quinta-feira, 3 de setembro de 2009

QUANDO CAMINHAVA PELA RUA, VÁRIOS IPÊS AMARELOS SAUDAVAM-ME

CONGRESSO INTERNACIONAL DO MEDO


Provisóriamente não cantaremos o amor,


que se refugiou mais abaixo dos subterrâneos.


Cantaremos o medo, que estereliza os abraços,


não cantaremos o ódio porque este não existe,


existe apenas o medo, nosso pai e nosso companheiro,


o medo grande dos sertões, dosmares, dos desertos,


o medo dos soldados, o medo das mães, o medo das igrejas,


cantaremos o medo dos ditadores, o medo dos democratas,


cantaremos o medo da morte e o medo de depois da morte, depois morreremos


de medo e sobre nossos túmulos nascerão flores amarelas e medrosas.


Carlos Drummond de Andrade

PS. Tenho tantos medos, mas o que me apavora é este medo presente, a solidão, é por isso que preciso de remédios. Mas tenho medo também, de não conseguir abandonar a solidão, de me tornar escravo dela, de não querer mais ninguém, mais nada. Smiths, Adriana Calcanhoto, Legião Urbana já me disseram que a solidão fica bem pra mim.

ps.1 O aprendizado mais bonito que a novela Caminho das índias nos deixa é o respeito pelo mais velhos, bem, o resto é novela...

ps.2 Às vezes me assusto de mim mesmo, eu sou um monstro, sou capaz de fazer comentários não legais sobre pessoas, magoar uma amiga querida, esquecer aniversários, negar amizades (entenda-se, não quero ser "amigo" de certos colegas que já tiveram sua oportunidade de serem meus amigos, e não quiseram, ..., )

ps.3 Mas eu sou legal, acho que sou humano.

2 comentários:

  1. que lindo isso, amigo!
    e sim, todos somos humanos e temos nossos medos...
    faz parte desse complexo todo que é viver.

    abraços fortes, saudades.

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  2. será que os ipês amarelos são medrosos? eu gosto tanto, e me dá sensação ansiosa, de olhar tão amarelo e bonito e ser efêmero, assim como todos os momentos.

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