quinta-feira, 11 de abril de 2013

OS VIVOS E OS MORTOS






DIÁLOGOS DA MORTE




Atravessar portas portais espelhos

de água ou de vidro

tocar levemente a flor da vida

que adorna o caixão da morte



o rio escorre suas águas

até as profundezes da alma

onde estarei livre dos teus olhos

de vidro de lama de dor



sob o sol noturno sobre teu túmulo

escrevo estes versos rotos

nascidos do vômito dos vermes da dor

sentado ali no sepulcro ficarei sob a lua



*Augusto dos Anjos foi um poeta brasileiro que tratava deste tema que tanto me fascina ou o que me sobra quando entro na órbita depressiva, a morte. Augusto dos Anjos inspirou este post...

4 comentários:

  1. Querido amigo Jair
    Um poema forte e pesado, mas que carrega em si as características do poeta que o escreveu.
    Tenha um lindo fim de semana
    Abração

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    1. Meu querido amigo prof. Elian, fiz a primeira experiência hoje, postei primeiro antes de olhar se tinha algum comentário, começo a me desfazer de mais um prazerzinho que este blog me deu, mas enfim...amei teu comentário não tanto pelo poeta, mas de quem o escreveu, obrigado por respeitar meus momentos de escrita um tanto rude, digamos rs. É necessário que eu escreva, mesmo que doa, mesmo que não importe, preciso registrar este meu momento, por pior que possa parecer, é o que realmente eu produzo enquanto 'arte' (minha literatura - barata?). Espero realmente, pelo menos ter aqueles ataques de sono e dormir todo o final de semana e o tempo promete muita chuva e frio, então acho que teu desejo para mim se realizará, terei um lindo fim de semana. Obrigado sempre, amigo, pelo carinho e o tempo que te ocupo em tua vida. Meu carinho meu respeito meu abraço.

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  2. Nossa, querido Jair, que poema escuro, fez-me sentir nas profundezas do desespero!
    Fazia um tempo que queria te visitar, rapaz, queria te agradecer pelas belas palavras que você sempre deixa no meu canto.
    Um grande abraço.
    HD

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    1. Meu querido Humberto Dib, tu sabes o imenso prazer que tenho ao recebê-lo neste blog, sou um leitor que aprecia demais teus contos em español, mas enfim, isto também sou eu, ou parte de minha literatura fajuta, mas mais que tentativa de literatura, é libertar um berro de desespero, profundo, latente, que deveria estar contido e controlado, mas não, e a escrita é minha maneira de lidar com isso, tentar traduzir em palavras o que sinto, ou o que imagino, ou o que não poderia ter acontecido, ou - desculpa, me empolguei. Mas é muito reconfortante para mim, o que faz a diferença, o que tem importância é isso, a manifestação e eu to longe disso, mas em qualidade tou satisfeito. Tua presença, tuas palavras, acalmam esse alien que existe dentro de mim, que chega a tona, mas ainda consigo que não transborde, teus contos me ajudam nisso também. A palavra me salvará. Muito agradecido por teu carinho e tempo. Meu carinho meu respeito meu abraço.

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