segunda-feira, 25 de maio de 2015

O LAGO SOBRE O MORRO

Quatro cavalos negros, imensos, adornados com plumas negras na cabeça, três plumas cada, tudo se completava com a carruagem toda negra, forrada de veludo negro, que ao fechar a portinhola de entrada e serrar as cortinas, nada se via, apenas o tato tem olhos, e ele vê o veludo negro, forrando os estofados, com rendas e franjas negras...mas os quatro cavalos, diziam que eram encantados, que surgiram numa noite de lua negra sobre o lago, foram saindo um a um das profundezas daquela aguá, também negra, embora cristalina e, livre de qualquer bactéria. A água parece negra face a profundidade da lagoa...um fundo infinito... nunca se chegou ao solo do fundo do lago. Testes da água já haviam sido feitos pelo avô do atual proprietário da estância, assim que ele comprou; aliás a compra se deu após Dom Claudino cavalgar para conhecer as terras, subiu, subiu, e como havia muito a subir, apeou do cavalo e foi caminhando. Após meia hora escalando, já não mais mato, mas um rochedo, chegou em cima, de onde pode ver seu cavalo, como se fosse de brinquedo, como se fosse seu tordilho de plástico que vivia dentro de sua mão, quando ainda menino, longe dali . Quando olhou para o vale sobre o morro, não acreditou. Em cima daquele morro havia um lago, um lago de águas negras...foi o suficiente para fechar negócio. Ainda hoje é uma das fazendas mais produtivas da região, mas contam que Dom Claudino, seu proprietário, depois que apareceu com seus quatro negros cavalos, puxando sua carruagem, quase fúnebre, proibiu que subissem àquele morro...

6 comentários:

  1. Olá parente amigo Jair

    Que bonito ! Muito diferente dos anteriores post, os quais também muito apreciei.
    Este é diferente, transporta-nos para algo misterioso... e o mistério sempre nos atrai...
    A persistência da côr negra, nos cavalos, nos veludos, e na água, pormenores fortes a que nos prendemos para adivinhar o fim...
    (Como no Homem e o Mar do Hemingway) eu não queria que o "assunto" acabásse - não gostei do ponto final...
    Parabéns amigo.
    Um abraço.
    Dilita

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    1. Não acabou minha querida Dilita...obriaghdo sempre pela visita. Carinho respeito e abraço.

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  2. Me fascinou a referencia da lua negra sobre o lago... fiquei a imagina-la...

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    1. Até que enfim consegui chagr na lua negra, sempre esteve guardada em mim...faz tempo que a imagino. Obrigado sempre pela visita. arinho respeito e abraço.

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  3. Adorei te ler! Instigante e bem feita toda a trama! escreves muito bem! valeu mais uma vez! abraços, ótima semana,chica

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    1. Chica do Céu, minha adorável amiga, obrigado, muito obrigado...que tenhamos uma ótima semana. Obrigado sempre pela visita. Carinho resperito e abraço

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