uma árvore de ipê no mês de setembro.

quarta-feira, 17 de setembro de 2014

REZANDO POR DIAS MELHORES





CALIBRE
by Herbert Vianna

Eu vivo sem saber até quando ainda estou vivo
Sem saber o calibre do perigo
Eu não sei, da onde vem o tiro 

Por que caminhos você vai e volta?
aonde você nunca vai
e que esquinas você nunca para?
à que horas você nunca sai?
Há quanto tempo você sente medo?
Quantos amigos você ja perdeu?
Entrincheirado vivendo em segredo
e ainda diz que não é problema seu

E a vida já não é mais vida
no caos ninguém é cidadão
as promessas foram esquecidas
Não há estado, não há mais nação
perdido em números de guerra
rezando por dias de paz
não ve que a sua vida aqui se encerra
com uma nota curta nos jornais

Eu vivo sem saber até quando ainda estou vivo
Sem saber o calibre do perigo
Eu não sei, da onde vem o tiro 

eu vivo sem saber...
até quando ainda estou vivo


Assisti aos Paralamas do Sucesso um dias desses e cantaram esta música. Hoje vivo numa cidade interiorana, aparentemente calma, sinto uma paz interna indescritível (não sei até quando rs), então me sinto meio fora da linha de tiro dessa música, mas como estou no Brasil, estou sujeito a uma bala perdida. Infelizmente, não é só aqui no Brasil, o mundo passa por uma crise de guerra sem precedentes, até o Papa Francisco disse que já estamos numa Terceira Guerra Mundial, o que não deixa de ser verdade. Basta assistir só um pouquinho de um telejornal que se fica sabendo dos conflitos pelo mundo, das mortes, das guerras, dos terrorismos, das mortes em praça pública, das mortes que assistimos pela televisão. Em todos os continentes existe gente fugindo da guerra e da fome, da dor e da perseguição. Nem direito a orar para seu 'Deus'é permitido, sendo imposta fé, e fé não se impôe, FÉ ou se tem ou não..."Eu vivo sem saber...até quando ainda estou vivo.

quinta-feira, 4 de setembro de 2014

REINICIAR



Reiniciei a escrever ontem, falando de novos ares, campos, flores e árvores, caminhos e uma nova cidade, quando então o vento de final de inverno soprou forte, quase um minuano e arrancou as palavras que escrevia. Tentei salvá-las , mas não houve tempo, corri até a janela e já era tarde demais. Olhei por algum tempo até não ver mais uma vírgula que se perdia no infinito céu azul deste lugar. Na rua apenas o silêncio e a harmonia desta pequena cidade. Estas ruas de ladeiras e subidas com calçamentos centenário e igrejas do tempo do Império, até agora nada me disseram sobre meu futuro aqui. Agora é o presente, e de onde estou posso ver melhor o que deixei para trás, a falta que não imaginava sentir, quase me derrubou, quase chorei. Todas as mágoas acumuladas, dores e mal entendidos, tudo, tudo se perdeu numa massa gigante de saudade. Precisamos perder para valorizar, já disse um sábio. Vida nova pela frente, casa nova, vizinhos novos, tudo isso no meu velho corpo cansado, que se renova, se multiplica,e aprende com a dor, a saudade, o amor, a morte, a ilusão, esta sim, verdadeira. É o que sinto... Passadas as tempestades que nos pegam de surpresa, derrubam nossas casas, árvores e sonhos, o que estava ali ontem, hoje não está mais, e por mais verdadeiro que tenha sido, por mais que eu sinta ainda a falta no peito, por mais que eu lembre, aos poucos a minha memória vai me trais, e não será tudo isso uma frande ilusão, que teimamos em chamar de 'minha vida'?  Mas aos poucos vou me adaptando a um novo ritmo, lento, muito lento e harmonioso com a natureza, os campos, os rios. Não sei ainda das pessoas deste pequeno lugar, estas incógnitas, estes elementos que podem alterar tudo ao seu redor, inclusive outro ser humano. Mas caminharei lentamente ao encontro sem sentimentos pré-estabelecidos, sem expectativas, sem ilusões. 

