segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

O MEDO DO FINAL DO ANO





Meus medos sempre existiram, no começo do bicho papão; do escuro; de me perder dos pais; de ficar só, do matagal no final da rua...
Assim cresci, até que explodiu. Meu medo do final do ano.



Mais do que isso eu não posso te dizer, o tempo é pouco e a distância muita. Logo estaremos de fato em lados opostos, como sempre estivemos, embora fingíssemos cordialidade. Usávamos as mesmas máscaras e obedecíamos as mesmas ordens. Apesar, apesar, apesar, minha mágoa se dissipou com as lágrimas que correram para o mar de Dorival Caynni, então eu vi, como é bonito.
Mas não é de beleza que falamos agora, melhor, que eu falo. Não brindamos, tão pouco houveram abraços, felicitações, estas coisas de final de ano, amigo secreto, conhece ?
Sempre conto com o tempo para aplacar meus ódios e dores provocados pelo outro. Valha-me Sarte, que me mandou este inferno. Agora sei, Nietschtz, o que não, me mata, me fortalece.
Podes partir, acho que não tenho mais nada a dizer, a não ser que amanhã fazem 14 anos desde a última vez que te vi, te dei adeus e um abraço...são sempre nostálgicos os finais de ano,sempre que lembro nossa formatura. Ah, e obrigado por não me convidar mais uma vez para a confraternização dos formandos de 1997. Já nos esquecemos todos, e depois, é só o medo do final do ano, que logo será um novo.

4 comentários:

  1. Ainda dizem que o tempo apaga tudo. Não acho que apague, mas ameniza, quem sabe modifica. É como ferida que cria cicatriz... já não sangra, mas sempre de olhar pra cicatriz nos lembramos de como foi o tombo. Mas logo o final do ano passa, e começa tudo de novo! Beijos, amigo!

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  2. Querida amiga Lah Rosa, muito obrigado sempre pela presença e carinho... o que dizes é o que ocorre comigo, aprende-se a viver com a dor, a ferida, que cicatriza, mas está ali, como uma memória na pele...mas não impede de seguir-mos, ser-mos felizes, ou não. Como diz minha amiga Anaís do blog Sozinha de Madrugada, que escreve para si, meu post hoje é o cúmulo do egocentrismo, diz respeito a mim, fala para mim e os fantasmas hoje, que fizeram parte de meu passado. Obrigado por captar minha mensagem subliminar rsrsrsrsrs. Hoje fazem 15 anos que me formei em Direito e a mais de 10 anos nunca mais vi uma só pessoa daquela turma, confesso que me afastei de tudo e todos, já faz algum tempo, mas eles não eram importantes, senão teriam insistido (tou querendo demais, né ?), mas enfim, acostumamos e descobrimos outros prazeres, outros hábitos, outras vidas...por isso amo tanto Fernando Pessoa, sou único, mas nao sou este um que me mostro, são tantos dentro de mim esperando uma oportunidade. Atualmente existe um personagem que toma conta de mim no horário do trabalho, foi preciso, para minha sobrevivência e convívio com os demais, estou criando um papel (coisa do teatro russo).
    Minha querida Lah Rosa, muito grato mesmo, pela presença, pela sintonia. Um sempre imenso abraço.

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  3. Os medos costumam aparecer no final do ano, isso é tiro e queda, mas não deveríamos pensar muito neles.
    Meu querido Jair, quero te agradecer pela tua presença fiel no meu espaço, gosto muito de ter conhecido vc, pois decobri uma grande pessoa.
    Espero que vc tenha um Feliz Natal e que vá em frente com ser talento.
    Um grande abraço.
    HD

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  4. Querido Humberto, por isso gosto e preciso escrever, é uma forma de exorcismo, de libertação de mim mesmo, para que eu possa analisar melhor, meus passos, minhas atitudes, uma forma de 'autoajuda' rsrsrsrsrs. Este ano foi especial mesmo, tanta coisa me aconteceu, boas, ruins, loucas, serenas...entre as boas foi teu blog com teus escritos, contos bem bolados que levaram-me a uma busca meio louca que era te conhecer, e grata surpresa...escreves bem demais, numa língua que gosto muito e quero entender cada vez mais. Muito obrigado pelas visitas, sinceros comentários, e pelo carinho e amizade que recebi de ti neste ano de tantas e tantas surpresas. Um sempre imenso abraço.

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