terça-feira, 17 de junho de 2014

VOU VOLTAR NA PRIMAVERA





Vira virou




"Vou voltar na primavera
E era tudo que eu queria
Levo terra nova daqui
Quero ver o passaredo
Pelos portos de Lisboa
Voa, voa que eu chego já
Ai se alguém segura o leme
Dessa nave incandescente
Que incendeia minha vida
Que era viajante lenta
Tão faminta da alegria
Hoje é porto de partida
Ah! Vira virou
Meu coração navegador
Ah! Gira girou
Essa galera."

by Kleiton e Kledir

terça-feira, 10 de junho de 2014

CORAÇÃO, O CONTO


 

 
Sentado na poltrona do ônibus, a cada  que passava, vislumbrava uma perspectiva colorida, digo, cada rua com sua cor, a cada esquina...pensou em seu trabalho, seu prazer, que era a fotografia. Voltaria a fazer este trajeto caminhando e carregando a mochila com seu material fotográfico. Ainda pensava, o que definira as cores da rua ?, e como era possível ter esta percepção?, como era possível cada rua ter uma cor, estranhamente natural, pois as pessoas não pensam mais nisso. Não pensam mai em cores alegres e quentes, as pessoas estão preto e branco e cinza, nos olhos e na alma. Usam as ruas para caminharem apressadamente ou em alta velocidade com seus automóveis ou apertadas num coletivo, como ele estava agora, mas seu coração é sensível demais para não perceber as cores e não se importar de seu corpo bem próximo de outros, era um ser livre, gostava do calor humano. Sinal  vermelho, sente um pequeno aperto  no coração e coloca a mão no peito. Lembra que ao ser acordado por sua mulher, com um afago na cabeça e seu nome sendo chamado baixo e de forma  docemente carinhosa. Após abrir os olhos e tê-la no seu campo de visão, quando sentiu o primeiro desconforto no peito. O ônibus retoma seu caminho. Pensou em laranjeiras, um pomar inteiro de laranjas. Ao cruzar por mais uma rua colorida, como se o coletivo parasse, ele observou com cuidado, era uma rua branca, com uma pequena  luz brilhante lá longe, onde seria o seu fim. Fez-se silêncio , e sua vida passou diante de seus olhos...um recém nascido com a admiração dos pais envolta do berço...primeiros passos e palavras, alegria na família...caminhando carregado pelas mãos do pai, que um Dia Deus levou...correria no recreio da escola,meninos felizes...o diploma que nunca exerceu, pois o fascínio que sempre fora amador, começou a tomar corpo e parte fundamental em sua vida....quando se profissionalizou, então renasceu e recomeçou sua vida...casamento...filhos...família...felicidade. Como se o ônibus não saísse do lugar, pensou em registrar para sempre esta rua, tão branca e brilhante, tão calma, ao longe vislumbra uns vultos de branco que caminham em sua direção...O ônibus, agora para na frente do Hospital do Coração, ele desceu e seguiu aqueles seres de branco, e parecia feliz...
O motorista do ônibus desesperado sai correndo em direção ao hospital,   gritando por ajuda, pois um passageiro esta tendo um ataque cardíaco e nenhuma porta se abriu.
Então ele olhou mais uma vez para trás, como se lamentasse, e seguiu junto aqueles seres de branco em direção à luz.


o



o


 


ps. Este conto é dedicado ao fotografo LUIZ CLAUDIO MARIGO, morto do coração, na porta do Instituto Nacional de Cardiologia  em São Paulo, no bairro Laranjeiras. E estas são algumas fotos deste fotógrafo, que agonizou até a morte, como esta agonizando o povo brasileiro.

LUIZ CARLOS MARIGO

segunda-feira, 2 de junho de 2014

SINTO O VENTO GELADO DE INVERNO




O que estou fazendo entre  vocês que insistem em me ignorar e pisar, mandar, exercer sobre mim, frágil, obediente, desbocado e infeliz e feliz, tentando me esquivar de teu olhar, tentando nem pensar nem esperar compaixão ou amizade. Uma vez um amigo disse que o que importava neste mundinho é o lucro. Hoje lhe dou razão, queremos encher nossos bolsos com dinheiro honesto de trabalho, mas sendo relapsos e indiferentes, cumprindo horário e não importando se o papel que temos nas mãos é real e virtual, não sentindo que existe uma vida na outra face do papel...já sinto o vento gelado de inverno, mesmo estando no outono, sinto meu coração apertado, sabendo que nada, nada do que eu faça, fará com que consiga tua compaixão , serei para sempre teu maior erro de amizade, mesmo chorando contigo, mesmo rindo contigo, mesmo vendo a mesma magia que se esconde dentro dos cristais, mesmo amando os bichos, as plantas,ás árvores...tento amar e não consigo, tento olhar mas teus olhos mentem que me entendem, mas não precisam mais que minha rapidez para dizer adeus, pois sempre, para sempre facilitarei tua  vida que não se prende a minha, para que parta, para que siga, para que suma e não me diga com quem devo dormir, como eu vou ficar...
"In my life
Why do I give valuable time
To people who don't care if I live die?"
Porque eu penso, porque eu sinto, e o mais fácil é seguir na multidão como se nada houvesse, como se nada fosse dito, livre de qualquer culpa, de todas as mágoas, de todas as dores que insistem em ficar doendo, doendo, doendo no coração e na alma. Quero seguir assim também, como se não houvesse amanhã, como se não houvesse ninguém.

Fecho os olho se respiro fundo, bem profundamente e na hora de soltar um grito, me calo com uma oração, e grito por dentro, abro os olhos e não vejo mais o ódio apenas a harmonia, a beleza e a vida.

quarta-feira, 21 de maio de 2014

ONDE ESTÁ O AMOR ?

Fiquei catando palavras bonitas num chão de pedras, lancei pérolas quando deveria colocá-las de volta nas ostras...fico tentando ser feliz, tentando amar o próximo como a mim mesmo, mas o próximo não ajuda, pelo contrário, se julga melhor que eu, e eu, recolho-me a insignificâncias que sou premiado. Continuarei tentando ser feliz, encontrar palavras que não te ofendam, mas que iluminem nossas vidas...




A violência das ruas ou a violência do teu olhar, em nada diferem, ambos querem me destruir, ambos querem passar por cima de mim...mas eu não sou o único...as meninas continua,m em poder dos sequestradores...uma mulher foi morta por populares, acusada de ser bruxa, e, ela era inocente, morta com uma Bíblia na mão, como um Jesus Cristo nos dias de hoje.
O menino Bernardo, morto pelo pai e recebido por Deus...uma mulher é morta, após ser torturada por ser acusada de roubar umas bolachas...manifestações acabam em quebradeira, violência e morte...maridos matam suas mulheres...filhos envenenam os pais...populares saqueiam quando a polícia está de greve...quando a polícia trabalha mata inocentes...assaltos, homicídios, estupros, enquanto isso...



Procuro todo meu amor no coração para fazer-lo multiplicar dentro de mim e espalhar-se pelas ruas, pelos campos, pelas praças, que todos possam ver e sentir e mudar, porque o mundo me parece perdido, assim como nesta encruzilhada: entre o amor no meu coração e o ódio que circunda o mundo. Continuarei tentando ser feliz, encontrar palavras que não te ofendam, mas que iluminem nossas vidas.

sexta-feira, 16 de maio de 2014

SE FOSSE SÓ SENTIR SAUDADE





Deixa, se fosse sempre assim
Quente, deita aqui perto de mim
Tem dias que tudo está em paz
E agora os dias são iguais
Se fosse só sentir saudade
Mas tem sempre algo mais
Seja como for
É uma dor que dói no peito
Pode rir agora
Que estou sozinho
Mas não venha me roubar
Vamos brincar perto da usina
Deixa pra lá
A Angra é dos Reis
Por que se explicar
Se não existe perigo
Senti teu coração perfeito
Batendo à toa e isso dói
Seja como for
É uma dor que dói no peito
Pode rir agora
Que estou sozinho
Mas não venha me roubar
Uh! Uh! Uh! Uh!
Vai ver que não é nada disso
Vai ver que já não sei quem sou
Vai ver que nunca fui o mesmo
A culpa é toda sua e nunca foi
Mesmo se as estrelas
Começassem a cair
E a luz queimasse tudo ao redor
E fosse o fim chegando cedo
Você visse o nosso corpo
Em chamas!
Deixa pra lá
Quando as estrelas
Começarem a cair
Me diz, me diz
Pr'onde é
Que a gente vai fugir?

Angra dos Reis by Legião Urbana

segunda-feira, 5 de maio de 2014

LIVROS, PALAVRAS E SILÊNCIO









Quase não lembrava mais como era uma manhã gris, pois no dia de hoje se cumpre  esta falta...
Livro não é tudo, mas depois deles não tem muita coisa, apesar da internet. Sempre uso esta frase que herdei dos Smiths e acrescentei 'apesar da internet', para dizer que os livros tem forte influência em minha vida presente, acabei de ler um, A Travessia, do mesmo autor de A Cabana, foi-me emprestado por uma leitora voraz e amiga, a Bi, junto de outros livros que já iniciei a leitura. A Travessia foi o primeiro que li, na intenção de me livrar logo daquele que achei o mais autoajuda, do qual não tenho muita simpatia. Mas o livro me surpreendeu, nem tanto pela história, mas o que continha nela. Lá Jesus se tornou um personagem, dele mesmo, que interage com o personagem protagonista, e tudo que diz respeito a Jesus. me comove, me convence, então me entrego, e assim foi com este livro. Uma obra que pensei em ler para cumprir protocolo, e     acabo aprendendo dentro de uma leitura supostamente moderna,m além Bíblia.
Mas neste interim, já em mãos, Ovelhas Negras, livro de Caio Fernando Abreu, onde publica contos inéditos ou com publicação rara (comprei o livro num sebo rs), e ainda um comentário do próprio, antes de cada conto...é como se fosse uma conversa ao pé da orelha com o criador, para depois cairmos na criatura...é uma leitura muito   prazerosa, primeiro eu amo Caio Fernando Abreu e , segundo, ele é e será sempre minha maior inspiração, nesta minha ventura de escrever, mais por necessidade que por talento rs.






Faz muito tempo escolhi um caminho, que trilho até hoje, caminho pelo qual optei por ir só, fugindo ou me ausentando daqueles que até então mantinha algum convívio, amigos e parentes...não consigo precisar quanto tempo, mas sei de filhos de amigos que me afastei quando eram pequenos, hoje são adultos, com suas profissões, seus estudos...assim talvez sinta algum arrependimento de ter deixado de acompanhar estes crescimentos, mas ao mesmo tempo precisei disso, precisei me ausentar, sentir falta de mim e ao mesmo tempo me libertar de mim me4smo e dos outros, dessa dependência que se cria, que eu crio (carente) do outro...e hoje, percebo que não trilhei um caminho muito muito difícil, mas necessário, pois a convivência com seres humanos, tem momentos que beira ao insuportável, talvez sejam os que me rodeiam nos últimos tempos,pessoas tão difíceis  quanto eu, daí dois bicudos não se beijam rs. Graças a Deus tenho este blog que posso falar rs, pois continuarei com meu jejum de palavras, talvez eu não mereça ouvi-los, talvez eu não deva falar.

segunda-feira, 28 de abril de 2014

QUASE UM POEMA DE AMOR

by Rosana Souza - SC


Quase um poema de amor

I


Lembro  ainda tuas primeiras palavras em minha direção,
então sorri por dentro,
como se alguém estivesse perdido no deserto,
com muita sede,
e de repente  alguém lhe dá um copo cheio de palavras, que bebo ávido, 
como se o mundo fosse acabar...
adora assim,
mudos entre as paredes que nos prendem
e o ar nos separa.
Silêncio.
Alguns sorrisos involuntários selavam nosso companheirismo acidental,
mas eu já gostava antes.
Abismo.
Quando tentei tocar tua mão, 
senti calafrios...
quando busquei teu olhar,
paralisei.
Tua voz ecoava nos meus ouvidos e na minha alma,
mesmo quando não estavas mais presente, 
e eu sorria
no escuro de meu quarto,
embaixo dos cobertores...

II


Mas não resisto tuas costas,
eu olho e desejo e sonho,
mas não cruzarei mais meu olhar com o teu,
pois pertencemos a tribos distintas.
Sei que mato este amor,
mesmo antes de nascer,
aborto também minha vontade de amar e ser amado,
pois nossos mundos
pertencem a dimensões diferentes
e caminhamos parta lados opostos
onde estaria uma suposta
felicidade a dois.

by Jair Machado Rodrigues  




quinta-feira, 17 de abril de 2014

MILAGRE






A vida sempre negou minhas vontades e desejos, também negou a felicidade, mas colocou algumas pessoas no meu caminho, para que eu aprendesse a viver em sociedade, que eu parasse de achar que a vida é culpada de minha derrota existencial. O lado cruel de Deus, nos faz aprender com a ador, que nós mesmos nos provocamos, que eu me provoco. Deus é meu pai e parece que não me entende bem, ou eu novamente, do alto do meu egoísmo achando que eu não mereço ou que eu mereço mais  do que tenho, mas não tenho nada. Mais do nada. Deus sabe o que faz, eu sei, por isso ficarei em silêncio, jejuando palavras, numa oração silenciosa, pedindo para ser afastado de onde estou, que abra as portas da estrada e me leve para perto de quem me ama, onde haja Sol e campo e árvores e rios e pessoas simples que vivem de agricultura e sorriem e dão bom dia quando avistam outro se humano, que poderia ser eu. Silenciosamente cumprirei meus afazeres, andarei em meio a pessoas que não me olham, mas estarei em silêncio e calmo e em oração. Aprendi com minha avó a clamar ao Deus invisível, que não tem cor, nem dinheiro, nem interesse em me adestrar, apenas abre meu coração e alivia o peso de minha alma e diz que eu espere por um milagre...só acho que meu tempo passa e nada, não me canso  de orar, mas não sei se ainda  quero um milagre, ou se milagre existe. 


Nossas armas estão na rua

É um milagre
Elas não matam ninguém



A fome está em toda parte
Mas a gente come
Levando a vida na arte



Todos choram
Mas só há alegria
Me perguntam
O que é que eu faço?
E eu respondo:
"Milagres, milagres"



As crianças brincam
Com a violência
Nesse cinema sem tela
Que passa na cidade



Que tempo mais vagabundo
Esse agora
Que escolheram pra gente viver



Todos choram
Mas só há alegria
Me perguntam
O que é que eu faço
E eu respondo:
"Milagres, milagres"


by Cazuz/Frejat/Denise





ps. Páscoa é um tempo em que percorrendo os telejornais acompanho matérias, em especial uma ala no nordeste brasileiro que vai pra caatingas se autoflagelar em nome de alguma religião, enfim, gosto do ato, de ver, sei lá se sou sadomasoquista com relação a isto, 
mas eu gosto, acho que simbolicamente deve fazer algum efeito ou sentido que necessita minha religiosidade - tentando uma explicação junguiana rs...- mas é a ressurreição de Cristo, para quem segure o Cristianismo, como eu, quer dizer, minha necessidade teológica vai além disso, necessito símbolos, não imagens, embora eu também goste, mas como disse uma amiga, quero o bom de cada religião...mas é um momento forte espiritualmente para mim, um momento único para eu fazer o que venho fazendo, mas com chances de dar certo, que é tentar; tentar ser feliz, tentar ser bom, tentar ser mais humano, tentar amar ao próximo, como a mim mesmo, renascer como uma fênix para uma vida melhor, mais sorriso e menos lágrimas, mais amor, mais vida. Menos silencio em minha vida, em meus ouvidos, mas barulhinho bom com Marisa Monte,palavras doces de carinho, sussurros de amor, mas sem ilusões, apenas fé, que é o que me resta, que me mantém vivo e tentando.

terça-feira, 15 de abril de 2014

CRIANÇAS







Tenho medo de crianças, sim, de crianças...eu fui uma criança, e lembro que nada me escapava aos olhos, mas sempre havia algum adulto que percebia minha consciência do que acontecia, eme reprimia, ou tirava-me do local, ou até era repreendido, mas as pessoas não levavam em consideração minha participação, apenas me olhavam com olhos reprovadores. Por isso tenho medo delas, com suas perguntas desconcertantes, suas criticas alucinadas, e sem falar que elas vivem dentro da suposta verdade que os olhos veem.
Hoje fujo delas, até meus sobrinhos me causam medo, talvez mais medo por estarem tão próximas, mesmo distantes. Se eles não gostam da pessoa, não fazem questão de estar com ela e nem dão atenção, olham desconfiadas, e se grudam no pescoço ou nas pernas dos pais.Mas se eles gostam, pode ser uma festa, existem crianças realmente iluminadas e carinhosas, espécie em extinção...tenho sorte com minhas crianças, digo, da minha família.
Eis que surgem outras espécies de crianças, as índigo e já existem as cristais, acho que são estas crianças queridas que naturalmente encontramos, , geralmente elas se comunicam bem para o tamanho e a idade, tem uma sensibilidade mais apurada, e até bizarro para criança, mas são seres do bem, eu espero.
O mais terrível disso tudo, é que elas precisam dos adultos, dos pais geralmente, senão não sobreviveriam, aliás, são raros os bichos que sobrevivem recém nascidos e sem cuidados...

Muito tem-se de falar em crianças, elas precisam de nós, acho que só elas, bem orientadas podem salvar este país do caos num futuro logo ali, mas será possível que elas sobreviverão com o tratamento dado a elas ? quarenta bebes mortos num necrotério de um hospital, um menino recebeu uma injeção letal da madrasta, que deveria cuidá-lo, a rede de pedófilos na internet não tem fim, a prostituição infantil não tem fim, a incompetência dos órgãos públicos destinados ao cuidado das crianças é gritante, o abuso e a violência que as crianças sofrem nas mãos daqueles que deveriam cuidá-las, acontece dentro de suas casas...então, se as crianças são o futuro, o que esperar de adultos traumatizados por uma infância medíocre e muito triste ?

segunda-feira, 14 de abril de 2014

QUANDO TUDO ESTA PERDIDO*

  

Eu ouço sempre os mesmos discos
Repenso as mesmas ideias
O mundo é muito simples
Bobagens não me afligem
Você se cansa do meu modelo
Mas juro, eu não tenho culpa
Eu sou mais sou mais um no bando
Repito o que eu escuto
Eu não te entendo bem...

by Kid Abelha


No início era o verbo...eu estou cansado deste mundo de meu Deus, quem sabe Ele me busca e acaba de vez com esta agonia, esta mal estar, este desconforto de pertencer a raça humana e ter a sina de precisar viver em sociedade...quem me dera fosse um ignorante do meio do mato, num interior bizarro deste país. Quem me dera não ter conhecido o que conheço. Sé não me arrependo de ter nascido da mulher que é minha mãe, o resto, sinceramente não me importo que deixe de existir ou exploda. O mundo é cruel mesmo e eu não sou anjo, pelo contrário, não sou este avatar querido que me mostro, eu sinto ódio, eu não gosto de pessoas, embora ame outras. Eu quero partir sozinho  como uma folha seca de plátano, carregado por uma vento até cair em algum solo e virar adubo. Da terra vim, para lá vou. Esta minha fórmula repetitiva de ser, gosto de reler livros, rever filmes, ouvir as mesmas músicas, mesmo porque, as de agora, poucas se salvam. Tenho raiva de mim por necessitar deste veículo que é a internet, esta casa do demônio, este caminho que já levou muita gente à morte, ao isolamento, à tristeza e ao mundo das ilusões, para depois jogá-los no esquecimento, como é na vida real, usamos as pessoas, depois descartamos, e vamos para nosso clube privê.  


ps. O título é de uma música do Renato Russo da Legião Urbana